Valor Setorial - Energia (2020-04)

(Antfer) #1
PEDRO MASCARO / DIVULGAÇÃO

Curitiba e Belo Horizonte”, diz ele, lembrando que os
contratos são de longo prazo.
A General Electric (GE), por sua vez, direciona seus
esforços em duas áreas: Grid Solutions, com a oferta
de subestações de energia 100% digitais, que utilizam
tecnologia de fibra óptica; e a área de sistemas híbridos
de energia, que unem duas ou mais fontes, ao oferecer
soluções para toda a cadeia, do desenho do projeto
à implementação. Neste tipo de tecnologia, nova no
Brasil, a GE fornece tanto os equipamentos quanto os
softwares. Um cliente pode, por exemplo, fazer uso de
uma solução eólica e solar, além da conexão entre essas
fontes, usando um sistema de controle que gerencia
esses recursos.
“Os sistemas híbridos são a solução para uma inser-
ção confiável e competitiva de energias renováveis des-
pacháveis, resolvendo necessidades críticas dos clientes
e desafios de estabilidade da rede, através da integração
de várias fontes de geração, com ou sem sistemas de ar-
mazenamento de energia, juntamente com integração


de software e controles”, diz Luiz Fernando Biagini, líder
de vendas para a divisão de híbridos da GE Renewable
Energy na América Latina.
Segundo Biagini, o uso dos sistemas híbridos pode
reduzir custos, uma vez que existem uma solução de
armazenamento de energia integrada e um sistema
de controle híbrido atuando diretamente na área de
geração. “Essas tecnologias podem ajudar a acelerar a
inserção da energia renovável, mantendo a estabilidade
da rede”, afirma.
Já no caso das subestações de energia 100% digitais,
há a eliminação de cabos de cobre (para comando e
controle), que são substituídos por cabos de fibra óptica
100% redundantes, diz Fernando Rodriguez, diretor
comercial da GE Grid Automation para a América Latina.
“Isso propicia uma redução de até 90% do custo com
cabos em uma subestação do sistema de transmissão
brasileiro”, diz o executivo.
Rodriguez afirma que, com a tecnologia, as empresas
podem mais rapidamente colocar sistemas de geração,
transmissão e distribuição de energia elétrica em ope-
ração – e a um custo menor. “Isso se traduz em ganho
generalizado de eficiência e produtividade para todas
as pontas”, diz. Em termos de custos para as empresas,
o executivo da GE afirma que as soluções digitais são
sempre mais competitivas. “O total do investimento em
cabos de comando e controle, canaletas, mão de obra
de montagem e instalação, obra civil e SPCS [Sistema de
Proteção e Controle de Subestação] é menor do que uma
subestação convencional”, diz Rodriguez. Além disso,
esse tipo de tecnologia simplifica bastante a reforma
de subestações existentes, ao evitar o manejo de cabos,
algo que é um grande fator de risco e interrupção no
fornecimento de energia.
A matriz elétrica do Brasil é considerada uma das
mais renováveis do mundo. Pouco mais de 80% da ener-
gia elétrica gerada no Brasil é de fonte renovável. No
mundo, esse percentual está em 24,5%. Isso porque as
principais fontes de energia elétrica mundiais são carvão
(38,3%) e gás natural (23,1%).
Na opinião de Alexandre Bueno, o setor elétrico mun-
dial ainda está na “idade da pedra”. “São empresas que
medem o seu consumo uma vez por mês, geram a tarifa
e a jogam embaixo da sua porta. E você nem entende o
que está consumindo”, afirma o sócio da Sun Mobi, uma
das primeiras enertechs brasileiras. O foco da empresa
está na geração de energia solar compartilhada, permi-
tindo que empresas ou pessoas físicas optem pela fonte
sem ter que instalar placas fotovoltaicas nos próprios
telhados. A energia é gerada em usinas da Sun Mobi
em Araçoiaba da Serra e Porto Feliz, ambas no interior
paulista, e é entregue pela rede de distribuição para con-
sumidores em 27 municípios, na área de concessão da
CPFL Piratininga. O cliente da Sun Mobi recebe créditos,
que são abatidos na fatura da distribuidora.
“Monitorar o próprio consumo permite que se re-
duza em até 15% a conta de luz”, diz ele. A empresa de-

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