O Estado de São Paulo (2020-05-24)

(Antfer) #1

%HermesFileInfo:B-1:20200524:B1 DOMINGO, 24 DE MAIO DE 2020 O ESTADO DE S. PAULO


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Energia 2019
6,17,9 0


Para economistas, crise causada pela


pandemia deve levar a alta de impostos


PANDEMIA DO
CORONAVÍRUS

Crise política é risco para o
controle da trajetória da dívida


Luciana Dyniewicz


Com a redução da atividade
econômica e o aumento dos
gastos públicos para ameni-
zar os efeitos da quarentena,
o endividamento bruto brasi-
leiro deverá passar dos 76%
do Produto Interno Bruto
(PIB), registrados no fim de
2019, para algo entre 92% e
96% neste ano. Apesar de qua-
se não haver dúvidas entre os
economistas de que, agora, o
governo precisa gastar, há
preocupações com o impacto
do aumento da dívida no futu-
ro da economia.
Para alguns analistas, o au-
mento dos gastos públicos e a
queda do PIB neste ano devem
tornar praticamente inevitável
uma alta nos impostos no futu-
ro. “Mas isso terá de ser feito de
forma muita bem pensada e
temporária”, destaca a econo-
mista Silvia Matos, coordenado-
ra do Boletim Macro do Institu-
to Brasileiro de Economia
(FGV Ibre). Ela não vê espaço
para um ajuste fiscal draconia-
no a partir do próximo ano. Da-
do o tamanho da crise, diz, o
crescimento continuará fraco
em 2021 e, portanto, não será
fácil fazer cortes.
O economista-chefe da MB
Associados, Sergio Vale, tam-
bém acredita que um aumento
de impostos será necessário, e
diz que possivelmente ele ocor-
rerá na alíquota do Imposto de
Renda. “Uma parte desse ajuste
vai ter de passar por um aumen-
to de imposto, possivelmente
de renda, de quem é CLT. Tal-
vez aumentar a alíquota máxi-
ma de 27,5% para 35%, por exem-
plo, e aumentar o imposto tam-
bém das pessoas jurídicas.”
Vale aponta ainda que serão
necessárias outras medidas ex-
traordinárias para reduzir o en-
dividamento, como o uso de re-
servas internacionais para fi-
nanciar gastos, uma reforma ad-
ministrativa severa e um progra-
ma de privatizações robusto.
“Isso daria um sinal de que o
governo está realmente interes-
sado em reformas, o que será
muito difícil de acontecer no go-
verno Bolsonaro. Aparente-
mente, ninguém do governo es-
tá pensando no pós-crise. As
medidas (futuras) serão duras e
difíceis de passar no Congres-
so. Bolsonaro entrou, não con-
seguiu fazer nada até agora e es-
tá afundando (o País) cada vez
mais”, afirma.
A necessidade de aumento
de impostos é levantada tam-
bém pelo economista Luiz Car-
los Mendonça de Barros, ex-pre-
sidente do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico
(BNDES). Para ele, no entanto,
esse incremento não deverá
ocorrer no Imposto de Renda,
pois a classe média já está mui-
to pressionada.
“A primeira coisa que vai sair
é tributação de dividendos pa-
go pelas empresas. Uma tributa-
ção maior para bancos também
vai ser necessária e, talvez, al-
gum tipo de contribuição sobre
movimentação financeira”, diz
(ler mais na pág. B3).


Perspectiva. Analistas concordam que governo precisa gastar para amenizar os efeitos da quarentena na economia, mas se preocupam


com trajetória do endividamento; dívida bruta brasileira deverá passar dos 76% do PIB, em 2019, para algo entre 92% e 96% neste ano


Pág. B

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