O Estado de São Paulo (2020-05-12)

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O ESTADO DE S. PAULO TERÇA-FEIRA, 12 DE MAIO DE 2020 Especial H5


JornaldoCarro


Sem intervalo


Luiz Carlos Merten


Flávio Migliaccio, que morreu
no último dia 4, era muito bom
fazendo personagens estran-
geiros. Foi indiano, árabe, pa-
lestino em novelas e séries de
sucesso. Mas ele era melhor
ainda fazendo o brasileiro típi-
co, que era. Nascido no Brás,
em São Paulo, destacou-se no
teatro, no cinema e na televi-
são. Criou personagens ines-
quecíveis. Alguém aí falou Tio
Maneco?
O Canal Brasil homena-
geia a grande arte de Flávio
Migliaccio nesta terça, 12. E
começa às 16h30, justamen-
te com As Aventuras de Tio
Maneco, de 1971, que ele diri-
giu, além de interpretar. Na
sequência, às 18h15, apresen-
ta Boleiros, de Ugo Giorgetti,
de 1998.


Será curioso (re)ver Tio Ma-
neco porque, a par da homena-
gem, o filme coescrito pelo
ator e diretor com Roberto Fa-
rias, traz os três filhos do pro-
dutor – e importante diretor –
Lui, Maurício e Mauro, como
os sobrinhos que participam
da aventura amazônica de ti-
tio. Tirando os Trapalhões e
Xuxa, Migliaccio foi precur-
sor da produção de cinema
voltada ao público infantil, fil-
mes (e séries) como O Castelo
Rá-Tim-Bum e Os Detetives do
Prédio Azul. Os sobrinhos vira-
ram diretores, de talento com-
provado. Boleiros é sobre a pai-
xão pelo futebol. Migliaccio
emociona como Naldinho,
ex-jogador do Corinthians.

Balcão do Giba*


AJUDINHA


DE CARROS É IGNORADA POR MOTORISTAS


Dificilmente um usuário co-
mum lança mão de todos (ou da
maioria) dos recursos disponí-
veis em equipamentos eletrôni-
cos como celulares ou mesmo
smart TVs. Essa subutilização
de funções pelas quais pagamos
valores altos acaba se refletin-
do também nos veículos. Um
em cada três donos de carros
não sabe acionar vários recur-
sos do carro, sobretudo os rela-
cionados ao auxílio à direção.


Esse é o resultado de um le-
vantamento feito na Inglaterra,
mas que reflete bem o que qual-
quer pessoa percebe na prática,
inclusive no Brasil. O estudo en-
comendado pelo British Motor
Show constatou que 35% dos
motoristas não sabem como
usar os sistemas eletrônicos do
carro. Muitos deles, aliás, sim-
plesmente desconhecem a exis-
tência de várias funções, embo-
ra tenham pago (caro) por elas.
Cerca de 20% dos entrevista-
dos disseram que usam menos
da metade da tecnologia dispo-

nível em seus veículos. Apenas
10% disseram que “compreen-
dem uma fração” do funciona-
mento desses recursos.
O levantamento mostra tam-
bém que 20% dos motoristas li-
mitam-se a conduzir os carros.
Ou seja, sequer se dão ao traba-
lho de conhecer ou tentar apren-
der sobre o funcionamento dos
sistemas disponíveis.
O estudo revelou ainda que o
maior problema é a falta de in-
formação. Sete de cada dez en-
trevistados afirmaram que não
foram bem orientados na con-

cessionária no momento da
compra do veículo. Ainda mais
preocupante são os 21% que afir-
mam não ter recebido qualquer
tipo de orientação sobre a ope-
ração dos recursos.

Gasto desnecessário. Muitas
das funções de alta tecnologia
voltadas ao conforto (e tam-
bém à segurança) são opcionais
que, em geral, custam caro. De
acordo com especialistas, caso
esses itens não sejam utiliza-
dos, é um desperdício de dinhei-
ro incluí-los no carro.
Entre os recursos ignorados
ou subutilizados pelos motoris-
tas estão o pareamento do celu-
lar e o park assist (assistente de
estacionamento). O primeiro é
mais simples e está disponível
na maioria dos sistemas multi-
mídia veiculares.
Essa interação facilita e torna
bem mais seguro o uso de aplica-
tivos como o navegador GPS e
de músicas, entre outros. Isso
porque, além da projeção de
imagem, o comando é feito pelo
próprio sistema multimídia do
veículo, sem necessidade de to-
car o telefone celular.
O park assist, que não é ne-
nhum bicho de sete cabeças, faz
a baliza sozinho. Nos sistemas
antigos o motorista precisa ace-
lerar e frear. Nos mais moder-
nos, o carro se encarrega de tu-
do. Basta pressionar uma tecla.

Evento confirmado. CEO do
British Motor Show, Andy
Entwistle diz que a indústria
precisa treinar melhor seus ven-
dedores. “Os consumidores
têm de compreender o quanto
seus carros estão tecnologica-
mente avançados”.
O evento voltará a ser realiza-
do após 12 anos – a última edi-
ção ocorreu em 2008 – e está de
casa nova. Ocorrerá em agosto
no Farnborough International
Expo Centre, complexo locali-
zado a 50 km de Londres. A feira
será focada em novas tecnolo-
gias e apostará sobretudo em
veículos híbridos e elétricos.

De Punhos Cerrados/
I Pugni in Tasca
(Itália, 1965.) Dir. e roteiro de Marco Bel-
locchio, música de Ennio Morricone, com
Lou Castel, Paola Pitagora, Marino Mase.

Luiz Carlos Merten

Se não fosse a pandemia, já
teria estreado o novo Belloc-
chio, O Traidor. Vale (re)ver
o longa que converteu o au-
tor num dos grandes do cine-
ma italiano dos anos 1960.
Um filme obsessão, por um
jovem de 26 anos, sobre os
quatro filhos de uma viúva ce-
ga. Três são epiléticos, um vi-
ra o assassino da família. Fra-
tricídio, matricídio e o desfe-
cho, de arrepiar. Prepare-se.
TEARTE 1, 15H. P&B, 113 MIN.

C


omo a cantora Kátia havia
previsto em meados de
1987, “não está sendo fácil”.
Mas, apesar dos pesares, vamos
tentar passar por essa quarentena
com alguma classe, elegância e boa
coquetelaria.
Por isso, o drinque desta semana
é o clássico Dry Martini.
Existem muitas polêmicas e va-
riações envolvendo o coquetel,
mas a vida já está difícil demais pa-
ra que a gente fique problematizan-
do aquilo que vai beber em casa.
Aqui, trago a receita que costumo

preparar em casa para o meu próprio e
egoísta deleite.

Dry Martini
Ingredientes
75 ml de gim
15 ml de vermute seco
Azeitona
Preparo


  1. Coloque uma taça de martini (coupé) no
    congelador.

  2. Coloque em um mixing glass com gelo
    até quase a metade, 75 ml de gim e 15 ml
    de vermute seco.

  3. Mexa com ajuda de uma colher bailari-


na por 20 ou 30 segundos (o tempo vai
variar de acordo com a diluição do gelo
que você usar).


  1. Tire a taça do congelador. Coe o líquido
    do mixing glass para a taça.

  2. Acrescente uma azeitona.

  3. Seja pleno (a).


Personalize o seu Martini


  • Você pode mexer nas proporções (entre
    o gim e o vermute seco) e mudar substan-
    cialmente o seu coquetel. Quanto menos
    vermute, mais seco será o seu drinque.
    Algumas pessoas gostam do seu Martini
    só com o "cheirinho" do vermute. Fique à
    vontade para obedecer o seu coração.

  • Gosta de vermute? Experimente um Mar-
    tini 50/50 – com a mesma quantidade de
    gim e de vermute.

  • Quer “sujar” o seu Martini? Faça um Dirty


Martini! Basta acrescentar uns 5 ou 10 ml
de água de azeitona.


  • Tem bitter em casa? Então, acrescente
    um dash de bitter de laranja no preparo do
    seu Martini. Funciona super bem.
    “E se eu não tiver azeitona?”
    Você pode usar uma casquinha de li-
    mão-siciliano. Ou optar por uma cebolinha
    em conserva (que vai transformar o seu
    Martini em um Gibson). Se não tiver azeito-
    na, casquinha de limão-siciliano ou ceboli-
    nha, não se estresse. Beba mesmo assim.
    Ah, mais o James Bond (007) toma
    batido e com vodca... Não acho que "ba-
    ter" (chacoalhar a coqueteleira ao invés
    de mexer com uma colher) um Martini
    seja uma boa ideia. Mas se você quer
    muito bancar o 007 siga em frente. Colo-
    que tudo na coqueteleira e mande ver. A
    vida já anda muito difícil pra gente ficar


colocando muitas regras. A vodca
também não é a minha escolha para
esse coquetel, mas se você prefere
vodca não se avexe, não. Troque o
gim pela vodca de sua preferência e
tenha um The Kangaroo (mais conhe-
cido como vodca Martini).
Tem Lillet em casa?
Faça um Vesper:

Ingredientes
60 ml de gim
20 de vodca
10 de Lillet
Preparo


  1. O princípio é o mesmo do Dry Marti-
    ni que você aprendeu no começo desta
    coluna. Eu prefiro mexido, mas muitos
    bares bacanas batem o coquetel. Então,
    não tenha medo de usar a coqueteleira
    aqui.


A GRANDE


ARTE DE


FLÁVIO


MIGLIACCIO


Eliana Silva de Souza

História de uma diva
Estreia nesta terça, 12, às 20h,
na HBO e HBO GO, o documentá-
rio Natalie Wood: Aquilo Que Per-
siste, que faz um retrato de uma
das atrizes mais icônicas de
Hollywood. Dirigido por Laurent
Bouzereau, mistura cenas dos
filmes e material de arquivo, co-
mo fotos, diários, vídeos domésti-
cos e áudios, além de depoimen-
tos de artistas, como Robert
Wagner, marido de Natalie, Ro-
bert Redford, George Hamilton e
Mia Farrow, além de entrevistas
de arquivo com a própria atriz.
Natalie, que iniciou sua carreira
ainda criança, conquistou lugar
de destaque no cinema, mas te-
ve uma morte trágica, aos 43
anos, ao cair do barco em que
estava com o então marido.

Diversão em casa
Ingrid Guimarães retorna nesta
terça, 12, com o seu programa
Além da Conta. Nesta nova tem-
porada, dentro da quarentena e
com o intertítulo #Confinados, a
atriz e apresentadora contará
com a participação de nomes
como Anitta, padre Fábio de Me-

lo, Antônio Fagundes e Cláudia
Raia. Atração vai ao ar às 23h30,
no GNT, com Ingrid querendo
descobrir quais são os excessos
das pessoas nesta fase de isola-
mento social, tendo a tecnologia
como única forma de interação
com as pessoas.

Outro canal
A TNT disponibilizou em seu ca-
nal do YouTube os filmes que
integram seu catálogo Original,
com áudio original e legenda em
inglês e de graça. Estão no catá-
logo, Convidado Vitalício, Em um
Relacionamento Sério e Caçado-
res das Almas Perdidas.

Na ponta dos pés
Nova série do canal TLC, Bele-
za Oculta estreia nesta terça,
12, às 20h30. Nos oito episó-
dios, histórias inspiradoras mos-
tram mulheres que passaram
por cima de normas e supera-
ram desafios impostos pelos
padrões de beleza da socieda-
de. No capítulo inicial, vamos
conhecer a brasileira Thaina,
que não se deixou abater e pas-
sou por cima do preconceito e
da gordofobia para fazer o que
mais ama que é dançar balé.

DESTAQUE
SVENSK FILMINDUSTRI

Inferno 17/
Stalag 17
(EUA, 1951.) Dir. de Billy Wilder, com Wil-
liam Holden, Don Taylor, Otto Preminger.

O clássico de campo de prisioneiros
de Wilder. William Holden coman-
da o comércio do mercado escuso.
Há um informante, todo mundo
pensa que é ele, mas é quem me-
nos se espera. Em pleno macarthis-
mo, isso com certeza queria dizer
alguma coisa. Holden ganhou o Os-
car, o grande diretor Preminger
faz o comandante nazista.
TEL. CULT, 13H35. P&B, 120 MIN.

Filmes na TV


Titanic
(EUA, 1997.) Dir. e roteiro de James Came-
ron, com Leonardo DiCaprio, Kate Winslet,
Kathy Bates, Billy Zane, Frances Fisher,
David Warner, Bill Paxton.

O novelão de Cameron. Ganhou 11
Oscars, incluindo filme e direção,
mas não roteiro, nem interpreta-
ção. O naufrágio do célebre transa-
tlântico, o amor de Jack e Rose, o
diamante. Efeitos notáveis, a can-
ção My Heart Will Go On, na voz de
Celine Dion, e DiCaprio com Kate
na proa – “Rei do mundo!”.
FOX, 15H50. COLORIDO, 194 MIN.

GILBERTO AMENDOLA ESCREVE ÀS SEGUNDAS;
NA INTERNET: BIT.LY/BALCAODOGIBA

l]


Com classe


Um em cada três donos de veículos não utiliza recursos pelos quais pagou, como o auxilio de estacionamento


Facilidade. Carro
faz baliza sozinho

VOLKSWAGEN/DIVULGAÇÃO

Segurança. Pareamento evita manuseio do smartphone

MERCEDES-BENZ/DIVULGAÇÃO
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