O Estado de São Paulo (2020-05-16)

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B8 Economia SÁBADO, 16 DE MAIO DE 2020 O ESTADO DE S. PAULO


Negócios


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Em celebração ao aniversário da Lei
6.530/78, que deu nova regulamentação à
profissãodecorretordeimóveis,opresidente
do CRECISP, José Augusto Viana Neto, pro-
moveuuma“live”paraapresentaraosprofis-
sionais o que a entidade tem desenvolvido em
prol da categoria.
Aprimoramento técnico
Ao longo de sua apresentação, Viana
esclareceu aos inscritos a respeito das atuali-
zações no banco de dados do CRECISP, que
vem sendo promovidas na última semana, e
que envolvem o aprimoramento técnico no
site e no aplicativo, com a disponibilização de
novas ferramentas para atender a um número
cada vez maior de pessoas.
As iniciativas incluem o futuro estabeleci-
mento do atendimento remoto via chat, permi-
tindo que corretores e imobiliárias possam usar
a estrutura do Conselho para solucionar seus
problemas, em especial em momentos como
esse. “Em breve, os inscritos terão ainda mais
recursos para o exercício de sua atividade.”
Outra novidade que, em breve, estará
funcionando online é a Jucon – Junta de
Conciliação. A equipe técnica do CRECISP
está trabalhando para que as audiências sejam
realizadas por videoconferência, evitando a
judicialização dos processos que envolvam o
segmento imobiliário. Assim como pretende
comaJucon,aentidadejáestáobtendoótimos
resultados com a realização de plenárias de con-
selheiros e turmas de julgamento pela internet,
permitindo o andamento normal dos processos.
No que diz respeito à equipe de analistas
deconformidade,umaintensafiscalizaçãode
sites e portais online vem sendo desenvolvida,
com o acatamento de denúncias a respeito de
irregularidades, que podem ser encaminhadas
pelo e-mail [email protected]
Lives
A grande novidade dessa quarentena no
CRECISP são as “lives” transmitidas pela TV
CRECI, que estão conquistando espectadores
em todo o País. Assuntos como locações,
contratos, marketing e vendas são abordados
com maestria por especialistas, prontos para

Lei 6.530/78 completa 42 anos


responder as questões dos internautas. “A
experiência tem mostrado que o corretor está
ansioso por receber novas informações e se
atualizar a respeito dos impactos da pandemia
em seu negócio.” Além disso, as palestras e
cursos EaD seguem em linha ascendente de
acessos pelos profissionais.
O presidente do Conselho destacou que
a nova rotina imposta a toda a sociedade
está fazendo com que todos reaprendam a
trabalhar, seja em home office ou em seus
escritórios, desde que em segurança. “Mas,
definitivamente, não estamos apáticos. Pelo
contrário, estamos mostrando a importância
de nossa consultoria e assessoria, para que as
partes possam fazer os melhores negócios.
Continuamos cuidando dos interesses de
todos os nossos clientes.”
Viana falou, ainda, que todo o Sistema
Cofeci/Creci está empenhado em minimizar
os impactos da pandemia na atividade imobi-
liária. Seus representantes, ao lado de outras
entidades do segmento, estão em contato
com autoridades governamentais, buscando
novas medidas para equilibrar a situação dos
inscritos e dar continuidade aos negócios de
compra e venda de imóveis em todo o País.
Especialmente aos autônomos, a possibi-
lidade de recebimento do auxílio emergencial
do governo já proporcionou um reforço em
seus orçamentos, especialmente nesse mo-
mento de exceção.
Além disso, o CRECISP também está se
atualizando a respeito dos ofícios encaminha-
dosàPresidênciadaRepública,aoMinistério
daEconomiaeàsinstituiçõesfinanceiraspú-
blicas – a saber, a CAIXA, o Banco do Brasil
e o BNDES – reivindicando a concessão de
empréstimos a juros subsidiados para a supe-
ração da crise financeira.
O governador João Dória e o prefeito
Bruno Covas também foram oficiados pelo
Conselho, com o intuito de analisar uma pos-
sívelflexibilizaçãodaquarentena,permitindo
o reinício das atividades imobiliárias, desde
que cumpridas as devidas medidas estabele-
cidas pelas autoridades sanitárias.

Vinicius Neder / RIO


As três principais compa-
nhias aéreas do País – Gol, La-
tam e Azul – aderiram à pro-
posta de socorro ao setor, um
dos mais afetados pela crise
gerada pela pandemia de co-
ronavírus, informou ontem o
Banco Nacional de Desenvol-
vimento Econômico e Social
(BNDES), que coordena as
instituições financeiras que
vão fazer um consórcio para
a liberação do dinheiro. A La-
tam e a Gol afirmaram, po-
rém, que ainda vão negociar
condições do auxílio.
A adesão das três empresas
foi o pontapé inicial no pacote
de apoio ao ramo de atividade
mais afetado pela covid-19. O
pacote, inicialmente estimado
em R$ 50 bilhões, poderá ficar
abaixo de R$ 20 bilhões. Isso
porque a ajuda oficial deverá in-
cluir ainda o setor elétrico, mas
deve deixar de fora montadoras
de automóveis e o varejo não ali-
mentício, conforme mostrou re-
portagem do Estadão.


Ao anunciar a adesão das
companhias aéreas, o presiden-
te do BNDES, Gustavo Monte-
zano, evitou citar valores e con-
dições. Fontes ouvidas pela re-
portagem ao longo da semana,
no entanto, estimaram que o pa-
cote fique entre R$ 4 bilhões e
R$ 7 bilhões.
De acordo com o executivo, o
pacote de socorro ao setor aé-
reo entra agora na “execução de
mandatos”, como se chama, no
jargão dos bancos de investi-
mento, o trabalho de preparar
operações financeiras e a busca
de interessados em papéis que
serão emitidos no mercado.
O apoio deverá ser baseado
em ofertas públicas de títulos
de dívida (parte deles em bônus
conversíveis em ações) e con-
templa a participação mínima
de 30% de investidores priva-
dos, ao lado do BNDES (60%) e
bancos privados (10%).
Apesar da desconfiança de al-
guns observadores em relação à
demanda de investidores por es-
se tipo de títulos em meio à tur-
bulência financeira, Monteza-

no demonstrou confiança no su-
cesso das operações. “Temos
confiança de que as operações
são viáveis. Existe sim deman-
da”, afirmou Montezano.
Outra condição é que cada
companhia que recorra ao paco-
te tenha capital aberto na B3. Es-
sa exigência lançou dúvidas so-
bre a participação da Latam,
que está listada no Chile e teria
de emitir ações aqui. Monteza-
no garantiu, porém, que houve

adesão da companhia. Se o paco-
te ficar apenas com Gol e Azul,
o valor poderá ficar mais próxi-
mo do piso de R$ 4 bilhões.
Sem dar muitos detalhes so-
bre as regras da operação, o pre-
sidente do banco de fomento
disse apenas que os pilares do
pacote de apoio às companhias
aéreas são que os recursos de-
vem ser usados exclusivamente
no Brasil, em gastos operacio-
nais, proibindo o uso para pagar
dívidas financeiras.
Procurada, a Gol disse que a
confirmação dada ao BNDES na
quinta-feira “não representa a
aceitação dos termos propostos
(...), os quais serão objeto de dis-
cussões”. A Latam disse ter con-
firmado “interesse” na propos-
ta do banco, mas que buscará
“soluções que atendam e respei-
tem as características da compa-
nhia”. A Azul não comentou.

Outros setores. O desenho do
socorro às distribuidoras de
energia elétrica será definido
no “curtíssimo prazo”, segun-
do o diretor de privatizações do
BNDES, Leonardo Cabral. O va-
lor deverá ficar em torno de R$
12 bilhões, abaixo dos R$ 17 bi-
lhões inicialmente projetados.
Cabral evitou comentar valo-
res, mas disse que a definição
do pacote, que envolve crédito
e é similar ao feito em 2015 para
socorrer as distribuidoras du-
rante o período de seca, depen-
de de negociações que envol-
vem o Ministério de Minas e
Energia e a Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel).
O pacote para companhias
aéreas servirá de modelo para o
socorro ao setor de varejo, disse
Montezano. Só que, até agora,
nenhuma empresa do setor pro-
curou o sindicato de bancos.

Outro setor incluído desde o
início nos estudos do sindicato
de bancos é o automotivo. O
executivo confirmou que as
conversas passaram a ser bilate-
rais, entre os bancos e cada em-
presa individualmente.
O setor chegou a ser repre-
sentado nas negociações pela
Associação Nacional dos Fabri-
cantes de Veículos Automoto-
res (Anfavea), mas não houve

avanço no desenho de um paco-
te comum, que passou a ser ca-
so a caso.
O presidente do BNDES dis-
se que as montadoras devem
ter “compromisso de ficar no
Brasil” e o “aval das matrizes”
para tomar o crédito. Segundo
ele, a proposta de usar créditos
tributários como garantia para
empréstimos dependeria do Mi-
nistério da Economia.

Valor total a ser repassado a um dos setores mais afetados pela crise gerada pela pandemia de covid-19 deve ficar entre R$ 4 bilhões e


R$ 7 bilhões, com 60% de garantia do banco de fomento; grandes bancos e investidores privados também vão participar das operações


BNDES anuncia adesão de Gol, Azul e


Latam a pacote de socorro a aéreas


PANDEMIA DO CORONAVÍRUS


Facebook paga


US$ 400 mi


pela Giphy


l A Latam, maior companhia
aérea da América Latina, infor-
mou ontem que demitirá 1,4 mil
funcionários, marcando o primei-
ro movimento de uma grande
companhia aérea da região nes-
se sentido por causa da crise do
coronavírus. As demissões repre-
sentam cerca de 3% da força de
trabalho da empresa. / REUTERS

A Allpark, dona da rede de esta-
cionamentos Estapar, fez histó-
ria na bolsa brasileira ao fazer
uma abertura de capital 100%
virtual em meio à pandemia de
coronavírus. A operação movi-
mentou R$ 345 milhões. Os re-
cursos serão usados para pagar
investimentos relativos à con-
cessão do serviço de estaciona-
mento do município de São Pau-
lo, a Zona Azul. O papel fechou
seu primeiro pregão com forte
queda de 18,5%.
O presidente da Estapar, An-
dré Iasi, destacou que a oferta
da companhia mostra que, mes-
mo num contexto como o atual,
as empresas “precisam seguir
com seus propósitos”. “Espero
que essa oferta represente uma
esperança para a retomada ao
empresariado. Mesmo em um
momento adverso, investido-
res depositaram confiança no
Brasil e na Estapar”, afirmou.
Dos R$ 345 milhões da oferta,
60% foram vendidos a merca-
do, sendo que as pessoas físicas

se mostraram presentes, com-
prando R$ 85 milhões. De acor-
do com a B3, o apetite dos CPFs
pelo mercado de ações conti-
nua alto. Hoje, são 2,4 milhões
contas de pessoas físicas, sendo
400 mil captadas nos meses de
março e abril.
O restante foi adquirido pelo
fundo Maranello, de André Es-
teves, sócio do BTG Pactual,
banco que já era acionista da
companhia, com 47,7% do capi-
tal. O Estadão/Broadcast apurou
que a fatia de Esteves será, mais
à frente, diluída. O BTG coorde-
nou a oferta. Bradesco BBI, Ban-
co do Brasil e Santander tam-
bém participaram.

Trajetória. A Estapar, fundada
há quase 40 anos, tem presença
em 15 aeroportos, como o de
Congonhas, em São Paulo. Mas
a companhia tem sentido na pe-
le os efeitos da pandemia: em
abril, o faturamento despencou
83% ante o mesmo mês de 2019.
De acordo com o prospecto
da oferta, das 644 operações fo-
ra de vias e logradouros públi-
cos, 191 estavam fechadas, mas
mesmo as unidades abertas ope-
ravam com queda substancial
de receita diante da queda signi-
ficativa do volume de veículos. /
FERNANDA GUIMARÃES

AMANDA PEROBELLI /REUTERS - 16/4/2019

Destino. Recurso terá de ser usado para fins operacionais

O Facebook anunciou ontem a
compra do Giphy, uma das mais
populares plataformas de GIFs
na internet. De acordo com o
site Axios, o negócio deve girar
em torno de US$ 400 milhões.
A companhia fundada por Mark
Zuckerberg integrará o serviço
ao Instagram, rede social de fo-
tos e vídeos.
Segundo a compradora, 50%
do tráfego do Giphy já têm ori-
gem nos serviços do Facebook.
A ideia é turbinar a capacidade e
os recursos desses apps. “Jun-
tos, poderemos deixar mais
fácil criar e compartilhar o tra-
balho dos usuários”, disse.
O negócio ocorre em meio ao
crescimento do TikTok, o aplica-
tivo chinês de vídeos que atin-
giu recentemente 2 bilhões de
downloads. Sem ter como com-
prar o rival, como já fez com o
Instagram e o WhatsApp, ou
atingir sucesso semelhante
com serviços muito similares, o
Facebook resolveu apostar nos
recursos de outra plataforma po-
pular. A rede social tinha tenta-
do adquirir o negócio em 2015.
A mensagem no site da rede
social deixa claro que as inten-
ções vão além dos GIFs. “O
Giphy continuará a operar seu
repositório (incluindo o con-
teúdo global da sua coleção) e
visamos a investir ainda mais
na tecnologia e em parcerias.” /
AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Allpark, dona da rede
de estacionamentos,
movimentou R$ 345
milhões, mas papel caiu
18% no primeiro pregão

Estapar faz história


com 1ª abertura de


capital virtual da B3


Latam confirma


1,4 mil demissões

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