O Estado de São Paulo (2020-05-24)

(Antfer) #1

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O ESTADO DE S. PAULO DOMINGO, 24 DE MAIO DE 2020 Internacional A


Estadão Live Talks com


Tarcisio Gomes de Freitas, ministro


da Infraestrutura, e Natália Marcassa,


secretária nacional de Fomento,


Planejamento e Parcerias


do Ministério da Infraestrutura


Apresentador:


Renato Jakitas,


jornalista econômico


no Estadão


webinar Concessões e PPPs no Brasil (2020-2022)


28


mai


quinta-feira,


às 11h


TRANSMISSÃO


AO VIVO


assista em:


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OU


Realização


Como será a retomada


da economia via infraestrutura


O novo desenho da participação


pública e privada nos projetos


de obras públicas e concessões


Patrocínio Parceria


l]
FAREED
ZAKARIA

THE WASHINGTON POST

Partido Democrata, que por
medo de parecer fraco
apoiou a Guerra do Iraque,
inexplicavelmente se une a
campanha contra Pequim

À


medida que as pesquisas con-
tinuam mostrando uma lide-
rança constante de Joe Bi-
den, o presidente Donald Trump fi-
ca cada vez mais desesperado. Ele se
comprometeu com uma estratégia
eleitoral centrada em apontar o de-
do para a China e seu líder, Xi Jin-
ping. Durante janeiro e fevereiro,
Trump fez elogios a Xi, descreven-
do-o como “forte, perspicaz e muito
focado”, enfatizou a estreita coope-
ração sino-americana contra a co-
vid-19 e elogiou Pequim por sua
“transparência’. Em 27 de março,
Trump tuitou: “Estamos trabalhan-
do juntos. Temos muito respeito
um pelo outro!”
Isso foi antes de ficar claro que
ele havia lidado mal com o surto
nos EUA e antes que seu índice de
aprovação começasse a cair. Então

ele voltou a um padrão familiar – cul-
par os estrangeiros. Se a campanha de
2016 foi centrada em culpar o México,
a campanha de 2020 se concentrará
claramente em usar a China como bo-
de expiatório. Os apoiadores de
Trump já estão insistindo que a China
deve pagar pelo dano que causou – o
que presumivelmente acontecerá logo
após o México pagar pelo muro.
Deixe-me esclarecer algo: a China
claramente se envolveu em um acober-
tamento do surto inicial em Wuhan.
As autoridades locais silenciaram aque-
les que tentaram trazer a público as in-
formações. Todo o sistema do Partido
Comunista da China estava aterroriza-
do com o fato de essas más notícias re-
tardarem o crescimento, assustarem
os mercados e revelarem como se ha-
via lidado mal com uma emergência
de saúde pública. O PC usou a mesma
estratégia, além de outras, durante o
surto de SARS de 2003.
Mas as autoridades chinesas tam-
bém fizeram algumas coisas certas.
Eles sequenciaram todo o genoma do
coronavírus e o liberaram para o mun-
do em 12 de janeiro, muito mais rápido
do que aconteceu com a SARS. Eles
também perceberam, tardiamente,
que nesse caso sua censura e controle
estavam exacerbando a crise da saúde
pública. Em 21 de janeiro, a Comissão
Central de Assuntos Políticos e Jurídi-
cos do Partido Comunista da China di-

vulgou um comunicado: “Quem atra-
sar ou ocultar deliberadamente os rela-
tórios em nome de seus próprios inte-
resses, estará eternamente pregado ao
pilar da vergonha na história”. A posta-
gem foi removida depois, provavel-
mente porque revelou que alguém es-
tava atrasando e ocultando relatórios.
De qualquer forma, até o final de ja-
neiro, a Organização Mundial da Saú-
de (OMS) havia anunciado uma emer-
gência de saúde global e vários lugares
se movimentaram rapidamente para
combatê-la. Os EUA não foram um de-
les. Se Trump tivesse feito isso, os
EUA estariam em uma situação muito
diferente hoje. Taiwan, que recebe mi-
lhões de viajantes da China continen-
tal a cada ano, demorou mais que os
EUA para controlar suas fronteiras,
mas tomou medidas inteligentes e di-
recionadas para limitar a propagação
do vírus. Até o momento, teve sete
mortes por covid-19. Hong Kong, uma
cidade densa com um número seme-
lhante de residentes ao de Nova York,
teve quatro. Esses não são erros de di-
gitação.
O que causa perplexidade não é
Trump atacar a China, mas por que os
democratas estão aderindo a isso. Eles
estão caindo em uma armadilha fami-
liar. Os republicanos assumem um de-
safio legítimo aos EUA e colocam o
país em perigo mortal, exagerando ma-
ciçamente a ameaça e acusando os de-

mocratas de apaziguamento ou mes-
mo de participar de uma conspiração
com o inimigo. E os democratas, em
vez de se manterem firmes, ficam as-
sustados e se juntam ao alarmismo.
Em resposta a anúncios atacando Bi-
den e a China, Biden lançou seu pró-
prio anúncio atacando a China, que
chegou a competir com o de Trump
em seu tom racialmente carregado.
Em vez de explicar que a política em
relação à China exige confronto e coo-
peração, a campanha de Biden refor-
çou o argumento de Trump.

Efeitos. Essas não são apenas palhaça-
das de um ano eleitoral. Tais táticas
têm consequências duradouras. Os de-
mocratas apoiaram golpes e opera-
ções secretas em todo o mundo nas dé-
cadas de 1950 e 1960, por medo de se-
rem rotulados como fracos. Eles fra-
cassaram no Vietnã em grande parte
porque Lyndon Johnson não queria
enfrentar as acusações republicanas
de que ele “perdeu” um país para o co-
munismo.
A geração mais recente de democra-
tas apoiou a Guerra do Iraque em gran-
de parte porque não queria ser vista
como fraca na Guerra ao Terror. Em
2002, quando os republicanos começa-
ram a soar os tambores na guerra con-
tra o Iraque, Biden se juntou a eles.
“Não temos escolha a não ser eliminar
a ameaça”, disse ele no Meet the

Press. “Este é um homem extrema-
mente perigoso para o mundo.”
A última estratégia de campanha
de Trump é atacar a China e a OMS.
Não importa que a OMS esteja, co-
mo observou Bill Gates, mais inti-
mamente ligada aos EUA do que a
qualquer outro país. Não importa
que ela não tenha poderes para coa-
gir países soberanos (como a Chi-
na) em grande parte por causa de re-
gras escritas e apoiadas por
Washington, alérgica a interferên-
cias de grupos internacionais.
Para Trump, os ataques fazem
sentido. Ele e seus seguidores que-
rem prejudicar instituições interna-
cionais. Eles querem o fim da coope-
ração global em questões como as
mudanças climáticas. Eles enten-
dem que uma Guerra Fria com a
China destruiria a globalização e a
abertura às regras baseadas em de-
cretos internacionais.
Mas os democratas acreditam
neste mundo. Eles veem isso como
a realização de uma visão concebi-
da por Woodrow Wilson e Franklin
Roosevelt, que proporcionou paz e
prosperidade sem precedentes nos
últimos 70 anos. Então, por que
eles estão se unindo em sua destrui-
ção? / TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA

]
É COLUNISTA

Democratas aderem à ofensiva de Trump contra a China


Artigo


Mortes em período de
24 horas caem a 119
A Itália registrou 119 mortes
pela epidemia de covid-19 on-
tem, frente a 130 no dia ante-
rior. A contagem diária de no-
vos casos subiu para 659, ante
os 652 da sexta-feira. O núme-
ro total de mortos desde o sur-
gimento do surto em 21 de feve-
reiro passou a 32.735, o terceiro
maior do mundo, depois de
EUA e Reino Unido.

ESPANHA ITÁLIA


País abrirá fronteiras a turistas estrangeiros


a partir de julho; futebol recomeça dia 8
O primeiro-ministro da Espa-
nha, Pedro Sánchez, afirmou
ontem que o país abrirá as fron-
teiras para turistas a partir de
julho, sem deixar claro se haverá
restrição por procedência. Sán-
chez acrescentou que os espa-
nhóis poderão começar a apro-
veitar a temporada já no fim de
junho. Também foi anunciado

que o campeonato espanhol de
futebol será retomado em 8 de
junho, após quase três meses de
paralisação. Na sexta, o governo
anunciou que Madri e Barcelo-
na poderão reabrir museus, ho-
téis e a área externa de bares e
restaurantes nesta semana. O
país já registrou 234 mil casos de
covid-19 e 28 mil mortes.

Dezenas são infectados
após missa em Frankfurt
Cerca de 40 pessoas contraí-
ram a covid-19 após participar
de uma missa em 10 de maio
em Frankfurt, na Alemanha. O
evento foi celebrado em uma
igreja protestante, alguns dias
após a reabertura dos locais
de culto no país, informou o
jornal Frankfurter Rundschau.
Seis dos infectados foram hos-
pitalizados.

ALEMANHA

O Taleban declarou por meio
de um tuíte um cessar-fogo de
três dias no Afeganistão duran-
te o Eid, festividade que encer-
ra o Ramadã, a partir de hoje.
O presidente do país disse que
tomaria atitude recíproca. A
pausa acontece quando as lu-
tas entre os dois lados se inten-
sificaram, apesar da pandemia
de coronavírus.

Taleban declara
cessar-fogo de 3 dias

AFEGANISTÃO

A primeira morte decorrente do
novo coronavírus na Faixa de
Gaza foi a de uma mulher de 77
anos. Fadila Abu Reida sofria de
doenças crônicas, havia retorna-
do do Egito na semana passada
e morreu num centro de quaren-
tena. O território palestino teve
aumento significativo nos infec-
tados pelo vírus – de 20 para 55
em menos de sete dias.

Primeira morte por vírus
é de mulher de 77 anos

GAZA
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