O Estado de São Paulo (2020-05-25)

(Antfer) #1

%HermesFileInfo:A-3:20200525:
O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 25 DE MAIO DE 2020 NotaseInformações A


O

establishment político já calcula
os prováveis ganhos eleitorais ad-
vindos do pagamento do auxílio
emergencial de R$ 600 para os
trabalhadores informais que per-
deram renda em razão da pande-
mia de covid-19. Como sempre, esse cálculo igno-
ra as tremendas restrições fiscais do País e, sobre-
tudo, trata a crônica desigualdade de renda co-
mo oportunidade para cultivar clientes entre os
mais pobres.
Desse modo, tanto o atual governo federal co-
mo a atual legislatura no Congresso, constituí-
dos de políticos que se elegeram com a barulhen-
ta promessa de demolir o sistema corrupto que
perpetua a desigualdade, agem como os velhos
coronéis da Primeira República, cujo poder se as-
sentava no mandonismo e na relação paternalis-
ta com os eleitores das regiões remotas, depen-
dentes em tudo do Estado. A pandemia revelou
que nosso atraso vai muito além do esperado re-
cuo inédito do Produto Interno Bruto – estamos
retrocedendo mais de um século também na po-
lítica, que, conforme anunciado pelo bolsonaris-
mo, deveria ser “nova”.
A bem da verdade, esse processo já vinha acon-


tecendo muito antes, e parecia ter encontrado
seu zênite nos governos lulopetistas. O Bolsa Fa-
mília, reunião de diversos programas de transfe-
rência de renda e auxílio social já existentes, tor-
nou-se a marca mais vistosa da Presidência de
Lula da Silva e de Dilma Rous-
seff. Desde que o primeiro benefí-
cio do Bolsa Família – que deve-
ria ser um instrumento de ascen-
são social – começou a ser pago,
os mapas eleitorais mostram a
gratidão dos eleitores beneficia-
dos, na forma de maciças vota-
ções em favor dos candidatos do
PT, em especial na Região Nor-
deste, particularmente castigada
pela pobreza crônica.
Há, portanto, um padrão de ex-
ploração da miséria com a finali-
dade de garantir uma base eleito-
ral suficiente para a perpetuação no poder. Nem
a bolsonaristas nem a lulopetistas interessa a des-
gastante discussão de mecanismos de redução
da desigualdade de renda que impliquem gran-
des e duras reformas, com vista a ampliar as opor-
tunidades reais de ascensão social das camadas

mais pobres da população. É sempre bom lem-
brar que a “nova classe média” festejada nos
anos dourados do lulopetismo no poder tinha ce-
lular e TV de plasma, mas tinha também esgoto
correndo a céu aberto na porta de casa.
O saneamento básico insuficien-
te é apenas a face mais vergonho-
sa de um atraso que, de tão persis-
tente, só pode ser proposital. En-
quanto o presidente da República
perde o precioso tempo dos brasi-
leiros com questiúnculas como
“ideologia de gênero” e radares
nas estradas, quase nada se fez pa-
ra melhorar o ambiente de negó-
cios no País, ponto de partida para
qualquer programa que vise a im-
pulsionar a produtividade e, conse-
quentemente, a elevar a renda dos
brasileiros sem necessidade de es-
timulantes demagógicos.
É claro que a emergência causada pela pande-
mia obriga o poder público a agir prontamente
de maneira a conferir um mínimo de proteção
aos que, de uma hora para outra, viram sua ren-
da desaparecer. É questão de vida ou morte. O

problema é a tentação populista, a mesma que
presidiu a transformação do Bolsa Família, que
deveria ser temporário, em expansão permanen-
te e contínua.
E o oportunismo pode se dar de diversas ma-
neiras. O governo parece ter encontrado no paga-
mento do auxílio emergencial uma excelente oca-
sião, por exemplo, para expandir a atuação da
Caixa Econômica Federal no País, abrindo mi-
lhões de contas no banco estatal não só para os
beneficiários sem conta em banco, mas também
para os que já são clientes de outros bancos. Não
satisfeita, a Caixa estuda abrir contas para benefi-
ciários do Bolsa Família, que hoje podem sacar
seu dinheiro até em lotéricas. Nada como uma
boa desculpa para ampliar a carteira de clientes
do banco estatal.
Assim, ainda que a transformação do auxílio
emergencial em permanente encontre dura resis-
tência da realidade – o secretário do Tesouro,
Mansueto Almeida, informou que isso é “fiscal-
mente impossível” –, não são pequenas as chan-
ces de que a tradição clientelista se imponha mais
uma vez. Será surpresa se, afinal, a preocupação
com a sustentabilidade fiscal de longo prazo pre-
valecer sobre o mais rasteiro interesse eleitoral.

E


m queda livre, a
atividade indus-
trial atingiu em
abril novos recor-
des negativos,
com a produção,
o emprego e o uso da capacida-
de nos menores níveis das
séries históricas, segundo a
Confederação Nacional da In-
dústria (CNI). Pisos históricos
já haviam sido atingidos em
março, quando o setor foi atin-
gido pelos primeiros impactos
econômicos da pandemia, mas
aquele foi apenas o começo de
um desastre sem precedente.
Essa nova sondagem reforça as
projeções do mercado e de eco-
nomistas do governo. A econo-
mia brasileira poderá contrair-
se mais que 5% neste ano, admi-
tiu o secretário do Tesouro Na-
cional, Mansueto Almeida. A úl-
tima estimativa apresentada
oficialmente pelo Ministério da
Economia, poucos dias antes,
indicava uma redução de 4,7%.
No mercado, a mediana das
estimativas captadas na pesqui-
sa Focus de 15 de maio apontou
para 2020 um Produto Interno
Bruto (PIB) 5,12% menor que o
do ano anterior. Alguns bancos
têm divulgado projeções mais
sinistras, com quedas na faixa
de 6% a 9%. Em sua última pre-
visão, apresentada na primeira
quinzena de abril, o Fundo Mo-
netário Internacional (FMI) já
previa uma contração de 5,3%
para o Brasil.
A perda será menor na indús-
tria que no conjunto da econo-
mia, segundo cálculo aparente-
mente estranho do mercado. A
produção industrial encolherá
3,68% em 2020, pela mediana
das projeções da pesquisa Fo-
cus do dia 15. Quatro semanas


antes ainda se apontava uma
contração de 2,25%. Mas esses
números, é importante lem-
brar, são calculados com base
em um resultado já muito
ruim. Em 2019 o produto indus-
trial foi 1,1% menor que em
2018, de acordo com o Institu-
to Brasileiro de Geografia e Es-
tatística (IBGE).
Em seu primeiro ano – e no
começo do segundo – o gover-
no do presidente Jair Bolsona-
ro fez muito pouco, ou quase
nada, para conter a deteriora-
ção da indústria brasileira, ace-
lerada a partir do último gover-
no petista. O presidente só exi-
biu alguma preocupação com a
atividade econômica, a produ-

ção industrial e o emprego
quando a nova crise, sensível a
partir de março, surgiu como
um possível entrave a suas am-
bições eleitorais e a seus inte-
resses pessoais e familiares.
Até esse momento, suas priori-
dades haviam ficado muito lon-
ge das questões econômicas e
dos problemas de emprego.
Agora, se o presidente quiser
de fato dedicar-se ao assunto,
poderá começar pela nova son-
dagem da CNI. Em abril, segun-
do o relatório, o uso da capaci-
dade instalada ficou em 49%, o
menor nível desde janeiro de


  1. Em média, portanto, o se-
    tor industrial usou no mês pas-
    sado menos de metade do po-
    tencial de suas máquinas e equi-
    pamentos, para citar só os
    meios físicos mais importan-


tes. Em fevereiro, antes do iso-
lamento e da redução dos negó-
cios, a utilização ainda estava
em 68%. Em março caiu para
58% e despencou para 49%
quando o impacto da crise foi
mais forte.
O índice de evolução de pro-
dução despencou para 26 pon-
tos, bem abaixo da fronteira en-
tre queda e crescimento, situa-
da no nível 50. O indicador do
emprego caiu para 38,2 pontos,
também o menor nível da série
iniciada em 2011.
Embora muito ruins, os nú-
meros gerais da economia no
primeiro trimestre parecem
bem menos assustadores que
os prenunciados a partir de
abril. No período de janeiro a
março a atividade econômica
foi 1,2% mais baixa que nos três
meses finais de 2019, segundo
o Monitor do PIB elaborado
mensalmente pela Fundação
Getúlio Vargas (FGV). Esse da-
do ainda é atenuado pelo de-
sempenho em janeiro e feverei-
ro. A grande mudança ocorreu
em março, com uma queda
mensal de 5,3%. Esse tombo é o
maior da série do Monitor, ini-
ciada em 2000. A comparação
interanual ainda mostrou um
avanço muito modesto, com
um PIB 0,1% maior que do pri-
meiro trimestre de 2019.
Os números oficiais do PIB
de janeiro a março devem ser
publicados no dia 29 pelo IB-
GE. Mas as primeiras estimati-
vas indicam um primeiro tri-
mestre ruim e antecipam um
péssimo resultado anual. Os fa-
tos ainda poderão ser piores
que as previsões se o presiden-
te Jair Bolsonaro continuar pro-
duzindo tensão política e inse-
gurança econômica.

D


iante da atual si-
tuação da pan-
demia de covid-
19, o Congresso
anunciou que
criará um gru-
po de trabalho, composto por
deputados e senadores, para es-
tudar a necessidade de adiar as
eleições municipais. O primei-
ro turno está previsto para o dia
4 de outubro. É oportuno que o
tema seja avaliado e debatido,
tendo em vista tanto a gravida-
de do quadro sanitário do País
como o fato de que todo o pro-
cesso eleitoral – as convenções
partidárias, a campanha eleito-
ral e os dias de votação – envol-
ve, em alguma medida, circula-
ção e movimentação de pes-
soas, com efeitos sobre a trans-
missão do novo coronavírus.
A prudência recomenda, as-
sim, que o assunto seja estuda-
do. Se de fato for necessário, o
pleito municipal deve ser adia-
do, e a alteração precisa ser fei-
ta por meio de uma Emenda
Constitucional. No entanto, a
mesma prudência recomenda
não confundir adiamento das
eleições com prorrogação de
mandato. Uma coisa é atrasar,
por força de circunstâncias ex-
cepcionais, as datas do primei-
ro e do segundo turno do pleito
municipal, mantendo-as neste
ano e assegurando que, no iní-
cio de 2021, os novos prefeitos
e vereadores eleitos assumam
os respectivos cargos. Coisa
completamente diferente é
adiar as eleições deste ano para
2021, o que significaria prorro-
gar o atual mandato de prefei-
tos e vereadores. Neste caso,
não haveria apenas uma mudan-
ça do calendário eleitoral, mas
uma indevida e ilegítima am-

pliação do mandato popular.
Não cabe ao Poder Legislati-
vo estender mandato político
de quem quer que seja. O voto
conferiu aos atuais prefeitos e
vereadores um mandato deter-
minado, que termina em 31 de
dezembro deste ano. Eventual
prorrogação do mandato repre-
sentaria exercício de poder po-
lítico além do que foi conferido
nas urnas, o que contraria o Es-
tado Democrático de Direito.
“Na discussão com os líderes
(dos partidos) é posição quase
de unanimidade que devemos
ter adiamento, mas sem prorro-
gação de nenhum mandato”,
disse o presidente da Câmara
dos Deputados, Rodrigo Maia

(DEM-RJ). O presidente do Se-
nado, Davi Alcolumbre (DEM-
AP), expressou-se em termos
semelhantes: “Temos acompa-
nhado, nos últimos dias, essa
aflição dos brasileiros em rela-
ção ao problema de saúde públi-
ca e, naturalmente, a preocupa-
ção com a democracia”. No
mês passado, o ministro Luís
Roberto Barroso, que assumirá
em breve a presidência do Tri-
bunal Superior Eleitoral (TSE),
também descartou a possibilida-
de de levar as disputas munici-
pais para o ano que vem.
É tranquilizador que as auto-
ridades envolvidas tenham cla-
reza a respeito desse assunto,
sem dubiedades ou oportunis-
mos que poderiam ser desastro-
sos para o País. Eventual adia-
mento das eleições municipais

deve servir para resolver um
problema, e não para criar ou-
tro ainda maior. A alteração do
calendário eleitoral pode contri-
buir para os esforços no enfren-
tamento do novo coronavírus.
Já transformar o adiamento
das eleições em uma prorroga-
ção de mandato popular signifi-
caria transigir com princípio
fundamental da democracia.
Diante das atuais dimensões
da pandemia e do que ela ainda
pode causar nos próximos me-
ses, talvez alguém possa achar
desproporcional essa radical ob-
jeção a toda e qualquer prorro-
gação de mandato. Segundo es-
se raciocínio, dar aos atuais pre-
feitos e vereadores mais alguns
meses no cargo, por exemplo,
não seria assim tão desastroso.
Em primeiro lugar, tal pensa-
mento manifesta uma avalia-
ção equivocada sobre os manda-
tos de prefeito e vereador, co-
mo se fossem pouco relevan-
tes. O exercício do poder políti-
co na esfera municipal deve es-
tar necessariamente respalda-
do pelo voto. Além disso, a vio-
lação do mandato popular daria
ensejo a um perigosíssimo pre-
cedente, com potencial de cau-
sar enormes problemas futuros


  • e não só na esfera municipal.
    Numa democracia, há pon-
    tos inegociáveis, nos quais não
    se mexe. O mandato popular é
    um deles. Por isso, ao avaliar
    eventual alteração do calendá-
    rio eleitoral, o grupo de traba-
    lho formado no Congresso de-
    ve ter presente, desde o início,
    que o mandato dos atuais pre-
    feitos e vereadores acaba em 31
    de dezembro de 2020. Ne-
    nhum dia a mais. E, por isso, o
    pleito municipal precisa neces-
    sariamente ocorrer neste ano.


Auxílio emergencial e clientelismo


ANTONIO CARLOS PEREIRA / DIRETOR DE OPINIÃO

Adiar as eleições deste
ano para 2021 significa
indevida e ilegítima
ampliação de mandato

Fórum dos Leitores O ESTADO RESERVA-SE O DIREITO DE SELECIONAR E RESUMIR AS CARTAS. CORRESPONDÊNCIA SEM IDENTIFICAÇÃO (NOME, RG, ENDEREÇO E TELEFONE) SERÁ DESCONSIDERADA / E-MAIL: [email protected]


Notas & Informações


A pandemia na indústria


Produção industrial
chega aos níveis
mais baixos das
séries mensais

Nenhum dia a mais


lDesgoverno Bolsonaro
O Inferno de Dante
Comparar a reunião ministerial
de 22/4 ao Inferno de Dante,
como Vera Magalhães, a meu
ver seria diminuir o pandemô-
nio que foi esse encontro, que
deveria ser de alto nível. Arris-
co dizer que assembleia de con-
domínio, lugar-comum para
reuniões sem pés nem cabeça, é
paraíso de coerência se compa-
rada à conduzida pelo presiden-
te Jair Bolsonaro. Sou levado a
concluir que seu governo é uma
piada, para não dizer coisa pior
e cair no seu nível raso. Sur-
preende-me que somente Ser-
gio Moro tenha saído logo des-
se barco em afundamento.
LUIZ ROBERTO COSTA
[email protected]
SÃO PAULO


Realidade paralela
As várias demonstrações explíci-
tas de Bolsonaro a favor da dita-
dura militar, da tortura e de pre-
conceito rastejante pautam
suas atitudes na Presidência,
pois ele acredita estar presiden-
te num regime ditatorial, seu
sonho. Ao ser trazido à realida-
de de estarmos numa democra-


cia comete arroubos e aquela
última reunião ministerial de-
monstra sua realidade paralela.
MARCOS BARBOSA
[email protected]
CASA BRANCA

Perfil baixo
Bolsonaro nunca enganou nin-
guém, sempre foi um tosco de-
putado despudorado, defensor
da ditadura e da tortura, um
homofóbico que gosta de humi-
lhar quem não é a seu favor.
Típico ditador.
JOSE CARLOS A. ZANUTTO
[email protected]
POMPEIA

Armar a população
Bolsonaro escancara seu fascis-
mo ao defender o direito da po-
pulação a armas. Assim, diz, o
povo poderia enfrentar prefei-
tos e governadores. O motivo?
Medidas para diminuir contá-
gio comunitário de uma doença
que já matou mais de 20 mil
brasileiros. Sua política arma-
mentista nada tem que ver com
proteção pessoal, mas com sub-
versão civil, ataque a adversá-
rios políticos, organização de
milícias e estímulo ao caos so-

cial. Seus camisas pardas já es-
tão se organizando. Cabe às ins-
tituições civis dar um basta nes-
sa aventura fascista antes que
seja tarde. Se é que já não é.
PEDRO MENDONÇA
[email protected]
SÃO PAULO

Heresia
Afinal, quais são os princípios
religiosos de Bolsonaro? Vive
apregoando “Deus acima de tu-
do”. Como quer, então, armar
todos os cidadãos e transfor-
mar o ensinamento de Cristo
“amai-vos uns aos outros” em
“matai-vos uns aos outros”?
Que religião lhe permite profe-
rir palavrões de baixo calão e
usar linguagem indecente?
HUGO JOSE POLICASTRO
[email protected]
SÃO CARLOS

Esparrela
Esquecidos de que toda moeda
tem dois lados, parlamentares
do Centrão aceitaram com volú-
pia o convite para integrar a ca-
ravana de insanos que assom-
bram o Planalto. Só conseguem
enxergar os ganhos a auferir em
troca de apoio ao governo. Ao

fazerem barragem a um proces-
so de impeachment, estão levan-
do água ao moinho do nosso
aprendiz de ditador e contribu-
indo para o sucesso de seu pro-
jeto autoritário. Se, por desgra-
ça, o golpe se consumasse, o
Congresso seria fechado e eles


  • tolinhos! – seriam as primei-
    ras vítimas. Perderiam o manda-
    to e só com muita sorte escapa-
    riam da cadeia. A cupidez é um
    defeito muito feio.
    JOSÉ HORTA MANZANO
    [email protected]
    GENEBRA, SUÍÇA


Boi de piranha
Quer me parecer que a fala exal-
tada do ministro Abraham
Weintraub na reunião de 22/
veio a feitio de torná-lo provi-
dencial boi de piranha que livra-
rá os costados de partícipes, em
especial de quem a comandou
de modo não menos exaltado.
JOAQUIM QUINTINO FILHO
[email protected]
PIRASSUNUNGA

Passa boiada
Aproveitando o momento em
que a mídia está com sua aten-
ção voltada para a covid-19, o

ministro do Meio Ambiente,
Ricardo Salles, bem que pode-
ria ser trocado. Ninguém perce-
beria nem faria falta. Ele nos
deu uma boa ideia.
JOÃO A. R. PENNA
[email protected]
SÃO PAULO

Sem conserto
Salles tentou se explicar sobre
fala em que defende “passar a
boiada”. Como explicar o inex-
plicável? O estrago já foi feito.
ROBERT HALLER
[email protected]
SÃO PAULO

Queda dos extremos
Embora decrescentes em apoio,
conforme os números mostra-
dos no editorial Queda nas pes-
quisas (24/5, A3), os seguidores
de Bolsonaro são, como os de
Lula, persistentes e barulhen-
tos, tendo em comum a incondi-
cionalidade do apoio. A essa
identidade se soma agora o
ódio desses extremos ao ex-juiz
e ex-ministro Sergio Moro, o
brasileiro mundialmente famo-
so por sua integridade e por ter
posto atrás das grades crimino-
sos poderosos.

NILSON OTÁVIO DE OLIVEIRA
[email protected]
SÃO PAULO

Semelhanças
Não me espanta o apoio de 25%
a 30% a Bolsonaro, certamente
o mesmo de Lula/PT, tendo co-
mo contraponto, citado no edi-
torial de ontem a esse respeito,
o Congresso e o Judiciário, este
com seu rol absurdo de privilé-
gios. Ambas as franjas também
têm em comum detestar a im-
prensa livre, o que, aí, sim, é
incompreensível, já que se trata
da imprescindível fonte de in-
formação confiável.
ALBINO BONOMI
[email protected]
RIBEIRÃO PRETO

Auxílio no exterior
Eu conheço um comissário
de bordo brasileiro da United
Airlines que reside há mais de
20 anos nos EUA e recebeu lo-
go no primeiro lote o auxílio de
emergência numa conta que
tem no Brasil. Até que enfim
alguém tocou no assunto.
CARLOS EDUARDO COUTINHO RIBEIRO
[email protected]
RECIFE
Free download pdf