O Estado de São Paulo (2020-05-31)

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O ESTADO DE S. PAULO DOMINGO, 31 DE MAIO DE 2020 Especial H11


te para sobreviver, ela deixará
de ser atraente para a classe
média e, acho, alcançará prova-
velmente 30% das pessoas
com uma pequena quantia de
dinheiro todos os meses, e isso
sem custos administrativos. O
Bolsa Família custa tanto quan-
to. Se quisesse manter os cus-
tos administrativos ainda mais
baixos, alguém poderia sim-
plesmente adicionar um filtro
de segmentação geográfica
usando dados de telefone celu-
lar ou satélite. Eu precisaria fa-
zer os cálculos para o Brasil,
mas acho que isso pode ser ex-
tremamente útil para os mais
pobres, extremamente útil pa-
ra o resto da economia, por-
que, se os pobres consomem e
os menos pobres têm algo pa-
ra vender para eles, o modelo é
perfeitamente sustentável fis-
calmente.

lNo Brasil, temos uma enorme
quantidade de dados, mas pouco
integrados. Entre eles, temos um
cadastro único, que durante esta
pandemia foi estendido e hoje
lista 77 milhões de brasileiros na
base da pirâmide econômica, e o
Bolsa Família que chega a cerca
de 41 milhões de brasileiros. Es-
ses cadastros e programas fo-
ram construídos ao longo dos
últimos 30 anos. O atual governo
deu pouca atenção ao programas
de proteção social. Só agiu quan-
do a emergência social se impôs.
Vejo a tecnologia como uma enor-
me aliada para criar atalhos para
solucionar atrasos que temos em
países como o Brasil. E você?
Concordo com você. Na Áfri-
ca, por exemplo, se você qui-
sesse fazer uma renda básica
universal hoje, seria super
fácil, porque a maioria das pes-
soas tem acesso às suas finan-
ças pelo telefone. As pessoas
estão acostumadas a pagar
umas às outras pelos telefo-
nes, não é preciso fazer nada,
todo o sistema já está funcio-
nando, você consegue colocar
dinheiro direto no bolso das
pessoas. Você pega o exemplo
do Togo, um país pequeno e
pobre na África Ocidental. Na
primeira semana da pandemia,
eles conseguiram estabelecer
um sistema para as duas maio-
res cidades do país. Em três
dias, eles tinham um milhão
de pessoas registradas. E, em
uma semana, 500 mil pessoas
já estavam recebendo os de-
pósitos. Isso foi possível gra-
ças à tecnologia. Costumo fa-
lar sobre o planejamento de
políticas públicas, e raramen-
te temos uma política que en-
via dinheiro e garante que ele
chegue às pessoas certas. Na
África, em alguns dos lugares
mais pobres, eles estão pron-
tos para fazê-lo.

lSeus estudos e publicações
são focados em repensar como o
mundo lida com a pobreza. Você
baseia suas teses e ideias em
experimentos sociais aplicados
no dia a dia da economia. No Bra-
sil, para alguns dos temas que
entendo como cruciais para ge-
rar mobilidade social, a socieda-
de civil e até o poder público já
têm ideias, projetos e programas
que, com foco e boa vontade, po-
deriam causar transformações
importantes. Mas, quando se tra-
ta dos problemas das favelas, há
várias ideias, mas ainda distan-
tes da realidade. Você tem arti-
gos sobre a necessidade de forta-
lecer as comunidades. Então, eu
queria ouvir sua opinião sobre as
favelas e as possíveis soluções.
Me sinto um pouco ingênua a
respeito das favelas brasilei-
ras. Elas parecem ser uma insti-
tuição única em comparação
com as comunidades da Índia.
Na Índia, são apenas o local on-
de as pessoas vivem e, é claro,
elas têm suas organizações se-
mioficiais ou organizações não
oficiais, mas você não tem os
problemas de crime ou de vio-
lência nem o conflito com o
resto da cidade, como você vê
nas favelas brasileiras. Sendo o
Brasil um país altamente desi-
gual devido à escravidão e ao
racismo estrutural que não fo-
ram realmente vencidos, o que
você vê nas favelas é que as
pessoas estão muito próximas
da riqueza e ao mesmo tempo
muito distantes dela. Portan-
to, a grande diferença que eu

vejo entre a Índia e o Brasil, en-
tre as favelas da Índia e as fave-
las no Brasil, é que as favelas
da Índia vivem em completa
cointegração com a cidade. Os
bairros ricos indianos são aces-
síveis, e as favelas também. Se
você entrar nas favelas de lá,
nada acontecerá com você. E,
no Brasil, sinto que não é bem
assim. Quando você tem uma
situação como essa, em que
não pode haver destino unido
ou senso de propósito unido
na sociedade, isso leva à extre-
ma violência e à tensão social.
Não tenho uma solução mági-
ca. É preciso tentar muitas coi-
sas para abrir este mundo.
Criar um sentimento de opor-
tunidades para as crianças e jo-
vens nas favelas, oportunida-
des que estejam além das fave-
las e dos muros.

lPerdemos no Brasil meses pre-
ciosos nos quais poderíamos ter
planejado como efetivar uma rea-
bertura seletiva da economia. Em
vez disso, desperdiçamos tempo
e energia em disputas políticas, e
não no debate de políticas públi-
cas. Você demonstrou preocupa-
ções bem assertivas sobre blo-
queios e isolamento social, inclu-
indo a publicação de um experi-
mento feito no Togo. As pessoas
estão discutindo muito sobre
“quando” iremos religar as eco-
nomias e pouco sobre “como”
faremos isso. Como você enxer-
ga essa questão?
No Togo, eles agiram quando
ainda não havia nenhum caso
no país. E usaram essa vanta-
gem de tempo efetivamente.
No começo, não adotaram blo-
queios completos, mas toques
de recolher noturnos e limita-
ções em determinados pontos
das cidades. Depois, eles adqui-
riram testes para fazer em to-
da a população e não apenas
nos doentes, para descobrir on-
de teriam que fazer lock-
downs. E, por fim, eles prepara-
ram a transferência de renda –
primeiro na maior cidade do
país, Lomé, depois na segunda
maior cidade, e agora eles es-
tão tentando estender a outras
áreas, isso se conseguirem o di-
nheiro necessário. Eles estão
experimentando, e nós esta-
mos começando a coletar um
pouco de dados sobre o que
acontece com as pessoas.
Uma hipótese sobre o lock-
down era que, se você desse di-
nheiro às pessoas, elas respei-
tariam mais o distanciamento
social. Mas parece que, em ge-
ral, o distanciamento social
foi muito bem respeitado por
todos, não apenas pelas pes-
soas que receberam o dinhei-
ro. Por outro lado, a renda deu
imediatamente uma sensação
de abastecimento de comida e
de segurança, o que foi bastan-
te essencial.

lUltimamente temos enfrentado
uma epidemia de notícias falsas,
de desinformação, do uso de re-
des sociais como um desserviço
público. No Brasil, também te-
mos uma desigualdade digital:
40 milhões de brasileiros não
têm acesso à internet e 70 mi-
lhões de pessoas têm muito pou-
co ou acesso restrito. Por isso o
WhatsApp tem muito poder, por-
que funciona mesmo nos planos
de dados mais básicos. Durante
a pandemia, você conduziu um
experimento na Índia sobre
mensagens diferentes para pes-
soas com perfis sociais seme-
lhantes. Você pode falar um pou-
co sobre isso?
Antes de tudo, eu concordo
que o Brasil seja realmente o
exemplo de WhatsApp enlou-
quecido. Tenho alguns estu-
dantes do Brasil que estão me
contando todos os boatos e
mentiras que circulam sobre a
covid. É assustador. Mas outro
país onde o WhatsApp é muito
popular e é usado para transmi-
tir mitos e coisas desagradá-
veis é a Índia. Portanto, era
um bom lugar para fazer o nos-
so experimento. Abhijit Baner-
jee, meu parceiro e marido,
desde que ganhou o prêmio
Nobel, tornou-se uma estrela
no país onde nasceu. Todo
mundo o respeita na Índia. En-
tão, ele gravou alguns vídeos
muito curtos para serem dispa-
rados. Enviamos milhões des-
ses vídeos, com versões dife-

rentes da mensagem. Em uma
versão, falamos sobre o dano
que a doença pode causar a vo-
cê; em outra, sobre o dano que
ela pode trazer à comunidade;
em outra, que as pessoas não
deveriam pensar que ficar em
casa é um estigma. Testamos
todas essas narrativas, com o
objetivo de encontrar a mais
eficaz – e ampliar o seu dispa-
ro. Mas percebemos que todas
foram igualmente eficazes.
Agora estamos tentando difun-
dir esses vídeos para as pes-
soas que não têm telefone celu-
lar. A ideia é convencer as pes-
soas a transmitir informações
em correntes nas redes so-
ciais. Fize-
mos uma pes-
quisa com
pessoas ido-
sas – em parti-
cular, pessoas
idosas que
moram sozi-
nhas. Delas,
40% nem sequer entendem o
que é a doença, quais são os
sintomas. Por serem tão isola-
das, elas sabem que há um
lockdown, mas não sabem o
porquê. Estamos projetando
um segundo experimento, que
é basicamente dizer às pessoas
para encontrarem um idoso
com quem conversar. E acho
que isso também pode ser útil
no Brasil. Pensamos que a so-
ciedade é altamente conecta-
da, mas algumas das pessoas
mais afetadas pela pandemia
são as que não estão conecta-
das.
Agora estamos realizando expe-
rimentos com mensagens nos
EUA focados em comunidades

afro-americanas e latino-ameri-
canas, em que é muito mais
provável que sejam infectadas
e fiquem gravemente doentes.
Há muitas razões para isso,
mas uma das delas é que as pes-
soas se apresentam mais tarde
no hospital porque não acredi-
tam que serão bem tratadas.

lO Brasil sofre um apagão de
lideranças. A sociedade civil está
atuando muito e ocupando espa-
ços que deveriam ser de respon-
sabilidade do governo central.
Para você ter uma ideia, neste
momento, durante esta pande-
mia, o Brasil não tem um minis-
tro da Saúde. O Brasil conseguiu
sabotar a si
mesmo. Como
você enxerga
os governos
negacionistas
pelo mundo?
Você acha que
esta narrativa
polarizada, nós
contra eles, autoritária, míope
em relação à ciência, antiglobalis-
ta, que se multiplicou pelo mun-
do nos últimos anos, ganha ou
perde força com a pandemia?
O Brasil e os EUA são os princi-
pais exemplos do quão ruim a
polarização se tornou. Não sei
para que lado iremos depois
da pandemia. Mas estamos
aprendendo como é importan-
te ter um governo funcional e
que existem coisas que nin-
guém mais pode cuidar além
do governo. Estamos vendo,
por exemplo, na Europa, onde
o governo havia enfraquecido
nos últimos anos, não tanto
quanto no Brasil e nos EUA, as
pessoas percebendo que é bas-

tante conveniente ter gover-
nos funcionais. Espero que as
pessoas voltem a si mesmas e
digam “oh, brincamos com fo-
go por muito tempo e agora
precisamos entender que os
benefícios de uma sociedade
funcional são muitos”. Por
exemplo, na Alemanha, nos úl-
timos anos, houve um fortale-
cimento da extrema direita e o
retorno de algumas ideias mui-
to perturbadoras. Mas, na pan-
demia, você vê as pessoas apoi-
ando a Angela Merkel. Então,
esse é um bom cenário, talvez
o encontremos nos EUA, tal-
vez até 2022 as pessoas perce-
bam que envenenar e descons-
truir as instituições e o gover-
no não ajudou nessa pande-
mia. Por outro lado, paradoxal-
mente, o Estado está falhando
tão radicalmente em proteger
seus cidadãos nos EUA e no
Brasil que poderá convencer
uma parte dos eleitores de que
o Estado é inútil e que as elei-
ções servem apenas para refor-
çar essa polarização maluca
dos últimos anos. Então, a in-
competência das pessoas que
estão no governo hoje pode
tornar ainda mais difícil uma
transformação.

lSempre digo que podemos reu-
nir todos os filantropos do mun-
do que eles não serão capazes
de mexer no ponteiro das desi-
gualdades. Só quem tem este
poder é o Estado, e o Estado é
gerido pela política. Por isso pre-
cisamos de bons políticos. Preci-
samos formar novas lideranças.
Você concorda?
Plenamente. A solução precisa
passar pelo Estado. Isso nos le-
va à questão de como acertar a
política. Parte do problema é o
nível dos políticos, que, por
sua vez, se deve à falta de res-
peito que o povo tem dos go-
vernos há muitos anos. Isso po-
de mudar. Se pessoas como eu
e você destacarem o quão im-
portante é ter um bom gover-
no, uma boa liderança, espe-
cialmente na pandemia de ho-
je, isso poderá levar a geração
mais jovem, que quer fazer a di-
ferença, a dar uma chance à po-
lítica e à administração. Mes-
mo hoje, quando você analisa
a administração em níveis
mais locais, os Estados nos
EUA têm se saído muito me-
lhor do que o governo federal.
Desses líderes locais, podem
surgir alguns líderes nacionais.

lMuitos países liderados por
mulheres estão tendo um desem-
penho de sucesso no combate à
pandemia. Cito, como exemplos,
a Nova Zelândia e a Alemanha.
Como você enxerga o papel da
mulher na sua geração? As prin-
cipais conquistas e os pontos de
atenção?
Esse é um tópico muito impor-
tante para mim, porque um
dos meus primeiros experi-
mentos foi analisar o impacto
das mulheres líderes na Índia
em seu nível mais baixo, no ní-
vel da aldeia. Nessa análise,
percebi que as mulheres fazem
mais coisas que são importan-
tes para as mulheres, são me-
nos propensas a serem corrup-
tas e, com o tempo, se tornam
mais eficazes. Então, não há
dúvida de que precisamos de
mais líderes femininas. A ques-
tão é como você faz isso acon-
tecer, porque há muita discri-
minação contra as mulheres
na política. É difícil para as mu-
lheres navegarem na tênue li-
nha entre serem vistas como
muito duras para uma mulher
ou muito suaves para um políti-
co. Uma das coisas boas dessa
pandemia é que você está ven-
do exatamente essas mulheres
em ação, alguém como a pri-
meira-ministra da Nova Zelân-
dia conciliando ser mãe e ser
uma líder supereficaz. Ela terá
um enorme efeito de exemplo
no que é se apresentar como
uma mulher política. Uma vez
que você tem exemplos femini-
nos na política, elas influen-
ciam mais mulheres e os pais
delas a serem mais ambiciosos
para suas filhas em geral, e não
apenas na política.

lEm suas publicações, você
sempre coloca a correlação en-
tre escolaridade e salários. Mas,
no Brasil, temos uma correlação

que me intriga. Hoje a escola pú-
blica no Brasil está em todos os
recortes do País, favelas, profun-
dezas da floresta etc... um tre-
mendo avanço. Porém, se compa-
rarmos o quanto investimos em
educação versus a nossa produti-
vidade, vemos que há algo erra-
do. Mesmo com o massivo inves-
timento em educação nas últi-
mas três décadas, nossa produti-
vidade segue quase estagnada
neste período. Como você inter-
preta essa disfunção?
Eu teria muito cuidado em tra-
tar isso como um fato, porque
você não sabe qual teria sido o
contrafactual. Então, esse é o
meu primeiro aviso. A segunda
coisa é que isso pode ser sinto-
mático de algo que estamos
vendo em muitos países onde
as pessoas finalmente fazem
parte do projeto de educação.
Elas estão mandando seus fi-
lhos para a escola, mas as crian-
ças pouco aprendem lá. E isso
não é uma coisa específica do
Brasil. Na Índia, por exemplo,
metade das crianças que termi-
nam a escola não consegue ler.
Grande parte da minha pesqui-
sa e tempo foram dedicados à
tentativa de entender por que
isso acontecia. Muitas vezes is-
so resultava da incompatibili-
dade entre a ambição dos pais,
de verem suas crianças entra-
rem na faculdade e consegui-
rem um emprego no governo,
e a realidade do aprendizado
delas. Muitas vezes essas crian-
ças de primeira geração a ser al-
fabetizada não conseguem
acompanhar o currículo. En-
tão, elas se perdem cedo, e nin-
guém consegue nem tenta tra-
zê-las de volta para o aprendi-
zado, porque a ideia de que
elas estão na escola já é boa o
suficiente para todos. A boa no-
tícia é que é fácil de consertar,
porque as crianças são muito
inteligentes. Você só precisa
ajudá-las no nível em que se en-
contram e, em seguida, elas po-
dem se atualizar. A tecnologia
pode ser bastante útil. Exis-
tem softwares que preveem o
que as crianças precisam fa-
zer, baseado no seu desempe-
nho, se ajusta ao seu nível,
criando um aprendizado indivi-
dual. Talvez a crise da covid
ajude a colocar mais energia
para pensar em como usar a
tecnologia nas escolas.

lEm Davos, no ano passado,
Bono Vox disse que o capitalismo
é o melhor sistema econômico
criado até hoje, mas é como um
tigre: se você não o domar, ele te
devora. Concordo com ele, afinal
nenhum outro sistema, até hoje,
tirou tanta gente da pobreza
quanto o capitalismo. Mas está
claro que não deu totalmente cer-
to, basta observar as obscenas
desigualdades que ele gerou.
Como você enxerga esse ponto?
É importante ter em mente os
limites de colocar a questão do
capitalismo versus o não capi-
talismo. O perigo é assumir
que existe só uma versão do ca-
pitalismo – e acho que, nessa
única versão, fica implícita a
ideia de um mercado completa-
mente desregulado e que qual-
quer distinção disso seria uma
forma menos pura do capitalis-
mo. A verdade é que não há ra-
zão para que o mercado, por si
só, atinja o melhor resultado
possível. E, portanto, sempre
precisaremos de uma combina-
ção de mercado e a regulamen-
tação dele. Assim, qualquer so-
ciedade que funcione bem terá
um equilíbrio entre liberdade
de ações, de movimentos e de
negócios, e um governo que
ajude as pessoas a trabalhar
juntas. Nem a desigualdade,
nem a mudança climática,
nem a covid-19 serão resolvi-
das sem ação coletiva.

lEsther, muito obrigado. Penso
que o que me liga ao seu traba-
lho é que você está conectada
com a vida real. Seu trabalho
parte de experiências com a vi-
da real, e essa é a minha vida
também. Então, se você preci-
sar de alguma coisa no Brasil,
será um prazer ajudar. Adoraría-
mos tê-la por aqui. Se você se
interessar, com certeza seria
útil para o Brasil.
Eu definitivamente vou querer
falar sobre isso com você nova-
mente.

‘AS PESSOAS QUE


RECEBEM APOIO NÃO


DEIXAM DE TRABALHAR.


NÃO HÁ ESSE RISCO’


‘A pandemia iluminou as desigualdades do País’


RAFAEL HADDAD

LUCIANO HUCK

Luciano Huck


Debate. Racismo estrutural no País foi tema da conversa

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