O Estado de São Paulo (2020-05-29)

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O ESTADO DE S. PAULO SEXTA-FEIRA, 29 DE MAIO DE 2020 NotaseInformações A


F


oi aos gritos que o presidente Jair


Bolsonaro informou a seus concida-


dãos que não tolerará mais “um dia


igual a ontem” – em referência à


quarta-feira passada, quando a Polí-


cia Federal, por ordem do ministro


do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre


de Moraes, fez buscas em residências de militan-


tes bolsonaristas suspeitos de integrar uma orga-


nização criminosa destinada a intimidar integran-


tes daquela Corte. Segundo ele, “ordens absur-


das não se cumprem”. Diante de declarações tão


peremptórias por parte do presidente – na práti-


ca, um ultimato –, é o caso de perguntar o que


acontecerá se “um dia igual a ontem” se repetir.


Como é certo que teremos muitos outros dias


como esse, das duas uma: ou o presidente não fa-


rá nada, posto que numa democracia nada há a fa-


zer a não ser respeitar as ordens judiciais, ou par-


tirá para a desobediência – prenúncio de um gol-


pe que muitos bolsonaristas desejam ardente-


mente deflagrar. Para o deputado Eduardo Bolso-


naro, um dos filhos do presidente, o segundo ce-


nário é o mais provável. Referindo-se a “um mo-


mento de ruptura”, disse: “Não é mais uma ques-


tão de se, mas de quando isso vai acontecer”.


Ao que parece, contudo, a escalada retórica do


chefe do Executivo, de sua família e dos camisas


pardas bolsonaristas começa a encontrar resistên-


cia mais firme entre militares da ativa e da reser-


va, inclusive os que integram o governo. “Quem é


que vai dar golpe? As Forças Arma-


das? Que é que é isso? Estamos no


século 19?”, reagiu o vice-presiden-


te Hamilton Mourão em entrevis-


ta ao site G1. Para o general da re-


serva, essa ruptura prenunciada


por Eduardo Bolsonaro está “fora


de cogitação”. Embora tenha dito


que não falava pelas Forças Arma-


das, Mourão afirmou conhecer o


ânimo militar e declarou: “Não ve-


jo motivo algum para um golpe”.


Na mesma linha, o ministro do


Gabinete de Segurança Institucio-


nal, Augusto Heleno, que também


é general da reserva, declarou que “ninguém está


pensando em golpe” e que “intervenção militar não


resolve nada” – um recuo e tanto para quem ante-


via “consequências imprevisíveis” caso o Supremo


continue a tomar decisões contrárias ao presidente.


Em artigo para o Estado, o general Carlos Al-


berto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria


de Governo, disse que as Forças Armadas “não se


deixarão tragar e atrair por disputas políticas


nem por objetivos pessoais, de grupos ou partidá-


rios”. O general Luiz Eduardo Ramos também ga-


rante enfaticamente que as Forças


Armadas não pensam em golpe,


antes repelem a ideia.


Se é assim, cabe então aos milita-


res desarmar os espíritos no Palá-


cio do Planalto, a começar pelo pró-


prio presidente, pois é ele que con-


tribui decisivamente para ampliar


o clima de ruptura – muito conve-


niente para seu projeto autoritário


de poder. Nesse projeto – que tem


no chavismo seu estado da arte –,


as instituições e órgãos de Estado


convertem-se em forças auxiliares


do presidente, seja para perseguir


inimigos, seja para dar completa liberdade de ação


ao governo. Foi isso o que o ex-ministro da Justiça


Sérgio Moro denunciou quando pediu demissão.


Essa deliberada confusão só é possível com uma


interpretação ardilosa dos valores democráticos.


Para o bolsonarismo, por exemplo, a liberdade de


expressão, quando invocada pelo presidente e seus


devotos, é uma licença para cometer crimes diver-


sos, como injúria e ameaça a ministros do STF.


Tudo isso, é claro, serve para que Bolsonaro se


passe por vítima e, assim, dê substância ao discur-


so segundo o qual suas ações deletérias são uma


necessária reação a supostas agressões de seus


inimigos. Para Bolsonaro, por exemplo, o inquéri-


to do STF resultou de “atitudes de certas pessoas


individuais (sic)” – como se este ou aquele minis-


tro do Supremo tivesse tomado decisões apenas


para confrontá-lo.


Se tiver alguma dúvida sobre a lisura do in-


quérito do STF, no entanto, o presidente pode


consultar o que já escreveu a esse respeito seu


atual ministro da Justiça, André Mendonça. Em-


bora hoje veja as investigações como um poten-


cial risco à democracia, Mendonça, quando era


advogado-geral da União, informou que o in-


quérito tinha total respaldo na Constituição – no


que estava absolutamente correto.


A questão é que Bolsonaro não tem dúvida ne-


nhuma. Só certezas – como a de que todos devem


se curvar a suas vontades. Para Bolsonaro, “algo de


muito grave está acontecendo com nossa democra-


cia”. Sim, está – mas a democracia está reagindo.


A


chanceler alemã,


Angela Merkel, e


o presidente fran-


cês, Emmanuel


Macron, propuse-


ram a criação de


um fundo de recuperação de ¤


500 bilhões para a União Euro-


peia (UE). A proposta é inova-


dora, já que os recursos seriam


levantados por meio do endivi-


damento da Comissão Euro-


peia no mercado de capitais e


seriam distribuídos na forma


de subsídios e não de emprésti-


mos. Os 27 países-membros


precisarão concertar os crité-


rios de distribuição e o mecanis-


mo de reembolso à UE. Mas a


proposta é já uma quebra dos


paradigmas europeus e pode


inspirar outros programas ao


redor do mundo.


Projetos audaciosos que com-


binem inovação e solidarieda-


de serão necessários. O Progra-


ma das Nações Unidas para o


Desenvolvimento (Pnud) anun-


ciou que 2020 marcará o pri-


meiro declínio no curso do de-


senvolvimento humano global


desde 1990. A crise impacta o


tripé do desenvolvimento hu-


mano: renda (com a maior con-


tração desde a Grande Depres-


são); saúde (com a morte de


centenas de milhares de pes-


soas); e educação (cujos índi-


ces podem despencar aos ní-


veis da década de 80).


“A pandemia se sobrepôs a


tensões não solucionadas en-


tre pessoas e a tecnologia, pes-


soas e o planeta e entre as que


têm e as que não têm”, disse o


relatório do Pnud. “Estas ten-


sões já estavam criando uma


nova geração de desigualda-


des.” Agora, projeta-se um de-


clínio equivalente “a apagar to-


do o progresso no desenvolvi-


mento humano dos últimos


seis anos”. O Pnud sugere três


princípios para responder à cri-


se: olhar através das lentes da


equidade; focar no aprimora-


mento das capacidades das pes-


soas; e seguir uma abordagem


multidimensional. A proposta


franco-germânica permite vis-


lumbrar como esses princípios



  • ou ao menos suas bases eco-


nômicas – podem ser materiali-


zados na prática.


De pronto, é já um sinal


substantivo de cooperação,


uma vez que Alemanha e Fran-


ça, os principais motores do


bloco, tinham divergências his-


tóricas sobre a emissão da dívi-


da. A proposta permite de ma-


neira inaudita que a Comissão


Europeia contraia amplos em-


préstimos. Será o primeiro


grande ato de integração fiscal


do bloco desde que a moeda


comum foi adotada, em 1990,


e por isso tem sido chamado


de “o momento hamiltoniano”


europeu – uma referência a


Alexander Hamilton, o primei-


ro secretário do Tesouro nor-


te-americano, que em 1790


criou a união fiscal americana


convertendo a dívida dos Esta-


dos em dívida federal.


O chamado “quarteto fru-


gal” – Áustria, Suécia, Holanda


e Dinamarca – tem dado sinais


de inquietação, especialmente


quanto à possibilidade de o fun-


do, em princípio temporário,


se tornar permanente. Mas as


concessões da Alemanha em


aderir ao endividamento em lar-


ga escala e, sobretudo, em per-


mitir que os recursos sejam ca-


nalizados na forma de subsí-


dios e não de empréstimos são


já uma surpreendente mudan-


ça de princípios. Não à toa, a


presidente da Comissão Euro-


peia, Ursula von der Leyen, su-


biu a aposta, propondo que o


fundo atinja ¤ 750 bilhões.


A prova de fogo está por vir.


Em tese o fundo será baseado


no “compromisso dos mem-


bros de seguir sólidas políticas


econômicas e uma agenda am-


biciosa”, que inclui estoques co-


muns de recursos médicos, a


reafirmação do “Green Deal”


europeu e a diversificação das


cadeias de fornecimento – hoje


dependentes da China. Mas tu-


do precisa ser negociado, desde


os mecanismos de reembolso –


Von der Leyen propõe novos


impostos sobre a indústria de


plástico, emissão de carbono e


comércio digital – até os crité-


rios de distribuição aos benefi-


ciários e suas contrapartidas.


Em suas considerações, o


Pnud enfatizou a necessidade


de “ação coletiva” e aludiu à


adesão voluntária ao distancia-


mento social por pessoas do


mundo inteiro como um sinal


promissor. “Se precisamos de


prova da ideia de que a humani-


dade pode responder coletiva-


mente a um desafio global com-


partilhado, estamos agora vi-


vendo nela.” O programa pode


ser a primeira grande prova pa-


ra a Europa no plano geopolíti-


co – se se concretizar. Mas des-


de já ele sinaliza uma vontade


de orientar os interesses pura-


mente pragmáticos pelo princí-


pio da solidariedade.


C


ontaminado pelo


coronavírus, o


mercado de traba-


lho fechou 4,9 mi-


lhões de vagas e


acumulou recor-


des sinistros no trimestre mó-


vel encerrado em abril. A popu-


lação ocupada encolheu 5,2% e


a massa de rendimentos dimi-


nuiu 3,3% em relação ao trimes-


tre de novembro a janeiro. As


duas variações foram as maio-


res da série iniciada em 2012.


Com R$ 7,3 bilhões a menos na


massa de rendimentos, o poder


de consumo se reduziu, tornan-


do mais fraca uma economia já


em marcha lenta em janeiro e


fevereiro, antes do primeiro im-


pacto da pandemia. O desem-


prego de 12,8 milhões de traba-


lhadores no período de feverei-


ro a abril é um dos efeitos ini-


ciais do surto de covid-19. Esse


contingente corresponde a


12,6% da população economica-


mente ativa. Os dados são do


Instituto Brasileiro de Geogra-


fia e Estatística (IBGE).


A realidade é mais feia que es-


se quadro, porque mais pessoas


desistiram de buscar uma ocu-


pação. Os desalentados, 5 mi-


lhões, também representam


um recorde. Como deixaram


de buscar emprego, deixaram


igualmente de ser incluídos no


total dos desempregados. Entre


os dois trimestres aumentou


também a população fora da for-


ça de trabalho. Com 5,2 mi-


lhões a mais do que no trimes-


tre encerrado em janeiro, esse


grupo chegou a 70,9 milhões,


outro pico na série histórica.


Um detalhe curioso dessa


pesquisa reflete a desigualda-


de. O rendimento médio men-


sal dos ocupados aumentou,


enquanto a massa de rendimen-


tos diminuiu. A explicação evi-


dente é o efeito desigual da cri-


se: os mais atingidos pelo de-


semprego foram os trabalhado-


res de menor remuneração,


principalmente informais. Mes-


mo entre os de renda mais bai-


xa a desigualdade ficou mais vi-


sível quando começou a distri-


buição do apoio oficial: muitos


possíveis beneficiários tiveram


dificuldade para receber o bene-


fício, porque, sendo menos visí-


veis, eram excluídos pelas nor-


mas burocráticas. Isso também


ocorreu em outras áreas da


América Latina.


Como sempre, as más condi-


ções de emprego são mais visí-


veis na subutilização da força


de trabalho do que nos dados


do desemprego. Esse grupo in-


cluiu, no período encerrado


em abril, 28,7 milhões de pes-


soas. O total corresponde aos


desempregados, subocupados


por insuficiência de horas e


componentes da força de traba-


lho potencial. Neste último gru-


po estão os desalentados e ou-


tros indivíduos capazes de tra-


balhar, mas fora da população


economicamente ativa.


O impacto inicial da pande-


mia ficou bem visível, também,


nos dados da ocupação formal,


coletados no Cadastro Geral


de Empregados e Desemprega-


dos (Caged), do Ministério da


Economia. Somente em abril


foram fechadas 860.503 vagas


com carteira assinada. Esse nú-


mero é a diferença entre admis-


sões e demissões. Contados os


postos eliminados em março, o


total do bimestre chegou a


1.101.205 empregos. A maior


perda líquida de vagas ocorreu


no setor de serviços, com fecha-


mento de 474.145 vagas nos


dois meses. A devastação ocor-


reu principalmente, como se


poderia prever, na área de aloja-


mento e alimentação, com


211.722 demissões.


Na indústria de transforma-


ção foram eliminadas, no bi-


mestre março-abril, 224.407 va-


gas. Mas o impacto da pande-


mia, nesse caso, foi sensível


principalmente em abril, por-


que as condições de emprego


na indústria já eram muito ru-


ins nos meses anteriores. Des-


de novembro a atividade indus-


trial vinha derrapando. O mau


desempenho do setor, em


2019 e no começo de 2020, foi


uma das mais claras comprova-


ções do quase descaso do go-


verno em relação ao baixo rit-


mo de atividade e ao desem-


prego elevado. No trimestre


encerrado em março, antes do


forte impacto da pandemia, os


desocupados eram 12,2% da


força de trabalho.


As manifestações de preocu-


pação do presidente Jair Bolso-


naro com o crescimento econô-


mico e a criação de empregos


são recentes. São claramente


eleitorais e usadas no discurso


contra possíveis competidores


na eleição de 2022, como os go-


vernadores de São Paulo e do


Rio de Janeiro. Se ele tivesse


cuidado da economia desde o


ano passado, os brasileiros esta-


riam em condições bem melho-


res para enfrentar os primeiros


choques da crise atual.


As certezas do ferrabrás


ANTONIO CARLOS PEREIRA / DIRETOR DE OPINIÃO

A pandemia atingiu


uma economia já


enfraquecida e com


desemprego elevado


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Notas & Informações


Os futuros caminhos da Europa


Proposta de França e


Alemanha sinaliza para


combinação de inovação


e solidariedade


O emprego na UTI


lDesgoverno Bolsonaro


Caos


Como cidadão brasileiro que já


batalhou muito para dar uma


boa educação aos filhos, fico


muito preocupado com o rumo


criminoso de acontecimentos


que ameaçam a nossa sofrida


democracia. Fiquei convencido


de que as coisas vão de mal a


pior quando soube que um ve-


reador do Rio de Janeiro man-


tém (ou mantemos?) gabinete


no terceiro andar do Palácio do


Planalto, em Brasília, bem ao


lado do pai. Mas o caldo entor-


nou quando vi o vídeo da reu-


nião ministerial de 22 de abril.


Por mais que já tivesse plena


consciência do despreparo, fal-


ta de educação, zero de civilida-


de e boca suja do presidente da


República, jamais me passou


pela cabeça que esse senhor pu-


desse, entre outras coisas, refe-


rir-se a governadores de forma


tão baixa como o fez. Os minis-


tros presentes não deixaram


por menos e, seguindo o des-


tempero do chefe, marcaram


sua posição de ferozes defenso-


res da baderna. Uma tristeza!


Apesar de ter votado no “mito”,


estou espantado com a desen-


voltura com que ele e seu entor-


no tripudiam, diariamente, dos


valores democráticos e constro-


em o caos.


NELSON PENTEADO DE CASTRO


[email protected]


SÃO PAULO


Ordem unida


O capitão dirige-se à Nação co-


mo um sargento dando ordem


unida ao pelotão. Primeiro diz


que respeita os Poderes Legisla-


tivo e Judiciário, em seguida faz


uma ameaça, carregada de per-


digotos: “Chega, não tolerare-


mos mais!”. Quando 2022 che-


gar e ele perder a eleição, os se-


guidores aceitarão a derrota ou


dirão que os comunistas, com


tecnologia cedida pela China,


entraram nas urnas eletrônicas


e modificaram os registros?


JOAQUIM LUIZ BESSA NETO


[email protected]


SÃO PAULO


Basta


Nós é que falamos chega de go-


verno que não segue as regras


democráticas. Renúncia já ou


impeachment. O Brasil não su-


porta mais esse presidente que


destila ódio todos os dias.


MANUEL PIRES MONTEIRO


[email protected]


SÃO PAULO


Governo ‘fake’


Mais uma reunião em que nada


foi discutido a respeito da pan-


demia. No meio da operação


contra as fake news, Bolsonaro


reuniu-se com alguns ministros


para discutir como enfrentar o


Supremo Tribunal Federal


(STF). Não surpreende a preo-


cupação do governo com a in-


vestigação. O ministro da Edu-


cação não tem educação, o do


Meio Ambiente quer acabar


com a Amazônia, o da Justiça


está fazendo papel de advogado


e o presidente governa visando


apenas a seus interesses e de


seus familiares. São todos fake.


Como não se preocupariam


com a investigação do STF?


LUCAS DIAS


[email protected]


GOIÂNIA


Águas turvas


Após anos assistindo ao petis-


mo a chafurdar no lamaçal da


corrupção, vemos agora o bolso-


narismo afundar no pântano


das fake news, com o presidente


preocupado apenas em defen-


der parentes e amigos, atacan-


do opositores e as instituições


da República.


CELSO NEVES DACCA


[email protected]


SÃO PAULO


Correr para onde?


Depois dos confrontos entre


“mortadelas” e “coxinhas”, é a


vez da cloroquina versus tubaí-


na. Os líderes dos grupos opo-


nentes têm muito em comum:


são autoritários, defendem os


filhos envolvidos em falcatruas


com unhas e dentes, perse-


guem os adversários políticos,


usam palavreado chulo e reple-


to de bravatas e são cúmplices


da velha política. Escapamos da


frigideira e caímos no fogo.


J. A. MULLER


[email protected]


AVARÉ


Quem cala consente


Se o projeto autoritário da es-


querda lulista era executado na


discrição das sombras, o proje-


to autoritário da direita bolsona-


rista realiza-se acintosamente


sob a luz do sol, em campo


aberto. Se vingar, ninguém pode-


rá dizer que não viu. Se não fa-


lou ou agiu, consentiu.


JOSÉ JAIRO MARTINS


[email protected]


SÃO PAULO


Olhos abertos


Os políticos de boa índole e


que sabem que foram eleitos


para trabalhar em benefício do


povo não podem ficar alheios,


como se hipnotizados estives-


sem, diante de todos esses des-


respeitos à Constituição da Re-


pública que vêm sendo pratica-


dos por grupelhos que pensam


que nosso país é uma republi-


queta. Deem um basta nesses


aventureiros que estão torcen-


do para que o circo pegue fogo.


A cada instante surgem novida-


des desagradáveis e o povo não


está aguentando mais. É o me-


do do novo coronavírus e o re-


ceio de que esses irresponsá-


veis nos tragam dias amargos


por estarem pondo chifre em


cabeça de cavalo. E os minis-


tros guardiões da Constituição


não podem deixar que esses


descomprometidos com a paz


da Nação continuem acreditan-


do que podem tudo. Às vezes o


trem descarrila porque o maqui-


nista dorme. Democracia sem


bandalheira é o que o povo bra-


sileiro quer acima de tudo.


JEOVAH FERREIRA


[email protected]


TAQUARI (DF)


Evitar o pior


É muito mais fácil evitar o surgi-


mento de uma ditadura do que


derrubar um ditador. Não exis-


tem mais dúvidas quanto às in-


tenções de Jair Bolsonaro. Não


é mais uma questão de saber se


vai haver golpe, mas de quando


será dado o golpe. As institui-


ções democráticas brasileiras


têm de se levantar e acabar


com a palhaçada golpista pro-


movida pelo clã Bolsonaro.


MÁRIO BARILÁ FILHO


[email protected]


SÃO PAULO


Ameaça é crime


Quando será decretada a prisão


de Sara Winter, por crime de


ameaça terrorista contra um


ministro do STF? Aliás, ela


ameaçou até as empregadas do-


mésticas desse ministro.


MARCOS BARBOSA


[email protected]


CASA BRANCA

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