Valor Econômico (2020-06-05)

(Antfer) #1

JornalValor--- Página 4 da edição"05/06/20201a CADA" ---- Impressa por ccassianoàs 04/06/2020@21:29:1 3


A4| Valor|Sexta-feira, 5 dejunhode 2020

Brasil


RelaçõesexterioresAversãoaposiçõesdopaísaumentanaEuropaenosEUA


Cresce rejeição internacional a


políticas do governo Bolsonaro


Assis Moreira
DeGenebra

A aversão àpolítica ambiental e
outrasposiçõesdo governode Jair
Bolsonaro aumenta na Europa e
agora também no Congressodos
EUA,podendo trazersérios prejuí-
zos para produtores agrícolasbra-
sileirosnessesmercados.
Na quarta-feira,grupos de oposi-
ção no Parlamento da Holanda con-
seguiram aprovar uma rejeição àra-
tificaçãodoacordo de livre comér-
cio entre a União Europeia (UE) e o
Mercosul, ilustrando a dificuldade
que Bruxelas terá para convencer os
europeusaaceitarotratado.
A votação holandesanão efeito
vinculante comofoi ocaso da re-
jeiçãodoParlamentodaÁustriaao
acordo UE-Mercosul. Ou seja, a de-
cisão de parlamentares holande-
ses tem efeito político,mas não le-
gal. Já no caso da Áustria, o gover-
no fica amarrado parabuscar
eventualmudançanotratado.

Adecisão holandesa, contudo, é
relevante, ainda mais vindo de um
país com tradição liberalehistória
de atividadecomercial no mundo
todo. Segundo nota do bancoING,
a decisão de parlamentares holan-
desesfoialimentada,porexemplo,
portemoresdeagricultoresdeque
os produtores de carnes e açúcar
do Mercosul usariam vantagens
competitivas desleais. E, em se-
gundo lugar, pelapreocupação
comenfraquecimentoda prote-
çãoambientalnoBrasil.
Também coincidiucomrecente
relatóriopublicado pelo Parlamen-
to Europeusobre afloresta Amazô-
nica, na qual amensagem política é
clara oposiçãoà políticaambiental
brasileira. Exemplificaque aatual
taxa de desmatamento da Amazô-
nia e violação de programaspara os
indígenas desafiam “a confiança
global no compromisso do país em
relaçãoaacordosinternacionais”.
Nos EUA, agora foi a vez de um
grupode 24 deputadosamericanos,

todos democratas e membrosdo
poderoso “Ways and Means Com-
mittee”,enviar uma cartaontem ao
representantecomercial dos EUA,
Robert Lighthizer, manifestando
“fortes objeçõesabuscar acordo co-
mercial ou parceriaeconômica am-
pliada com o presidenteJair Bolso-
naro”.Os representantes democra-
tas consideramser “inapropriado
para aadministração[de Donald
Trump] se engajar em discussõesde
parceria econômica de qualquer es-
copo comum líder brasileiro que
desrespeitaoEstadode Direito e
desmantela ativamente o árduo
progresso nos direitos civis, huma-
nos,ambientaisetrabalhistas”.
Destacam queBolsonaro foi
eleito à presidência em meioa
“controvérsias provocadas por sua
longaeconsistente história de de-
clarações depreciativas sobre mu-
lheres, populações indígenas egê-
neroou orientaçãosexual”, além
de seu desejo“de enfraquecer pro-
teções para trabalhadores e o am-

biente”.Os parlamentaresdemo-
cratas argumentamtambém que
as posições pelo Brasil sob Bolso-
naro demonstram que opaís não
estaria preparado comcredibili-
dade para assumir novos padrões
para direitostrabalhistas eprote-
ção ambiental estabelecidos no
acordoEUA-México-Canadá”.
Insistemque negociar qualquer
acordo comercialcom oBrasilé
um “non-starter”. Igualmentere-
clamamque os EUAsão um gran-
de importadorde muitos dos pro-
dutos produzidos “comoresulta-
dododesmatamentobrasileiro”.
Recentemente, associaçãode va-
rejistas no ReinoUnido deflagrou o
sinalde alerta sobreproteçãoam-
biental e produçãobrasileira,sinali-
zando com paralisação de importa-
ções.Paraadiplomaciabrasileira,foi
um recadode que retaliaçõespo-
dem ocorrer contra produtosbrasi-
leiros, se for aprovado no Parlamen-
to um projeto de lei conhecidoco-
mo“ProjetodaGrilagem”.

Amigo de Bannon, Gerald Brant pode


quebrar tabu e ter cargo no Itamaraty


DanielRittner
DeBrasília

Oexecutivodomercadofinan-
ceiroGerald Brant,diretor de
umaempresa de investimentos
em Wall Streete bastante próxi-
mo do estrategistaamericano
SteveBannon, écotadoparaas-
sumir um cargorelevanteno Mi-
nistériodasRelaçõesExteriores.
Ele foi sondadopara atuarco-
mo uma espéciede “conselheiro”
do Itamaraty, comoassessores-
pecial e ligadodiretamenteao
gabinetedo chanceler Ernesto
Araújo, conforme apurou oVa-
lor. Brant, que moraem Nova
York, aindanão teriabatidoo
martelona sua vindaparaogo-
vernoJairBolsonaro.Ainterlocu-
tores, o executivoafirmouque
está dispostoase somarcomo
“soldado” epor“algumtempo”.
Filhode mãe americanae pai
brasileiro, que trabalhava no Ita-
maraty,Brant nasceuem Chica-
go e morouno Rio de Janeirona
juventude.Passouparteda in-
fância em Varsóvia,quandoaPo-
lôniaera parteda UniãoSoviéti-
ca, e por isso brincaque é“anti-
comunistadesdecriancinha”.
Forte defensordo liberalismo
econômico e conservador nos cos-
tumes, ele foi peça-chave na orga-
nização da primeira visita do en-
tão pré-candidato Bolsonaro aNo-
va York, no fim de 2017. Brant
construiu pontes parasua ida ao
Council of ForeignRelations —
prestigiadocentro de estudos
americano—eo ajudouasentar-se
frente afrente comimportantes
investidores e analistas financei-
ros,numaépocaemqueobrasilei-
roeradesconhecidonoexterior.
Amigo de longadata do sena-
dor Flávio Bolsonaro (Republica-
nos-RJ), ajudou na aproximação
da família presidencial com Steve
Bannon, ex-estrategista de Donald
Trumpe fundador do grupo inter-
nacionaldedireitaMovimento.

Os dois —Bannon eBrant —or-
ganizaram,emmarçodoanopas-
sado, um evento em Washington
parahomenagearoescritorOlavo
de Carvalho eapresentar sua obra
a formadores de opinião de linha
conservadora nos Estados Uni-
dos. No evento,oexecutivo distri-
buiu aos participantes bonés com
olema“MakeBrazilGreatAgain”.
Todos eles participaram, na noi-
te seguinte,de um jantarde Bolso-
narocom conservadores america-
nos na embaixadado Brasil. Na-
quela viagem, o presidente brasi-
leiro encontrou-se com Trumpna
Casa Branca, quandoobteveapoio
formaldosEstadosUnidosàentra-
da do BrasilnaOrganização para a
Cooperação e oDesenvolvimento
Econômico (OCDE) e a designação
dopaíscomoaliadoextra-Otan.
As gestõesde José SerraeAloy-
sio Nunes(governoMichelTe-
mer),no Itamaraty, tiveramno-
meações em carátertemporário

de assessoresfora da carreiradi-
plomática —emboranomesde
muitomenosrelevância,sem co-
nexãodiretacom o presidentee
por meioda cessãode outrosór-
gãosdaEsplanada,comoaApex.
Nos primeirosdias de Araújo
comochanceler, entretanto, um
decretopresidencial permitiua
nomeação de três assessoreses-
peciaisde fora do Itamaraty, o
que representava uma quebrade
paradigmae provocou aflição
entreservidores. A prerrogativa
nuncafoi efetivamenteexercida
e Brant,caso confirmesua vinda,
seriaoprimeirocasoregistrado.
O Itamaraty passa pela segunda
ondadereformulaçãodesdeache-
gadade Araújo.Além de mudança
em embaixadasrelevantes,como
BuenosAirese Santiago, o chance-
ler está trocando secretarias e ou-
tros cargos de confiança.Uma das
substituiçõesfoi a do chefede co-
municação, o diplomataJoão Al-

fredodosAnjos,comquemAraújo
vinhademonstrando insatisfação
pela dificuldade em conter repor-
tagensmaiscríticasnaimprensa.
Nas redes sociais, o chanceler
respondeuduramente àpublica-
ção de um artigo co-assinado por
ex-ministros e ex-embaixadores,
classificando otexto como“man-
tra patético” que tenta “compen-
sar comestridência afaltade
ideias”. O artigo foi firmado por
FernandoHenriqueCardoso, Cel-
so Amorim, Celso Lafer, Rubens
Ricupero,AloysioNunes,JoséSer-
ra, Francisco Rezek e Hussein Ka-
lout. Eles manifestarampreocu-
pação coma“sistemática viola-
ção” de princípios constitucio-
naispelaatualpolíticaexterna.
Araújo chamouos autoresde
“paladinosda hipocrisia” e co-
brou,empostagemnoTwitter,que
“nãofiquem usandoaConstitui-
ção como guardanapo para enxu-
gardabocaasuasededepoder”.

STFarquivaaçõessobre


prazode acordos coletivos


Luísa Martins
DeBrasília

O SupremoTribunalFederal
(STF)arquivouduasaçõesque
questionavam a derrubadada
chamada “ul tratividade” das
convençõeseacordoscoletivos
de trabalho. Os ministrosenten-
deramque os processosperde-
ram o objetodevidoà superve-
niênciada reformatrabalhista,
que pacificou a questão.
A ultratividadepermitiaque
acordos coletivos expiradoscon-
tinuassema produzirefeitosaté
que um novofossecelebrado.
Mas essa disposição foi revogada
com a edição das medidas com-
plementares do PlanoReal.
Em 2017,a reformatrabalhis-
ta instituiu que os acordos cole-
tivostêm prazomáximode dois
anose não podem, sob qualquer
hipótese,vigorarpor maistem-
po que isso.
As ações haviamsido protoco-
ladasantes da reformatraba-
lhistapelo PC do B e pela Confe-
deraçãoNacionaldos Trabalha-
doresem Transportes Aquaviá-

rio, Aéreo, na Pesca enos Portos
(Conttmaf). As entidades pe-
diamao Supremo TribunalFede-
ral paraque aultratividade vol-
tasse a valer, umavez quea
Constituição prevêairredutibi-
lidadede salários.
O julgamentohavia começa-
do em 2016,quandoaministra
RosaWeber pediuvistados au-
tos (maistempoparaanalisar o
caso).Ontem,ao proferir seu vo-
to, a ministradeclarou que a re-
formatrabalhistamudouocon-
textojurídicodos processos,tor-
nando-osprejudicados.“O vazio
decorrenteda norma revogada
agorase encontra preenchido”,
afirmouela.
Diantedisso, aministra Cár-
men Lúcia,relatora do processo,
e os ministros Luís Roberto Bar-
roso e Marco AurélioMello,que
já haviam votado, ajustaram
seusposicionamentos.Também
ontemaderirama esse entendi-
mento os ministros Ricardo
Lewandowski, Gilmar Mendes,
Celsode Melloe Luiz Fux. Omi-
nistroEdsonFachin foi oúnico a
divergirnesseassunto.

Pútin querreunir


Brics em outubro


em clima de tensão


DeGenebra

A Rússiaplaneja organizaro
encontrode cúpulaanualdos
chefesde Estadodo Brics—Bra-
sil, Rússia,Índia,Chinae África
do Sul —em outubro em São Pe-
tersburgo,conforme o Valor
apurou.Se a pandemiadeixare
for confirmada, poderá ocorrer
numambienteparticularmente
sensívelemrelaçãoàChina.
É que poucoantes,em setem-
bro,opresidenteamericanoDo-
naldTrumpquerfazeracúpula
ampliadado G-7 (EUA, Alema-
nha, França, Japão, Canadá,Rei-
no UnidoeItália),em Washing-
ton, paraumaexibição antiChi-
na, com aprovável participação
de três membrosdo Brics:Rús-
sia, Índiae Brasil.
O presidente russo Vladimir Pu-
tin já foi convidado por Trump pa-
ra esse G-7 ampliado que chamou
de “G-10 ou G-11”. Mas o convite
tem causado desconforto entre
outrosmembrosdessepequeno
clubedasricasdemocracias.ARús-
sia foi expelida do então G-8 de-
pois de ter anexado aCrimeia e
apoiado a insurreição no leste da
Ucrânia, e o sentimento é de que o
comportamento de Moscounão
mudouem termos de desrespeito
aregrasinternacionais.
O próprioPutin parece ter dúvi-
das sobrese aceita o convite de
Trump, porque não queria voltar a
participar dessacúpula apenas co-
mo convidado esim comomem-
bro pleno que era antes.Tampou-
copareceentusiasmadoemsejun-
taraumaaliançaantichinesa.
O Brasil inicialmentenão foi
lembrado por Trump.Mas Jair Bol-
sonaro, depois de falar ao telefone
com o presidenteamericano,tui-
touqueoBrasilestarápresente.Ou
seja,teria convencido a Casa Bran-
ca aconvidá-lo.AÍndia eaAustrá-
lia, outros mencionados por
TrumpparaoG-7 ampliado em
Washington, já participaram co-
mo convidados desse grupo no
ano passadona França, ondeum
dos temas foram as queimadase o
desmatamentonaAmazônia.
A cúpulado G-7 estava previs-
ta para metadede julho. Mas a si-
tuação complicoudepoisda re-
cusa da chanceler alemãÂngela
Merkel de se deslocara Washing-
ton em plenapandemia. Na ver-
dade,conformeo “The New York
Times”, Merkelnão queriaser
partedeumaexibiçãoantiChina,
achaque não houvepreparação
diplomáticaapropriadapara o
encontro e tampoucogostouda
ideiade convidarPutin.Trump
irritou-se com Merkeleaconver-
sa entreambos teria sido bastan-
te “ru de”, segundoojornal“Le
Monde”.
Trumpprocuroudepoisopre-
sidentefrancês, EmmanuelMa-
cron,eeste colocouduascondi-

ções para ir à cúpula de
Washington:que todosos euro-
peusdo grupoestejampresen-
tes e que tenhauma agendacla-
ramente definida. O problemaé
que as crisesse multiplicam na
cenainternacional, mas Trump
não mostrauma agendade prio-
ridades e objetivos e parecemais
interessadona foto comolíder
do grupo,adoismesesda elei-
ção presidencial.
Deseulado,oencontrodoslíde-
res do Brics tambémera para ser
em julho,em São Petersburgo, ter-
ra natalde Putin,mas foisuspenso
diantedapropagaçãodacovid-19.
Agora, autoridades russas avisa-
ram aseus colegasdo Bricsque o
plano é ter acúpula em outubro,
na esperança de que apandemia
nãoestejaforadecontrole.
Moscou trabalha numa agenda
para que o NovoBanco de Desen-
volvimento (NBD), obanco do
Brics, acelere financiamentos para
infraestruturanos cincosócios.
Outradiscussão será sobreaaber-
tura do capital do banco.Oplano
inicial era de atrair dez novos só-
cios neste ano.Há alguns países
que sinalizam interesse. Mas não
bastaisso,éprecisoavançaremne-
gociações, e algunspaíses acham
que esse não éomomento,por
causadofoconapandemia.
“O Bricsé pressionado alide-
rar respostas anovosdesafios
globaisà medidaque avançaem
sua segundadécadade vida”, diz
Karin CostaVazquez,pesquisa-
dora da Universidade Fudan
(Xangai)no Centropara Estudos
sobreoBrics, eprofessora da O.P.
JindalGlobalUniversity (Índia).
“Masa desaceleraçãodas econo-
miasbrasileira,russaesul-africa-
na, juntamentecommudanças
significativasna políticainterna
e externadestespaísesearivali-
dadeChina-Índiadesafiam area-
lização plenado potencialdo
agrupamento”.
Alémdisso, diz Karin, acria-
ção do bancoamericanode de-
senvolvimento DevelopmentFi-
nanceCorporation(DFC)e uma
ampliaçãodo G-7 parapossivel-
menteincluirpaísescomoo Bra-
sil, Índia e Rússia colocam o
Bricsnumaencruzilhada. O DFC
foi criado pela administração
Trumpem 2018para tentarcon-
ter acrescenteinfluênciageopo-
lítica da China. O bancotem
US$ 60 bilhões para financiar
projetos de infraestrutura na
África,Ásia e Américas.
Para Karin, nessenovocontex-
to,arranjos bilateraisentreos
cinco grandes emergentes do
Bricsganhamforça frenteà tra-
dicionalatuaçãoem bloco. Essa
“bi lateralização” das relaçõesin-
traBrics“podedar maisflexibili-
dadeaoagrupamentoeseraúni-
ca maneirado gruposobreviver
maisumadécada”, dizela.(AM)

Em encontro em marçode 2019, em Washington, Brant cumprimentaBolsonaro; entre os dois,Steve Bannon

ALANSANTOS/PR

Semreformas,dívida podebater em 160%do PIB, vê banco


Edna Simão
DeBrasília

O impacto da possibilidade de
abandonoda agendade reformas
no país já está sendocalculado em
cenáriochamadode“extremo” em
relatório do Santanderenviadoa
clientes.Nessecaso,adívidapúbli-
ca brasileira subiria continuamen-
te ao longo do tempo, saltandoa
125%doPIBem2022e160%doPIB
em 2030, segundo relatório enca-
minhado pelo bancoa seus clien-
tesem18demaio.
No cenáriobase,consideran-
do que o governocontinuará
comprometido com a agendade
reformas e de ajustefiscal,a pro-
jeçãode dívidapassariade 75,8%
doPIBem2019para94,2%doPIB

em 2020,subindo para 94,8%em
2021 e96% em 2022.Aequipe
econômica tem ressaltadoa ne-
cessidade de melhorado diálogo
políticopara que no pós-pande-
mia seja possíveldar andamento
à agendade reformasque asse-
guremo crescimento sustentável
necessário epermitamao país
pagara elevadafaturadas medi-
dasadotadasnesteano.
Aindaconsiderando esse cenário,
dizorelatóriodoSantander,osindi-
cadores de atividadedevemenfren-
tarseveramudançadenível,comta-
xamédiaanualdedesempregoatin-
gindo19,6%,21,4%e19,4%em2020,
2021 e 2022,respectivamente. O
bancoprojeta ainda que as taxasde
variaçãoreal do PIB seriam-11,0%,
1,5%e2,0%,respectivamente.

“O nível de incerteza geradope-
la pandemia permanece extrema-
mente elevado. Portanto, reconhe-
cemosqueaextensãoeduraçãodo
isolamentosocialedacrisepodem
ser bemmaiores. Além disso, a
queda mais acentuadada econo-
mia poderia levaraagravamento
estrutural dos fundamentoseco-
nômicos, a depender da resposta
de política econômicaa seradota-
da. Em particular, da voltadeuma
agenda de reformasestruturais
apósacrise”, informaorelatório.
Segundoorelatório, assinado
pela economista Ana Paula Vesco-
vi, ex-secretária do Tesouro Nacio-
nal,emumhipotéticocenáriosem
reformasfiscais e ajustes macroe-
conômicos, as dificuldades em se
cumprirotetoconstitucional de

gastos podem levar a uma deterio-
ração das perspectivas paradívida
pública, contaminando assimas
expectativasde inflaçãoeoutras
variáveis macroeconômicas. Even-
tos tambémpodem afetar de ma-
neiraadversa os ativosbrasileiros,
principalmenteataxadecâmbio.
O documento mostra que nesse
contexto,oa umento da inflação
(esperadaeobservada), das taxas
de juros estruturais, eas restrições
de financiamento(de forma am-
pla) levariam naturalmenteaum
aumento na taxa de juros nominal
a partirde 2021. A manutenção
dos juros em patamares reduzidos
alongoprazo demanda oavanço
do país em um conjunto de refor-
masmacroeconômicas efiscais,
ressaltaorelatório.

Vai Corinthianssssssss

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