Valor Econômico (2020-05-09,10 e 11)

(Antfer) #1

JornalValor--- Página 12 da edição"11/05/2020 1a CAD A" ---- Impressapor cgbarbosa às 10/05/2020@18:58:


A12|Valor| Sábado,domingoe segunda-feira, 9, 10 e 11 de maiode 2020

Especial


IMPACTOSDO


CORONAVÍRUS


Reduçãodasatividadesdaestatal na


regiãoestáemcursohá umadécada


Do Rio e do Recife

A redução das atividades da Pe-
trobras no Nordeste não é bem
uma novidade. Ao longo de toda a
década de 2010, aestatal se con-
centrou no pré-sal e deixou de la-
do investimentos em ativos meno-
resemenosrentáveis,masqueexi-
gemesforços pararecuperação.
Segundo dadosda Agência Nacio-
nal do Petróleo (ANP), aprodução
nordestina de petróleocaiu 44%
nos últimosdez anos, para um pa-
tamarmédiode 86 mil barrisdiá-
riosnoprimeirotrimestre.
A prefeitade Cardealda Silva
(BA), Mariane Mercuri (Pode-
mos),contaque o município,de
9 mil habitantes, já convive há
anoscom o declíniodas ativida-
des petrolíferasna região, o que
tem afetadoa geraçãode empre-
goerendanacidade.
“Nosso ISS no município, que já
chegou a R$ 150 mil por mês,no
pico,hoje éda ordemdeR$ 20 mil
por mês.Isso éfruto da redução
dos investimentos da Petrobrasna
região,jáhá alguns anos. Nossa
principal fonte de rendaé o petró-
leo.Odinheiro dosroyaltieshoje
vai para manutenção,coleta de li-
xo,asfaltamento, para oprograma
de transferência de rendaque te-

mos aquino município. Comar e-
duçãodas atividadesdaPetrobras,
agora, na crise, podemosperder
completamente a capacidade de
investimentos”, comenta.
Cardealda Silvanão será atin-
gidade imediato pelaprimeira
leva de cortesde produçãoque a
estatal pretendefazerna região,
mas o receiode que aPetrobras
decidaexpandira paralisaçãode
campos pela Baciado Recôncavo
é generalizadoentreos municí-
piosdaregiãocomoumtodo.
A intençãoda estatalé se des-
fazerde seus ativosterrestres.A
privatizaçãodessasconcessõesé
promessa de investimentos na
recuperaçãodessescamposma-
duros,oquepodegerarganhos
com royalties para essesmunicí-
pios.Avendados campos, no en-
tanto,évista com muitasressal-
vaspelacomunidadelocal.
“Em geral,as empresaspriva-
das do onshoresão bemmeno-
res, que trabalhamcom um nú-
merobemmenorde emprega-
dos”,afirmaMariane.
“Tudo que émudança gera um
receio.APe trobrasé umaempresa
de grande porte.Não sabemos
quemvai comprar”, concorda a
prefeita de Araçás (BA),Maria das
Graças Trindade Leal (PT), quead-

ministraomunicípiode12milha-
bitantesecomorçamentodeapro-
ximadamente R$ 60 milhões, 20%
deleatreladoaopetróleo.
O presidenteda Petrobras,Ro-
bertoCastelloBranco, já afirmou
anteriormentequeaPetrobrasse
preparaparase tronarumaem-
presaessencialmenteconcentra-
da no Sudeste.Apetroleiraestá
sedesfazendodetodasassuasre-
finariasfora do eixo Rio-SãoPau-
lo,jáhibernouassuasfábricasde
fertilizanteseestávendendocen-
tenasde camposterrestrese em
águasrasas,localizadossobretu-
donoNordeste.
Emmeio à reduçãodos investi-
mentos da estatal noscampos
maduros do Nordeste, aANP tem
feitopressãoparaqueaPetrobras
se desfaça dos ativos que não lhe
interessem mais,sob orisco de
que as concessõessejamcassa-
das. Nesse sentido, oórgão regu-
lador deu um prazo, postergado
recentementeaté o fim do ano,
para queaempresa conclua os
seus processos de venda de ativos
em terra e águas rasas. Casocon-
trário, as concessões podemser
retomadaspela União eaestatal
perderia aoportunidadede le-
vantar recursos com os desinves-
timentosdessasáreas.(AReMF)

Paralisaçãodeproduçãopodeafetar


também as companhias privadas


Do Rio e do Recife

Em meioàcrise do setor,aex -
pectativaéqueasparalisaçõesde
produçãonão se restrinjamape-
nas àPetrobras,mas tambémàs
petroleiras privadas.A Agência
Nacionaldo Petróleo(ANP)in-
formou que recebeupedidosde
duasempresas —aEnergizziea
Recôncavo E&P, da PetroRecôn-
cavo —para paralisar tempora-
riamenteaoperaçãode campos
terrestresnaBahia.
EnquantoaE nergizzisolicitou
a hibernaçãoda concessãoVale
do Quiricó,aRecôncavo E&P pe-
diu para paralisar Lagoado Pau-
lo Sul eJuriti. Se ocenáriode bai-
xa dos preçosdo petróleopersis-
tir pelospróximos meses,como
apontamas estimativasde mer-
cado, novos pedidos podem che-
garàagênciareguladora.
As pequenasprodutoras, re-
presentadas pela Associação Bra-
sileirade ProdutoresIndepen-
dentesde PetróleoeGás Natural
(ABPIP),pedemaogovernoasus-
pensãotemporária da parcela de
royaltiesdaUnião.
As empresas pleiteiam tam-
bém que o governopromovaar-
ticulaçãocomaPetrobraspara
garantir que os descontos im-

postos pelapetroleirana com-
pra do óleo produzido pelas
companhias não ultrapasse o
patamarde 10%.
Na semana passada, o secretá-
rio-executivo da ABPIP,Anabal
Santos Jr., pediu, durante evento
on-line,celeridademaiornatoma-
da de decisões. “O maiorcustodo
onshore [produçãoterrestre] hoje
éodaindecisão”, afirmou.
AnabalSantosJr.destacouain-
da que os pequenosprodutores
terrestresestãotrabalhando no
limitedaeconomicidade.
Segundofontede uma peque-
naprodutora,aexpectativaéque
em maiohaja aumentosignifica-
tivo dos pedidosde hibernação
decamposlocalizadosemterra.
Presenteno mesmoevento, o
assessordadiretoriadaANP,Leo-
nardoCaldas,disseque agência
está conscientesobreos pleitos
da indústriae citouque oórgão
reguladorpretendefazer,nose-
gundosemestre, a revisãoda Re-
soluçãono17/2015, que tratado
plano de desenvolvimento da
produçãodegrandesepequenos
campos, com o objetivode tratar
de formadiferentegrandes, mé-
diasepequenasempresas.
A Petrobrasestá hibernando
62 plataformasem todoo Brasil,

mas principalmente no litoral
nordestino.AA NP informouque
recebeupedidoformalde hiber-
naçãoda empresade 33 campos,
sendo23noNordeste.
Alémdeparalisarseusativosem
águas rasas, aestatal tambémco-
municou a intenção de parar seis
campos em terra em Sergipe e
maisseisnoRioGrandedoNorte.
Comadecisão, aestatalcolo-
cou seuscamposnumaespécie
de limbo. Com custosmaiseleva-
dos, as concessõesem águasra-
sas têm dificuldades parase via-
bilizarno cenárioatualdo mer-
cado.Aintençãoda companhiaé
venderessesativosparanovos
operadoresinteressados em re-
cuperarcamposmaduros,mas o
momentoé ruimparaatrairin-
vestidores e nãohá qualquer
perspectivade quandoaopera-
çãodessesativosseráretomada.
De acordocom aANP,27pe-
troleirasproduzem,em terra,no
mercado brasileiro.As bacias
madurasonshore(EspíritoSan-
to, Potiguar,Recôncavo, Sergipe
e Alagoas)produzemcercade
100 mil barrisdiáriosde óleo
equivalente,sendo90% dessevo-
lumede óleoe gás pelaPetro-
bras e10% pelasempresas priva-
das.(AReMF)

ConjunturaComcrise,municípiosdevemreceber18%amenosesteanoeANPestimaperdadeR$200milhões


Menor receita de royalties do petróleo afeta NE


Roberto CastelloBranco,presidenteda estatal: “Sobre [demissões de] terceirizados, essaperguntatemque ser endereçadaa essasempresas, não à Petrobras”

LEO PINHEIRO/VALOR

André Ramalhoe Marina Falcão
Do Rio e do Recife

Ochoquede preçosdopetróleo
deve reduzir em 18% a arrecadação
de royaltiesdos municípiosdo
Nordeste e fazerevaporar R$ 200
milhões dos cofrespúblicos das ci-
dadesde regiãoem 2020em rela-
çãoaoanopassado,estimaaAgên-
cia Nacional do Petróleo(ANP).
Não bastassem as perdasde recei-
tas com a desvalorizaçãoda com-
modity, aeconomianordestinate-
rá pela frenteum novogolpe:a Pe-
trobras desativoudezenasdecam-
posemáguasrasasesepreparapa-
ra reduzir as atividadesterrestres
nos próximosmesesna região. A
paralisaçãodas operações éjustifi-
cadadentroda lógicaempresarial,
pelosaltoscustosdosativos,eafeta
só 1% da produçãoda estatal. Mas,
para uma série de pequenos muni-
cípiosda região, cujaseconomias
giramemtornodapetroleira,oim-
pactoprometesersuperlativo.
Muitosdesses municípios são
pobres em receitas edependem
nãosódosroyaltiesparamanteros
serviços básicos para apopulação,
mas também dos efeitosindiretos
da atividadepetrolífera local, que
mobiliza fornecedores de bense
serviços e empregacentenas de
pessoas, dinamizandoaeconomia
local em áreas relativamentemais
pobresedebaixadensidadepopu-
lacional. O temor é que a redução
das atividades no Nordeste leve à
perda do principal motor econô-
micodemuitasdessascidades.
Comoalternativaaosemprega-
dos, acompanhia abriu um pro-
grama de desligamento voluntá-
rio e, para aquelesque desejamse
manterno emprego, vemrealo-
cando os funcionários dos cam-
pos desativados em outrasunida-
des pelo país. Entre terceirizados,
porém, as demissões já começa-
ram. OValorapurou que a petro-
leira desmobilizou sondas que
operam em camposterrestres, na
Bahia, Rio Grande do Norte e Ser-
gipe, de empresas como Braserv,
ConterpePerbras.SóaBraserv,se-
gundoumafontesindical,teve
sondasdesativadasedevedemitir
cercade650empregados.
Opresidente da Petrobras, Ro-
berto Castello Branco,nega que
haverá “demissões em massa”. “So-
bre [demissõesde]terceirizados,
essa pergunta tem queser endere-
çada aessasempresas,nãoàPetro-
bras”, disse, durante teleconferên-
ciacomjornalistas,emabril.
Oimpacto sobreos municípios
do Nordeste não será homogêneo.
Os principais Estadosafetados pe-
las hibernações (desativações)da
Petrobras serão Bahia, Ceará,Rio

Grandedo NorteeSergipe. Para a
grande maioria dos municípios
nordestinos,aqueda da arrecada-
ção dos royalties não chega a com-
prometer o orçamento. Levanta-
mentodoValor,com base nos da-
dos da ANP, mostra que, para cada
dez cidades beneficiadas pelas re-
ceitas petrolíferasna região, prati-
camente oito recebem menosde
R$ 1 milhão por ano. Ao todo, 89%
da arrecadaçãode royalties entre
os municípios nordestinos vai pa-
raoscofresdecemcidades.
Em geral, a arrecadação no Nor-
desteébaixaem relaçãoao Sudes-
te. EnquantoMaricá eNiterói, na
RegiãoMetropolitanadoRiodeJa-
neiro, arrecadam, cada um, mais
de R$ 1 bilhãopor anocom royal-
ties e participações especiais,nos
municípiosdoNordesteasreceitas
são bemmaismodestas. Mesmo

assim,muitosdelessãodependen-
tesdasatividadespetrolíferas.
AANPinformouquerecebeuda
Petrobras pedido formal de hiber-
naçãode 23 campos no Nordeste,
incluindoosativosemáguasrasas,
seis camposno Sergipe e maisseis
noRioGrandedoNorte.
No Ceará, a Petrobrasparalisará
todasas suas plataformas,oque
deve impactar atividades como
hotelaria, transporte e alimenta-
ção.Paracuru (CE),de35 milhabi-
tantes, por exemplo,não chega a
ser dependente dos royalties, mas
serve comobasede apoio parao
embarque dospetroleiros. Opre-
feito,EliabeAlbuquerque(PR),
conta que ainda aguarda a estatal
seposicionarsobreofuturodains-
talação,mas que a desativação dos
camposnolitoralcearensedevele-
var a base aoperarno mínimo.“Se

fechar a casa cai. A movimentação
de embarque para os campostraz
atividadeparaaspousadasnomu-
nicípio”,explica.Quantoaosroyal-
ties, oimpactonas contaspúblicas
ocorreráa partir destemês e afeta-
rá principalmente agestãode lim-
pezadacidade, que possui voca-
ção turística. Segundoele, há uma
previsãodeperdadeR$120milna
receita mensal,oequivalente a2%
dasreceitasmensaisnotodo.
NavizinhaParaipaba,oimpac-
to com os royalties será maior. O
município recebe R$ 700 mil por
mês.Trata-sede10%dareceitato-
tal do município de 30 mil habi-
tantes. “Ninguém estava esperan-
do por isso. Vai comprometer ini-
cialmente as obras de calçamen-
to, reformade escolas e hospitais.
Mas se asituação perdurar,va-
mosterquedemitirpessoal”,afir-

ma o prefeito Dimitri Batista
(PDT).OSindicatodosPetroleiros
do Ceará (Sindipetro-CE) teme
que,com a paralisação das plata-
formas cearenses, 400 emprega-
dos da Petrobras e2milindiretos
sejadesmobilizadodaregião.
Na Bahia, o impactovirá não da
desativação das plataformas,mas
da redução das atividades terres-
tres. De acordo com o Sindipetro-
BA, a Petrobras comunicou que vai
parar quatro campos até junho,
numa primeira fase, incluindo
Candeias, o primeiro campoco-
mercial da história da empresa. O
sindicato afirmaque aintençãoda
companhia, porém, é reduzir ain-
da mais a produção terrestre, até o
fim do ano, oque tem geradoco-
moção entre os prefeitoslocais.
Elestêmsemobilizadojuntoapar-
lamentares, para tentarpressionar
aPetrobrasareaveradecisão.
Naprimeiralevadecamposase-
rem paralisados, serão afetadas ci-
dadescomoCandeias,SãoFrancis-
co do Conde, Pojuca e Catu. Com
54milhabitantes,Catu,a85quilô-
metros de Salvador(BA),tem 30%
da sua receita mensal proveniente
de royalties e ISS ligados à produ-
ção de petróleo. Por mês,areceita
total no município éde R$ 12 mi-
lhões. “O impacto social é duplo.
Alémda queda na arrecadação de
ISS e nos royalties, temos um au-
mentodo desemprego por conta
de demissões na cadeiade terceiri-
zados”, afirma oprefeito Geranil-
sonDantasRequião(PT).

Segundo o Sindipetro-BA, cerca
decemtrabalhadoresdaPetrobras
serão desmobilizadosda região a
partir de julho. Entre prestadores
de serviço,contudo, oreceioéde
quemilharesdetrabalhadorester-
ceirizadossejam demitidos, a de-
penderdo tamanhoda redução
que a empresa efetivamente fará
nasoperaçõeslocais.
“A redução das atividades da Pe-
trobrasna região vai afetar toda
uma cadeia: de empresasterceiri-
zadas de limpeza, vigilância e
transporteàconstruçãocivil.Ode-
semprego, na região, afeta os res-
taurantes,oshotéis”, comentaodi-
retor do Sindipetro-BA, Radioval-
do Costa. “O maisimportante,sen-
do aPetrobras umaestatal, nesse
momentodecrise, deveria ser a
manutençãodosempregos.”
Um estudodo Institutode Es-
tudos Estratégicosde Petróleo
(Ineep)estimaque as atividades
da Petrobrasse concentram,so-
bretudo, em 15 municípiosbaia-
nos, que reúnem cercade 5,3 mil
empregadosnosetor,comdesta-
queparaCatueAlagoinhas.
Com151 mil habitantes,Ala-
goinhasfuncionacomofornece-
dor de mão de obra e serviçospa-
ra as atividadespetrolíferasdo
entorno. Acidadeé sede da Bra-
serv,empresasde sondas. Omu-
nicípiopossuieconomiamaisdi-
versificadae abrigaum poloda
indústriadebebidas,comunida-
des da BrasilKirineGrupoPetró-
polis,mas,aindaassim,tem no
setorde óleoegás umaimpor-
tantefontede receitas:cercade
R$ 24 milhõespor ano, em royal-
tieseISS,poucomenosde10%do
orçamentodo município.Para o
prefeito,JoaquimBelarminoNe-
to (PSD),ahibernaçãoda Petro-
brasna Bahiaocorrenummo-
mentocríticopara a cidade,que
jáconvivecomaperdadeempre-
gos no setorde bebidase, agora,
tambémnopetrolífero.
“JáperdemosISSeICMSporcau-
sadapandemiaeagoravamosper-
der maisimpostoscom o setor de
óleo e gás. Vai ser uma sucessão de
estragos. Está acontecendotudo
aomesmotempo.Empresasdebe-
bidasestão suspendoatividades. E
com ahibernaçãodos camposda
Petrobras, podemser mais2mil
desempregados.Issoéigualaduas
fábricasdebebidas”,afirma.
Procurada,aPetrobrasjustifi-
cou ahibernação das plataformas
em águas rasascomouma medida
“com foco na sustentabilidade da
empresa nestaque é apior criseda
indústria do petróleo em cem
anos”edestacouque os ativos não
apresentamcondições econômi-
cas para operarcom preçosbaixos
de petróleo. A empresa esclareceu,
ainda, que os campos terrestres se-
guemem operação e que os pro-
cessosde vendasde ativos conti-
nuamemandamento.

Fonte:Elaboraçãoprópria,combaseem dadosda ANP.*Piauínão receberoyalties,** Estimativacombaseno preçodo petróleoa US$33 e dólara R$ 4,71.

Arrecadaçãode royalties
Municípiosdo Nordeste*(emR$/milhões)

Estado TotalEstados
Em R$ milhões

Variação -18,2%

Alagoas
Bahia
Ceará
Maranhão
Paraíba
Pernambuco
Rio Grandedo Norte
Sergipe

Previsão
2020**
93,
293,
76,
38,
47,
37,
171,
147,

2019

2019 Previsão2020**

95,
360,
89,
43,
55,
43,
226,
191,

Variação(%)

-2,
-18,
-15,
-11,
-14,
-14,
-24,
-23,

0

300

600

900

1.

1.
1.106,
905,

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