Elle - Portugal - Edição 381 (2020-06 & 2920-07)

(Antfer) #1
ELLE PT 103

da exposição La Beauté se Cultive, que
o Museu de História Natural de França,
em Paris, vai receber de 23 a 27 de se-
tembro (após ter sido sujeita a alterações
devido à pandemia de Covid-19). Aqui,
a marca de luxo dá a oportunidade aos
consumidores de conhecerem todos os
processos que levam à concepção de um
produto da Chanel, principalmente a
seleção e cultivo dos seus ingredientes.
O foco nas plantas, no universo da
cosmética, não é um assunto recen-
te, sempre existiu. O fator distintivo,
aqui, é a seleção dos ingredientes e o
estudo dos mesmos. Nicola Fuzzati,
diretor de desenvolvimento e inovação
de ingredientes cosméticos da Chanel,
viaja pelo mundo todo para encontrar
pontos estratégicos da biodiversida-
de, de forma a conseguir identificar
plantas interessantes para cosméticos.
«Eu e as minhas equipas percorremos
o planeta à procura de plantas promis-
soras, acompanhados sempre por bo-
tânicos. De seguida, estudamos o seu
comportamento no seu habitat natural
e analisamos a sua composição com
o objetivo de selecionar quais são as
mais interessantes em termos de pro-
priedades cosméticas», contextualiza.
O passo seguinte à seleção é o envio
dessas plantas para o laboratório em
França, de forma a que uma equipa de
cientistas especializada proceda a um
estudo mais pormenorizado. Fuzzati
e as suas equipas contam ainda com

mais quatro laboratórios a céu aberto,
em diferentes partes do mundo: dois
em França, nos Alpes do sul (para pro-
dução de solidago) e no sudoeste (as
camélias que aparecem nas imagens);
Costa Rica (plantações de café) e em
Madagáscar (baunilha). «A localização
de pontos de recolha de ingredientes
em diferentes áreas climáticas à volta
do mundo permite-nos ter um acesso
maior e mais variado à biodiversidade,
já que cada uma contém espécies que
formam as matérias-primas com as
quais criamos os nossos ingredientes
ativos», conta-nos Fuzzati.
Há 10 anos que a maison francesa
produz os seus ingredientes (através de
produção própria ou com parceiros) com
o objetivo de ter ativos cosméticos de
excelência e exclusivos. Sem dúvida que
a autossuficiência é muito importante
mas, neste caso, o controlo sobre os
recursos por parte da Chanel vai para
além disso. «Cada planta é única e re-
vela os seus segredos de uma maneira
diferente. Temos que estar sempre a
reinventar-nos e a inovar. Ao misturar

o melhor das plantas e o melhor da
tecnologia, conseguimos criar ingre-
dientes ativos únicos, puros e eficazes»,
partilha Nicola Fuzzati, em antevisão
da exposição que aí vem.
É, sem dúvida, interessante anali-
sar toda a complexidade que envolve a
seleção dos ingredientes pelos experts
Chanel, mas a autossuficência que men-
cionámos anteriormente torna todos
estes processos ainda mais especiais.
Porquê? Porque ser autossuficiente
«significa que cada etapa da produção
é perfeitamente integrada, dominada
e controlada» pela maison francesa,
como refere Fuzzati, desde a recolha
dos ingredientes até à produção dos
cosméticos. E é precisamente esta cadeia
de ações e processos que, em breve,
todos poderemos conhecer. n

À esquerda: A gama de tratamento de
rosto Hydra Beauty tem a camélia como
um dos seus ingredientes principais.

TEXTO POR: CAROLINA ADÃES PEREIRA - IMAGENS: D.R.(5)

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