O Estado de São Paulo (2020-06-05)

(Antfer) #1

%HermesFileInfo:B-1:20200605:B1 SEXTA-FEIRA, 5 DE JUNHO DE 2020 INCLUI CLASSIFICADOS O ESTADO DE S. PAULO


E&N


Com pandemia, Brasil registra abertura


de mais de uma loja virtual por minuto


ECONOMIA & NEGÓCIOS


Em pouco mais de dois meses, foram 107 mil novos estabelecimentos criados na internet para a venda dos mais diferentes produtos,


aponta levantamento feito pela Abcomm, associação do setor; média anterior às medidas de isolamento era de dez mil unidades por mês


RAFAEL ARBEX / ESTADÃO

Renée Pereira


O Brasil abriu mais de uma lo-
ja virtual por minuto desde o
início do isolamento social,
em março. Em pouco mais de
dois meses, foram 107 mil no-
vos estabelecimentos cria-
dos na internet para a venda
dos mais diferentes produ-
tos, como alimentos, bebi-
das, roupas, calçados e produ-
tos de limpeza. Esse foi o ca-
minho encontrado por mui-
tas empresas para amenizar a
súbita queda de faturamento
por causa da pandemia, se-
gundo levantamento feito pe-
la Associação Brasileira de
Comércio Eletrônico (Ab-
comm), entre 23 de março e 31
de maio.
Antes da quarentena, a média
de abertura de lojas na internet
era de 10 mil estabelecimentos
por mês. “Esse é o legado positi-
vo de toda situação negativa
que estamos vivendo”, diz o pre-
sidente da Abcomm, Maurício
Salvador. Segundo ele, os seto-
res que lideraram o ranking de
novos sites na internet foram
moda, alimentos e serviços.
Na região do Bom Retiro, im-
portante centro popular de
compras de São Paulo, cerca
75% dos lojistas aderiram a al-
gum meio de vendas online, diz
o vice-presidente da Câmara de
Dirigentes Lojistas da região,
Nelson Tranquez. Segundo ele,
a pandemia chegou num mo-
mento em que as empresas ain-
da se recuperavam de crises pas-
sadas.
“Com o fechamento do co-
mércio, em março, quem nunca
tinha pensado em comércio vir-
tual teve de começar a desenvol-
ver ferramentas para faturar al-
guma coisa”, destaca Tranquez.
Na avaliação dele, a pandemia
provocou uma mudança na ca-
beça dos empresários, que tive-


ram de se reinventar. Mesmo
quem não teve condições de
criar um site passou a vender
em marketplace ou por What-
sApp, diz ele.

Exemplo disso foi a expansão
da plataforma Ozllo, que vende
roupas e acessórios novos e usa-
dos. A fundadora do marketpla-
ce, Zoe Póvoa, conta que duran-
te a pandemia o número de em-
presas que aderiram ao ambien-
te virtual subiu de 43 para 70 lo-
jas. “Isso inclui desde pequenas
empresas até lojas famosas de
shopping”, diz a empresária,
que tem visto a receita crescer
mais de 15% ao mês.
Na avaliação do presidente
da Trevisan, VanDick Silveira, a
pandemia obrigou as empresas
a repensar seus modelos de ne-

gócio. “E ficou claro que o mo-
delo digital dá resultado e veio
para ficar.” Com o isolamento
social, as pessoas passaram a
comprar de tudo pela internet,
produtos e serviços. “É uma mu-
dança radical. Tivemos um sal-
to de cinco anos nesse processo
(de digitalização do consumi-
dor)”, avalia Silveira.
Segundo Maurício Salvador,
da Abcomm, o isolamento so-
cial não só acelerou a abertura
de lojas na internet como tam-
bém trouxe novos consumido-
res para o comércio eletrônico.
A expectativa era ganhar 3 mi-

lhões de clientes para as vendas
online até o fim deste ano. Mas,
só durante a quarentena, foram
2 milhões de novos consumido-
res que até então nunca tinham
feito nenhuma transações pela
internet.
Esse aumento elevou em
40% as vendas online no perío-
do, segundo dados da Abcomm.
Para as empresas, a expan-
são foi uma saída para, pelo
menos, bancar as despesas
fixas. Com a estrutura físi-
ca fechada, muitos negó-
cios tiveram de correr para
colocar de pé um sistema e

manter algum faturamento. Foi
o caso da Chocolateria Brasilei-
ra, uma rede de franquias que
tem 20 lojas no País.
Com a quarentena decretada
às vésperas da Páscoa, a empresa
teve poucos dias para desengave-
tar um projeto de e-commerce e
vender os produtos pela inter-
net. “Conseguimos vender todo
o estoque da Páscoa e ainda tive-
mos um ótimo movimento e no
Dia da Mães. Agora estamos nos
preparando para o dia dos namo-
rados”, diz Cintia Pitta, gerente
de franquias da chocolateria.
Segundo ela, com o fecha-
mento das lojas, o faturamento
caiu 60%. “Mas com as vendas
online, ficamos no zero a zero e
não entramos no vermelho”,
diz Cintia.
O comércio eletrônico tam-
bém foi a saída encontrada pela
rede de franquias Mil e Uma Sa-
patilhas compensar o fechamen-
to de 90% das lojas franqueadas.
“Isso impactou nosso fatura-
mento. Então tivemos a ideia de
fazer as vendas pela internet”,
diz a fundadora da empresa, Re-
nata Marcolino. Em 20 dias, con-
ta ela, a empresa conseguiu colo-
car o site no ar, hoje responsável
por 20% do faturamento espera-
do para o período (se não tivesse
a pandemia). “Graças ao site
conseguimos manter a empre-
sa”, diz ela, que começou a ven-
der sapatilhas em casa.
No restaurante Spot Urba-
no, as vendas online represen-
tam 15% do faturamento nor-
mal. O estabelecimento tem
usado aplicativos e redes so-
ciais para vender. “Estamos fe-
chados desde 18 de março.
Se não fossem as ven-
das online, minhas
receitas teriam zera-
do”, diz o proprietá-
rio do restaurante,
Eduardo Santiago
Silveira.

“Ficou claro que o modelo digital dá resultado e veio para ficar.”


PANDEMIA DO CORONAVÍRUS


lAdesão

BNDES aprova R$ 2 bi em socorro a fornecedores. Pág. B4}


Corrida. Rede de franquias especializada em sapatilhas montou loja virtual, já responsável por 20% das vendas, em 20 dias

75%
dos lojistas do Bom Retiro, impor-
tante centro popular de compras
de São Paulo, aderiram a algum
meio de vendas online, segundo
Câmara de Dirigentes Lojistas da
região

TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

VanDick Silveira, presidente da Trevisan

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