Piauí - Edição 152 [2019-05]

(Antfer) #1

possibilidade de posição na política nacional”, ele me disse, no Palácio
Anchieta. “O que eu achava possível? Talvez compor uma chapa na
posição de vice. Isso que acabou sendo trabalhado em algum momento.
Para ser candidato a presidente você precisa ter escala. O Espírito Santo
não dá escala. É um estado com pouco eleitor.”


Essa não parece ser a opinião de Marcos Lisboa. Ao me ouvir repetir o
argumento de que Hartung vinha de um estado pequeno, ele insistiu que
essa circunstância tinha pouca importância – e lembrou que o ex-
presidente Fernando Collor havia saído de Alagoas direto para o Palácio
do Planalto.


No início de fevereiro, durante um debate sobre as finanças nos estados
promovido pela Fundação Fernando Henrique Cardoso, foi a vez do
cientista político Sergio Fausto, que mediava a conversa entre Hartung e
o senador Antonio Anastasia, ex-governador de Minas Gerais, sugerir
mergulhos em águas mais vastas para o “peixe grande”.


Antes de encerrar o evento, anunciou que gostaria de fazer um último
comentário. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sentado na
primeira fila do auditório, fez menção de também querer dizer alguma
coisa, quase ao mesmo tempo. Após um breve momento de dúvida sobre
quem iria falar, o líder tucano pediu que Fausto fosse em frente e desse o
seu recado.


O cientista político comentou então que, “salvo pelo Collor, que foi um
episódio um pouco acidental, não houve presidentes da República que
tenham saído dos governos estaduais nos últimos anos”. E completou,
voltando-se para Anastasia e para Hartung: “Ouvindo as duas palestras
de hoje, eu espero que essa escrita seja quebrada, mais cedo do que
tarde.”


Ágil, Fernando Henrique emendou: “Bom, então eu não preciso dizer
mais nada.”

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