Valor Econômico (2020-05-12)

(Antfer) #1

JornalValor--- Página 9 da edição"12/05/20201a CADA" ---- Impressa por VDSilva às 11/05/2020@21:32:


Terça-feira, 12 de maiode 2020|Valor| A

Internacional


Fonte:OMS

Emergentes superampaísesricos
Em novoscasosde covid-

60.00 0

40.00 0

20.00 0

0

Países desenvolvidos Paísesemergentes

Jan Fev 1ª Quinz.
Mar

2ª Quinz.
Mar

Abr Mai

Fonte:OMS

Gastoscomsaúdenomundo
Em % do PIB

Médiados paísesricos
Médiamundial
Irã
Brasil
Rússia
México
Índia
Médiados emergentes
0246

Fonte:FMI

FMIvêpioranascontaspúblicas
Relaçãodívida/PIB,em %

Médiados paísesricos
Irã
Brasil
Rússia
México
Índia
Médiados emergentes

Médiade 2010-19 Previsãopara 2020

0246810

PandemiaDoençacontinuaavançandonospaísesmenospreparados


Covid-19 cai nos países ricos e


emergentes viram novo foco


NaoyukiToyama,
Kazuhiro Kidae Kazuya Manabe
Nikkei, de São Paulo e Tóquio

Enquanto os EUA e a Europase
preparam parareativarsuas eco-
nomias, os novos casosde corona-
vírus crescem rapidamente em vá-
rios grandes paísesemdesenvolvi-
mento. As novasinfecções nos paí-
ses emergentes ultrapassaram as
registradas no grupode países ri-
cos, quandoonúmerode novos
casos confirmados alcançou 50
mil,naúltimasexta-feira.
Os paísesem desenvolvimento
seapressamemreativarsuaseco-
nomiasapesardafragilidadedos
sistemas de saúde,oque gera te-
moresde uma explosãode infec-
ções.Epidemiasseverasdacovid-
19 em paísesaltamenteendivi-
dadospoderãocontinuar obs-
truindoaeconomiaglobal.
O Nikkei examinou casos de co-
ronavírusempregando dadosda
Organização Mundial de Saúde
(OMS). O número de novas infec-
ções nos países desenvolvidos caiu
maisde40%desdeoiníciodeabril,
masovíruscontinuaasepropagar
naseconomiasemergentes.
Na Rússia, os novos casos ultra-
passavama marca de 10 mil há
maisdeumasemana,comumasé-
riedecontaminaçõesnoshospi-
tais einstalações militares. Quase
dois terços, ou 64%, das infecções
têm ocorrido em hospitais, de
acordo comumainstituição de
pesquisaafiliadaaogoverno.
Comonúmero de novos casos
também superando amarca de 10
milpordia,oBrasiljáéosextopaís
comomaiornúmerodemortosno
mundo,atrás dos EUA, Reino Uni-
do, Itália, Espanha e França.As fa-
velas de São Pauloeo utras cidades
grandes se tornaram incubadoras
de covid-19, com muitos ignoran-
doasorientaçõesdeficaremcasa.
O risco também está crescendo
na África.Até agorahouve mais de
40 mil casos confirmados e cerca
de 1.300 mortescausadas pelo co-
ronavírusno continente,segundo
a OMS. Se não forem tomadas me-
didasparaevitarapropagação,na-
da menos que 44 milhões de pes-
soas poderão ser infectadas eaté
190 mil pessoas poderão morrer
na África nos próximos12 de me-
ses. A OMSalerta que a pandemia
parece especialmente forte na

ÁfricadoSuleemCamarões.
Nos países em desenvolvimento
—ondeossistemasdesaúdepúbli-
ca sãomais frágeisdo que nos paí-
ses desenvolvidos —apandemia
tem maiorprobabilidade de levar
ao colapso os sistemasde assistên-
ciamédicaeamaismortes.
Segundo a OMS, os gastosmé-
dioscomassistênciamédica,como
parcela do ProdutoInternoBruto
(PIB)nos países emergentes são de
3%, muitomaisbaixos que os 8%
observados nos países desenvolvi-
dos. Na Rússia, Brasil, Irã, Índia e
no México, onde o coronavíruses-
tá se disseminando rapidamente,
as despesas com saúde,comoper-
centual do PIB, ficaramabaixo da
médiamundialde6%.
No Brasil, a assistência médica
gratuita égarantida pelaConsti-
tuição. Masnão há número sufi-
cientede hospitais públicospara
atenderà demanda. Enquanto os
hospitais que prestam serviços aos
ricostêm sobra de leitosnas Uni-
dadesdeTerapia Intensiva, os po-
bres, que dependemde hospitais
públicos, estão morrendo em
grande número —muitos sem re-
cebertratamentoadequado.
No Irã, ocoronavírus represen-
tou um baque amais para um sis-
temajá fragilizado pelassanções
econômicasimpostaspelosEUA.A
escassez de respiradores, máscaras
e aventaisde proteção em hospi-
taiselevouataxademortalidade.
Apesar de enfrentarem uma es-
calada das infecções, muitas eco-
nomias emergentes estão suspen-
dendo as ordensde ficar em casa e
reabrindo atividades. AÍndia,que
introduziu um confinamentona-
cionalem março, autorizou areto-
mada da atividade econômicaem
algumas áreasdo país ondeonú-
merodecasosépequeno.
O presidente do Brasil, Jair Bol-
sonaro,chamou acovid-19 de “só
umagripezinha”ediz aos cida-
dãos que aparalisação econômica
devido ao coronavírus vai acabar
comaeconomiaeosempregos.
Na quarta-feira passada,ogo-
vernorusso discutiuo abranda-
mentodasrestriçõessobreasativi-
dades, dependendo do númerode
novos casosem cada região. Em
Moscou, construtoras eindústrias
manufatureiras poderãovoltar a
funcionarapartirdehoje.
Os paísesem desenvolvimento
têm poucasalternativasa não ser
tentarrestabelecera atividade,
devidoà sua fragilidadefiscale
econômica.Aocontráriodospaí-
ses desenvolvidos, eles não po-

dem oferecergrandesajudasem
dinheiroou outrotipo de auxí-
lio, o que significa que a insatis-
façãoda opiniãopúblicapodese
acirrarrapidamente.O Irã, por
exemplo, atenuouas restriçõesà
atividade econômicaapesarde
os especialistasadvertiremsobre
aprecocidadedamedida.
Os déficitspúblicosestãoex-
plodindo nos paísesem desen-
volvimento por meiode uma
combinação entre determina-
ções paraque a populaçãoper-
maneçaem casa e aumento dos
gastosdos governos,o que afas-
ta investidores estrangeiros. O
valordas moedasdessespaíses

está caindoem decorrênciadis-
so, o que elevasuasdívidasex-
ternas.Maisde 100 paísesjá so-
licitaram empréstimos emer-
genciaisao Fundo Monetário In-
ternacional(FMI).
A pandemiadeveráprosseguir
se a explosãode contaminações
nos paísespobresnão puderser
evitada.Isso poderáresultarem
calotesgeneralizados da dívida
pública,oquejogaráaeconomia
mundialnumestadodecaosain-
da maior. Isso chamaaatenção
paraa necessidadeurgente de
ajudar sistemas de assistência
médicaclaudicantesedarrespal-
doàeconomiamundial.

IMPACTOSDO


CORONAVÍRUS


Liberais precisamreagir


a umambienteglobal


cada vezmaisantiliberal


Análise


GideonRachman
FinancialTimes

Opoeta RobertFrostcertavez
definiuum liberalcomoum ho-
memde pensamentotão aberto
que não defendianem o próprio
ladonumadiscussão.Bem,agora
éhora de os liberaisdeixaremes-
sa tolerânciahabitual de ladoe
seprepararemparalutar.
É improvávelque omundo
pós-coronavírus sejahospitaleiro
ao liberalismo. Preocupações libe-
rais tradicionais —protegera pri-
vacidade, limitar o poderdo Esta-
do e garantir direitos individuais
—correm o riscodeseremvarri-
das como luxosdesnecessários
enquantoos países lutam para
restaurar a saúde e a economia.
A pandemia já obrigou as pes-
soasatolerarenormesviolaçõesde
liberdades básicas,como odireito
de trabalhar e de se associar livre-
mente. O restabelecimentopleno
desses direitospode levaranos.Ao
mesmotempo,novasformasdevi-
gilância permitemaos governos
acompanhar e controlar os movi-
mentos de seus cidadãos.Medidas
adotadasem nomedo controle da
doençapodemse mostrardema-
siado “úteis” paraseremabando-
nadas depois da pandemia.Ode-
sastre econômico causado pela co-
vid-19 também provocou uma
enorme expansãodo Estado,que
nãoserárevertidarapidamente.
Se ocredoliberaltivesse entra-
do nestacrise com amploapoioe
compreensão popular, seriafácil
garantirquetaisviolaçõesdaliber-
dadefossemtemporárias. Mas é o
casooposto. Oliberalismo teve
umadécadamiserável. A crise fi-
nanceira e suasrepercussões tor-
naram“liberal” um termo maltra-
tado tanto peladireitanacionalis-
taquantopelaesquerdaradical.
Mas há muitaconfusão quanto
ao termo liberalismo, quetem di-
ferentes significados em diferen-
tes lugares. NosEUA, a direita
pró-Trumpvocifera sobre “arrasar
comos‘libs’”, comoquequerdizer
ridicularizar a esquerda. Na Euro-
pacontinental,hámaischancesde
que se use liberal comosinônimo
de direita. Aesquerdaeuropeia
gostade denunciar os liberais —
ou, como preferem,“neoliberais”
—comodefensoresdocapitalismo
desalmadoedadesigualdade.
Na verdade, há algunspontos
em comum nas acusações da di-
reita populista eda esquerda ra-
dicalcontraoliberalismo.Ambas
argumentam que, nos últimos 30
anos,osliberaiscriaramumsiste-
maparafavoreceraelite.Adireita
ficaparticularmenteirritadacom
aglobalização eaimigração.O
focodaesquerda éadesigualda-
deeainsegurançaeconômica.
Ainclinaçãodosliberaisatentar
ver o outrolado nas discussões, ca-
çoadaporFrost,fazcomqueeume
sintamaisdo que disposto aacei-
tar queas críticas, tanto da esquer-
da quantoda direita,têm algum
mérito. O desejo liberalde enco-
lher as fronteiras do Estadocontri-
buiu para ainsegurança econômi-
ca no Ocidente. E a direita está cer-
ta ao dizer que muitosliberais es-
tavam muito relaxados quanto às
consequênciasdaglobalização.

No que a onda antiliberalestá
erradaéem argumentar que esses
errosde políticas governamentais
são inerentesao liberalismo.Mais
importante, os críticos normal-
menteignoramos custosàliber-
dade eprosperidade infligidos pe-
losataquesaosprincípiosliberais.
Liberalismoé um termo escor-
regadio. Mas,para mim,oponto
de partida continuasendooprin-
cípio do dano descrito oor John
StuartMillem“SobreaLiberdade”,
de 1859. “O único propósito pelo
qual o poder podeser exercido le-
gitimamentesobre um membro
de uma comunidadecivilizada,
contra avontade dele, éimpedir
que outros sejamprejudicados.”
Esse princípioécompatívelcomas
medidas de confinamento tempo-
rário motivadas pela pandemiae
com outros aspectosmais rotinei-
ros do Estadomoderno, comoas
leisdesaúdeedeconcorrência.
Não há motivos inerentes pelos
quaisessetipo de liberalismoclás-
sicodeva resultar numaconflagra-
ção de regras ecrise financeiras. A
maioriados liberais não édeliber-
tários. Eles aceitam anecessidade
de um Estado ativo para que os
mercados funcionem. O “neolibe-
ralismo” de Ronald Reagane Mar-
garet Thatcher era avesso ainter-
vençõesdoEstado,tantopormoti-
vos políticos quanto econômicos.
Mas Tony Blair, também acusado
frequentemente de “neoliberal”,
defendeu maisgastospúblicos e
impostosredistributivos.
Hoje, muitos apoiadores de
Blair admitem que o ex-premiêer-
rou quando o Reino Unido se tor-
nou o único país da União Euro-
peia a aceitar de imediato a imi-
gração ilimitada de novospaíses
do bloco, em 2005. Mas adotar
uma abordagemmaiscautelosa
sobreimigração é compatível com
o liberalismoe, ainda assim,conti-
nuaestandomuitolongedapolíti-
canativistadeDonaldTrump.
Liberais sensatos compreen-
dem que, para Estados-nações de-
mocráticosfuncionarembem,os
direitosdos cidadãosdevem sem-
pre estar acima dos direitosdos
que não são cidadãos. Mas os libe-
rais de verdadediferem dos co-
munitaristas da extrema-direita
ou extrema-esquerda em sua ên-
fase nos direitosdo indivíduo, em
vez de nosdireitosena identida-
de de grupo. Isso significa queos
liberais também sabem que as re-
lações internacionais nãose refe-
rem apenas a gerenciar relações
entre Estados; precisam reconhe-
cer os direitos dos indivíduosque
moramnesses Estados.
Acrençanos direitosuniver-
sais do homemvem desdeoIlu-
minismoefoi expressada mais
brilhantemente na Declaração
de Independência Americana,
com sua insistênciade que todos
oshomenssãocriadosiguais.
Enquanto os extremosda di-
reitae da esquerda se aquecem
para aluta para controlar omun-
dopós-coronavírus,elesparecem
estarunidosapenasemseudes-
prezocomumpelos liberais. Mas
os dois lados podemalgum dia
vir asentir saudadesdeumim-
portante aspecto do liberalismo.
Como Frost também destacou, os
liberais não acreditam em
destruirseusinimigos.

Novos casos elevam temorde


2


a
onda naChinae naCoreia

Agências internacionais

Novoscasosna Chinae na Co-
reia do Sul elevaramos alertas
para o riscode uma segunda on-
dadeinfecçõesdecovid-19.
Acidade chinesa de Wuhan, on-
de começouapandemiade covid-
19, reportou ontemos primeiros
novoscasos desdeofim do confi-
namentode76diasem8deabril.

Os seis casostransmitidos local-
mente,relatadosnos dias 9 e10 de
maio, foram encontrados em pes-
soas já em quarentena que eram
assintomáticas antesde serempo-
sitivas,segundoogovernolocal.
Na Coreia do Sul, o governosus-
pendeua reabertura das escolas,
previstas paraesta semana, além
do fechamentode boates ebares
paraconteroaumentodecasos.

Exportações daCoreiadoSul


caem46%noinício demaio


Agências internacionais

A Coreia do Sul registrou uma
queda sem precedentes de 46,3%
em suas exportações nos primei-
ros dez dias do mês,enquanto as
importações caíram 37,2%, segun-
dodadosdivulgadosontem.
QuartamaioreconomiadaÁsia,
os dadosda Coreia do Sul são uma
indicação do potencial declínio

nosfluxoscomerciaisqueospaíses
daregiãodevemternestemês.
As exportaçõesda Coreia do Sul
para aChina caíram8,8% nos pri-
meirosdezdiasdemaio,enquanto
os embarquespara os EUA enco-
lheram 41% e paraa União Euro-
peia recuaram36%. Esses dados
proporcionam a primeira indica-
ção do choquena demanda dos
mercadosconsumidores.

Curtas


Putinreduzrestrições
ARússiaultrapassouontema
Itálianonúmerodenovoscasos
docoronavírus,masissonãoim-
pediuopresidenteVladimirPutin
deanunciarofimdoconfinamen-
tonacionalapartirdehoje.Putin
ressaltou,porém,queasmedidas
sanitáriasadotadasparacontera
propagaçãodacovid-19continua-
rãoemvigor.Oseventospúblicos
seguemproibidos.ARússiaregis-
trouontem11.656novoscasos.

Argentinaprorrogaprazo
OgovernodaArgentinaesten-
deuaté22demaiooprazopara
oscredoresprivadosaceitarem
seuplanoparareestruturarUS$
65bilhõesemdívidasdopaís.
Nessadatavenceoprazodeca-
rência30diasparapaísquitar
US$500milhõesemjuros.

Parquereabre emXangaicompúblicolimitado


QILAI

SHEN/BL

OOMBERG

Apósmais de quatro mesesfechada, a
Disney reabriuontemseu parque
temático em Xangai, mascom
limitação no número de pessoas e uso
obrigatório de máscaras e checagem
de temperatura dos visitantes. A
experiência em Xangaiservirá de
referência para a Disney reabrirsuas
demais unidades nos EUA e em Hong
Kong, que seguemfechados por
enquanto. Para entrar na Disney
Xangai, os visitantes precisamfazer
reservas, comhora marcadade
chegada.As entradas se esgotaram
em poucos minutos após o períodode
reservas, na últimasexta-feira, um
alento para a companhiaque reportou
queda de 91%nos lucros no primeiro
trimestre. Inicialmente, o número de
visitantes serálimitadoa um terçoda
médiadiáriaanterior à pandemia,de
80 mil, e seráaumentada
gradualmente. Na foto, banda de
músicos se apresenta na reabertura
do parque,como público mantidoà
distância.

Epidemia matoumais emNY


doquedados oficiais mostram


MichelleFay Cortez
Bloomberg

A cidade de NovaYork teve qua-
tro vezes maismortes do que o
normal durante aepidemia de co-
vid-19, segundo um estudo. Isso
inclui milhares de mortes que não
foramatribuídas àcovid-19, mas
que podem ter sidocausadas indi-
retamentepelacrisenasaúde.
De 11 de marçoa 2de maio,
houve32.107 mortes na cidade,
24.172 a maisdo que o esperado
para operíodo, combase nas ten-
dências passadas, diz um relatório
do Departamento de SaúdeeHi-
gieneMental de NovaYork publi-
cadopelos Centrosde Controle e
PrevençãodeDoençasdosEUA.
Acovid-19 foi diretamentevin-
culada a18.879 dessas mortes a
mais, em casos confirmados ou

prováveis.Mashouve5.293mortes
excedentesque podem estarliga-
dasindiretamenteàepidemia.
As mortes excedentes são um
mododeaferir aletalidadeque
capta nãoapenas as vítimasdo ví-
rus comotambémos efeitos cola-
terais negativosepositivos, como
pessoas que morreram de um in-
farto porque não conseguiram
chegaraumhospitalatempo,oua
menorquantidadede pessoas que
morreram emacidentes de carro
peladiminuiçãodotrânsito.
Os serviços de emergência de
saúdeficaram sobrecarregados e
muitosprocedimentos e consultas
médicas foram cancelados ou
adiadosafimdecriaracapacidade
necessáriapara tratar dos pacien-
tes acometidos pelocoronavírus.
Isso possivelmente causoumortes,
queentramnessacontabilidade.

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