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6 | São Paulo, 30 de maio de 2020
EMBAIXADOR DA MOBILIDADE
Este material é produzido pelo Media Lab Estadão.
A
inda que não tenhamos uma
projeção concreta sobre a solu-
ção da crise referente à covid-19,
já sabemos que algumas transforma-
ções impostas pela pandemia vieram
para ficar, entre elas, as políticas de
mobilidade urbana. Acredito que al-
gumas mudanças foram tão profundas
e evidenciaram benefícios de tal modo
que pessoas e empresas perceberam
falhas no modelo estrutural antigo e
não vão aceitar retroceder.
Vamos pegar o exemplo da política
de home offi ce. Pouquíssimas empre-
sas adotavam a prática e as objeções
eram quase sempre as mesmas: é difí-
cil disponibilizar tecnologia e infraes-
trutura para viabilizar a operação do
colaborador, a produtividade e os re-
sultados vão cair, entre outras.
HOME OFFICE PRODUTIVO
O fato é que muitas empresas se adap-
taram rapidamente ao trabalho remo-
to e, para a surpresa do mercado, a
maior parte dos profi ssionais se sen-
tiu mais produtiva.
É o que revela um estudo realizado
pela Pulses, startup de clima organiza-
cional, engajamento e performance. De
acordo com o levantamento, 78% dos
brasileiros se sentem mais produtivos
trabalhando em casa. A pesquisa foi res-
pondida por 17 mil colaboradores de 179
Políticas de mobilidade:
um legado positivo da crise
empresas – 80% delas startups. Para 90%
dos respondentes, a comunicação com
a empresa e com a liderança vai muito
bem. Além disso, 78% afi rmam ter uma
estrutura razoável para trabalhar.
Esses dados, evidentemente, nos le-
vam a outros diversos questionamen-
tos. O primeiro deles se refere ao tempo
gasto no trajeto casa–trabalho–casa. Os
paulistanos, por exemplo, levam, em
média, 1h30 todos os dias para ir e vol-
tar do trabalho, de acordo com levanta-
mento da Prefeitura de São Paulo, com
base nos dados das Pesquisas Origens
e Destino e divulgada no fi nal de 2019.
Tendo em vista a sensação de produ-
tividade e a qualidade de vida no home
offi ce, faz sentido para esse colaborador
voltar a se deslocar (e se desgastar) todos
os dias para ir trabalhar? Será que agora
ele vai aceitar essas condições, mesmo
sabendo que pode entregar melhores
resultados em melhores condições? E
poder fi car mais tempo com sua família?
REDUÇÃO DE CUSTOS
A empresa, por sua vez, descobriu que
seu colaborador entrega mais em casa,
além de receber a possibilidade de tra-
balhar remotamente com um benefí-
cio. Isso sem falar na redução de cus-
tos para as empresas que optarem por
operar 100% dessa forma, como está
acontecendo agora.
Posto isso, sabemos que boa parte
das empresas não vai aplicar de forma
integral a política do home offi ce, por
diversas razões. Esse cenário nos leva a
um segundo questionamento: como os
colaboradores vão se deslocar para o
trabalho em um cenário de retomada,
mas ainda em meio aos riscos da pan-
demia? Existem algumas alternativas.
A Organização Mundial da Saúde
(OMS) declarou recentemente que ca-
minhadas e o uso da bicicleta deveriam
ser incentivados, pois são os modais
mais seguros e que oferecem o melhor
distanciamento social. Sem dúvida, as
empresas devem incentivar essa prática,
mas também sabemos que elas não se-
rão capazes de atender a toda demanda.
USO CONSCIENTE DO AUTOMÓVEL
Outra possibilidade é o uso mais cons-
ciente do automóvel. De acordo com
dados da Companhia de Engenharia
de Tráfego (CET), 64% dos carros de
São Paulo circulam com apenas uma
pessoa dentro. Ou seja, tem muita vaga
disponível em carros que possivelmen-
te vão ao trabalho.
No entanto, apenas 6% das empre-
sas concedem programa de caronas
ou desconto no estacionamento para
quem oferece carona, de acordo com
o Índice de Mobilidade Corporativa,
estudo publicado no fim de 2019 e
que traça o panorama de mobilidade
corporativa no Brasil.
Considerando o cenário de pande-
mia, o que será mais seguro para os cola-
boradores: se dirigir ao trabalho em um
ônibus ou metrô lotados ou de carona,
com, no máximo, mais duas pessoas no
carro, todos de máscara e vidros abertos?
Pensando ainda mais adiante, quan-
do esta fase for superada: não é muito
mais inteligente ocupar mais e melhor os
carros? As pessoas viajariam mais con-
fortáveis, o congestionamento iria dimi-
nuir e a poluição seria reduzida. Todos
ganhariam com essa possibilidade.
Por fi m, o fato é que a crise da co-
vid-19 escancarou algumas questões
de tal forma que não há mais volta.
É óbvio que ninguém está feliz com
o isolamento social e todos torcem
para voltar às atividades o mais rápi-
do possível. No entanto, todos tam-
bém sabem que o modo de vida que
levávamos antes da pandemia nos es-
gotou. Podemos sair desta muito me-
lhores do que entramos.
Para ler e
compartilhar no
digital, acesse:
QUANDO
ESTA FASE FOR
SUPERADA, NÃO
SERÁ MUITO MAIS
INTELIGENTE
OCUPAR MAIS
E MELHOR
OS CARROS?
Gustavo Gracitelli é cofundador e CEO
da rede de caronas corporativas Bynd
Foto: Marco Torelli | Divulgação
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