National Geographic - Portugal – Edição 217 (2019-04)

(Antfer) #1

EXPLORE | AMBIENTE


DE CIMA PARA BAIXO: BJARKE INGELS GROUP; HUAZHANG ZHAO; EVGENY NEKTARKIN, SAMARA POLYTECH

ÁGUA

Novos
modos de
depuração
Algumas anémonas
marinhas esticam os
tentáculos para
capturar uma
refeição. Noutras
ocasiões, retraem-
-nos. Uma equipa de
investigadores que
procura simplificar o
tratamento de águas
inspirou-se nessa
capacidade de
mudar de forma para
criar um novo tipo
de nanocoagulante.
Quando adicionado
à água, este com-
posto interage
com substâncias
contaminantes de
maior tamanho,
levando-as a cair
para o fundo. Pode
também aderir a
outras substâncias
químicas indeseja-
das, como os
nitratos, facilitando
a sua remoção.

RESÍDUOS

A MONTANHA DE


ENERGIA DE COPENHAGA
ONDE SE INCINERA O LIXO TAMBÉM SE PRATICA ESQUI
Com sua paisagem plana, Copenhaga é um destino improvável de
esqui. Um novo projecto, o Copenhill, tem como objectivo juntar o
entretenimento e a energia renovável. Copenhill é um enorme edi-
fício na zona marítima industrial da cidade que transforma lixo em
electricidade, fornecendo energia a 30 mil casas e aquecimento a
mais do dobro. A sua cobertura inclinada parece perfeita para esquiar...
e, na verdade, será utilizada para isso. Acolherá uma estância urbana
de esqui, uma parede de escalada e uma cafetaria com vista sobre a
capital. A fábrica é cerca de 25% mais eficiente do que a unidade
anterior de incineração de resíduos e captará as suas emissões de
dióxido de carbono, em linha com o ambicioso objectivo da Dinamarca
de atingir a neutralidade de carbono até 2050. O conceito de queima
de resíduos tem detractores: muitos dizem que as unidades de trans-
formação de lixo em energia acabam por reforçar o consumismo. Em
2018, porém, a Copenhill processou quase 500 mil toneladas de lixo
que, graças a essa iniciativa, não terminaram nos aterros, emitindo
grandes quantidades de metano.

Resíduos comestíveis
Investigadores da Universidade Técnica do Estado de Samara,
na Rússia, criaram copos a partir de pasta de fruta e vegetais.
Moldados com recurso a um plastificante, os utensílios têm
resistência suficiente para suportar água a ferver e podem ser
consumidos (têm o mesmo sabor dos produtos originais). Embora
o projecto visasse inicialmente reduzir os resíduos das embalagens
de alimentos dos astronautas, pode vir a ser um contributo útil
para as cozinhas urbanas.
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