Piauí - Edição 152 [2019-05]

(Antfer) #1

Criado pelo francês Jacques Van de Beuque (1922-2000), avô de Lucas e
colecionador de arte popular, o museu foi aberto ao público em 1992.
Mais de 8 500 obras de 300 artistas compõem atualmente o acervo, que
costuma receber a visita de cerca de 2 500 pessoas por mês, em média.


Desde que a crise econômica se acentuou no Brasil, o museu vem
encontrando dificuldades para sobreviver. No ano passado, por exemplo,
não teve qualquer patrocínio governamental ou de empresas; este ano,
até agora, também não. A instituição vem se mantendo graças à
exposição do acervo em outros locais – levou uma mostra de presépios a
Petrópolis (RJ) – e ao seu fundo de reserva.


Antes da crise, o museu operava a um custo anual de 2,5 milhões de reais
por ano, mas esse valor foi reduzido para 1,5 milhão de reais. “Nosso
fundo de reserva, que era de mais de 1 milhão de reais em 2017, está em
200 mil reais. Já chegamos a ter uma equipe de 38 pessoas; hoje estamos
com quinze”, resumiu Van de Beuque.


Na lista de cortes de funcionários, acabou entrando a gerente
administrativa Tida Ortigão, que trabalhava no Museu Casa do Pontal há
nove anos. Ela recebeu aviso prévio poucos dias antes da enchente. “Teria
ido até lá ajudar mesmo que já estivesse afastada do museu. É a maior
coleção de arte do nosso povo. Alguém tem que proteger”, disse.

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