O Estado de São Paulo (2020-06-03)

(Antfer) #1

Igor Macário


Depois de vários teasers, a
Volkswagen finalmente reve-
lou por inteiro o Nivus, seu no-
vo SUV compacto. O modelo
aproveita a plataforma do T-
Cross, mas tem características
próprias. O Nivus começa a ser
vendido ainda neste mês, mas
os preços não foram revelados
durante o lançamento feito pe-
la internet.
Segundo a marca, o modelo
será a “porta de entrada” dos
SUVs da Volkswagen. Isso deve
significar que as versões de en-
trada serão mais baratas do que
as do T-Cross. Estima-se pre-
ços entre R$ 75 mil e R$ 100 mil
para a gama. A VW adiantou
que o modelo terá poucas confi-
gurações disponíveis. O objeti-
vo é evitar conflito direto com
versões do T-Cross.
Em todas as versões, o Nivus
será equipado com motor 1.0
turbo de até 128 cv e transmis-
são automática de seis mar-
chas. É o mesmo conjunto de
Polo, Virtus e T-Cross. Não ha-
verá opção de câmbio manual.


No comprimento, o Nivus é li-
geiramente maior que o T-
Cross. São 4,26 metros, 7 cm a
mais que o “irmão” de platafor-
ma. Isso talvez explique o porta-
malas maior (são 415 litros, ante

373 l do T-Cross). Já na distância
entre eixos há uma inversão. En-
quanto o Nivus tem 2,57 m (a
mesma do Polo), o T-Cross tem
2,65 m, como o sedã Virtus.
Embora lembre o T-Cross, o

Nivus tem vários itens específi-
cos. A dianteira tem faróis e pa-
ra-choques exclusivos. Na late-
ral, uma moldura plástica atua
como proteção nos arcos de ro-
da. A faixa se estende do para-
choque dianteiro ao traseiro,
dando um aspecto de maior ro-
bustez ao modelo.
A traseira tem lanternas de
LEDs e alguma semelhança
com o T-Cross. No entanto, as
luzes são mais horizontais no
novo carro, ante a estrutura
mais quadrada do modelo já co-
nhecido. O perfil tem vidro tra-
seiro inclinado, que deixa o Ni-
vus com jeitão mais esportivo.
Por dentro, a cabine é quase
igual à do T-Cross. A diferença
fica por conta da nova central
multimídia. O sistema, chama-
do de VW Play, estreia no Nivus

e tem tela de 10,1 polegadas. Al-
tamente configurável, tem fun-
ções inéditas no segmento, co-
mo modo valet, que limita algu-
mas funções do carro quando
entregue a um manobrista, por
exemplo. O sistema também
foi desenvolvido no Brasil.
Há ainda Android Auto e Car-
Play, que pode ser usado sem
fios. É o mesmo sistema apresen-
tado recentemente na nova Fiat
Strada. O dispositivo também
tem aplicativos nativos, que po-
dem ser baixados via wi-fi. Para
isso, é possível usar a rede de
casa ou escritório para
instalar ou atualizar
os aplicativos, ou a
rede 4G de um
smartphone.
Além disso, a
Volkswagen criou
uma parceria com
algumas empresas
para ter os aplicati-
vos no VW Play. Será
possível fazer reserva de
serviços na rede de estaciona-
mentos Estapar, pedir socorro
da Porto Seguro ou até comida
pelo app do iFood. O carro virá
ainda de fábrica com a tag de
pedágio do Sem Parar instalada
com três meses sem mensalida-
de. O manual cognitivo, que es-
tava disponível para Polo, Vir-
tus e T-Cross via smartphone,
agora está na própria central
multimídia VW Play. O trio de-

verá ganhar a nova central pos-
teriormente.
O Nivus também tem contro-
le de cruzeiro adaptativo, item
normalmente encontrado em
modelos mais caros. No Ti-
guan, ele está apenas na versão
de topo. O sistema de frenagem
automática de emergência tam-
bém é de série. Há ainda itens
como faróis de LEDs, ar-condi-
cionado automático, chave pre-
sencial com partida por botão e
câmera de ré.
A marca ainda não revelou as
versões, mas adiantou que a ga-
ma será enxuta. O carro mostra-
do na apresentação era da ver-
são Highline, topo de linha, que
deverá concentrar a maior parte
das novidades tecnológi-
cas. Uma versão de en-
trada, possivelmen-
te Comfortline, te-
rá apelo mais ra-
cional e menos
itens de série.
O modelo é o
primeiro carro
nacional da mar-
ca a trazer o novo
logo da Volkswagen.
Ele foi usado pela primei-
ra vez no elétrico I.D 3, mostra-
do no Salão de Frankfurt em


  1. O Nivus, aliás, também se-
    rá vendido na Europa a partir
    do início de 2021. A produção
    será feita na fábrica da marca
    em Pamplona, na Espanha, on-
    de também é montado o T-
    Cross europeu. A fabricação do
    Nivus começará em cerca de
    duas semanas na fábrica de São
    Bernardo do Campo (SP).


NIVUS CHEGA AO PAÍS NESTE MÊS


Volkswagen não revelou


o preço de seu novo SUV,


mas modelo será mais


barato que o T-Cross e


trará mais tecnologia


LA FERRARI


ROMA, QUE


BELÍSSIMA


TERRITORY


MUDA ANTES


DE VIR


Tião Oliveira


O encerramento da produção
do Fusion, em julho, marcará o
fim de uma era para a Ford. O
modelo feito no México era o úl-
timo sedã da marca vendido no
mercado brasileiro. É verdade
que o Ka Sedan continuará sen-
do oferecido por aqui, mas esse
três-volumes é uma derivação
da atual geração do hatch com-
pacto, e não um sedã “puro”, co-
mo o Galaxie, o Mondeo e o pró-
prio Fusion, entre outros.
Trata-se de uma morte anun-
ciada, que faz parte de um plano
global. Em 2017, o CEO mun-
dial da Ford, Jim Hackett, infor-
mou que a companhia passaria
a focar investimentos em SUVs
e picapes, modelos que garan-
tem maior rentabilidade. De
acordo com o executivo, a em-
presa realocaria US$ 7 bilhões
(cerca de R$ 22,6 bilhões na épo-
ca) para os dois segmentos, em
detrimento dos demais.
Como parte dessa estratégia,
a Ford anunciou um programa
de redução de custos no mundo
todo. O plano inclui a demissão
de milhares de funcionários e o
fechamento de várias fábricas.
Na prática, o projeto come-
çou a andar em 2016, quando a
empresa encerrou a produção
na Austrália. O último carro da
marca feito no país foi o sedã
Falcon, substituído pelo Mon-
deo importado da Espanha.
Em 2017, foi a vez de a empre-
sa encerrar as operações no Ja-
pão e na Indonésia. A alegação é
de que o baixo volume de ven-
das nos dois mercados não justi-
ficava a presença por lá.
Embora não tenha registrado
prejuízo naquele ano, os núme-
ros ficaram bem abaixo dos de-
sejados. O lucro líquido da Ford
em 2017 foi de US$ 1,74 bilhão,
ante US$ 1,6 bilhão de 2016.
Mas a margem nos Estados Uni-
dos caiu de 6,4% para 5,2%.


Fábrica de SP. A empresa in-
formou que até 2020 pretendia
subir seu lucro para 8% no mun-


do e 10% nos EUA. Para isso,
teria de cortar US$ 25,5 bilhões
em custos, o que incluiu o fecha-
mento, no fim do ano passado,
da fábrica de São Bernardo do
Campo (SP), onde eram feitos
caminhões e o hatch Fiesta.
Voltando ao Fusion, reporta-
gem do The Detroit News de
2018 informava que a Ford de-
sistira de desenvolver uma atua-
lização para o modelo – que de-
veria ser lançada no segundo se-
mestre deste ano. Segundo o jor-
nal, citando uma fonte ligada à
marca, os sedãs Fusion e Mon-
deo seriam mantidos no portfó-
lio por “pelo menos mais três
ou quatro anos”.
Em abril daquele mes-
mo ano, a Ford oficia-
lizou a decisão de
encerrar a oferta
dos sedãs Fiesta,
Focus e Fusion no
mercado norte-ame-
ricano. A filial da em-
presa no Brasil informa
que o Mondeo continua à venda
na Europa e China, entre outros

mercados, e que não há ne-
nhum plano concreto de tirar o
modelo de linha.
Mas há vários sinais indican-
do o contrário. Na Europa, por
exemplo, os números de ven-
das do sedã não param de cair.
No ano passado foram emplaca-
das pouco mais de 39,5 mil uni-
dades do sedã. Para compara-
ção, os emplacamentos em
2015 beiravam os 79,7 mil.
No Brasil, a Ford vendeu 832
unidades do Fusion em 2019.
Em 2015, foram 7.410. As infor-
mações são da Fenabrave, fede-
ração que reúne as associações
de concessionárias.
Lançado no Brasil em 2006,
na época o Fusion chegou a ser
tratado como uma espécie de
“sucessor” do Galaxie, sedã de
1967 considerado como o carro
mais sofisticado produzido no
País até hoje. Embora tivesse
bons atributos, o novato jamais
alcançou esse status.
Ao longo de 14 anos, o Fusion
teve duas gerações e três reesti-
lizações. Antes de ser excluído
do site da Ford, o Fusion era ofe-
recido em três versões. A SEL, a
R$ 149.900, tinha motor 2.0 de
248 cv. Por R$ 179.900, a inter-
mediária, Titanium, trazia o
mesmo quatro-cilindros, mas
era mais equipada e tinha tra-
ção 4x4. Tabelada a R$ 182.990,
a de topo, Titanium Hybrid, che-
gou a conquistar o título de
híbrido mais vendido do País.

MINIATURA


TEM PREÇO


DE R$ 90 MIL


Fusion sai de cena no País e marca mais um capítulo da mudança de


rumo da empresa, que passou a focar na produção de SUVs e picapes


A Rolls-Royce criou uma minia-
tura do SUV Cullinan em escala
1:8. A réplica tem mais de 1.000
peças e, de acordo com a marca
inglesa, a montagem pode levar
até 450 horas, mais da metade
do necessário para se produzir
um Cullinan de verdade. A pin-
tura feita à mão tem as mesmas
tonalidades usadas no modelo
real. São mais de 40 mil nuan-
ces possíveis. A miniatura tem
luzes externas operadas por
controle remoto. A atenção aos


detalhes é tanta que, ao abrir as
portas, os emblemas da marca
se iluminam. O motor também
é uma réplica exata do V12 tur-
bo de 6,75 litros. O interior tem
couro e madeira, e até inscri-
ções nos pequenos encostos de
cabeça podem ser adicionadas.
A peça custa nada menos que
US$ 17 mil, cerca de R$ 90 mil. É
quase o preço de um Jeep Rene-
gade Sport 1.8 (R$ 91.590).

A chegada da Ferrari Roma ao
Brasil foi confirmada pela Via
Italia (representante da marca)
para o segundo semestre. O es-
portivo deverá custar cerca de
R$ 2,8 milhões. O valor, no en-
tanto, pode subir, dependendo
do nível de personalização. É
possível escolher entre deze-
nas de cores para a carroceria.
O esportivo ainda pode ganhar
peças externas de fibra de carbo-
no, além de diversas opções de
rodas, cores para pinças de

freio e uma infinidade de combi-
nações possíveis para o inte-
rior. O que não muda é o motor,
um 3.9 V8 turbo de 620 cavalos
de potência. O torque chega a
77 mkgf. O câmbio é automati-
zado de dupla embreagem com
oito marchas. Segundo a marca,
o conjunto leva a Roma de 0 a
100 km/h em 3,4 segundos. A ve-
locidade máxima encosta nos
320 km/h.

O FIM DOS


SEDÃS DA FORD


O Ford Territory, previsto para
ser vendido no Brasil ainda este
ano, ganhou reestilização na
China, onde é produzido. Entre
as mudanças estão faróis de
LEDs com máscara negra e gra-
de dianteira com filetes hori-
zontais. Na traseira, as lanter-
nas têm nova disposição de lu-
zes. A central multimídia mu-
dou, mas o SUV ainda não rece-
beu o Sync 3, a última geração
do sistema da Ford.
O Territory chinês manteve o

motor a gasolina 1.5 turbo, que
rende cerca de 140 cv, ou 163 cv
na opção com injeção direta. A
novidade, porém, é a introdu-
ção da tecnologia híbrida leve
de 48 volts, que melhora a eco-
nomia. O câmbio é automático
CVT. No Brasil, ainda não há
confirmação do motor. O em-
prego do 2.0 de até 178 cv flexí-
vel do EcoSport Storm é uma
possibilidade.

FOTOS: VOLKSWAGEN/DIVULGAÇÃO

‘Esportivo’. Teto caído na traseira dá aspecto moderno ao modelo chamado de SUV cupê

FERRARI/DIVULGAÇÃO

FELIPE RAU/ESTADÃO

Mito. Linha
Galaxie
teve várias
opções,
como o
Landau
(foto)

ACERVO ESTADÃO Requinte.
Símbolo do
Galaxie era
fixado no capô

Gama. Com
três versões
disponíveis
antes de ser
excluído do
site no País,
Ford Fusion
partia de
R$ 149,9 mil

ROLLS-ROYCE/DIVULGAÇÃO FORD/DIVULGAÇÃO

|O ESTADO DE S. PAULO|São Paulo, 3 de junho 2020 I3DI

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