Piauí - Edição 152 [2019-05]

(Antfer) #1

“A


A partir de 2009, um novo projeto de urbanização – o Plano de
Estruturação Urbana da Região das Vargens – autorizou a construção de
prédios e a reestruturação de infraestrutura na área. Algumas dessas
novas obras seriam usadas como habitações para equipes que
participaram das Olimpíadas de 2016.


Em 2013, por causa dos alagamentos, a administração do museu
procurou a Coppe/UFRJ, um instituto de pesquisas em engenharia da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, para pedir uma avaliação do
impacto das mudanças sobre o sítio. Segundo Van de Beuque, a Coppe
constatou que os prédios no entorno, com até nove andares, haviam sido
erguidos em terrenos aterrados cerca de 1,5 metro acima do nível do
museu. A água que cai nesses lugares elevados desemboca diretamente
na instituição.


Em 2016, a prefeitura ofereceu como alternativa a mudança do museu
para um terreno do município na Barra da Tijuca, próximo ao Bosque da
Barra e de fácil acesso para o público – com o que o museu concordou. A
construção da nova sede seria bancada principalmente pela construtora
Calper, responsável pelos prédios erguidos no entorno do museu. A
empresa entraria com 7,5 milhões de reais – o valor de uma dívida de
licenciamento que tinha com a prefeitura – e o museu, com 3,5 milhões de
reais.


A construção foi iniciada. Em julho de 2017, porém, a Calper deixou de
repassar o dinheiro e a obra foi interrompida. A prefeitura disse, em nota,
que notificou a construtora para que finalizasse os trabalhos, mas a
Calper alegou “incapacidade financeira”. Também afirmou que
“agendará uma reunião com representantes da Rio-Urbe, da Secretaria
Municipal de Infraestrutura e Habitação e do museu para avaliar as
demandas necessárias e buscar uma solução para o problema.”


ntigamente era tudo vegetação”, disse Lucas Van de Beuque,
42 anos, enquanto, de uma das janelas do museu, olhava os
prédios em volta. Em 16 de abril, oito dias após a tempestade,
a equipe de manutenção ainda limpava os vestígios de lama no chão. Era
possível ver as marcas do alagamento nas paredes.

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