Valor Setorial - Energia (2020-04)

(Antfer) #1

GLP


M


otivado pela megaope-
ração promovida pela
Copagaz na compra da
Liquigás, por R$ 3,7 bilhões, no fim
de novembro de 2019, o setor de gás
liquefeito de petróleo (GLP) proje-
tava para 2020 um horizonte de
oportunidades em razão da anun-
ciada privatização de oito refinarias
da Petrobras e da divulgação de um
novo marco regulatório por parte da
Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Mas, com as ações emergenciais
adotadas em razão da pandemia do
coronavírus, as prioridades da Petro-

bras e das empresas distribuidoras
se voltaram para o abastecimento
da população, pelo menos até que
a situação esteja sob controle. Per-
manecem as expectativas de avan-
çar tanto com relação à entrada de
novos players no refino quanto ao
fim das restrições do GLP para uso
em outras atividades além do gás
de cozinha e industrial, mas há um
consenso de que as novidades virão
apenas no segundo semestre. “No
início do ano, a expectativa era de
crescimento da demanda entre 1% e
2%. Hoje, se ficarmos no zero a zero,

Aumento de 10% na demanda residencial leva


Petrobras a importar o produto; setor aguarda leilões


ainda neste ano e nova legislação Por Guilherme Meirelles


ABASTECIMENTO


É A PRIORIDADE


JULIO BITTENCOURT / VALOR

Preço do
botijão subiu
devido ao
medo de
escassez

está de bom tamanho”, afirma Sér-
gio Bandeira de Mello, presidente
do Sindicato Nacional das Empresas
Distribuidoras de Gás Liquefeito de
Petróleo (Sindigás).
Em 2019, o consumo de GLP fi-
cou em 7,3 milhões de toneladas,
volume que se mantém em níveis
estáveis desde 2011, com variações
médias inferiores a 1%, segundo a
ANP. A Petrobras é responsável por
praticamente 100% do refino (as ex-
ceções são a Copagaz, que importa
72 mil toneladas por ano da Bolívia,
e a Ultragaz, que compra da Argenti-
na) em suas 13 refinarias, que são res-
ponsáveis por 75% do abastecimento
nacional – os 25% restantes chegam
por navio, do Golfo do México. Cerca
de 75% do GLP é para uso residencial,
em botijões de até 13 quilos (kg), e os
demais 25% são destinados ao uso
comercial e industrial.
No fim de março, uma conjunção
de fatores movimentou o mercado
e provocou um estranhamento en-
tre as distribuidoras e os cerca de
60 mil revendedores. Contrariando
a própria política de preços da Pe-
trobras, que condiciona os preços
repassados às distribuidoras con-
forme o barril de petróleo no mer-
cado internacional, o preço médio
do botijão de 13 kg saltou de R$ 67
para até R$ 120, conforme a região.
O aumento coincidiu com as
obras de manutenção dos dutos

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