Valor Econômico (2020-05-28)

(Antfer) #1

JornalValor--- Página 5 da edição"28/05/20201a CADB" ---- Impressa por cgbarbosaàs 27/05/2020@21:25:57


Quinta-feira, 28demaiode (^2020) |Valor| B5
IMPACTOSDO
CORONAVÍRUS
Empresas|S e r v i ç o s &Te c n o l o g i a
EnsinoFerramentaéusadapor1,3milhãodealunosdecolégiosprivados


Cogna abre plataforma de

aulas on-line a 400 escolas

Ghio,da Cogna:Escolas têmacesso gratuito e devem ser novas clientes em 2021

NILANIGOETTEMS/VALOR

Beth Koike
DeSãoPaulo

Cerca de 400 escolas privadas
estãousando gratuitamentea pla-
taforma de aulas on-line da Cogna
nesseperíododa pandemia.Em
contrapartida, esses colégiosse
comprometeram a comprarno
próximoano letivo um dosprodu-
tosofertadospelacompanhia.
A Cognaé donadas editoras
de livrosdidáticosÁtica, Scpio-
ne,SaraivaeAtual,deseismarcas
de sistemascomoAngloepH, e
de cursosde idiomas,alémde
venderserviçoscomogestãoad-
ministrativade escolasetreina-
mentodeprofessores.
Comisso,aCogna deveráter
em 2021um aumentode cerca
de10%nonúmerodeescolasque
usamaplataforma batizadade
Plurall.Atualmente,sem consi-
deraras 400 escolasque estão
acessandoaferramentagratuita-
mente,4,4 mil colégiossão clien-
tes da companhiaque somados
reúnem1,3milhãodealunosdos
ensinosinfantilao médio,oque
representaum terçodo mercado
de educação privada do país.
Destevolume,cercade 35 mil es-
tudantessãodos54colégiospró-
priosdacompanhia.
“No primeiro mês da quarente-
na, muitas escolasderamférias,
mas passado esse períodoelas não
tinhamestrutura para aulas vir-
tuais. Vimos que nossa plataforma
aguentava a demandae em mea-

dos de abril abrimos para escolas
que não eramnossas clientes”, dis-
seMarioGhio,presidentedaVasta,
braço de serviços educacionais de
ensino básico da Cogna. Acompa-
nhia tem outrastrês divisões: ensi-
no superior (Kroton), colégios
próprios (Saber) e serviçoseduca-
cionaisafaculdades(Platos).
Hoje,sãoministradas23milau-
las ao vivo,por dia, por meioda
Plurall. Comaferramenta, o pro-
fessor ministra a aula para sua tur-
maetiraasdúvidasemtemporeal.
Tambémépossível acessaromate-
rial didático e os laboratórios vir-
tuais para experimentos de quími-
ca ou física, por exemplo.“Comas
demandas das escolas, fomos bus-
carparceriascomempresasdetec-
nologiae startups que oferecem
laboratórios e gamesde matemá-
tica. A Amazon nosdeu acesso ili-
mitadoparatráfego earmazena-
mentode dados.Já ministramos 1
milhãodeaulas”, contou.
Até a eclosão da pandemia, a
Plurallera usada paraconsulta de
conteúdo didático eesporadica-
mentehavia aulas ao vivo. Para
atendermaisdeummilhãodealu-
nos, aplataforma passa,semanal-
mente,por 180 atualizações feitas
por uma equipe de tecnologia. No
total,280 pessoas de diferentes
áreas da companhia trabalham
para manter a plataforma funcio-
nando. O aumentoda demanda
pesou.“Nasegundasemanadeau-
las, o sistemaarriou. Ficamos 30
minutos fora do ar.On úmero de
acessos tinha sido 208 vezes supe-
rior ao da semanaanterior”, lem-
brouGhio.
Asprovastambémsãoministra-
dasremotamenteeparaevitarque

oaluno “cole” os testes são realiza-
doscomquestõesmaisanalíticas.
SegundoGhio, até omomento
nãohouveinadimplênciadosco-
légiosno pagamento dos contra-
tos parauso da ferramenta que
temsidoessencial.
O negócio de educação básica
vemsemostrandomaisresiliente
e cresceuno primeiro trimestre
na contramãodo ensino supe-
rior. No primeiro trimestre, a re-
ceita líquida da Vastaaumentou
24%paraR$402, 4 milhões. Para
efeitos de comparação,areceita

da Kroton (deensino superior)
caiu29%paraR$882,7milhões.
Não àtoa, aCognaprepara uma
aberturadecapital (IPO) da Vasta
na Nasdaq. Antesda pandemia, o
objetivo era vender20% da opera-
ção elevantarentreR$ 1,6 bilhão e
R$ 2bilhões. SegundoRodrigo Ga-
lindo, presidente da Cogna, o IPO
só será feito quando o mercado se
estabilizar. Em fevereiro, aCogna
levantouR$2,5bilhõesnumaofer-
ta de ações e há uma semana, cap-
tou maisR$ 500milhõesnuma
emissãodedebêntures.

Hospitais privados


negociam preço


de leito para SUS


DeSãoPaulo

Os hospitaisprivados dizem
acreditarque o risco de seus leitos
serem “apropriados”pelo Ministé-
rio da Saúde émenor após o Sena-
doteraprovadomudançasnopro-
jeto quepermite apacientes do
SUS, com covid-19,usaremas UTIs
da rede particular,mas eles ainda
querem aumentar aremuneração
dadiáriahospitalar.
O item do projeto que acalmou
osânimosdosetorfoioqueobriga
o governo a realizar um chama-
mento público paraos hospitais
ofertaremsuas UTIs, com remune-
raçãopreestabelecida. Alémdisso,
amedidavale somente aos hospi-
tais com taxa de ocupação inferior
a85%. “O hospitalque estávazio
deve ofertar seus leitospara quem
precisa, mas de forma organizada.
Tivemosavançosnas negociações,
mas ainda precisamosver a ques-
tão da remuneração que não está
definida”, disseBreno Monteiro,
presidente da CNSaúde, entidade
do setorprivado. Oprojeto ainda
precisade aval da Câmara dos De-
putadosesançãopresencial.
Umadas possibilidadesé que a
remuneraçãosejabaseadanatabe-
laSUS,quepagaR$1,6milpeladiá-
ria de UTI. Ovalor é considerado
baixo pelo setor.Os hospitais de
operadoras verticalizadas cobram
R$4mil.ParaMarcoAurélioFerrei-
ra, diretor-executivo da Anahp,re-
presentante dos maiores hospitais
privados,oidealécalcularovalor
conforme a região.APrefeiturade
SãoPaulopagaR$2,1mileogover-
nopaulista,R$1,6mil.
OHospital Alemão Oswaldo
Cruz disponibilizou 20 UTIs à pre-

feitura de São Paulo. Em dez dias,
foram internados 31 pacientes do
SUS. “A remuneração de R$ 1,6 mil
não cobre nossos custos. Preferi-
mos negociar,mas se não houver
jeito vamosatender. Énossa obri-
gação,não podemos deixaras pes-
soas sem atendimento”, dissePau-
loVasconcellosBastian,presidente
doAlemãoOswaldoCruz.
Vários outros hospitaisdeSão
Paulo,do Rio eEspírito Santo tam-
bém ofereceramUTIs ao SUS, com
valorpredefinido.Essa adesão não
impede que o governo federal faça
requisições administrativas nesses
hospitais, se não houver acordo.
Umtemordosetoréocalotecomo
ocorreu na epidemia da dengue,
quandoos leitos privadosdo Rio
foram usados pelo SUS e até hoje
não houve pagamento.“A apro-
priaçãosemanuêncialevaadesor-
ganizaçãoeriscodequedanaqua-
lidade do atendimento”, disse Sid-
ney Klajner,presidente do Hospi-
talAlbertEinstein.
O desembargador CesarCury,
especializadoem mediaçãono se-
tor de saúde,propõe que as partes
optem por um acordo. “Uma ne-
gociação judicial em saúde leva
em média 4,5 anos. Se houver
apropriação de leitos, hospitais
vão entrar na Justiça e devem ga-
nharporquealeiémuitoampla.O
hospital pode serbloqueado para
evitarasapropriações”,disseCury.
Adelvânio Francisco Morato, da
FederaçãoBrasileiradosHospitais,
alerta sobre a situação dos hospi-
tais pequenose médios. “Metade
dos hospitais do país tem menos
de 50 leitos. Eles tiveram queda de
receita enão têm estrutura para
atendercasosdecovid-19.”(BK)

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VAI CORINTHIANSSSSSSSSS

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