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B1 SÁBADO, 30 DE MAIO DE 2020 INCLUI CLASSIFICADOS O ESTADO DE S. PAULO
E&N
ECONOMIA & NEGÓCIOS
PIB cai 1,5% no 1º trimestre e analistas
já projetam queda de 6,5% neste ano
Tombo na economia. Pandemia da covid-19, apesar de afetar apenas 15 dias do indicador, provocou o maior recuo na atividade econômica
desde a recessão de 2014 a 2016; após divulgação dos dados pelo IBGE, especialistas esperam queda de 12,15% no segundo trimestre
PANDEMIA DO
CORONAVÍRUS
Vírgula é a pausa, a separação
entre dois períodos que
marcam o fim de uma etapa e
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Vinicius Neder
Daniela Amorim
Mariana Durão / RIO
A pandemia de covid-19 atin-
giu em cheio a economia bra-
sileira apenas nos últimos 15
dias do primeiro trimestre,
mas foi o suficiente para o
Produto Interno Bruto (PIB,
valor total de tudo o que é pro-
duzido no País em determina-
do período) encolher 1,5% an-
te o quarto trimestre de 2019,
informou ontem o IBGE.
Foi a maior queda desde a re-
cessão de 2014 a 2016, seguida
de uma lenta recuperação, ao rit-
mo de crescimento médio per-
to de 1,0% ao ano. E o pior ainda
está por vir – analistas ouvidos
pelo Projeções Broadcast, após
a divulgação dos dados de on-
tem, estimam que o PIB deste
segundo trimestre caia 12,15%
em relação ao primeiro, levan-
do a um tombo da economia de
6,5% em 2020, maior retração
anual da história.
Com a adoção das primeiras
medidas de isolamento social a
partir do dia 16 de março, um
cenário de shopping centers e
restaurantes fechados, aeropor-
tos vazios, grandes cidades sem
engarrafamentos e cinemas às
moscas apontava para uma eco-
nomia parada. Desde então, eco-
nomistas vêm explicando que a
crise é inédita porque derruba,
ao mesmo tempo, e com efeitos
em cadeia, tanto a oferta de tra-
balho, afetando a produção,
quanto a demanda, ou seja, o
consumo.
A derrubada simultânea já foi
vista no primeiro trimestre. Pe-
la ótica da oferta, o setor de ser-
viços, que responde por 74% da
economia, caiu 1,6% em relação
ao quarto trimestre de 2019, en-
quanto o PIB da indústria re-
cuou 1,4%. A alta de 0,6% na
agropecuária, que pesa 5% na
economia, foi insuficiente para
fazer a atividade como um todo
avançar. No lado da demanda, o
consumo das famílias, compo-
nente de maior peso no PIB, en-
colheu 2,0% em relação ao quar-
to trimestre de 2019, maior que-
da nessa base de comparação
desde o terceiro trimestre de
2001, quando houve o raciona-
mento da energia elétrica.
O isolamento social impediu
as pessoas de saírem para consu-
mir, e o movimento tende a per-
durar, à medida que empresas
que viram seu faturamento des-
pencar demitam mais e mais.
Apenas no acumulado de mar-
ço e abril, foram fechadas 1,1 mi-
lhão de empregos formais.
Quando se considera também o
trabalho informal, 5 milhões já
ficaram sem trabalho até abril.
Para Bráulio Borges, econo-
mista da LCA Consultores, a en-
trada do País em uma nova re-
cessão preocupa mais pelo lado
da redução do potencial de cres-
cimento – ou seja, o ritmo no
qual uma economia consegue
crescer sem gerar desequilí-
brios, como inflação: “Pessoas
já desempregadas há muito tem-
po podem ficar desempregadas
por ainda mais tempo, levando
a economia a perder capital hu-
mano. Se as políticas de apoio
não forem bem desenhadas, po-
derá haver destruição de capi-
tal.” / COLABORARAM CÍCERO
COTRIM E THAÍS BARCELLOS