Em construção
há 42 anos,
a usina Angra 3
precisa ainda
de mais
R$ 15,5 bilhões,
mas o governo
não tem
recursos
Por Guilherme
Meirelles
RETOMADA AINDA
VAI DEMORAR
BRENNO CARVALHO / AGÊNCIA O GLOBO
Custos para manter os equipamentos de Angra 3 somam R$ 36 milhões por ano
P
aralisadas desde 2015, as
obras de construção da usi-
na nuclear Angra 3 devem
ser retomadas no primeiro semes-
tre de 2021 e concluídas até 2026,
conforme prevê o cronograma da
Eletronuclear. Caso o calendário seja
cumprido, a inauguração acontece-
rá 42 anos após o lançamento da pe-
dra fundamental.
Até o momento, foram concluí-
dos 62,8% das obras de engenharia,
nas quais foram gastos mais de R$ 8,3
bilhões, principalmente na compra
de equipamentos importados da Ale-
manha e da França, como geradores,
vasos metálicos e tubos, que estão ar-
mazenados no canteiro de obras, na
praia de Itaorna, em Angra dos Reis
(RJ), ao lado de Angra 1 e Angra 2,
que operam normalmente. Segun-
do o Tribunal de Contas da União
(TCU), foram executados 79,9% dos
suprimentos, 67,3% das obras civis e
10,8% da montagem eletromecânica.
Apenas para manutenção dos
equipamentos, o governo federal
gasta R$ 36 milhões por ano. Para
concluir os 37,2% restantes, são ne-
cessários mais R$ 15,5 bilhões. O
Banco Nacional de Desenvolvimen-
to Econômico e Social (BNDES) se
comprometeu a colaborar, mas o
governo federal não tem de onde
tirar tais recursos.
A solução, segundo relatório
do TCU enviado ao Ministério de
Minas e Energia (MME), poderia
ser por meio de parceria com a in-
ciativa privada, mas com estudos
a respeito dos custos e viabilidade
econômica. “Especialmente quanto
aos montantes de investimentos re-
alizados e previstos, além dos custos
NUCLEAR
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