O Estado de São Paulo (2020-05-13)

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O ESTADO DE S. PAULO QUARTA-FEIRA, 13 DE MAIO DE 2020 NotaseInformações A


N


ão bastasse a pandemia do novo
coronavírus, o presidente Jair Bol-
sonaro criou mais um elemento a
gerar preocupação sobre o futuro
do governo e do País. Na tentati-
va de se proteger de eventual aber-
tura de processo de impeachment, bem como
de barrar uma Comissão Parlamentar de In-
quérito (CPI) para investigar suas irresponsabili-
dades, o presidente da República passou a nego-
ciar pessoalmente com o chamado Centrão – o
bloco de partidos que, sem nenhum compromis-
so com o interesse público, faz da política um
balcão de negócios.
Conforme revelou reportagem do Estado , o
objetivo do Centrão é a liberação de recursos pú-
blicos, com o abandono por parte do governo fe-
deral de seu compromisso com o equilíbrio das
contas públicas. Sinônimo de fisiologismo e habi-
tuado a não ter especiais pudores em suas nego-
ciações, o bloco de legendas tem claro o que dese-
ja do presidente Jair Bolsonaro.
Ciente de que o Palácio do Planalto tem o con-
trole das artilharias virtuais contra seus adversá-
rios políticos, o Centrão exige, em primeiro lu-
gar, um cessar-fogo das redes bolsonaristas. Ain-


da que sua trajetória parlamentar seja umbilical-
mente unida aos partidos do Centrão, desde a
campanha presidencial de 2018, Jair Bolsonaro
valeu-se da rejeição popular à compra e venda
de apoio parlamentar, e prometeu instaurar uma
nova forma de fazer política. Ago-
ra, o Centrão está cansado do tra-
tamento abusivo que recebeu
nos últimos dois anos e prescre-
ve, se o presidente de fato almeja
apoio no Congresso, a interrup-
ção dos ataques, numa política
de mais moderação e diálogo. O
Centrão é especialista neste diálo-
go que, acima de tudo, é um in-
tenso e profícuo comércio.
O Centrão pode ser criticado
por inúmeros defeitos, mas não o
da ingenuidade. Sabe que, para a
concretização dessa troca de
apoio e favores, é preciso que as partes honrem a
palavra – e, nestes 17 meses de governo, o presi-
dente da República não foi pródigo em exemplos
nesse sentido. Na realidade, Jair Bolsonaro fez-
se insistentemente refém de quem grita mais al-
to, mesmo que a voz altiva fosse apenas a de seus

devaneios. O Centrão não é afeito a esse tipo de
inconstância. Para entregar o tão desejado apoio
político no Congresso, quer ver antes o presiden-
te Bolsonaro cumprindo sua palavra.
Mas tudo isso são meras condições prévias
diante do real objeto de desejo do
Centrão. Em sua aproximação de
Bolsonaro, o bloco vislumbrou
um jeito de assegurar sua sobrevi-
vência eleitoral. A solução não
tem nada de inovadora, mas sim-
ples cópia do que, anos antes, o
presidente Lula fez de forma tão
sistemática. O Centrão quer que o
governo federal abra as torneiras
do Tesouro, irrigando com fartos
recursos públicos o cenário eleito-
ral, especialmente no Nordeste.
Parlamentares do bloco já falam
abertamente, por exemplo, em tor-
nar permanente o auxílio emergencial de R$ 600
a informais e de ampliar o valor do benefício pa-
go a empregados com carteira assinada afetados
por redução de jornada e salário ou pela suspen-
são do contrato de trabalho. A jogada é clara: que
o “corona voucher” possa ser o que foi o Bolsa Fa-

mília, em termos eleitorais, durante os anos em
que o PT esteve no governo federal.
Além de não ser ingênuo, o Centrão sabe que
não há recursos públicos suficientes para a emprei-
tada. Mas ele não se melindra com a origem do di-
nheiro e tem uma sugestão para contornar essa di-
ficuldade – a emissão de moeda. Eis o cenário
ideal para as aspirações do Centrão: um presiden-
te da República que faz de tudo para se enfraque-
cer diariamente e ainda se mostra disposto a impri-
mir dinheiro. É modalidade de saque sem limite.
A concretização do acordo de Jair Bolsonaro
com o Centrão representa o abandono da políti-
ca prometida na campanha, escanteando a um só
tempo o ministro da Economia, Paulo Guedes, e
o presidente do Banco Central (BC), Roberto
Campos Neto. Tal como Lula e Dilma fizeram, o
tal pacto levaria o País à garra por meio da irres-
ponsabilidade fiscal, tudo em troca de apoio po-
lítico-eleitoral. De forma trágica e dolorosa, o
País vê como bolsonarismo e lulopetismo são se-
melhantes, se não nos meios empregados, certa-
mente quanto aos fins que almejam.
É constrangedor o desrespeito com que Jair
Bolsonaro trata os brasileiros – e tudo isso, no
meio de uma pandemia.

M


ais cedo ou
mais tarde, a
corrida mun-
dial dos cien-
tistas para en-
contrar uma
vacina contra a covid-19 será
bem-sucedida. Já para o presi-
dente Jair Bolsonaro, não há xa-
rope que dê jeito.
Na segunda-feira (11/5), o pre-
sidente decretou a inclusão de
academias de ginástica, salões
de beleza e barbearias entre os
serviços considerados essen-
ciais, isto é, que podem funcio-
nar mesmo em meio à quaren-
tena imposta para enfrentar a
pandemia. Trata-se de óbvio
abuso da noção de serviço es-
sencial; afinal, pode-se perfeita-
mente viver sem levantar pesos
e sem cortar os cabelos, mas
não se pode viver sem energia
elétrica, transporte público e
hospitais. Para o presidente,
contudo, “academia é vida”.
Em seu idioma exótico, Bolso-
naro comentou que “as pes-
soas vão aumentando o coleste-
rol, têm problema de estresse”
e, com a academia, terão “uma
vida mais saudável”. Já sobre
os salões de beleza, Bolsonaro
disse que “fazer cabelo e unhas
é questão de higiene”.
Discutir se salões de beleza
são serviço essencial em meio a
uma pandemia – que, ainda lon-
ge do pico, já matou mais de 11
mil brasileiros – é perder o foco
do problema central: Bolsonaro
investe na desordem, da qual
pretende extrair capital eleito-
ral. Em meio às imensas incerte-
zas geradas pela doença, que de-
safiam até mesmo os melhores
administradores públicos de to-
do o mundo, Bolsonaro oferece
o elixir das soluções fáceis.


A estratégia é óbvia: preocu-
pado exclusivamente com sua
reeleição e com seu projeto au-
toritário, Bolsonaro quer fazer
crer que a pandemia não passa
de “histeria” para prejudicar
seu governo e que tudo seria di-
ferente se os “inimigos do Bra-
sil”, como ele chama aqueles
que impõem limites a seu po-
der, parassem de sabotá-lo.
A lista de bodes expiatórios
do bolsonarismo é extensa. In-
clui os governadores e prefei-
tos que, cumprindo seu dever,
impuseram quarentena; inclui
o Supremo Tribunal Federal
que, em respeito ao princípio
federativo, confirmou a autono-
mia de Estados e municípios

para gerenciar a crise como
acharem melhor; e inclui até
mesmo o ministro da Saúde – o
anterior foi demitido porque
contrariou Bolsonaro ao insis-
tir no isolamento social como
melhor forma de combater a
pandemia, e o atual está sendo
hostilizado pelos bolsonaristas
porque manifestou pesar pelos
mortos e colocou em dúvida o
tratamento com cloroquina, a
panaceia do presidente.
Ficará para a história a expres-
são de espanto do ministro da
Saúde, Nelson Teich, ao tomar
conhecimento, por jornalistas,
do decreto presidencial que am-
plia a lista de serviços essen-
ciais. “Isso aí... Saiu hoje isso?”,
perguntou, incrédulo, o minis-
tro, que só está no cargo, pasme
o leitor, porque disse ter “alinha-

mento completo” com Bolsona-
ro. Desprezado publicamente
pelo presidente, o ministro está
sendo igualmente ignorado pe-
los gestores de Saúde estaduais
e municipais, que já informa-
ram que não vão seguir as no-
vas diretrizes do Ministério des-
tinadas a obter um padrão na-
cional para o distanciamento so-
cial – primeiro passo para a flexi-
bilização exigida por Bolsonaro.
O Brasil deve ser hoje o único
país do mundo em que o Minis-
tério da Saúde tem papel peri-
férico, quase decorativo, em
meio a uma pandemia mortal.
Alguns governadores tam-
bém avisaram que não vão aca-
tar o decreto de Bolsonaro so-
bre serviços essenciais. “Afron-
tar o Estado Democrático de Di-
reito é o pior caminho, aflora o
indesejável autoritarismo no
Brasil”, reagiu Bolsonaro, atri-
buindo aos governadores uma
transgressão que é ele quem sis-
tematicamente comete.
Felizmente, cada vez mais
brasileiros diagnosticam Bolso-
naro como incurável. A mais re-
cente pesquisa da MDA para a
Confederação Nacional dos
Transportes indica que, em
quatro meses, a avaliação nega-
tiva do governo subiu de 31%
para 43,4%, enquanto a avalia-
ção positiva do desempenho
pessoal de Bolsonaro caiu de
47,8% para 39,2%. E nem chega-
mos à metade do mandato –
donde se conclui que, em meio
à disputa feroz entre Bolsona-
ro e o coronavírus para ver
quem é pior para o Brasil, resta
torcer para que alguém retome
a ideia do falecido Brás Cubas e
invente um emplastro “destina-
do a aliviar a nossa melancólica
humanidade”.

D


elineia-se um
quadro grave
de ameaça e
afronta à Cons-
tituição e às ins-
tituições. Em in-
tervalo de menos de um mês, o
presidente Bolsonaro partici-
pou de manifestações antide-
mocráticas, que pediam inter-
venção militar e fechamento do
Congresso e do Supremo Tribu-
nal Federal (STF). Além disso,
o ex-ministro da Justiça Sérgio
Moro acusou Jair Bolsonaro de
tentar interferir politicamente
na Polícia Federal (PF), com
um plano que incluía a exonera-
ção do então diretor-geral da
PF Maurício Valeixo, tal como
efetivamente ocorreu.
Tanto o Poder Judiciário co-
mo o Legislativo têm atribui-
ções constitucionais para fazer
valer, no sistema de pesos e
contrapesos inspirado em Mon-
tesquieu, os limites do Executi-
vo. Mas é também papel da so-
ciedade defender o Estado De-
mocrático de Direito, especial-
mente em situações graves co-
mo a que se vê agora. Referi-
mo-nos aqui a toda a popula-
ção – afinal, todos são cidadãos


  • e, de forma especial, à chama-
    da sociedade organizada e às or-
    ganizações da sociedade, com
    suas entidades civis, associa-
    ções de classe e movimentos.
    Numa República, todos são
    iguais perante a lei, e não cabe
    atribuir prerrogativas diferen-
    ciadas a alguns. Aqui se faz refe-
    rência não a privilégios, mas à
    responsabilidade. Quem pode
    fazer mais – seja por sua condi-
    ção social, sua situação econô-
    mica, seu prestígio profissio-
    nal, sua capacidade de mobiliza-
    ção ou outra característica pes-


soal – tem maior responsabili-
dade. Diante da atual situação
política e institucional, as eli-
tes, no sentido sociológico do
termo, têm – repetimos – papel
decisivo na defesa da Constitui-
ção e da legalidade.
Em primeiro lugar, é preci-
so estar alerta aos ataques con-
tra o Estado Democrático de
Direito. Para tanto, é funda-
mental estar bem informado,
para discernir os diferentes fe-
nômenos. Por exemplo, num
regime de liberdade, é plena-
mente legítima a crítica con-
tra uma decisão da Corte cons-
titucional. Há, no entanto, ma-
nifestações que, mais do que
discordarem da decisão, afron-

tam a independência e a pró-
pria existência do tribunal. É
possível fazer críticas, mas
não é tolerável ameaçar ou in-
timidar integrantes do STF.
Tal vigilância, baseada em in-
formação precisa e confiável, é
especialmente importante em
tempos de massivas campa-
nhas de desinformação nos
meios digitais. Além de agredir
as instituições democráticas, a
desinformação põe em risco a
própria capacidade da socieda-
de de se inteirar do que está
ocorrendo, na velha tática utili-
zada pelos regimes autoritários.
Sem um conhecimento preci-
so dos fatos – sem que a socieda-
de organizada e as organizações
da sociedade estejam inteiradas
dos acontecimentos –, o País fi-
ca à deriva, sujeito às manipula-

ções e manobras de demagogos
e liberticidas. Daí a importância
da liberdade de expressão e de
imprensa, bem como do dever
cívico de não se alhear da reali-
dade do País. Se isso é uma ne-
cessidade em tempos normais,
o que dizer quando o próprio
presidente da República inter-
vém em atos antidemocráticos
ou minimiza, e até estimula,
agressões contra a imprensa?
Toda vigilância é pouca.
Mas não basta conhecer as
ameaças e os ataques. É preci-
so tocar o sino de alerta, des-
pertando os corações e as men-
tes de seus pares, colegas, fami-
liares – de todos. Não cabe apa-
tia, por exemplo, diante da gra-
vidade das denúncias feitas pe-
lo ex-ministro Sérgio Moro.
Foi revelado que o presidente
Jair Bolsonaro deseja violar a
isenção do poder público para
investigar atos criminosos, pon-
to nevrálgico do Estado de Di-
reito. Diante disso, não basta o
Supremo abrir um inquérito. É
dever da sociedade fazer ouvir
sua voz, manifestando que não
aceita esse tipo de interferên-
cia e exigindo o retorno do
mandato presidencial ao seu
leito normal.
Com frequência, os golpistas
que pedem intervenção militar
e fechamento do Congresso di-
zem, sem o menor escrúpulo,
que o povo, enojado das institui-
ções, estaria ao lado deles. Para
desfazer tal falácia, nada melhor
que a voz da sociedade defen-
dendo, de forma inequívoca, o
Estado Democrático de Direito.
Se há bravatas e manobras ile-
gítimas e liberticidas, a melhor
resposta é a voz responsável da
sociedade. Contra esse esteio
social, os fanáticos nada podem.

As cartas do Centrão


ANTONIO CARLOS PEREIRA / DIRETOR DE OPINIÃO

Não basta conhecer os
ataques à Constituição e
às instituições, é preciso
tocar o sino de alerta

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Notas & Informações


Bolsonaro, o incurável


Estratégia é óbvia: fazer
crer que a pandemia não
passa de ‘histeria’ para
prejudicar seu governo

A necessária voz da sociedade


l Desgoverno Bolsonaro
Avantesmas

O editorial Assombrações (11/5,
A3) mostra o presidente Jair
Bolsonaro e seu bolsonarismo
“de corte autoritário” cevando
fantasmas e atemorizando a
sociedade, atacando seus oposi-
tores e invocando a assombra-
ção da volta do lulopetismo,
enquanto o País começa a en-
trar em colapso sob um gover-
no que não sabe governar. Bol-
sonaro, que se diz republicano,
dá mostras constantes de seu
desprezo pelo povo e apoia mo-
vimentos de cunho anticonstitu-
cional, anti-instituições de Esta-
do – Supremo Tribunal e Polí-
cia Federal, por exemplo –, em
plena Esplanada dos Ministé-
rios, sob os olhares plácidos de
militares que servem a ele no
Palácio do Planalto. Aqui invo-
co a magistral análise do artigo
Responsabilidade militar (11/5,
A2), de Denis Rosenfield, que
sugere, entre outras medidas,
“os militares mais diretamente
engajados retirarem seu apoio,
com as Forças Armadas deixan-
do claro que não pactuam com
a polarização atual”. E ainda
alerta que “as redes sociais são


influenciadas pelo dito gabinete
do ódio, extensão do clã fami-
liar, em cujas mãos parece estar
o destino do País”. Indiferente
à realidade dura das famílias
enlutadas pela covid-19, Bolso-
naro resolveu passear de jet ski
no Lago Paranoá, em vez de to-
mar um jipe, um cabo e um sol-
dado – todos com máscara! – e
passar defronte aos hospitais
de Brasília saudando os heróis
que tratam dos pacientes, mui-
tos perdendo a própria vida.
Por tanto desprezo, autoritaris-
mo e alienação, digo que basta
de Bolsonaro. Já se faz tarde.
HERBERT SILVIO A. PINHO HALBSGUT
[email protected]
RIO CLARO

O demolidor
Assombrações como as relata-
das no editorial estão na mente
limitada do presidente porque
a realidade mostra que ele é um
consolidado destruidor do Bra-
sil. Todas as suas ações se limi-
tam à defesa de sua família e de
uma agenda retrógrada que in-
clui lemas da ditadura e do na-
zismo. Os périplos pela Praça
dos Três Poderes e o desdém
pelos mortos em passeio de mo-

to aquática são testes, não da
capacidade do presidente, mas
do limite da nossa tolerância.
ADILSON ROBERTO GONÇALVES
[email protected]
CAMPINAS

Defesa do povo
Excelente o conteúdo do edito-
rial Assombrações. Abrangente e
realista, mostra o reaparecimen-
to de políticos que já estavam
esquecidos e, graças aos erros e
alucinações do presidente, con-
seguem voltar à mídia como se
fossem donos da verdade. É ób-
vio que estão armando uma
grande armadilha para Sergio
Moro. É hora de ficarmos aten-
tos à atuação de STF, STJ ,
OAB, PGR, Câmara e Senado.
Veremos os verdadeiros defen-
sores do povo brasileiro.
VITOR DE JESUS
[email protected]
SÃO PAULO

Projeto de poder
O presidente está disputando
com os petistas o tal “projeto
de poder” que elles tentaram
impor à Nação. Ficou claro que
a tigrada inspirou o capitão em
“como fazer”, nos mínimos de-

talhes, e quiçá sendo “melhora-
do” pelo clã Bolsonaro. Assim,
ai de quem não aceitar suas con-
dições, pois será considerado
como “a serviço do diabo”. Esta-
mos vivendo e aprendendo co-
mo se faz o aparelhamento do
Estado. E em plena pandemia!
JÚLIO ROBERTO AYRES BRISOLA
[email protected]
SÃO PAULO

Terra arrasada
Lula e asseclas passaram 13
anos destruindo o Brasil.
Será que Bolsonaro, em quatro
anos, vai terminar o serviço?
LUIZ FRID
[email protected]
SÃO PAULO

Fábula sobre a soberba
Brincando ou não, Jair Bolsona-
ro, ao dizer que será presidente
até 2027, transportou-me a fá-
bulas, e até versículos bíblicos,
que tratam sobre a soberba.
A mais popular das fábulas é a
Lebre e a Tartaruga : muito segu-
ra de si, a lebre propõe à tartaru-
ga uma corrida, sabendo da ler-
deza da oponente, e, achando-se
imbatível, resolve tirar uma so-
neca no meio do caminho;

quando acorda, tinha perdido a
corrida. Ainda temos dois anos
e meio para o término do man-
dato, em que o presidente, com
sua língua solta, conspira con-
tra si próprio. Melhor ouvir os
assessores e falar menos, o po-
vo não gosta dos soberbos.
BEATRIZ CAMPOS
[email protected]
SÃO PAULO

Arrogância
As atitudes arrogantes do presi-
dente Bolsonaro, seja perante a
pandemia que vivemos, seja na
falta de educação com a impren-
sa, só revelam o teor de uma
ideologia política mesquinha e
viciada. Ele nos deixa perplexos
e frustrados. Afinal, de quem
esperávamos seriedade e patrio-
tismo, o que constatamos são
palavras e ações de moleque
inconsequente!
CÉLIO BORBA
[email protected]
CURITIBA

Bipolar
O presidente claramente sofre
de bipolaridade. Os sintomas
estão cada vez mais evidentes.
É só observar o comportamen-

to dele. Faz e desfaz, escreve e
anula o que escreveu, elogia e
abomina, ou seja, vai do céu ao
inferno num piscar de olhos. E
nós, brasileiros, ficamos tontos
atrás da bola da vez.
BETE MARUN
[email protected]
SÃO PAULO

No limite
Bolsonaro já ultrapassou todos
os limites e a julgar pela lerdeza
das instituições, quando resolve-
rem agir, talvez seja tarde de-
mais. Estamos assistindo de
camarote a como nasce um regi-
me ditatorial. Uma lástima!
MARIA ÍSIS M. M. DE BARROS
[email protected]
SANTA RITA DO PASSA QUATRO

l Em São Paulo
Dinheiro preso
Nesta época de finanças abala-
das pela pandemia, bem que o
governador João Doria poderia
liberar o dinheiro que os contri-
buintes que optaram pela Nota
Fiscal Paulista têm a receber.
Seria uma ajuda e tanto.
MARIO MARINHO
[email protected]
SÃO PAULO
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