O Estado de São Paulo (2020-06-05)

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A16 Esportes SEXTA-FEIRA, 5 DE JUNHO DE 2020 O ESTADO DE S. PAULO


Se depender do chefão da Fór-
mula 1, a contaminação de um
piloto pelo novo coronavírus
não será motivo para cancelar


corridas da temporada 2020. O
norte-americano Chase Carey
entende que, nesse caso, será
função da equipe substituí-lo
pelo reserva. Ele também quer
mudar a determinação de os
GPs serem realizados sem a pre-
sença de torcedores. Espera ter
os fãs nas arquibancadas em al-
gumas corridas deste ano.
“Se um piloto for infectado, o
reserva estará disponível. Não

estaríamos seguindo adiante se
não estivéssemos confiantes de
que teremos os procedimentos
e a capacidade de prover um am-
biente seguro”, disse Carey ao
site oficial da Fórmula 1.
Ele afirmou confiar que o ex-
tenso protocolo médico para
controlar o vírus impedirá que a
doença se espalhe. “Se uma pes-
soa se contaminar, isso não vai
levar ao cancelamento da pro-

va. Estamos encorajando os ti-
mes a usarem procedimentos
para que, se um indivíduo tiver
de ser colocado em quarentena,
ele seja substituído. Há situa-
ções em que ainda precisamos
trabalhar, já que há uma série de
possibilidades, mas, se uma es-
cuderia não puder correr, isso
não vai cancelar a prova.”
O campeonato tem início pre-
visto para 5 de julho, com o GP

da Áustria, e Carey reconhece
que nessa fase inicial não é pos-
sível abrir os portões aos torce-
dores. “Fãs são muito importan-
tes para nós, claro, e lutamos
por eles em várias frentes. Nós
adoraríamos que pudessem es-
tar presentes nas corridas, mas
os riscos ainda são altos para ga-
rantir a saúde deles. Não quere-
mos que os fãs estejam lá até
que seja seguro fazer isso.”

Ele revelou ter planos para a
volta dos torcedores aos circui-
tos. “A meta é ter os fãs nas corri-
das a partir do outono (que come-
ça em setembro no hemisfério nor-
te). Mesmo assim, não será pos-
sível encher as arquibancadas
completamente, mas, passo a
passo, poderemos receber mais
e mais fãs nas nossas corridas.”
Ainda assim, o dirigente crê
que chegou a hora de a Fórmula
1 voltar à ativa. “Claro, vamos
seguir as orientações, mas dá pa-
ra ver que muitos países já po-
dem dar um passo à frente.”

ORLANDO


A temporada 2019/2020 da
NBA será retomada com 22
das 30 equipes que iniciaram
o campeonato, com previsão
de recomeçar em 31 de julho,
no complexo da Disney, na
Flórida. A decisão foi tomada
ontem em reunião com todos
os donos de franquias. Trata-
se do primeiro passo para a
volta da liga – a princípio, as
disputas serão sem a presen-
ça dos torcedores.
A NBA ainda vai finalizar o
planejamento para o reinício
do torneio, tendo o apoio de au-
toridades sanitárias e governa-
mentais para estabelecer um
programa rigoroso a fim de pre-
venir e mitigar os riscos relacio-
nados à propagação da covid-



  1. Isso incluirá protocolo a ser
    seguido e realização de exames
    nos atletas e comissão técnica.
    Na Flórida, 13 equipes da Con-
    ferência Oeste e nove da Leste
    disputarão oito partidas para
    encerrar a temporada regular. A
    definição dos participantes – o
    campeonato tinha originalmen-
    te 30 times – se deu pela tabela
    quando a disputa foi paralisa-
    do, incluindo as franquias que
    estavam a seis jogos da zona de
    classificação aos playoffs.
    Os confrontos após a tempo-


rada começarão em agosto e a
final da NBA poderia se esten-
der até outubro. Milwaukee
Bucks, Los Angeles Lakers, To-
ronto Raptors e Boston Celtics
já haviam garantido suas vagas
nos playoffs. Com oito jogos pe-
la frente, Miami Heat, Indiana
Pacers, Philadelphia 76ers, Los
Angeles Clippers, Denver Nug-
gets, Utah Jazz, Oklahoma City
Thunder e Houston Rockets
também estão classificados.
O Dallas Mavericks pratica-
mente está garantido por ter
uma vantagem de sete jogos so-
bre o Memphis Grizzlies, que
ocupa o oitavo lugar no Oeste.
Isso significa que os Grizzlies,
Portland Trail Blazers, New Or-
leans Pelicans, Sacramento
Kings, San Antonio Spurs e Phoe-
nix Suns estão na luta pela últi-
ma vaga. No Leste, o Washing-
ton Wizards estava seis jogos
atrás do Brooklyn Nets, o séti-
mo colocado, e a cinco e meio do
Orlando Magic, o oitavo.

Confiança. “Embora a pande-
mia da covid-19 apresente desa-
fios, esperamos finalizar a tem-
porada de maneira segura e res-
ponsável, com base em protoco-
los que estão sendo finalizados
com as autoridades públicas de
saúde e médicos”, disse Adam
Silver, comissário da NBA, que

aproveitou para falar sobre os re-
centes protestos contra o racis-
mo nos EUA. “Também reco-
nhecemos que, enquanto nos
preparamos para retomar os jo-
gos, nossa sociedade está sofren-
do com tragédias recentes de vio-
lência racial e injustiça, e conti-
nuaremos a trabalhar e a usar
nossos recursos e influência pa-
ra resolver esses problemas de
maneiras reais e concretas.”
Se, como previsto, a tempora-
da recomeçar em 31 de julho, o
próximo Draft será realizado

em 15 de outubro, com o seu sor-
teio acontecendo em 25 de agos-
to. E o campeonato da NBA de
2020/2021 se iniciaria provavel-
mente em 1.º de dezembro.
Charlotte Hornets, Chicago
Bulls, Atlanta Hawks, Detroit
Pistons, New York Knicks, Cle-
veland Cavaliers, Minnesota
Timberwolves e Golden State
Warriors não jogam mais na
temporada, paralisada em 11 de
março, quando o pivô francês
Rudy Gobert, do Jazz, testou po-
sitivo para o coronavírus.

Decisão leva


em conta local


e parcerias


PANDEMIA DO CORONAVÍRUS


Capitão do São Paulo e da sele-
ção brasileira, Daniel Alves deu
forte opinião sobre as manifes-
tações antirracistas feitas por
várias estrelas do esporte após
a morte do segurança George
Floyd, em Minneapolis, nos Es-
tados Unidos. O atleta, de 37
anos, afirmou, em entrevista à
CNN Brasil, ser contrário à ge-
neralização de que todos os
brancos são racistas e pediu hu-
manidade e atitude às pessoas
para combater a questão.
“O racismo está em todos os
lugares, infelizmente. Às vezes
precisa chegar no extremo para
tomarmos certos tipos de provi-
dência. Tem de ser abominado
todo e qualquer tipo de racis-
mo. Não acredito que todos os
brancos sejam racistas, então
tem de focar na punição das pes-
soas que estão envolvidas nis-
so, não generalizar”, disse.
O jogador do time do Morum-
bi fez um alerta com relação às


manifestações nos EUA. “Todo
protesto pacífico é bem-vindo
para o ser humano evoluir e
crescer nas lutas. Não é aprovei-
tar certo tipo de situação para
gerar violência, ódio ou outro
tipo de interesse que não esteja
dentro da causa.”
Em 2014, quando atuava pelo
Barcelona, Daniel Alves foi víti-
ma de racismo. Em um jogo con-
tra o Villarreal, ele foi provoca-
do por um torcedor que atirou
uma banana no gramado ao seu
lado. Daniel pegou a fruta e a

comeu, antes de seguir a jogada.
“Eu vivi essa situação de perto,
mas não quis me manifestar so-
bre isso para não dar maior im-
portância ao infrator. Quis com-
bater de outra forma. O ódio
não pode ser combatido com
ódio, tem de ser combatido
com amor. Se colocar o seu ódio
para fora, está se igualando ao
infrator. Não pode ser extremis-
ta. Tem de punir pessoas que
são preconceituosas, racistas.”
Para o lateral do São Paulo, as
pessoas estão perdendo o sen-

so de humanidade. Ele enfati-
za que a base de tudo é o res-
peito. “Tanto é que, nos Esta-
dos Unidos, as grandes estre-
las são negras. A convivência
entre pessoas negras, bran-
cas ou qualquer opção sexual
deve ser respeitada.”
Daniel Alves afirma que
também é necessário mais
atitude por parte das pessoas
comuns. “O que todos preci-
sam entender é que, se fica-
rem na rede social ou não se
manifestarem, não vão com-
bater nada. Hoje tem muito
‘pray’ para qualquer tipo de
coisa, mas as pessoas não fa-
zem nada.”
Para ele, as pessoas não po-
dem achar que basta se posi-
cionar na rede social. “Tem
de praticar isso. As pessoas
se confundem nesse aspec-
to. Precisam tomar atitudes
e punir infratores, essa é a so-
lução. Porque senão vira
uma demagogia, uma campa-
nha sem fundamentos”, dis-
se o capitão do São Paulo e da
seleção. “Para mim, a atitude
da mulher desse policial ame-
ricano preso, de ter pedido o
divórcio dele, é uma grande
atitude. Eu não quero estar
com racista. Essa é uma atitu-
de valiosa para mim. Senão é
muito fácil você colocar uma
postagem e achar que seu tra-
balho está feito. Não, seu tra-
balho está feito quando você
executa.”

Andreza Galdeano

Os dados do atacante Neymar,
do Paris Saint-Germain e da se-
leção brasileira, foram usado pa-
ra solicitar o auxílio emergen-
cial de R$ 600 pago a trabalha-
dores informais, autônomos,
microempreendedores e de-
sempregados durante a pande-
mia do novo coronavírus. O pe-
dido enviado à Caixa Econômi-
ca Federal conta com o CPF, da-
ta de nascimento e nome da
mãe do jogador no cadastro.
O Estadão consultou o site
da Caixa e confirmou que o auxí-
lio foi aprovado, mas o banco
está revisando a solicitação.
“Seu cadastro foi identifica-
do com indícios de desconfor-
midades com a Lei 13.982/
e está sendo reavaliado”, infor-
ma o acompanhamento do auxí-
lio emergencial do banco.
A reportagem entrou em con-
tato com a assessoria de Ney-
mar e da Caixa Econômica. O

estafe do jogador confirmou
que ele jamais solicitou o benefí-
cio e o banco informou que esse
processo de análise cadastral é
realizado pela Dataprev, como
homologação do ministério da
Cidadania. “A Caixa não faz
qualquer interferência nesse
processo, só realiza o pagamen-
to de acordo com o que foi vali-
dado pela empresa”.
Essa não é a primeira vez que
o sistema é vítima de fraudes.
Na quarta-feira, um relatório
do Tribunal de Contas da União
(TCU) alertou para o risco de
8,1 milhões de brasileiros terem
recebido indevidamente o auxí-
lio emergencial da doença.

Neymar tem dados usados


em solicitação fraudulenta


Chefão da F-1 garante GPs mesmo se piloto pegar o vírus


COVID-

Brooks Barnes
THE NEW YORK TIMES

A NBA decidiu como será a re-
tomada da principal liga de bas-
quete do mundo. Dentre ou-
tras novidades, a principal de-
las é o fato dos jogos serem rea-
lizados em um local fixo, na Dis-
ney.
A Walt Disney World é co-
nhecida por muitas coisas, mas
poucas pessoas a associariam
ao esporte. Escondido atrás de
carvalhos e palmeiras, no extre-
mo sul do mega resort da Flóri-
da, está o ESPN Wide World of
Sports, um complexo de 1 km^2
de basquete, futebol, vôlei,
tênis, beisebol e muita compe-
tição, que serve como motor
quase despercebido do movi-
mento da Disney.
O local possui três arenas,
que podem ser configuradas
em 20 quadras de basquete, de
acordo com Faron Kelley, vice-
presidente do parque. Isso pos-
sibilitará que a NBA tenha dois
jogos ao mesmo tempo e ainda
sobrará espaço para os treinos.
O complexo de diversão tam-
bém tem restaurantes, nove
pistas de atletismo, 17 campos
de jogos de grama e um estádio
de beisebol com 9.500 lugares.
Todos os treinamentos e par-
tidas serão realizados dentro
do parque temático. Jogado-
res, treinadores e funcionários
da NBA ficarão hospedados na
Disney World, que possui 18 ho-
téis.
“Obviamente, temos capaci-
dade para comportar esse tipo
de evento”, disse Bob Chapek,
executivo-chefe da Disney.
Chapek observou que o com-
plexo da ESPN conta com re-
cursos de transmissão “para
uso imediato”, como conexão
de fibra ótica de velocidade ul-
trarrápida até a sede da ESPN
em Connecticut. A ESPN, de
propriedade da Disney, é uma
das principais parceiras de
transmissão da NBA.

Daniel Alves diz que luta contra


racismo não é só por rede social


Fórmula 1. Chase Carey


diz que no caso de algum


corredor ser infectado,


caberá à equipe


substituí-lo pelo reserva


Adam Silver
COMISSÁRIO DA NBA

‘Esperamos finalizar
a temporada de
maneira segura e
responsável, com
base em protocolos
rigorosos de saúde’

ESPNWWOS.COM

NBA aprova


retomada e


jogos serão


na Disney


Basquete. Liga será disputada em um


único local a partir do dia 31 de julho


Disputas. Jogos da NBA serão no complexto esportivo da ESPN, que fica na Disney World

BENOIT TESSIER/REUTERS
RUBENS CHIRI / SAOPAULOFC.NET

Preconceito. Lateral


do São Paulo alerta


para a necessidade de


as pessoas agirem mais


e com mais vigor


Lição. Capitão da seleção pede punição para os racistas

Vítima. Caixa vai revisar o
falso pedido de auxílio

Golpe. Informações do
jogador foram usadas
em pedido de auxílio
emergencial de R$ 600
ao governo federal
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