O Estado de São Paulo (2020-05-13)

(Antfer) #1
Espaço interno
Um dos destaques é a
cabine ampla e bem
acabada, que pode levar cinco
pessoas confortavelmente.

Manobrabilidade
O grande diâmetro
de giro obriga o moto-
rista a manobrar muito para
entrar e sair de vagas.

PRÓS & CONTRAS

Diego Ortiz


Perder potência nunca é uma
coisa boa. Mas, no caso do Che-
vrolet Equinox, a adoção do mo-
tor 1.5 de 172 cv como opção ao
2.0 (de 262 cv), que até então
era o único disponível no Brasil,
tem suas vantagens. A principal
é o preço R$ 8 mil mais baixo
que o do SUV de topo, que o
deixa ainda mais competitivo
em relação aos rivais. Tabelado
a R$ 135.190, ante os R$ 143.190
da versão 2.0, o modelo feito no
México ganhou predicados pa-
ra encarar o pernambucano
Jeep Compass, líder de vendas
do segmento e cuja versão de
entrada, Sport, com motor 2.0
de 166 cv, parte de R$ 121.990.
O motor 1.5 turbo do Equinox
entrega a potência máxima a
5.600 rpm e os 27,8 mkgf de tor-
que a partir dos 2.500 giros. O
câmbio é automático de seis
marchas (na versão 2.0 são no-
ve). No papel, os números são
ótimos, mas o SUV é pesadão
(1.673 kg) e, na prática, isso limi-
ta seu desempenho.
O Chevrolet anda muito bem
quando está embalado, com o
motor lá pelas 3 mil rpm. Por
isso, é bom para a estrada, mas
não é um carro que acelera com
vigor no meio urbano.
Ultrapassagens, por exem-
plo, podem ser feitas sem re-
ceio. Se o 1.5 não é pujante, está
longe de ser manco. Mas fica o
conselho: se você está de olho
no SUV de entrada, não faça um
test-drive com a versão 2.0. Ca-
so contrário, você correrá um
grande risco de se deixar levar
pela emoção e gastar mais do
que pretendia. Para compara-
ção, além de ter 90 cv e 10 mkgf
a mais, a versão com motor 2.0 é
apenas 20 kg mais pesada.
A suspensão tem ajuste volta-
do ao conforto. Rodar com o
SUV na cidade é gostoso graças
ao sistema independente com
multibraço no eixo traseiro.
O carro encara buracos e im-
perfeições no pavimento, além
de lombadas, com tranquilida-
de, sem batidas secas no retor-
no dos amortecedores. O único
senão é o grande diâmetro de
giro, que obriga o motorista a
fazer várias manobras para en-
trar e sair de vagas apertadas.


Brilho interno. Se a carroceria
do Equinox, com seus 4,65 me-
tros de comprimento, já chama
a atenção, a cabine é ainda me-
lhor. Com 2,72 metros de distân-
cia entre os eixos, há espaço de
sobra tanto na frente quanto
atrás. Três pessoas viajam no
banco traseiro com conforto.
Para comparação, o Compass
é 24 cm mais curto (4,41 m) e
tem 9 cm a menos de distância
entre os eixos (2,63 m).
O piso totalmente plano do
SUV da Chevrolet facilita a mo-
vimentação das pernas. E se ape-
nas duas pessoas estiverem
atrás, o assento do meio ainda
vira uma mesinha.
O porta-malas com 468 litros
também é bom. Há ainda um ni-
cho sobre o estepe que pode ser
usado para acomodar objetos
pequenos e que precisem de
maior proteção.

Completo. O Equinox vem
bem equipado de série. Todas
as versões têm itens como acen-
dimento automático dos faróis
e air bags laterais e do tipo corti-
na (os dianteiros são obrigató-
rios por lei). Assistente de parti-
da em rampa, aviso de esqueci-
mento de objetos e crianças no
banco traseiro, além de ar-con-
dicionado automático de duas
zonas, também estão no pacote.
Há ainda partida do motor
por meio de botão, chave pre-
sencial, banco do motorista
com ajustes elétricos e faróis de
xenônio. O sistema de conecti-
vidade MyLink tem tela de 8 po-
legadas e navegador GPS.
A versão Premier, como a ava-
liada e tabelada a R$ 161.189, é a
única com motor 1.5 equipada
com tração 4x4. Além dos itens
acima, acrescenta abertura au-
tomática do porta-malas, aler-
tas de risco de colisão frontal e
detecção de pedestres (com fre-
nagem automática), de ponto
cego, movimentação na trasei-
ra e saída involuntária de faixa.
Teto solar, rodas de liga leve
de 19 polegadas (as das versões
mais simples têm 18”), memó-
ria para o ajuste do banco do
motorista, faróis com fachos di-
recionais, carregador de celular
sem necessidade de uso de fio e
sistema de som da marca Bose
também vêm de fábrica.

Quando o Chevrolet Equinox
chegou ao Brasil, em outubro
de 2017, algo que chamou a aten-
ção foi seu motor. Reinavam no
País os SUVs compactos, foca-
dos no conforto e com motores
“fracos”. Das marcas generalis-
tas não havia nenhum modelo
que oferecesse desempenho vi-
brante e fizesse virar os olhos e
suar as mãos dos fãs de carros.


Mas o anúncio do novo GM
usava como chamariz o fato de
o SUV ostentar o mesmo motor
utilizado na versão de entrada
do Camaro vendido nos Esta-
dos Unidos. A marca apostou
tanto no poder desse argumen-
to que baseou a campanha publi-
citária nisso, com direito ao pi-
loto Felipe Massa como garoto
propaganda do SUV.

Na versão com o 2.0 de 262 cv
(potência similar à do V6 do
Omega “australiano”), o Equi-
nox tem câmbio automático de
nove marchas. Esse conjunto
enche os olhos tanto na teoria
quanto na hora de acelerar.
Mas, por mais que fosse mui-
to bom, com esse trem de força
o preço do SUV era alto em rela-
ção aos principais rivais. Sobre-

tudo ao levar em consideração
que o Equinox veio substituir o
Captiva, que não ia bem das per-
nas há muito tempo.
Esse foi um dos motivos que
levou a GM a trazer a opção
com motor 1.5 turbo. Afinal de
contas, o objetivo das fabrican-
tes é vender, não ostentar.
Puristas, fãs e analistas torce-
ram o nariz para a novidade. Pa-

recia ser um demérito para o car-
ro, que tinha como grande trun-
fo a potência do motor 2.0.
Não é fácil deixar quase 100
cv de lado. Tanto que a GM fo-
cou a campanha de lançamento
da opção mais “fraca” na racio-
nalidade. Foi quase como um
pedido de desculpas.
Ao avaliar a nova versão, fica
claro que o motor 1.5 turbo casa

até melhor com ele que o 2.0.
Há mais equilíbrio.
Os 262 cv do motor do Cama-
ro eram ótimos de bradar em
linha reta. A aceleração destoa
da de outros SUVs oferecidos
no Brasil e, com algumas ressal-
vas, pode ser comparada ate à
de alguns modelos alemães.
Mas é muito motor para pou-
co carro. O ajuste da suspensão,
voltada ao conforto, deixa a ta-
refa de encarar curvas algo emo-
cionante demais para quem só
quer levar os filhos à escola.

Com motor 1.5 turbo, Chevrolet Equinox fica mais competitivo e parte de R$ 135.190


COMO DEIXAR O MOTOR DO CAMARO PARA LÁ?


Jornal doCarro


Requinte. Couro costurado é destaque do acabamento

FONTE: CHEVROLET

MENOS FÔLEGO PARA


IR MELHOR


Familiar. Entre-eixos tem2,72 m e porta-malas, 468 litros

FICHA TÉCNICA

FOTOS:

GM/DIVULGAÇÃO

Detalhes. Cromados dão aspecto mais refinado à cabine

Amplo. SUV leva até cinco pessoas com muito conforto

Parrudo. Estilo grandalhão
chama bastante a atenção

EQUINOX PREMIER

Preço sugerido R$ 161.189
Motor 1 .5, 4 cil., 16V, turbo, gas.
Potência (cv) 1 72 a 5.600 rpm
Torque (mkgf) 2 7,8 a 2.500 rpm
Câmbio Automático, 6 m.
Comprimento 4 ,65 metros
Porta-malas 4 68 litros
Peso 1 .673 quilos

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