O Estado de São Paulo (2020-06-05)

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O ESTADO DE S. PAULO SEXTA-FEIRA, 5 DE JUNHO DE 2020 NotaseInformações A


E

specialista em manchar a ima-
gem do Brasil, o governo Bolso-
naro acaba de marcar mais um
gol contra o País. O protecionis-
mo europeu, especialmente for-
te no setor agrícola, teve o pon-
to contado a seu favor. O Parlamento holan-
dês aprovou moção contra o acordo comercial
entre União Europeia e Mercosul. Assinado
há quase um ano, depois de negociado por
duas décadas, o pacto só valerá depois de rati-
ficado por todos os países participantes. Se o
protecionismo prevalecer, também Argentina,
Paraguai e Uruguai, sócios do bloco sul-ameri-
cano, pagarão pela política antiambiental do
governo brasileiro.
O Parlamento austríaco já havia votado con-
tra o acordo. Se nada mudar, o governo da
Áustria terá de se opor à ratificação. O gover-
no holandês ainda está livre para votar a fa-
vor, mas o acúmulo de pressões contrárias,
em toda a Europa, é inegável. A questão am-
biental é parte dos desentendimentos entre
os presidentes francês e brasileiro. A presiden-
te da Comissão Europeia, Ursula von der
Leyen, evitou, até agora, comprometer-se


com a aprovação final do acordo.
Direitos humanos e ecologia são invocados,
na Europa, contra a ratificação do pacto com o
Mercosul. Focadas no Brasil, as críticas mencio-
nam a devastação da Amazônia, a destruição de
reservas do Cerrado e riscos pa-
ra os indígenas. Membros de en-
tidades comunitárias se alinham
entre os críticos. Um deles é o vi-
ce-presidente da Comissão de
Agricultura e de Desenvolvimen-
to Rural do Parlamento Euro-
peu, o eurodeputado português
Francisco Guerreiro, do partido
Pessoas, Animais, Natureza.
Entrevistado pelo Estado, ele
citou a política do presidente
Jair Bolsonaro e atribuiu o des-
matamento da Amazônia à in-
dústria madeireira e aos grandes
empresários da agropecuária. A ação desses gru-
pos, segundo ele, destrói a floresta e a biodiver-
sidade, produz seca generalizada e oprime as
comunidades indígenas. O acordo, acrescen-
tou, reforçará essas tendências e isso justifica a
oposição dos Verdes Europeus.

Nenhum crítico menciona diretamente os in-
teresses protecionistas da agropecuária euro-
peia, uma das mais defendidas do mundo. Os
produtores europeus, limitam-se a argumentar
esses críticos, enfrentarão uma injusta desvan-
tagem se tiverem de competir
com agricultores e pecuaristas li-
vres de restrições ambientais.
As acusações são falsas, quan-
do se trata da parte mais moder-
na e mais competitiva da agrope-
cuária brasileira, aquela de fato
presente, com muita eficiência,
no mercado internacional. Mas a
confusão, muito útil ao protecio-
nismo europeu, é favorecida pelo
governo brasileiro e por alas bol-
sonaristas do agronegócio.
As palavras do ministro do
Meio Ambiente, Ricardo Salles,
na vergonhosa reunião ministerial de 22 de
abril, forneceram precioso material aos prote-
cionistas. Foi particularmente repulsiva a
ideia de aproveitar a atenção da imprensa na
covid-19 para fazer “passar a boiada” do afrou-
xamento de regras. O apoio de parte do empre-

sariado ao ministro da devastação, por meio
de anúncio na imprensa, foi um sério fator
agravante. Houve quem se opusesse a esse
apoio, na Sociedade Rural Brasileira, mas pre-
valeceu a decisão infeliz.
A Associação Brasileira do Agronegócio re-
cusou-se a participar da nota. Seu presidente,
Marcello Brito, criticou a ação proposta pelo
ministro e defendeu outras formas de discutir
e rever a legislação ambiental, depurando-a,
quando necessário, de excessos. “Nós muda-
mos a Previdência de forma transparente.
Não precisa passar as coisas de baciada”, disse
ele ao Estado.
Uma boa política ambiental no Brasil benefi-
cia em primeiro lugar os brasileiros, preservan-
do o clima e a saúde. Mas interessa também ao
mundo e por isso é importante em termos di-
plomáticos e comerciais. O presidente, no en-
tanto, pouco se interessa pela saúde dos brasi-
leiros, como comprova seu comportamento
em relação à covid-19. Além disso, seu despre-
paro em assuntos diplomáticos e econômicos é
notório. Surpreendente, mesmo, é o comporta-
mento de algumas entidades do agronegócio
defensoras da destruição ambiental.

O


lento avanço
do índice de
atendimento
da população
com serviços
públicos de for-
necimento de água e de coleta
de esgotos consolida o sanea-
mento básico como uma das
infraestruturas mais atrasadas
do País e torna duvidoso o
cumprimento da meta de uni-
versalização dos serviços até
2033, como previsto no Plano
Nacional de Saneamento Bási-
co. Mas, além de se caracteri-
zar pela notória lentidão na ex-
pansão dos serviços – em ra-
zão de problemas variados, in-
clusive institucionais –, o siste-
ma é marcado pela baixa efi-
ciência. A ineficiência onera
seus custos operacionais,
transferidos em boa parte para
os consumidores na forma de
tarifas mais altas ou de perda
de qualidade dos serviços por
atraso nos investimentos.
De cada 100 litros de água
captada, tratada e lançada ou
pronta para ser lançada na re-
de de distribuição, perdem-se
mais de 38. O pior é que, como
mostra estudo do Instituto
Trata Brasil, com base em da-
dos de 2018, a perda tem sido
crescente nos últimos anos.
Em 2014, por exemplo, a perda
era estimada em 36,7%, índice
que se manteve em 2015; des-
de então vem crescendo: 38,1%
em 2016, 38,29% em 2017 e
38,45% em 2018.
Num grupo de 25 países se-
lecionados pelo estudo, o Bra-
sil está em situação melhor
do que outras nações latino-
americanas, mas muito pior
do que os países desenvolvi-
dos. Na Dinamarca, por exem-


plo, país mais bem colocado
nesse ranking, a perda de
água tratada é estimada em
6,9%. Obviamente, se não
houvesse perdas tão grandes,
mais água tratada poderia ser
oferecida à população, sem
necessidade de captação em
novos mananciais, preservan-
do-os para as próximas gera-
ções, visto que assegurar o
acesso à água será um dos
grandes desafios do futuro.
As causas e as formas dessas
perdas são variadas. Perde-se
água tratada por vazamentos
no sistema adutor (do centro
de produção até o lançamento
na rede), na rede de distribui-
ção ou nos locais de consumo;

por roubos, com a utilização
de ligações clandestinas; por
fraudes; ou por erros dos hidrô-
metros; entre outros fatores.
Também são variadas as con-
sequências, e todas nocivas ao
consumidor, às empresas pro-
dutoras e distribuidoras de
água e, em particular, à nature-
za. Para atender à demanda
crescente, à medida que a po-
pulação aumenta e a rede de
distribuição se estende, as em-
presas responsáveis pelo abas-
tecimento aumentaram sua
produção em 5% entre 2015 e


  1. Para isso, tiveram de reti-
    rar mais água da natureza.
    No mesmo período, porém,
    o volume de água não fatura-
    da aumentou 10%. Estima-se
    que o impacto financeiro des-
    sa perda passou de R$ 9,8 bi-


lhões em 2015 para R$ 12,5 bi-
lhões em 2018, um aumento
de cerca de 25% em valores
reais no período. É perda que,
em alguma medida, foi cober-
ta pelas tarifas cobradas dos
consumidores ou teve como
consequência a redução de ca-
pacidade de investimentos ou
queda da rentabilidade das
empresas.
Nesse período, diversas re-
giões enfrentaram crises hídri-
cas, que forçaram a redução
do consumo ou a busca de no-
vas fontes de captação de
água. Tais medidas poderiam
ter sido dispensadas ou ameni-
zadas caso as empresas e parte
dos consumidores tivessem to-
mado providências adequadas
para reduzir as perdas.
O quadro do saneamento
básico do País torna ainda
mais danosas essas perdas.
Parte expressiva da população
ainda é obrigada a conviver
com péssimas condições de ha-
bitação e higiene, o que é parti-
cularmente nocivo para a saú-
de das crianças e retarda a re-
dução dos índices de morbida-
de e mortalidade infantil. No
caso do porcentual de domicí-
lios ligados à rede geral de
água, os índices, depois de atin-
girem certo patamar, têm sido
oscilantes nos últimos anos
ou praticamente pararam de
melhorar. Em 2016, por exem-
plo, 87,3% dos domicílios brasi-
leiros eram atendidos por re-
de geral de água; depois de
cair em 2017, para 86,8%, o
índice subiu no ano seguinte e
chegou a 88,3% no ano passa-
do, como mostram dados da
Pesquisa Nacional por Amos-
tra de Domicílios (Pnad) Con-
tínua do IBGE.

A


s manifestações
contra o racismo
decorrentes do
horrível assassi-
nato de George
Floyd extravasa-
ram as fronteiras de Minneapo-
lis e ganharam as ruas de algu-
mas das principais cidades dos
EUA, sobretudo da capital,
Washington, e da Europa. A
despeito da emergência sanitá-
ria, milhares de jovens têm se
reunido todos os dias para cla-
mar por justiça na punição do
assassino, o policial Derek
Chauvin, e pelo fim da rotinei-
ra violência policial praticada
contra os negros, que sofrem
tão somente pela cor da pele.
Nos corações e mentes desses
jovens, é como se a letalidade
potencial do novo coronavírus
fosse menos ameaçadora que o
velho racismo estrutural que
há muito tempo macula a histó-
ria do país que arquitetou os pi-
lares da democracia moderna.
“Ninguém aqui esquece o re-
ceio de contrair a covid-19”, dis-
se um dos manifestantes, “mas
certas coisas precisam mudar.”
Em questão de dias, manifes-
tações que estavam restritas
aos EUA irromperam em cida-
des da Holanda, da França e do
Reino Unido, principalmente,
e lá despertaram tensões locais
adormecidas, muitas delas de-
correntes de processos de colo-
nização que resultaram numa
massa de cidadãos alijados da
distribuição dos ganhos advin-
dos do desenvolvimento econô-
mico e social nesses países. Em
Paris, por exemplo, os manifes-
tantes foram às ruas cobrar ex-
plicações sobre a morte de um
jovem negro e pobre ocorrida
há mais de quatro anos dentro

de uma delegacia de polícia.
Em Londres, milhares de pes-
soas ocuparam o Hyde Park e
vocalizaram a dor e a revolta
por casos que quase sempre
têm o mesmo desfecho que o
de George Floyd no Reino Uni-
do. Em Berlim, manifestantes
pintaram o retrato de Floyd
num pedaço remanescente do
Muro. O Brasil não ficou à mar-
gem desse movimento por um
mundo mais justo. Há poucos
dias, também houve uma mani-
festação contra o racismo em
Curitiba. Embora não fosse a
tônica da manifestação havida
na Avenida Paulista, em São
Paulo, no fim de semana passa-
do, também houve lá protestos

contra a violência racial, que fo-
ram desfigurados por radicais.
É fundamental registrar que
a maioria dessas manifestações
ocorre de forma absolutamen-
te tranquila, em que pesem re-
gistros de choques episódicos
entre a polícia e os manifestan-
tes nos EUA, na França, no Rei-
no Unido e no Brasil. Ao anali-
sar as manifestações, Karen
Donfried, presidente do The
German Marshall Fund of the
United States (GMF), fundo
de cooperação transatlântica
inspirado no Plano Marshall,
classificou o racismo como
uma segunda “pandemia” que
o mundo civilizado precisa ur-
gentemente enfrentar. Em ne-
nhum momento de sua refle-
xão, Donfried classificou os
atos de protesto como “terro-

rismo”, o que só mostra quão
absurdos são os presidentes
Donald Trump e seu ventrílo-
quo brasileiro, o presidente
Jair Bolsonaro, as únicas lide-
ranças políticas a ameaçar usar
força militar contra as manifes-
tações de rua por sua suposta
natureza “terrorista”. Não se
pode dizer que o GMF, corolá-
rio da ação americana pela con-
solidação da democracia liberal
na Europa Ocidental, seja “co-
munista” ou “esquerdista”.
Não por acaso, Donald
Trump e Jair Bolsonaro são os
únicos presidentes que classifi-
cam os manifestantes como
“terroristas” porque a nenhum
dos dois interessa o crescimen-
to dessas manifestações, que
não só podem, como irão, mais
cedo ou mais tarde, revelar
críticas às suas administrações.
No Brasil, aliás, isto já está ocor-
rendo. Aqui, o racismo ainda é
uma pauta lateral nos protes-
tos, direcionados em grande
medida contra os diuturnos ata-
ques de Bolsonaro contra a de-
mocracia e as instituições repu-
blicanas. Se povoadas por “ter-
roristas”, portanto, justificar-
se-ia, na visão da cúpula bolso-
narista, o emprego das Forças
Armadas para coibir tais mani-
festações, o que é um comple-
to absurdo. Eventuais crimes
praticados nestes atos são de
competência das polícias esta-
duais, não das Forças Armadas.
No fundo, tanto nos EUA co-
mo no Brasil, o que se observa é
um flagrante desprezo de seus
presidentes pelo escrutínio pú-
blico e institucional, incapazes
que são de liderar e fazer políti-
ca no ambiente democrático,
ou seja, sujeitos às limitações do
sistema de freios e contrapesos.

Manchando o Brasil e o agronegócio


ANTONIO CARLOS PEREIRA / DIRETOR DE OPINIÃO

Trump e Bolsonaro
usam o ‘terrorismo’
como muleta para a
imaturidade democrática

Fórum dos Leitores O ESTADO RESERVA-SE O DIREITO DE SELECIONAR E RESUMIR AS CARTAS. CORRESPONDÊNCIA SEM IDENTIFICAÇÃO (NOME, RG, ENDEREÇO E TELEFONE) SERÁ DESCONSIDERADA / E-MAIL: [email protected]


Notas & Informações


Insuficiente e ineficiente


Perdas de água tratada
forçam a busca de
novas fontes e
ameaçam o futuro

O ‘terrorismo’ que convém


lDesgoverno Bolsonaro
‘Terroristas’
Enquanto apenas seus apoiado-
res saíam às ruas, Jair Bolsona-
ro achava legítima a manifesta-
ção. Imaginava que a oposição
não sairia, principalmente pelo
que apelidou de “gripezinha”.
Enganou-se. E esse equívoco
pode custar-lhe o mandato. Por
isso agora, para Bolsonaro, as
manifestações da oposição são
ilegítimas e quem delas partici-
pa é “terrorista”. E quem usa
símbolos nazistas, prega o ter-
ror, a violência, defende o fecha-
mento do Supremo Tribunal e
do Congresso é o quê? Quem é
terrorista, realmente?
LUCAS DIAS
[email protected]
RIO VERDE (GO)


Liberdade de expressão
O presidente Bolsonaro vem
sendo adulado dominicalmente
em Brasília e faz questão de par-
ticipar dessas manifestações
sem se preocupar com suas ban-
deiras antidemocráticas. Mas
bastou um grupo de oposição
ocupar a Avenida Paulista para
desagradar ao aspirante a dita-
dor. Como, porém, bem lem-


brou editorial de ontem do Es-
tado (A3), a rua é pública e
aberta à situação e à oposição.
J. A. MULLER
[email protected]
AVARÉ

Às ruas, sim
Não sou terrorista nem margi-
nal – tenho netos, doutorado
pela USP, sou vice-presidente
de finanças de uma grande em-
presa. Votei no presidente con-
tra o PT, mas vou às manifesta-
ções contrárias a seu governo
pelo que S. Exa., seus ministros
e apoiadores fazem contra a
democracia, como todos a en-
tendem, menos eles. Quando
seu filho diz que é assim que se
chega à ditadura, tal qual Chá-
vez fez, e S. Exa. nem o repreen-
de, faz-me correr o risco da co-
vid-19 e ir às ruas, porque este
governo põe em sério risco a
Constituição democrática que
S. Exa. jurou cumprir.
CÁSSIO M. DE REZENDE CAMARGOS
[email protected]
SÃO PAULO

Milícias digitais
Pela primeira vez na minha já
longa vida fui insultado digital-

mente de canalha, bandido, pe-
tista safado. Tudo isso por críti-
cas ao desgoverno do capitão
neste Fórum. Sou engenheiro,
nunca fui político, mas desde
os tempos de faculdade sigo
com grande interesse o desen-
volvimento de políticas que le-
vem ao que, a meu ver, sinteti-
za o ideal democrático: a igual-
dade de oportunidades para to-
dos os brasileiros. Em 2018 vo-
tei no capitão exclusivamente
para evitar o PT, apesar de pre-
ver problemas decorrentes do
seu despreparo, já evidente na
época. Mas com seu então tripé
de apoio – Sergio Moro, Paulo
Guedes e militares – passei a
defender paciência até 2022.
Todavia quando veio a covid-
e, depois, a saída de Moro – que
era a garantia de justiça nesse
governo –, o capitão entornou o
caldo de vez, com seus “e daí?”,
“quem manda sou eu!”, e por aí
foi... Voltando aos insultos, são
reações típicas de seguidores de
mitos despóticos. O que é di-
fícil de entender, e preocupan-
te, é ver militares tentando des-
culpar o capitão por seus arrou-
bos, ameaças e ataques aos Po-
deres constituídos, alegando

que ele estaria apenas reagindo
a ataques por ser “autêntico”.
O que é só meia-verdade, pois
quem primeiro ataca é ele.
Quanto à autenticidade, ele é
realmente autêntico, basta ver
sua atuação na reunião ministe-
rial de 22 de abril, em que, en-
tre ameaças e palavrões, ele in-
dicou como seu objetivo a prote-
ção dos filhos e dos amigos.
Uma autêntica demonstração
do que é o governo Bolsonaro,
que assim passará à História.
LUIZ ANTONIO RIBEIRO PINTO
[email protected]
RIBEIRÃO PRETO

Opinião infeliz
A cada pronunciamento, entre-
vista ou artigo publicado, o vi-
ce-presidente Hamilton Mou-
rão me decepciona mais. Acredi-
tava ser ele pessoa equilibrada,
de bom senso e, na medida do
possível, um mediador. Mas
seus comentários em 3/6 (A2)
neste jornal me frustraram. Re-
ferindo-se às manifestações em
São Paulo, Rio de Janeiro e Curi-
tiba, acusa genericamente uma
das partes de abuso, delinquên-
cia, badernas e de estar a servi-
ço do “extremismo internacio-

nal”. Claro que em manifesta-
ções desse tipo pode haver pes-
soas cujo objetivo é tirar algum
tipo de vantagem ou simples-
mente criar confusão. Não se
deve também desprezar a possi-
bilidade de existirem elementos
infiltrados. Aquela mulher com
um taco de beisebol, afastada
gentilmente por um policial mi-
litar, pretendia o quê? E Sara
Winter, que ameaça autorida-
des, posa com pistolas auto-
máticas e faz arremedos da
KKK, é o quê? Pior que as opi-
niões do sr. Mourão só mesmo
a definição de Jair Bolsonaro:
manifestante é terrorista.
HELEO POHLMANN BRAGA
[email protected]
RIBEIRÃO PRETO

Barbaridades
Fiquei desapontada com o arti-
go do vice-presidente. Sempre
o tive em alta conta, porém ele
foi totalmente parcial no artigo
de 3/6. Concordo que badernei-
ros são caso de polícia. Mas o
general só mencionou proble-
mas do grupo que está contra o
presidente e se calou sobre to-
das as barbaridades que comete
o grupo a favor, incluindo o pró-

prio presidente. Decepção!
INÊS HOMEM DE MELO
[email protected]
SÃO PAULO

Sobre tolerância
Pelo jeito, o nosso vice-presi-
dente está vivendo numa reali-
dade paralela. Pelas falas, ex-
pressões e ações, quem está
buscando criar no País uma au-
tocracia bolsonarista são o pre-
sidente e seus filhos. Quando o
vice fala de tolerância, esta de-
ve vir acompanhada do respeito
às leis e às decisões judiciais. O
presidente e ministros de Esta-
do já verbalizaram não estarem
dispostos a manter-se nesses
limites. Que saibam exercê-la,
pois é nosso único caminho.
DEMERVAL PARAISO
[email protected]
RIO DE JANEIRO

Sabedoria popular
Ainda a respeito do artigo do
general Mourão Opinião e princí-
pios, só tenho uma coisa a dizer:
o pior cego é aquele que não
quer enxergar...
AZOR DE TOLEDO BARROS FILHO
[email protected]
SÃO PAULO
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