Valor Setorial - Energia (2020-04)

(Antfer) #1

de um de seus complexos eólicos, o de Chafariz, o pri-
meiro no sertão da Paraíba, com 15 parques geradores
com potência de 571 MW. Este empreendimento deve
entrar em operação em janeiro de 2022.
Outro projeto da companhia é o complexo eólico
de Oitis, na Bahia e Piauí, com12 parques eólicos, cuja
capacidade de geração é de 566 MW. A estimativa de
operação é em meados de 2022. “Com a entrada dos
complexos eólicos de Oitis e Chafariz, teremos cerca de
metade dos nossos projetos com esta fonte de energia
destinada ao mercado livre”, informa Ruiz-Tagle. Os
investimentos da companhia para os dois complexos
somam R$ 3,2 bilhões (Oitis, R$ 1,9 bilhão, e Chafariz,
R$ 1,3 bilhão).
A Votorantim Energia é outra que vai no mesmo
rumo. Recentemente anunciou a construção de dois
complexos eólicos no Nordeste, cuja energia será di-
recionada 100% ao mercado livre. Os aportes para os
dois projetos (Ventos do Piauí II e Ventos do Piauí III)
somam R$ 2 bilhões. Cada um deles terá cinco parques
eólicos localizados na região da serra do Inácio, entre
Piauí e Pernambuco.
Juntos, os dois empreendimentos totalizam uma
capacidade instalada de 411,6 MW, que se somam aos
205,8 MW do Ventos do Piauí I e aos 357,9 MW do Com-
plexo Ventos do Araripe III, elevando a capacidade ins-
talada da empresa em aproximadamente 1 GW naquela
região. As obras estão previstas para começar em janeiro
de 2021, com início das operações em meados de 2022.
A Total Eren, braço do grupo Total que atua na área
de renováveis, também tem em sua carteira projetos
eólicos com PPAs corporativos de 20 anos, que devem
entrar em operação comercial ao fim de 2020. Ao todo,
são 159,8 MW em desenvolvimento. Entre outubro e
novembro do ano passado, iniciou a construção de duas
fazendas eólicas no Rio Grande do Norte: Terra Santa
(92,3 MW) e Maral (67,5 MW).
“O Brasil é país-chave para a estratégia global de
crescimento da companhia. O potencial de reservas de
óleo e gás e de recursos naturais, o mercado consumi-
dor local e a reconhecida expertise dos profissionais
brasileiros são atrativos para os nossos investimentos
de longo prazo na região”, comenta Philippe Blanchard,
diretor-geral da Total E&P do Brasil e representante do
grupo Total no país.
O desempenho positivo do segmento é explicado,
principalmente, pelo fator vento. Para produzir energia
eólica são necessários ventos estáveis com intensidade
certa e sem mudanças bruscas de velocidade ou de dire-
ção. Enquanto a média mundial do fator de capacidade
de geração eólica está ao redor de 25%, no Brasil, em
média, o fator é de mais de 40%, atingindo valores pró-
ximos de 60% a 70% na região Nordeste do país, onde
está concentrada a maior parte dos parques eólicos.
Sobre o Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 232/2016,
que tramita no Senado e pode virar lei ainda neste ano,
Elbia avalia que ele não deve mudar muito o quadro do


setor, porque hoje já há abertura e liberdade de contrata-
ção tanto no ambiente regulado como no mercado livre.
“O que move nosso setor é o Produto Interno Bruto. Se
a economia do país cresce 1%, a demanda por energia
aumenta 2%. É esse o fator primordial”, explica a presi-
dente da ABEEólica
Em relação à produção offshore, Elbia diz que o po-
tencial técnico é significativo. Alguns estudos mostram
em torno de 700 GW em locais com profundidade até
50 metros. Segundo ela, no momento existem alguns
projetos em preparação, e não tem uma data estimada
sobre quando essa energia poderá ir para o mercado.
Contudo, ainda há incertezas acerca dessa fonte.
Uma delas tem relação sobre a regulação brasileira
atual. Por exemplo, ainda não é possível saber se o que
já existe hoje abrange a nova fonte no âmbito da segu-
rança jurídica ou se poderá haver algum tipo de lacuna,
já que o arcabouço legal regulatório não foi criado
pensando na geração offshore. Também será preciso
uma adequação do parque industrial brasileiro aos
aerogeradores das offshores, por eles serem maiores
que os dos parques onshore.
“O Brasil ainda tem muitas áreas disponíveis com ex-
celentes condições de vento para desenvolver parques
onshore”, diz o CEO da Neonergia. Para ele, a solução
offshore é uma alternativa válida para países com pe-
quenas dimensões, como algumas nações da Europa. “A
Iberdrola, por exemplo, tem grande expertise em geração
offshore, e nós, como parte do grupo, sempre avaliamos
todas as oportunidades que agreguem valor ao nosso
negócio. Mas a geração offshore ainda levará mais tempo
para fazer sentido no Brasil”, afirma Ruiz-Tagle.

RN 159
BA 165
CE 80
RS 80
PI 60
PE 34
MA 15
SC 14
PB 15
SE 1
RJ 1
PR 1
TOTAL 624
Fonte: ABEEólica

A força do Nordeste
Estados da região abrigam maior número de parques

ESTADO POTÊNCIA (MW) PARQUES
4.319,5
4.074,4

426

782

1.638,1

1.831,9

2.045,5

28,1

34,5

157,2

238,5

2,5
15.578,1

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