Por Summit Mobilidade 2020
P
ara que os carros autônomos pos-
sam ser testados sem necessaria-
mente estar em ruas movimenta-
das de grandes metrópoles e colocar em
risco pedestres e motoristas, a indústria
adotou uma solução curiosa: cidades
fakes. São conjuntos de ruas criados es-
pecialmente para testes, com constru-
ções, semáforos e sinais de trânsito. As-
sim, se a tecnologia falhar, tudo ocorrerá
em um ambiente controlado.
A segurança sempre foi uma das
principais preocupações não apenas
dos desenvolvedores de carros autô-
nomos mas também do público. Afi -
nal, a tecnologia precisará ser capaz de
reagir a obstáculos nas ruas, especial-
mente aqueles que podem aparecer re-
pentinamente, como um pedestre, de-
mandando manobras de emergência.
Esse receio se tornou ainda maior
após um acidente fatal envolvendo um
carro autônomo da Uber nos Estados
Unidos. Embora tenha ocorrido por
uma falha da motorista que vistoriava
o teste – a presença de seres humanos
nos veículos é obrigatória nos EUA
–, o incidente estimulou um cuidado
ainda maior por parte das empresas.
Em vista disso, as cidades fakes são
uma solução interessante para a ques-
tão da segurança sem prejudicar o de-
senvolvimento dos carros autônomos.
PARCERIA COM SETOR AUTOMOTIVO
A Universidade de Michigan, nos Es-
tados Unidos, criou uma cidade fake
com 130 mil metros quadrados e dis-
ponibiliza o ambiente, assim como seus
veículos de teste, para diversas desen-
volvedoras de tecnologia para carros
autônomos. O custo total da MCity foi
de aproximadamente US$ 10 milhões e
contou com a parceria de companhias
do setor automotivo, como Ford, Ge-
neral Motors, Honda e Toyota.
Embora não possa revelar quais des-
4 | São Paulo, 30 de maio de 2020
Cidades fakes testam
carros autônomos
Estrutura criada pela Universidade de Michigan, nos
Estados Unidos, soma 130 mil metros quadrados e conta
com ruas, sinais de trânsito e até pedestres... Tudo falso
INOVAÇÃO
O que tem sido feito em outros países
- COREIA DO SUL: um ambiente de
testes para carros autônomos também
foi construído no país asiático, em 2018.
A K-City tem 320 mil metros quadrados
e foi a primeira cidade fake do mundo
com tecnologia 5G. Esse tipo de conexão,
bem mais rápida e estável, é considerado
essencial para o desenvolvimento e a
popularização dos carros autônomos.
- FRANÇA: 15 entidades, entre bancos,
empresas do setor automotivo e de
transportes, reuniram-se para criar a
maior cidade fake da Europa: Transpolis,
que tem 80 hectares, ou 800 mil
metros quadrados. As instalações foram
inauguradas em agosto de 2019.
Fontes: MCity, Transpolis, Direct Industry
Este material é produzido pelo Media Lab Estadão.
Ao lado de várias companhias do setor
automotivo, a Universidade de Michigan
(EUA) investiu cerca de US$ 10 milhões
para construir uma área para simular todas
as condições do trânsito urbano, com ruas,
avenidas, semáforos e até falsos pedestres,
com o objetivo de criar um ambiente para
testar os veículos autônomos à exaustão
sas companhias já testaram um carro
autônomo na MCity, por questões de se-
gredo industrial, a universidade afi rma
que mais de 15 empresas utilizaram as
instalações desde sua abertura, em 2015.
A cidade tem diversas ruas, pavimen-
tadas ou não, com os mais variados con-
tornos e sinais de trânsito. O objetivo é
testar os carros autônomos à exaustão,
na maior variedade possível de situações
que podem acontecer na vida real. Há
até pedestres e animais robôs que apare-
cem do nada na frente dos veículos.
Considerando que os carros autô-
nomos dependem enormemente de
sinal de internet e GPS, a cidade fake
inclui também vegetação densa, túneis
simulados e superfícies refl etivas. As-
sim, é possível saber como as máquinas
reagiriam em condições que prejudi-
cam justamente os equipamentos que
fazem o carro autônomo funcionar.
Inscreva-se no
Summit Mobilidade
2020, que será
realizado em
12 de agosto:
summitmobilidade.
estadao.com.br
Para ler e
compartilhar
esta matéria no
digital, acesse:
Fotos: Divulgação | University of Michigan
%HermesFileInfo:Z-4:20200530: