O Estado de São Paulo (2020-05-24)

(Antfer) #1

%HermesFileInfo:A-3:20200524:
O ESTADO DE S. PAULO DOMINGO, 24 DE MAIO DE 2020 NotaseInformações A


“É


melhor já ir se acostuman-
do”, dizia um dos slogans
da campanha de Jair Bolso-
naro à Presidência, em
2018, num infame jogo de
palavras com o nome do
candidato para advertir o País sobre o que estava
por vir. E, de fato, parece que uma parte conside-
rável dos brasileiros já se acostumou à chocante
degradação moral liderada pelo presidente Jair
Bolsonaro e escolheu ignorar ou relativizar as ro-
bustas provas de que ele não tem – como jamais
teve – a menor condição de exercer a Presidência.
Em qualquer país civilizado, o teor da reunião
do presidente com seus ministros no dia 22 de
abril, tornado público por determinação judicial,
teria escandalizado todos, não só pelos múltiplos
delitos ali cometidos e revelados, mas por explici-
tar a transformação da Presidência da República
em propriedade privada de Bolsonaro, da qual,
como um monarca absoluto, imagina poder dis-
por como bem entender. Aqui e ali, no entanto,
houve gente disposta a dizer que nada de mais se
passou na reunião – nem crimes nem desafio às
instituições, só alguns exageros verbais do presi-
dente e de seus ministros mais entusiasmados,


pouco comuns até em reunião de condomínio.
A história está repleta de exemplos de socieda-
des que, em nome do saneamento da política,
permitiram que gângsteres chegassem ao poder
e, uma vez lá, por meio da propaganda e da inti-
midação, transformassem seus
crimes em atos virtuosos, natura-
lizando sua imoralidade. Como
consequência, todos os que ten-
tassem impedi-los, fossem insti-
tuições ou partidos, eram, estes
sim, considerados criminosos.
Pois é exatamente o que se pas-
sa neste momento no Brasil. Con-
forme se vê na reunião ministe-
rial de 22 de abril, ministros de-
fenderam a prisão de magistra-
dos que, em obediência à Consti-
tuição, tomaram decisões contra
o governo e de prefeitos e gover-
nadores que, seguindo recomendações de autori-
dades de saúde, impuseram quarentena contra a
pandemia de covid-19. Ou seja, delinquentes, no
país dos bolsonaristas, são os que respeitam a lei
e o bom senso. Tudo sob o olhar complacente do
presidente da República – que por sua vez, em lu-

gar de estimular o urgente debate sobre as medi-
das para conter a pandemia, que deveria ser sua
única preocupação no momento, passou a destra-
tar e ameaçar os ministros que não demonstras-
sem lealdade absoluta a ele e aos filhos, em cons-
tante detrimento da lei.
A solução encontrada por Bolso-
naro para desafiar os limites a seu
poder, bem ao estilo dos governos
totalitários em que se inspira, foi
começar a criar uma espécie de Es-
tado paralelo, em que as normas
que valem não são as inscritas na
Constituição, mas as que vagam
na sua cabeça. Conforme ele mes-
mo revelou na reunião ministerial,
depois de se queixar de que os ór-
gãos oficiais não lhe passam “infor-
mações”, Bolsonaro disse que
dispõe de um “sistema de informa-
ções” particular: “Sistema de informações, o meu
funciona. O meu particular funciona. Os que têm
(informações) oficialmente desinformam”.
Para Bolsonaro e seus camisas pardas, o Estado
brasileiro, com suas instituições e sua Constitui-
ção, só existe para frustrar suas intenções revolu-

cionárias – razão pela qual, conforme a ideologia
bolsonariana explicitada pelo presidente na reu-
nião, esse Estado que lhe tolhe os movimentos é,
na prática, uma “ditadura” contra o “povo” que
ele diz encarnar. A tal “ditadura” se revela, segun-
do Bolsonaro, por meio de governadores que
impõem quarentena, por meio de ministros do Su-
premo que o impedem de nomear um amigo para
chefiar a Polícia Federal, por meio das instituições
judiciais que investigam seus filhos e por meio
dos órgãos que não lhe dão informações às quais
o presidente legalmente não pode ter acesso.
Para lutar contra essa “ditadura” imaginária,
Bolsonaro exige que o “povo” – isto é, a malta
bolsonarista – se arme, conforme deixou claro
na tal reunião. Em outras palavras, quer a forma-
ção de milícias armadas justamente para intimi-
dar as autoridades do Estado que o bolsonaris-
mo deseja destruir.
Foi assim que, num passado não muito distan-
te, na Itália do pré-guerra ou na Venezuela con-
temporânea, líderes fascistas, aliados a uma elite
pusilânime ou simplesmente arrivista, começa-
ram a demolir, tijolo por tijolo, o Estado Demo-
crático de Direito. Mais do que nunca, é pruden-
te levar a História a sério.

A


Comissão Execu-
tiva Nacional do
PT, autointitula-
do “o mais impor-
tante partido de
oposição” do
País, divulgou nota para infor-
mar que deu início à elabora-
ção de um projeto de retomada
econômica, geração de empre-
gos e reconstrução do Estado e
da soberania nacional. Nada
menos ambicioso do que isto.
Chamado Plano Lula para o
Brasil, o trabalho será coorde-
nado não por Lula da Silva, co-
mo se poderia supor, mas pelo
“poste” Fernando Haddad, can-
didato derrotado do partido na
eleição presidencial de 2018.
Talvez a direção nacional do
PT ainda esteja atordoada pe-
la expressiva perda de apoio
popular ao partido em decor-
rência da descoberta de uma
miríade de crimes cometidos
por seus próceres, pelo impea-
chment da ex-presidente Dil-
ma Rousseff e pela prisão do
demiurgo de Garanhuns. O fa-
to é que o PT não compreen-
deu até hoje que é parte do
problema, e não da solução pa-
ra a miséria política e econômi-
ca em que o País se encontra.
Só a megalomania e o sebastia-
nismo são capazes de explicar
tamanho embuste como um
Plano Lula para o Brasil.
Se Lula da Silva tem genuíno
interesse em oferecer algo de
bom para o País a esta altura
da vida, o melhor que pode fa-
zer é se afastar da vida pública
e se dedicar aos cuidados da fa-
mília e de sua defesa nas mui-
tas ações penais a que ainda
responde na Justiça. Só assim
poderá arejar os quadros e as
propostas do PT, permitir a as-


censão de novas lideranças po-
líticas e, não menos importan-
te, deixar de interditar qual-
quer tentativa de entendimen-
to entre os partidos de oposi-
ção, de variados espectros po-
lítico-ideológicos, pela sombra
de seu ego gigantesco.
A história política recente in-
dica que a eleição de alguém
flagrantemente inabilitado pa-
ra o exercício da Presidência
da República como Jair Bolso-
naro – cuja incompetência fi-
cou ainda mais cristalina após
a eclosão da pandemia de co-
vid-19 – pode ser explicada,
em boa medida, pela ausência
de respostas satisfatórias dos
partidos e de expoentes da boa

política aos anseios da socieda-
de manifestados a partir de ju-
nho de 2013. A rigor, Bolsona-
ro jamais encarnou a solução
para as angústias nacionais. Ao
contrário: a ascensão de um
aventureiro populista ao mais
elevado cargo do Poder Execu-
tivo resulta da deslegitimiza-
ção da política como o único
meio apto a dar conta das gran-
des questões nacionais num re-
gime democrático. Os anos de
desmandos do PT no governo
federal têm enorme parcela de
responsabilidade por este esta-
do de coisas.
Naquele mês marcante, mi-
lhões de brasileiros foram às
ruas mostrar insatisfação com
a corrupção que grassa no País,
com a má utilização de recur-
sos públicos, com o descaso

dos políticos em relação às ne-
cessidades prementes dos
mais pobres, com o achincalhe
dos valores republicanos mais
comezinhos e com o alheamen-
to da chamada classe política
da realidade brasileira. Em su-
ma, o que se ouviu das ruas,
em alto e bom som, foi um pe-
dido de socorro à democracia
representativa no Brasil. Nada
foi feito para aplacá-lo nestes
quase sete anos. Se nada for fei-
to nos próximos dois anos, ou
seja, se os partidos e as vozes
responsáveis da boa política
não encontrarem formas de
reaproximação com a socieda-
de, ouvindo, interpretando e
respondendo a contento as
suas demandas, o País corre o
sério risco de ser lançado em
uma nova aventura inconse-
quente em 2022, seja com Jair
Bolsonaro, seja com outro
oportunista de ocasião.
A extrema polarização políti-
ca, não é novidade, só interessa
aos irresponsáveis que figuram
nos dois polos opostos. Jair
Bolsonaro e Lula da Silva – ou
quem quer que seja seu prepos-
to – alimentam-se mutuamen-
te da enorme rejeição que par-
celas expressivas de cidadãos
sentem por um e por outro. So-
mente a união de lideranças po-
líticas em prol de um bem
maior, desprovidas de vaidade
por seus interesses estanques,
poderá ser capaz de libertar o
País da prisão ideológica e, en-
fim, guiar a Nação no caminho
da retomada do crescimento
econômico, do desenvolvimen-
to humano e do resgate da con-
fiança dos cidadãos nas regras
do jogo democrático. Não há
outro caminho para o País. A al-
ternativa é o desastre.

A


rejeição ao gover-
no de Jair Bolsona-
ro não para de su-
bir, como resulta-
do de sua cada vez
mais evidente in-
capacidade de exercer o cargo
para o qual foi eleito em 2018. A
mais recente pesquisa XP/Ipes-
pe mostra que chegou a 50% a
parcela de cidadãos que consi-
deram o governo “ruim” ou
“péssimo”. Em março, quando
a pandemia de covid-19 chegou
de vez ao Brasil, 36% tinham es-
sa opinião. Ou seja, o comporta-
mento absolutamente irrespon-
sável do presidente ao longo da
crise parece ter sido decisivo pa-
ra que um grande número de
eleitores afinal perdesse a pa-
ciência com Bolsonaro.
O que espanta, contudo, é
que a fatia dos brasileiros que
consideram o governo de Bol-
sonaro “ótimo” ou “bom” ain-
da seja de 25%. Esse porcen-
tual já foi muito maior – estava
na casa dos 40% no início do
mandato, em janeiro de 2018, e
mesmo em abril passado, quan-
do a pandemia já havia se insta-
lado e revelava ao mundo o
completo desgoverno bolsona-
rista, esse índice se mantinha
em torno de 30%.
Ainda que o número esteja di-
minuindo, é assombroso que
haja tanta gente disposta a apoi-
ar o governo e a ver em Jair Bol-
sonaro um administrador “óti-
mo” ou “bom”, mesmo depois
das inúmeras provas que o pre-
sidente já deu de sua inépcia.
Somente desinformação e igno-
rância, embora sejam eviden-
tes, não explicam satisfatoria-
mente esse fenômeno.
Como destaca um artigo de
Ivan Briscoe, do International

Crisis Group, publicado recen-
temente na revista Foreign Af-
fairs, algo semelhante ocorre
na Venezuela do ditador Nico-
lás Maduro. Malgrado seu go-
verno ser uma desgraça para
seu país, o sucessor do caudi-
lho Hugo Chávez ainda man-
tém um apoio de pouco menos
de um quarto da população.
Esses venezuelanos parecem
nutrir pelo ditador uma relação
de lealdade, construída ao lon-
go de um regime que se apre-
sentou aos desvalidos como
campeão da justiça social con-
tra o capitalismo. Criou-se en-
tão um sentido de comunidade
ideologicamente coesa e solidá-
ria, obviamente incentivado pe-

la propaganda estatal, mas tão
genuíno quanto possível num
ambiente farsesco como é a Ve-
nezuela bolivariana. Como re-
sultado, a pressão política con-
tra o ditador, ao contrário de
enfraquecer esses laços comu-
nitários, colabora para fortale-
cê-los: para seus devotos, Ma-
duro, como Chávez e Fidel Cas-
tro antes dele, é a resistência
heroica ao imperialismo ian-
que, e as denúncias contra o di-
tador são vistas como parte de
uma conspiração de “inimigos
do povo” para derrubá-lo.
Do mesmo modo, Bolsonaro
parece ter construído em torno
de si uma comunidade cujos in-
tegrantes consideram verdadei-
ros brasileiros somente aque-
les que, como eles, são absolu-
tamente leais não à Pátria, mas

ao presidente. Para estes, co-
mo para os seguidores de Ma-
duro e para os entusiasmados
simpatizantes de autocratas to-
talitários no passado, “o líder
sempre tem razão” – não por
acaso, um slogan nazista. Faça
o que fizer – inclusive negociar
cargos com o que há de pior no
Congresso, ignorando solene
promessa de campanha –, Bol-
sonaro, na visão de seus fanáti-
cos seguidores, jamais erra.
Nesses termos, os códigos
morais que orientam a distinção
entre o certo e o errado, base da
civilização, são deliberadamen-
te subvertidos para se enquadra-
rem nos desígnios do líder, cujo
desejo passa a ser a expressão
da lei. Esse colapso moral – em
que a mentira, o cinismo e a tru-
culência são virtudes cívicas, en-
quanto a racionalidade e o res-
peito a opiniões divergentes são
defeitos capitais – é o que une a
comunidade nacional bolsona-
riana, faça chuva ou faça sol.
E nessa comunidade Bolsona-
ro governa soberano. Ali, ele é a
autoridade incontestável que
não consegue ser na Presidên-
cia da República, cujo exercício
é limitado pela Constituição. O
fato de que o apoio popular a
Bolsonaro caiu para um quarto
dos eleitores apenas reforça o
sentimento dos bolsonaristas
remanescentes de pertencimen-
to a uma minoria virtuosa, uma
espécie de “família Bolsonaro”
ampliada, que, guiada pelo seu
“mito”, enxerga o que a maio-
ria ignorante não consegue ver
e enfrenta inimigos cada vez
mais numerosos – no Congres-
so, no Judiciário, na imprensa e
dentro do próprio governo.
São, como seu líder, totalmen-
te inaptos para a democracia.

O Estado paralelo de Bolsonaro


ANTONIO CARLOS PEREIRA / DIRETOR DE OPINIÃO

Irresponsabilidade na
crise parece ter sido
decisiva para aumento
da rejeição ao governo

Fórum dos Leitores O ESTADO RESERVA-SE O DIREITO DE SELECIONAR E RESUMIR AS CARTAS. CORRESPONDÊNCIA SEM IDENTIFICAÇÃO (NOME, RG, ENDEREÇO E TELEFONE) SERÁ DESCONSIDERADA / E-MAIL: [email protected]


Notas & Informações


Reconstrução


Só a união em prol de
um bem maior poderá
ser capaz de libertar o
País da prisão ideológica

Queda nas pesquisas


lDesgoverno Bolsonaro
A tertúlia palaciana
Em torno de uma grande mesa,
um senhor colérico preside a
reunião, cobra ação enérgica de
subordinados (ou seriam vassa-
los?), exige fidelidade canina,
mostra todo o seu autoritaris-
mo, distribui insultos. Sem res-
peito pelo cargo, com linguajar
de pelada de várzea, vai destilan-
do ódio e palavrões, num local
que exige rito, liturgia, compos-
tura e modos. A maioria dos
subalternos se supera em boba-
gens, ofensas e pieguices, que-
rendo agradar ao chefe e apla-
car sua ira, emite pérolas que
entrarão para a História da nos-
sa República como exemplo de
a quão baixo chegamos. O czar
da Economia, Paulo Guedes,
passa pito em colega, querendo
mostrar superioridade intelec-
tual, chama o Banco do Brasil
de um palavrão e ameaça ven-
dê-lo. A maioria ri. Ricardo Sal-
les fala em aproveitar a pande-
mia, já que a mídia só se preocu-
pa com a covid-19, para atacar o
meio ambiente. Damares Alves,
aos berros, quer a prisão de pre-
feitos e governadores. E Abra-
ham Weintraub, teatralmente,


dispara: “Eu (...) botava esses
vagabundos todos na cadeia,
começando pelo STF”. Brasília
vira pocilga e alguns colegas
assistem envergonhados ao cir-
co de horrores. Não, aquele ví-
deo não era de uma reunião mi-
nisterial dentro do Palácio do
Planalto, mas de uma discussão
de um grupo de malandros de-
pois de beberem todas, ou de
um bando de moleques de rua
sem educação e noção de nada.
E tudo isso em meio a uma ca-
tástrofe que já ceifou milhares
de vidas, por causa de um vírus
que poderia ser combatido pe-
las autoridades ali reunidas. No
vergonhoso vídeo a Nação pode
ter uma ideia do nível das pes-
soas que nos “governam”.
LUIZ THADEU NUNES E SILVA
[email protected]
SÃO LUÍS (MA)

Incivilidade
Imaginar que esse presidente
alcance o significado de “litur-
gia do cargo” é querer demais.
Mas educação e boas maneiras
são, sim, o mínimo que se pode
exigir de um presidente da Re-
pública. O que se vê no vídeo
da reunião ministerial é um dis-

curso raivoso, forrado de pala-
vrões tão pesados que não ouso
repetir. Sem controle, ofendeu
barbaramente Doria, Witzel e
todo o povo. Ignorou a pande-
mia, os mortos (e daí?) e seus
familiares, demonstrando frieza
e crueldade desmedidas.
SILVIA TAKESHITA DE TOLEDO
[email protected]
SÃO PAULO

Extrapolou
Armamento? Interferência? Pa-
lavrões? Simplesmente inaceitá-
vel a postura do presidente. Im-
peachment já!
MARIA LUCIA R. JORGE
[email protected]
PIRACICABA

Vídeo escabroso
Estou enojado e com vergonha
de ser brasileiro.
HELEO POHLMANN BRAGA
[email protected]
RIBEIRÃO PRETO

Desvario
Tal qual a obra de Sebastian
Brant A Nave dos Tolos, em que
a embarcação acolhe loucos de
todas as categorias e promove
um desfile das fraquezas huma-

nas, o que se vê no vídeo da reu-
nião ministerial de 22/4 é um
bando de insanos, ignóbeis e
insensatos embarcados numa
nau à deriva.
LAURIBERTO DUARTE
[email protected]
SÃO PAULO

O que não houve
O que mais estarrece no famige-
rado vídeo da reunião “ministe-
rial” não é o que ali houve – um
chorrilho de impropérios ali-
mentados pelo ódio, sempre
repletos dos palavrões mais chu-
los –, mas, sim, o que não houve:
uma palavra, sugestão, preocu-
pação com os milhões de brasi-
leiros que hoje vivem árduos e
tormentosos dias, atingidos,
muitos mortalmente, por essa
pandemia Quanta indiferença,
quanta insensibilidade, quanto
desprezo por nosso povo! Mais
virulento do que a covid-19 só
mesmo esse time bolsonariano.
JUNIA VERNA FERREIRA DE SOUZA
[email protected]
SÃO PAULO

Guerra civil?
No vídeo Bolsonaro diz que
tem o poder e vai armar o povo.

Será que ele se referia só aos
bolsonaristas? Ou é a favor de
uma guerra civil no País?
EDGARD GOBBI
[email protected]
CAMPINAS

Democracia em risco
A sabotagem permanente de
Bolsonaro ao esforço de comba-
te ao coronavírus, contrariando
orientações das autoridades de
saúde internacionais e de seu
próprio governo, o incessante
incentivo à desobediência civil
e a ameaça histriônica de não
entregar o seu celular caso seja
requisitado pela Justiça, bem
como o contínuo autoritarismo
manifestado pelo general Au-
gusto Heleno, que culminou na
nota ameaçadora às institui-
ções, desnudam o fato de haver
militares, tanto fracassados, co-
mo Bolsonaro, quanto na ativa
ou na reserva, que se sentem
acima da lei e da Justiça, eviden-
ciando despreparo para o exercí-
cio do poder pela via democráti-
ca. Os 21 anos de ditadura e abu-
sos que muitos de nós vivemos
na juventude e a ameaça de Bol-
sonaro de mergulhar o País nu-
ma nova aventura autoritária,

totalmente extemporânea, mos-
tram com toda a clareza que os
militares, principalmente os da
ativa, devem retirar-se o mais
rápido possível do governo para
o exercício estrito de suas fun-
ções constitucionais, que é de
onde melhor poderão trabalhar
para auxiliar o País a se manter
nos trilhos da democracia e do
desenvolvimento, de onde
ameaça descarrilar pelas ações
insanas de um presidente inca-
paz e desequilibrado.
JORGE MANUEL DE OLIVEIRA
[email protected]
GUARULHOS

A nota
Pelo jeito, inconcebível e inacre-
ditável (23/5, A3), o ministro
Augusto Heleno andou abusan-
do da tubaína...
MARCO AURELIO CATTANI
[email protected]
SÃO PAULO

Deplorável
Inconcebível e inacreditável é o
Brasil continuar nesta deplorá-
vel administração.
JOSE WILSON GAMBIER COSTA
[email protected]
LENÇÓIS PAULISTA
Free download pdf