Valor Setorial - Energia (2020-04)

TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

Usina da

Sun Mobi, em

Porto Feliz (SP):

energia para

27 municípios

Jacobsen, principal executivo (CEO) da divisão de Smart

Infrastructure da Siemens Brasil. De acordo com o execu-

tivo, quase 15% da energia elétrica gerada é perdida em

roubos, os famosos “gatos”. Segundo Jacobsen, engana-

-se quem pensa que os “gatos” acontecem apenas nas

periferias. “Já encontramos casos em comércios, indús-

trias, hotéis... O brasileiro é criativo”, diz ele, cuja área

na Siemens detém ferramentas capazes de identificar

tentativas de fraude no sistema elétrico.

O segundo maior investimento do setor em tecno-

logia, segundo o executivo, é voltado à qualidade do

fornecimento, na tentativa de diminuir a frequência e

a duração das interrupções. “A rede brasileira é prati-

camente toda aérea, percorre longas distâncias”, afir-

ma, referindo-se às redes de transmissão, que levam

a energia às subestações, e destas aos postes de fiação,

que entregam a energia em casa.

O terceiro objetivo na lista de investimentos do se-

tor em tecnologia está na adoção de fontes renováveis.

Apesar de estarem no fim da lista, segundo Jacobsen, os

investimentos nesta seara em 2019 dobraram em rela-

ção ao ano anterior. Ainda assim, as fontes renováveis

de energia, como a eólica e a solar, representam menos

de 10% do total, porque são intermitentes.

Jacobsen lembra que o limite para migrar para o

mercado livre de energia está diminuindo. Nesta mo-

dalidade, as operações de compra e venda de energia

elétrica acontecem por meio de acordos firmados entre

o consumidor e o fornecedor do serviço. Hoje, no Brasil,

consumidores com demanda de energia entre 500 kW

e 2,5 mil kW podem contratar fornecedores que produ-

zam energia a partir de fontes que recebam estímulos,

como solar, eólica, pequenas centrais hidrelétricas ou

com geração a partir de biomassa. O medidor, nesta

modalidade, é individual.

O executivo afirma que ainda não é possível medir

o impacto nos negócios da pandemia do novo coro-

navírus, que sacode o mundo. “As nossas fábricas em

Jundiaí (SP) e Canoas (RS) continuam produzindo, assim

como nossos centros de pesquisa e desenvolvimento em

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