Elle - Portugal - Edição 381 (2020-06 & 2920-07)

(Antfer) #1
ELLE PT 39

mento global), que começou com 32
assinantes e que, à data atual, conta com
67 (onde estão nomes que vão desde o
Grupo Calzedonia ao El Corte Inglés).
Este tipo de atitudes são, neste
momento, para o fundador da marca
Ecoalf, Javier Goyeneche (que desde o
lançamento da marca produz toda a sua
roupa de forma sustentável, através do
uso de materiais orgânicos ou do recurso
a plásticos recolhidos dos oceanos), algo
fundamental: «Estamos a destruir o
planeta e precisamos que uma nova
geração de marcas surja para reduzir o
impacto ambiental criando, ao mesmo
tempo, bons produtos e serviços. O
que fazemos já não é importante, o que


importa é como o fazemos» começa por
dizer. «Chegou a hora de nos responsa-
bilizarmos. Temos uma missão que vai
para além dos negócios. A indústria da
moda é uma das mais consumidas, e a
segunda mais poluente. Acredito que
o tempo em que o que importava era
simplesmente ter bom aspeto acabou.
Temos a oportunidade e a responsa-
bilidade de repensar nos modelos de

negócios que queremos construir no
futuro (...) que pode, inclusivamente,
inspirar outros. Esta situação sem pre-
cedentes, veio mostrar-nos que quando
a humanidade se junta por uma causa
comum, uma mudança rápida pode
acontecer», remata.
Neste momento, um voltar à velha
“normalidade” (quando a necessidade
de mudança já se tornou tão evidente)
é pouco desejável... Será que as pessoas
estão mesmo dispostas a mudar os seus
hábitos? E será que estão prontas para
exigir às marcas mais transparência?
«Não há dúvida que a consciência eco-
lógica dos jovens está a aumentar. Mas
as mesmas pessoas que reivindicam
mudanças profundas na sociedade, são
também as que são mais sensíveis à
moda» afirma Magda Pinheiro «Então
é difícil saber se a reutilização de tecido
e as peças de roupa ou malas vintage
se vão impor. Esperemos que haja uma
forte consciência de que a opção por
produtos sintéticos e plásticos é muito
nociva para o ambiente e que, pelo me-
nos, se consiga evoluir para a produção
de roupa mais durável».
Não sabemos qual o desfecho desta
história, até porque se existe algo que
aprendemos nos últimos tempos é que
apenas conhecemos o dia de hoje (o
amanhã é uma incógnita), no entanto,
é garantido que todos nós temos um
papel preponderante nesse caminho, e
que no final, a fatura das nossas escolhas
será sempre emitida. Q

SOBRE O FASHION PACT
TODOS OS QUE O SUBSCREVERAM, COMPROMETERAM-SE A: TORNAR AS SUAS CADEIAS DE PRODUÇÃO MAIS TRANSPARENTES
E RESPONSÁVEIS; PROMOVEREM UMA ECONOMIA CIRCULAR; PROCURAREM MEIOS DE PRODUÇÃO DE MATÉRIAS-PRIMAS
MAIS SUSTENTÁVEIS; IMPLEMENTAR MEDIDAS QUE EDUQUEM OS CONSUMIDORES; E AINDA GARANTIREM QUE TUDO ISTO
ESTÁ ASSENTE NUMA POLITICA QUE GARANTA O PAGAMENTO DE SALÁRIOS JUSTOS E UM LOCAL DE TRABALHO SEGURO.
Free download pdf