Piauí - Edição 152 [2019-05]

(Antfer) #1

“Nunca vi dois homens se beijando por tanto tempo”, disse ele na prisão,
ao ver a foto de Ed Viggiani feita durante um ato em defesa de sua
candidatura à Presidência, no ano passado. Na imagem, ele e Gleisi
Hoffmann observam, sorrindo, dois artistas que se beijam, deitados no
chão. Uma única imagem era inédita: a que Edu Simões fez em 1980,
durante o julgamento de Lula pela Justiça Militar.


O ex-presidente autografou de bom grado todas as imagens, menos uma.
Não quis saber de colocar sua assinatura em uma foto em preto e branco
feita por João Bittar em 1979, no Congresso Nacional dos Metalúrgicos
em Poços de Caldas (MG). Na imagem, o então líder sindical, com vasta
barba preta, está com a camiseta levantada e aponta o próprio umbigo.


Bittar – que morreu em 2011 – contou que Lula, um tanto incomodado
com a presença constante do fotógrafo, parou diante dele, mostrou a
barriga, indicou o umbigo e disse: “Pô, saco! Então fotografa aqui.”


Para substituir o flagrante exibicionista que Lula não quis autenticar, a
família de Bittar ofereceu outra imagem, mais solene, feita em 1979. A
foto mostra o então líder operário de mãos dadas com outros
trabalhadores, durante uma passeata após o velório do metalúrgico e
líder sindical Santo Dias da Silva, morto aos 37 anos por um policial
militar.

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