%HermesFileInfo:Co-6:20200524B6: CLASSIFICADOS DOMINGO, 24 DE MAIO DE 2020 O ESTADO DE S. PAULO
(11) 3855.2001
Dois meses de quarentena
U
ma produtora de shows que trocou as estradas para pas-
sar a quarentena com a equipe do escritório. Um gestor
de fábrica de alimentos que precisou intensificar a lide-
rança para engajar os trabalhadores. Eles são exemplos de roti-
nas alteradas pela pandemia do novo coronavírus, dentro de um
isolamento social decretado pelo governo de São Paulo e que
completa dois meses hoje. De lá para cá, muito do que era conhe-
cido como normal deu lugar a novos hábitos. Trabalhar de casa
virou regra, profissionais foram demitidos ou tiveram contratos
suspensos. Dependendo da carreira, o volume de trabalho au-
mentou ou compromissos foram cancelados, com dose extra de
ansiedade. Confira quatro histórias da crise. / MARINA DAYRELL‘Resumo: meu
trabalho tem
sido cancelado’
“Em um mundo sem pande-
mia, recebo cotações de
shows, organizo logística, hos-
pedagens, passagens. E vou
para a estrada acompanhar os
shows, como da dupla Anavitó-
ria. Tivemos que cancelar tu-
do de abril e maio. Eu fazia
cerca de 20 viagens por mês e
já não viajo mais. Meu ritmo
diminuiu 80%. Com os novos
shows em forma de live, fui
de produzir 15 shows por mês
para produzir uma live. É co-
mo se o mundo tivesse desace-
lerado de forma louca. Eu tra-
balhava de segunda a segunda,
sem hora. Mas não posso desa-
nimar. As pessoas na minha
área costumam estar prepara-
das para qualquer coisa.”Isadora Silveira, 28 anos,
produtora executiva de artistasCarreiras&Empregos
“Atuo como consultora de sus-
tentabilidade para organiza-
ções sociais e públicas. Reali-
zo meu trabalho dentro des-
sas empresas, além de treina-
mentos, palestras e cursos pe-
lo Brasil. Antes da pandemia,
minha rotina era de reuniões
presenciais e viagens frequen-
tes. Eu praticamente não ti-
nha um lugar fixo de trabalho,
pois as reuniões costumavam
acontecer nos clientes ou luga-
res onde os projetos são reali-
zados. Também gostava de
frequentar cafeterias e
coworkings para trabalhar. No
começo de março, todas as
viagens do mês foram cancela-
das. Fui de viajar cerca de no-
ve dias por mês para nada. Ti-nha duas palestras agenda-
das e o início de um proje-
to, ambos fora do Estado.
Desde então, todos os pro-
jetos estão congelados. Ti-
vemos um grande impacto
imediato. A renda dimi-
nuiu. Para esses trabalhos,
não houve o que contor-
nar! Não foi possível ado-
tar outra alternativa até o
momento. Hoje, acordo, me-
dito e trabalho pela manhã
e à tarde. À noite, faço au-
las do mestrado. Realizo
meu trabalho o tempo todo
de casa e vejo que trabalho
muito mais. Estar em casa
pode ser uma armadilha se
não houver atenção, organi-
zação e tolerância.”PANDEMIA DO CORONAVÍRUS
PARA ANUNCIARA rotina de quatro profissionais durante o isolamento
Letícia Nogueira, 30 anos, advogada‘Na prática, meu serviço precisa
de computador e cadeira’
“Eu estou há mais de 50
dias sem pisar na rua para
nada. A transição para o
home office não foi difícil
porque meu dia já consistia
em ficar na frente de um
computador, mas o volume
de trabalho aumentou. Hou-
ve demissões no escritório
e equipes foram reduzidas.
Também passei a fazer au-
diências. Embora eu traba-
lhe em São Paulo, a maioria
dos clientes tem demandas
em nível nacional, então os
processos correm em ou-
tros Estados. Antes da qua-
rentena, eu contratava cor-
respondentes nos Estados
para fazer compromissos
presenciais. Mas, comomuitos locais determinaram a
realização de audiências por
videoconferência, passei a fa-
zê-las de casa. Costumam ser
audiências rápidas, de concilia-
ção. Nesses dias, coloco blusa
social, passo maquiagem, mas
continuo de pijama e meia co-
lorida por baixo. O trabalho
remoto vai se transformar ca-
da vez mais em regra. O escri-
tório é mais por tradição, mas,
na prática, meu serviço preci-
sa de computador e cadeira
confortável. Também tivemos
a redução de jornada e salário,
então agora tenho uma folga
na semana. São nelas em que
faço as tarefas domésticas.
Moro em casa grande, então
estou sempre fazendo faxina.”‘Estar em casa pode ser uma
armadilha se não houver atenção’
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CARREIRAS E EMPREGOS.LIGUE E ANUNCIE:SÃO PAULO CAPITAL3855 2001
OUTRAS CIDADES0800 055 2001
VOCÊ SEMPRE ACHA A
OPORTUNIDADE QUE PROCURA.VOCÊ SEMPRE ENCONTRA O
PROFISSIONAL QUE BUSCA.empregos
Aviso aos anunciantes
" De acordo com o art. 5º da CF/88 c/c art. 373-A da
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ou qualquer palavra que possa ser interpretada como
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atividade, pública e notoriamente, assim o exigir."
,QVFULo}HVJUDWXLWDVHLQIRUPDo}HV
7HO
(O custo é de uma ligação local em qualquer região do País, mesmo que solicite o DDD)VLWHZZZFLHHRUJEURXQDXQLGDGH&,((
PDLVSUy[LPDLQIRUPDQGRRFyGLJRGDYDJD‘Tenho certeza
de que reunião
online vai ficar’
“Trabalho com cerca de 400
pessoas abaixo de mim, geren-
cio os processos e as pessoas.
Essa rotina não mudou com a
pandemia. Por ser do setor de
alimentos (serviço essencial),
a fábrica continua operando.
O que mudou foi o distancia-
mento. Muitas vezes, temos
reuniões pela manhã e aí apa-
receram as mudanças. Fazía-
mos reuniões presenciais, ago-
ra elas são feitas por aplicati-
vos e são mais dinâmicas. Te-
nho certeza de que isso veio
para ficar. Como gestor, tive
que intensificar a liderança, é
importante que os colaborado-
res confiem em mim. A pande-
mia acelerou coisas para as
quais teríamos mais prazo.”Alberto Lazzarini, 36 anos,
gerente de fabricação da NestléTAINAH DA COSTA DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃOBruna Silva, 30 anos, consultora de sustentabilidade