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Transporte individual reduz
contato social
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A
Simo- técnica de enfermagem
, 29 anos, ne Coutinho Lopes
só consegue trabalhar no Hos-
pital São Camilo, na Zona Norte da
capital, entre 7h e 13h, e no Albert
Einstein, na Zona Sul, das 16h às
22h, por causa de sua Honda PCX
- “Diria que minha rotina seria
impossível se não fosse de scooter”,
revela Simone, que tirou habilitação
na categoria A há um ano e meio,
em busca de economia e praticidade.
“Gasto bem menos em combustível e
consigo chegar mais rápido”, diz.
A profissional de enfermagem
conta que, além de triplicar a pre-
caução no dia a dia do hospital, dá
atenção especial à sua scooter. “Hi-
gienizo a moto, o assento e o equipa-
mento de proteção. Pelo menos uma
vez por semana, tiro e lavo a forração
interna do capacete”, explica.
DE BIKE PARA A UBS
O também técnico de enfermagem
, de 53 anos, Luiz Antônio Costa
testemunhou a triste estatística que
envolve os profissionais que atuam
na linha de frente no combate à pan-
demia do novo coronavírus na Uni-
dade Básica de Saúde (UBS), onde
trabalha em Barueri, na Grande São
nal de abril, acompanhou Paulo. No fi
ssão, o funeral de seu colega de profi
José Gervásio Garcia Neto, que fa-
leceu em decorrência da covid-19.
“Muito triste. Ele tinha boa saúde,
apresentou sintomas e foi afastado.
Morreu quatro dias depois. A doença
é terrível”, lembra ele.
O trabalho na UBS deixa os técni-
cos em contato direto com quem pode
estar infectado pelo novo coronaví-
rus. Sua função é recepcionar e fazer a
triagem de pacientes na UBS, explica
Luiz Antônio. “Estamos trabalhando
todo paramentado, redobrando os
Fotos: Arquivo Pessoal
ssionais de saúde Ao guidão, profi
também estão menos expostos ao vírus
| São Paulo, 13 de maio de 2020 2
DUAS RODAS
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Publicação da S/A O Estado de S.Paulo
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N
ão é apenas no Brasil que a agilidade dos
veículos de duas rodas ajuda no tratamento
, a Hero, segunda maior fa- Índia de pacientes. Na
bricante de motos do país, criou uma “motoam-
bulância” para ajudar no resgate de doentes com
a covid-19. Com 1,3 bilhão de habitantes, a Índia
tem mais da metade da população vivendo em
áreas rurais. Equipada com luzes, sirenes e kit de
primeiros socorros, nas malas laterais, a ambu-
lância de duas rodas tem um sidecar estendido
em formato de leito para resgatar pacientes em
áreas rurais e de difícil acesso, aonde carros e
veículos maiores não chegam.
Já na Amazônia peruana, um motoclube
encontrou um jeito de unir solidariedade com
a paixão pelo motociclismo fora de estrada. O
grupo de trilheiros da província de Chachapoya,
, está usando motos off-road Peru no norte do
e quadriciclos para levar medicamentos a po-
voados isolados na Floresta Amazônica. Além
do difícil acesso, o governo peruano decretou
uma rigorosa quarentena e toque de recolher
que proíbe o tráfego de pessoas e veículos
do fim da tarde à manhã do dia seguinte para
conter a disseminação da covid-19 no país.
Com isso, medicamentos de uso contínuo
para tratar outras enfermidades, como hiper-
tensão, diabetes etc., não conseguem chegar
aos postos de saúde e aos habitantes desses
pequenos povoados.
Cláudia Santos:
ela só pilota
de máscara
e segue as
recomendações
das autoridades
sanitárias
Luiz Antônio Costa:
trocou a moto por
uma bike para ir
de sua residência à
UBS, onde trabalha
Simone Lopes:
preocupação com
a higienização e
limpeza de sua
Honda PCX
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Como as motos ajudam em outros países
cuidados”, conta ele sobre as mudan-
ssional. ças em sua rotina profi
Só não mudou sua rotina de desloca-
mento até a UBS. Ele vendeu sua moto,
uma Yamaha Fazer 250, mas continua
indo trabalhar em duas rodas, pedalan-
do sua bicicleta. “Não tem ônibus dire-
to para o bairro onde fica a UBS. Eu
teria que pegar duas conduções e levar
uma hora e meia para chegar. De bike,
rma. faço o trajeto em 40 minutos”, afi
Com sua bicicleta, Luiz Antônio
também evita as aglomerações nos
pontos e dentro dos ônibus. “Ain-
da vejo muita gente saindo na rua e
sem máscara. Parece que algumas
pessoas não acreditam na gravidade
dessa doença. Acham que é uma gri-
pezinha. Esse vírus não é brincadei-
ssional que trabalha ra”, alerta o profi
há mais de 30 anos na área da saúde.
MOTOS NOS SERVIÇOS ESSENCIAIS
Alguns serviços essenciais para o com-
bate à pandemia também dependem
da agilidade das motos. Caso de muitos
laboratórios e hemocentros. A moto-
41 anos, tra- Claudia Santos Leão, girl
balha para uma empresa especializada
no transporte de materiais biológicos.
Ela roda toda a capital paulista com sua
Honda CG 160 Cargo, coletando doa-
ções e levando bolsas de sangue para o
tratamento de pacientes em hospitais.
“Trabalho em esquema de plantão
pronti- de 12 horas por 36. Fico de
dão para levar os insumos necessá-
rios para salvar vidas”, orgulha-se
Claudia, que, nos dias de folga, ain-
da faz entregas com aplicativos para
complementar a renda.
protocolos de hi-Claudia segue os
gienização e o baú da sua moto tem
cação, adotada in- uma placa de identifi
ternacionalmente, para os veículos de
saúde. Ela só pilota de máscara e sem-
pre higieniza as mãos quando entra em
contato com as bolsas térmicas que le-
vam o material biológico. “Carregamos
máscaras de reserva e álcool em gel no
bolso. Em todo hospital, agora há locais
para lavar as mãos e seguir as recomen-
dações das autoridades de saúde”, conta
ssional. a motociclista profi
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