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O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 1 DE JUNHO DE 2020 Especial H5
Sem intervalo
ARRAIAL
Luiz Carlos Merten
Dostoievski, Tolstoi, Kafka?
Qualquer entendido da grande
cultura sabe a diferença entre
literatura e cinema e compreen-
de, senão aceita totalmente, as
liberdades na adaptação dos
clássicos. Mais difícil é conven-
cer os arautos da cultura pop.
Batman e Superman tendem a
ser intocáveis. Por melhores
que sejam Batman – O Cavaleiro
das Trevas, de Christopher No-
lan, e o Superman de Zach Sny-
der, os fãs chiam com as “infide-
lidades”.
Os Guardiões da Galáxia tam-
bém fazem parte dessa idola-
tria, mas são os raros comics
que não suscitam tanta polêmi-
ca, e por um motivo simples. Os
personagens já são uma bagun-
ça, a escória da galáxia. Fala sé-
rio – um aventureiro intereste-
lar narcisista, uma órfã alieníge-
na, uma árvore humanóide, um
guaxinim falante e um mutante
que não se sabe de onde veio. Só
doido para levá-los a sério.
Nesta segunda, 1.º, a Tela
Quente da Globo vai incen-
diar com o segundo volume
da série, feito, em 2017, pelo
mesmo James Gunn que diri-
giu o 1. O filme passa às
22h19, após Fina Estampa. O
mérito de Gunn é a sua liber-
dade narrativa, o humor – e a
trilha, que tem até Father and
Son, de Cat Stevens, hoje, Yu-
suf Islam. Apesar de o tema
aqui ser grave – as descober-
tas de Quilt/Chris Pratt so-
bre seu pai –, a alegria domi-
na. Grande diversão.
Estigma da Crueldade/
The Bravados
(EUA, 1958.) Dir. de Henry King, com Gregory
Peck, Joan Collins, Stephen Boyd, Albert
Salmi, Henry Silva, Lee Van Cleef, Barry Coe.
A série de westerns que o canal
costuma apresentar às segun-
das-feiras começa esta semana
com outro filme do gênero que
reúne a dupla King/Peck. Eles já
haviam feito o clássico O Mata-
dor, de 1950, reputado como psi-
cológico. Aqui, Peck caça os as-
sassinos de sua mulher. Na épo-
ca, o filme foi considerado mui-
to violento. O tempo ressaltou
melhor a riqueza da construção
dramática e dos personagens. /
L.C.M.
TEL. CULT. 20H1O, COR, 98 MIN
Curau de milho verde
Milho verde é o milho amarelo
fresco, que comemos cozido di-
reto da espiga. Sem cozinhar,
ele pode ser ralado e, depois da
massa úmida espremida, o líqui-
do rende receitas como o curau
- também chamado de canjica
no Nordeste do País.
Ingredientes
(8 porções)
6 espigas de milho verde
1 litro de leite
1 e 1/2 xícara (chá) de açúcar
1 colher (chá) de sal
1 colher (sopa) de amido de milho
(maisena)
Canela em pó, para polvilhar
Preparo
- No liquidificador, bata os grãos
de milho com o leite.
2. Passe por uma peneira e leve ao
fogo médio com os outros ingre-
dientes. Cozinhe por 30 minutos,
mexendo de vez em quando.
3. Espere esfriar e sirva polvilhado
de canela.
Canjica
Doce bem popular, também co-
nhecido como mungunzá, de-
pendendo da região do Brasil. A
receita é mais ou menos a mes-
ma. É possível também dar pita-
das no clássico: raspas de laran-
ja, toque de mel, especiarias...
Ingredientes
(16 porções)
500g de canjica (milho branco seco)
2 xícaras (chá) de açúcar
3 pedaços de canela em pau
5 cravos-da-índia
3 xícaras (chá) de leite de coco
Canela em pó, para polvilhar
Preparo
- Cubra a canjica com água e dei-
xe de molho por 6 horas. - Leve uma panela ao fogo com a
mesma água e cozinhe até os
grãos absorverem todo o líquido.
Junte mais 3 xícaras (chá) de
água, o açúcar, a canela e o cravo.
Cozinhe até ficar ao dente. - Acrescente o leite de coco e
deixe no fogo por mais 15 minutos,
até o milho terminar de cozinhar. - Sirva morno ou frio, polvilhado
de canela.
Comer*
Vinho quente
Um dos drinques juninos mais
tradicionais da festa.
Ingredientes
(4 porções)
750 ml de vinho tinto seco
1 xícara (chá) de água
3/4 de xícara (chá) de açúcar
demerara
1 pedaço de 3 cm de gengibre
dividido em rodelas
1 pedaço de uns 3 cm de canela em
pó
4 cravos
1 tira larga de casca de limão-sicilia-
no sem parte branca
2 maçãs com casca cortadas em
cubinhos
Preparo
- Aqueça o vinho, a água, o açúcar,
o gengibre, a canela, o cravo e a
casca do limão em um caldeirão. - Mexa até a canela e o açúcar
dissolverem no líquido. - Deixe em fogo alto até levantar
fervura. Então, coloque o fogo no
mínimo, para que o álcool não eva-
pore totalmente. - Com o vinho borbulhando de le-
ve, mantenha no fogo por mais dez
minutos e desligue. - Cubra e deixe por uma hora.
- Na hora de servir, volte para o
fogo, acrescente as maçãs e aque-
ça apenas até levantar fervura. - Coloque nas canecas ou xícaras,
e sirva na sequência, bem quente.
DESTAQUE
TELECINE
Filmes na TV
Paladar
Pode formar a quadrilha e colocar a espiga para cozinhar: junho chegou
e não é preciso deixar a festa passar em branco. Ao menos nas receitas
Arroz doce de caramelo
Ame ou odeie, o arroz doce é
prato indispensável das festas
juninas. Ele também pode ga-
nhar novos ares com a adição de
especiarias, caldas e comple-
mentos, como essa versão com
caramelo.
Ingredientes
(8 porções)
100g de arroz basmati
750 ml de água
1 casca de laranja ou a gosto
Cravo em flor a gosto
Canela em pau a gosto
1 litro de leite integral
250g de açúcar refinado (para o
caramelo)
3 gemas de ovos caipiras
50g de açúcar
Canela em pó para a finalização
Preparo
- Lave bem o arroz até a água sair
transparente. - Cozinhe o arroz na água perfu-
mada com casca de laranja, cravo
e canela em pau. Ponha a água aos
poucos. - Quando estiver cozido e a água
tiver quase secado, acrescente me-
tade do leite. Ferva e desligue. - Derreta, em outra panela, o açú-
car até caramelizar. Adicione a ou-
tra metade do leite, aos poucos,
até formar um caramelo. - Junte o arroz já cozido. Deixe
ferver e desligue. - Bata as gemas com o açúcar
(gemada branca). - Misture o arroz (fora do fogo)
delicadamente. Volte ao fogo para
engrossar, sem ferver. - Ponha no prato de serviço ou
cumbucas na hora de levar à mesa
e polvilhe canela a gosto.
EM CASA
São João.
Mesa farta
garante a
festa
DANIEL TEXIERA/ESTADÃO
DANIEL TEXEIRA/ESTADÃO
Bolo de fubá
Onipresente nas comemora-
ções juninas, o bolo de fubá é
coisa simples, sem recheio, sem
cobertura, com pequenas e sim-
ples variações que levam erva-
doce, goiabada e até queijo cre-
moso. Ele só não pode ficar de
fora da mesa. Curiosidade: fubá
era como os africanos chama-
vam a farinha de milho seco e
moído.
Ingredientes
(12 porções)
2 xícaras (chá) de fubá
2 xícaras (chá) de leite
2 xícaras (chá) de açúcar
1/3 de xícara (chá) de óleo vegetal
50g de manteiga
1 colher (chá) de sal
1 colher (sopa) de erva-doce
4 ovos, gemas e claras separadas
1 colher (sopa) de fermento em pó
Manteiga para untar
Fubá para polvilhar
Preparo
- Coloque o fubá, o leite, o açúcar,
o óleo, a manteiga, o sal e a erva-
doce numa panela média. Aqueça
e, sempre mexendo com uma espá-
tula, deixe no fogo por uns 10 minu-
tos, até a massa ferver e engrossar
e o fundo da panela aparecer. Reti-
re do fogo e deixe amornar por uns
10 minutos.
- Aqueça o forno a 200°C (médio-
alto). Unte com manteiga e polvi-
lhe com fubá uma fôrma para gran-
de para pudim ou uma assadeira
grande. - Bata as claras em neve até con-
seguir picos firmes. Reserve. - Junte as gemas e o fermento à
massa morna de fubá e misture
até ficar homogênea. Em seguida,
com uma espátula e muita delica-
deza, incorpore as claras em neve. - Despeje a massa na fôrma unta-
da e asse o bolo por uns 40 minu-
tos, até que esteja crescido, bem
dourado e firme (ao enfiar um pali-
to de dente no centro, ele deverá
sair limpo). - Deixe esfriar e desenforme so-
bre um prato raso. Se quiser, polvi-
lhe o bolo com um pouquinho de
açúcar.
TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO
NA GLOBO, O
HUMOR LEVE
DA ESCÓRIA
DA GALÁXIA
Renata Mesquita
Chegou o mês de São João! Em
outros anos, a essa altura, as
quermesses já estariam com as
bandeirinhas penduradas e as
quadrilhas formadas. Mas com
a pandemia do novo coronaví-
rus e a recomendação de isola-
mento social, as celebrações ju-
ninas foram canceladas Brasil
afora. Mas isso não quer dizer
que é preciso deixar a fogueira
apagar.
As comidas são ícones das fes-
tas juninas – se não a melhor
parte delas. Mesmo sem o ar-
raial, é possível reproduzir em
casa as receitas típicas: pé de
moleque, paçoca, bolos de fu-
bá, canjica... Não pode faltar
também o milho – a colheita co-
incide com a época e, por isso,
os doces e salgados feitos com
ele são onipresentes no cardá-
pio das quermesses – nem o
amendoim. E, para aquecer as
noites frias, o vinho quente e o
quentão.
Aqui, selecionamos receitas
clássicas para dar o pontapé ini-
cial na festa que, na sua casa,
também pode durar o mês todo.
Paçoca de amendoim
A paçoca é feita com amendoim
torrado e moído, açúcar, sal e
farinha – de mandioca, milho
ou farinha d’água, dependendo
da região. Virou doce de festa
junina porque o evento é logo
após a colheita do amendoim.
Mas, se feita em casa, dispensa a
farinha. Acredite, paçoca fres-
quinha tem um sabor imbatível.
Ingredientes
(20 paçocas de 10g)
200g de amendoim sem casca
torrado
140g de açúcar refinado
2g de flor de sal
Preparo
- No liquidificador, triture o açú-
car, adicione o amendoim e bata
por 10 segundos. Coloque a mistu-
ra em uma tigela, acrescente o sal
e mexa para incorporar bem. - Forre uma assadeira com pa-
pel-manteiga. Use um aro para dar
o formato, colocando a mistura
dentro dele e prensando bem. - Leve ao forno a 140 °C por 10
minutos. Retire do forno, espere
esfriar.
ALEXANDRE SCHNEIDER/INSTITUTO BRASIL A GOSTO ROBERTO SEBA/ESTADÃO
Milho-verde.
O dono da festa