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ILUSTRAÇÃO: ANDRÉS SANDOVAL_2019
urante o espetáculo, um rapaz cochicha com a amiga: “Se eles
usassem figurino seria mais fácil entender.” Sete dançarinos nus
agitam-se em volta de montes de lenha como se participassem de
um ritual primitivo. Provenientes do Japão, Dinamarca, Polônia, Itália,
Bélgica e Brasil, os artistas falam frases soltas em suas línguas originais.
As palavras soam como magia.
De repente, eles correm pelo galpão e dominam quase todo o espaço com
a sua dança. Seus corpos parecem fora de controle, em transe. A música
soa mais intensa, o suor escorre, espalha-se um inevitável erotismo. A
parte menos tímida do público se aproxima dos dançarinos, talvez
querendo perder o controle também. Outras pessoas apenas olham de
longe, buscando alguma interpretação.
Depois de 75 minutos, tudo se acalma. Os dançarinos vão saindo de cena.
O público não sabe se aplaude ou se espera um pouco mais. Chegou ao