O Estado de São Paulo (2020-05-30)

(Antfer) #1

acesse


estadaosummitmobilidade.com.br


Confi rmado para 12 de agosto de 2020,


100% digital, com transmissão ao vivo e


GRATUITO para todos os interessados em


mobilidade urbana, diversidade e inclusão.


Fique atento!


Em breve informações


sobre painéis e surpresas para você.


O mundo está diferente...


E nós também


INOVAR PARA INCLUIR


Novos caminhos para


que as cidades sejam mais


diversas e democráticas


Realização Apresentação Patrocínio


6 | São Paulo, 30 de maio de 2020


EMBAIXADOR DA MOBILIDADE


Este material é produzido pelo Media Lab Estadão.


A


inda que não tenhamos uma


projeção concreta sobre a solu-


ção da crise referente à covid-19,


já sabemos que algumas transforma-


ções impostas pela pandemia vieram


para ficar, entre elas, as políticas de


mobilidade urbana. Acredito que al-


gumas mudanças foram tão profundas


e evidenciaram benefícios de tal modo


que pessoas e empresas perceberam


falhas no modelo estrutural antigo e


não vão aceitar retroceder.


Vamos pegar o exemplo da política


de home offi ce. Pouquíssimas empre-


sas adotavam a prática e as objeções


eram quase sempre as mesmas: é difí-


cil disponibilizar tecnologia e infraes-


trutura para viabilizar a operação do


colaborador, a produtividade e os re-


sultados vão cair, entre outras.


HOME OFFICE PRODUTIVO


O fato é que muitas empresas se adap-


taram rapidamente ao trabalho remo-


to e, para a surpresa do mercado, a


maior parte dos profi ssionais se sen-


tiu mais produtiva.


É o que revela um estudo realizado


pela Pulses, startup de clima organiza-


cional, engajamento e performance. De


acordo com o levantamento, 78% dos


brasileiros se sentem mais produtivos


trabalhando em casa. A pesquisa foi res-


pondida por 17 mil colaboradores de 179


Políticas de mobilidade:


um legado positivo da crise


empresas – 80% delas startups. Para 90%


dos respondentes, a comunicação com


a empresa e com a liderança vai muito


bem. Além disso, 78% afi rmam ter uma


estrutura razoável para trabalhar.


Esses dados, evidentemente, nos le-


vam a outros diversos questionamen-


tos. O primeiro deles se refere ao tempo


gasto no trajeto casa–trabalho–casa. Os


paulistanos, por exemplo, levam, em


média, 1h30 todos os dias para ir e vol-


tar do trabalho, de acordo com levanta-


mento da Prefeitura de São Paulo, com


base nos dados das Pesquisas Origens


e Destino e divulgada no fi nal de 2019.


Tendo em vista a sensação de produ-


tividade e a qualidade de vida no home


offi ce, faz sentido para esse colaborador


voltar a se deslocar (e se desgastar) todos


os dias para ir trabalhar? Será que agora


ele vai aceitar essas condições, mesmo


sabendo que pode entregar melhores


resultados em melhores condições? E


poder fi car mais tempo com sua família?


REDUÇÃO DE CUSTOS


A empresa, por sua vez, descobriu que


seu colaborador entrega mais em casa,


além de receber a possibilidade de tra-


balhar remotamente com um benefí-


cio. Isso sem falar na redução de cus-


tos para as empresas que optarem por


operar 100% dessa forma, como está


acontecendo agora.


Posto isso, sabemos que boa parte


das empresas não vai aplicar de forma


integral a política do home offi ce, por


diversas razões. Esse cenário nos leva a


um segundo questionamento: como os


colaboradores vão se deslocar para o


trabalho em um cenário de retomada,


mas ainda em meio aos riscos da pan-


demia? Existem algumas alternativas.


A Organização Mundial da Saúde


(OMS) declarou recentemente que ca-


minhadas e o uso da bicicleta deveriam


ser incentivados, pois são os modais


mais seguros e que oferecem o melhor


distanciamento social. Sem dúvida, as


empresas devem incentivar essa prática,


mas também sabemos que elas não se-


rão capazes de atender a toda demanda.


USO CONSCIENTE DO AUTOMÓVEL


Outra possibilidade é o uso mais cons-


ciente do automóvel. De acordo com


dados da Companhia de Engenharia


de Tráfego (CET), 64% dos carros de


São Paulo circulam com apenas uma


pessoa dentro. Ou seja, tem muita vaga


disponível em carros que possivelmen-


te vão ao trabalho.


No entanto, apenas 6% das empre-


sas concedem programa de caronas


ou desconto no estacionamento para


quem oferece carona, de acordo com


o Índice de Mobilidade Corporativa,


estudo publicado no fim de 2019 e


que traça o panorama de mobilidade


corporativa no Brasil.


Considerando o cenário de pande-


mia, o que será mais seguro para os cola-


boradores: se dirigir ao trabalho em um


ônibus ou metrô lotados ou de carona,


com, no máximo, mais duas pessoas no


carro, todos de máscara e vidros abertos?


Pensando ainda mais adiante, quan-


do esta fase for superada: não é muito


mais inteligente ocupar mais e melhor os


carros? As pessoas viajariam mais con-


fortáveis, o congestionamento iria dimi-


nuir e a poluição seria reduzida. Todos


ganhariam com essa possibilidade.


Por fi m, o fato é que a crise da co-


vid-19 escancarou algumas questões


de tal forma que não há mais volta.


É óbvio que ninguém está feliz com


o isolamento social e todos torcem


para voltar às atividades o mais rápi-


do possível. No entanto, todos tam-


bém sabem que o modo de vida que


levávamos antes da pandemia nos es-


gotou. Podemos sair desta muito me-


lhores do que entramos.


Para ler e


compartilhar no


digital, acesse:


QUANDO


ESTA FASE FOR


SUPERADA, NÃO


SERÁ MUITO MAIS


INTELIGENTE


OCUPAR MAIS


E MELHOR


OS CARROS?


Gustavo Gracitelli é cofundador e CEO


da rede de caronas corporativas Bynd
Foto: Marco Torelli | Divulgação

%HermesFileInfo:Z-6:20200530:

Free download pdf