Valor Econômico (2020-06-05)

(Antfer) #1

JornalValor--- Página 6 da edição"05/06/20201a CADA" ---- Impressa por ccassianoàs 04/06/2020@21:06:4 3


A6|Valor| Sexta-feira, 5 de junhode 2020

Brasil


IMPACTOSDO


CORONAVÍRUS


Atualizesuas contas
Variaçãodos indicadores no período
Em %Em R$
Mês TR (1)Poupança(2) Poupança(3) TBF(1)Selic (4)TJLPTLP FGTS (5) CUB/SPUPC Saláriomínimo
nov/180,0000 0,50 00 0,3715 0,46090,490,56380,44160,24660,28 23,54954,
dez/180,000 00 ,500 00 ,3715 0,4614 0,490,5827 0,42490,24660,08 23,54954,
jan/19 0,0000 0,5000 0,3715 0,50210,54 0,5867 0,39470,24660,54 23,54998,
fev/19 0,000 00 ,500 00 ,3715 0,4572 0,490,52980,36910,24660,28 23,54998,
mar/19 0,000 00 ,500 00 ,3715 0,43800,470,5867 0,3523 0,24660,16 23,54998,
abr/19 0,000 00 ,5000 0,3715 0,47280,52 0,50 730 ,33460,24660,22 23,54998,
mai/19 0,0000 0,5000 0,3715 0,5062 0,54 0,52420,33060,24660,06 23,54998,
jun/19 0,00 00 0,5000 0,3715 0,4375 0,470,50730,32740,24661,81 23,54998,
jul/19 0,000 00 ,500 00 ,3715 0,5160 0,57 0,49890,31370,24660,87 23,54998,
ago/19 0,000 00 ,500 00 ,34340,47050,50 0,49890,27980,24660,07 23,54998,
set/19 0,0000 0,5000 0,34340,43600,460,48280,2531 0,24660,11 23,54998,
out/19 0,000 00 ,500 00 ,31530,41890,480,46780,23850,24660,10 23,54998,
nov/19 0,0000 0,5000 0,2871 0,3452 0,38 0,4527 0,22390,24660,1023,54998,
dez/19 0,0000 0,5000 0,2871 0,3595 0,370,46780,20920,24660,01 23,54998,
jan/200,0000 0,50 00 0,2588 0,344 70 ,38 0,42840,19780,24660,32 23,541.039,
fev/200,000 00 ,500 00 ,2588 0,2911 0,29 0,4007 0,19950,2466-0,01 23,541.045,
mar/20 0,000 00 ,5000 0,24460,3322 0,34 0,42840,20350,24660,09 23,541.045,
abr/20 0,0000 0,5000 0,2162 0,24880,28 0,4026 0,21980,2466-0,3823,541.045,
mai/200,000 00 ,500 00 ,2162 0,22920,24 0,41610,23530,24660,16 23,541.045,
jun/200,0000 0,5000 0,1733 0,20510,24 0,4026 0,2507 0,2466-23,541.045,
2020 0,00 3,041,38 1,66 1,78 2,501,31 1,490,18 0,00 4,
Em 12 meses*0,00 6,17 3,37 4,28 4,63 5,482,86 3,003,27 0,00 4,
2019 0,006,17 4,265,495,966,29 3,69 3,004,410,00 4,
Fontes:BancoCentral, CEF, Sinduscon e Ministérioda Fazenda.Elaboração: Valor Data * Até o último mêsde referência
(1) Taxa do períodoiniciadono 1º dia do mês.(2) Rendimento no 1º dia no mêsseguinteparadepósitos até 03/05/12(3) Rendimento no 1º diano mêsseguintepara depósitos apartir de
04/05/12;Lei nº 12.703/2012 (4) Taxa efetiva; para junhoprojetada.(5) Crédito no dia 10 do mêsseguinte (TR + Juros de 3% ao ano)

IRnafonte
Faixas de contribuição
Base de calculo AliquotaParcelaa deduzir
em R$ em %IR - em R$
Até 1.903,98 --
De 1.903,99 até 2.826,65 7,5142,
De 2.826,66até 3.751,05 15,0 354,
De 3.751,06 até 4.664,68 22,5636,
Acima de 4.664,68 27,5869,
Fonte:Secretariada ReceitaFederal
Elaboração:Valor Data
Obs.Desconto por dependente: R$ 189,

Contrib.previdenciária*
Empregadose avulsos**
Saláriode
contribuições em R$ Alíquotas em % (1)
Até 1.045,00 7,
De1.045,01a2. 089 ,60 9, 00
De 2.089,61 até 3.134,40 12,
De 3.134,41 até 6.101,06 14,
Empregadordoméstico 8,
Fonte:PrevidênciaSocial.Elaboração:ValorData.*Competên-
cia mai/20. **Inclusive empregadodoméstico.(1) Para fins de
recolhimento ao INSS.

Principaisreceitastributárias
Valores em R$ bilhões
Discriminação Janeiro-abrilVar. abrilVar.
2020 2019 %2 020 2019 %
ReceitaFederal
Imposto de renda total 158,1 156,9 0,76 35,743,3-17,
Imposto de renda pessoafísica 7,814,2-44,56 1,7 9,5-82,
Imposto de renda pessoajurídica 70,767,15,4415,3 15,8-2,
Imposto de renda retido na fonte79,675,7 5,09 18,7 18,0 3,
Imposto sobre produtos industrializados 17,018,6 -8,69 3,64,7 -23,
Imposto sobre operaçõesfinanceiras 12,7 12,9 -1,58 2,3 3,6-36,
Imposto de importação 14,613,67,23 3,33,5-6,
Cide-combustíveis0,7 0,9 -28,53 0,1 0,2 -72,
Contribuiçãopara Finsocial(Cofins) 70,083,4-15,9910,0 20,8-51,
CSLL 36,9 36,4 1,12 7,98,0 -1,
PIS/Pasep20,122,9 -11,952,9 5,6 -47,
Outras receitas 172,3178,7-3,6235,5 49,4-28,
Total502,3 524,4 -4,20101,2 139,0-27,
mar/20 fev/20mar/
ValorVar. %* ValorVar. %* ValorVar. %*
ICMS - Brasil 50,4 -4,47 52,8-19,2939,1-8,
abr/20 mar/20 abr/
ValorVar. %* ValorVar. %* ValorVar. %*
INSS 22,8-27,76 31,6-3,3234,1 9,
Fonte:ReceitaFederal, Previdência Social,Secretariada Fazenda.Elaboração: Valor Data. * Sobre o mêsanterior

Produçãoe investimento
Variaçãono período
Indicadores2 020 (1)2 019 20182017 20162015
PIB (R$ bilhões)*7. 335 7. 2 5 76.8896.583 6.2695.
PIB (US$bilhões) ** 1.7441.8391.8852.063 1.8001.
Taxa de VariaçãoReal (%) 0,9 1,1 1,3 1,3 -3,3-3,
Agropecuária1,6 1,3 1,4 14,2-5,2 3,
Indústria0,7 0,5 0,5 -0,5 -4,6 -5,
Serviços 0,9 1,3 1,5 0,8-2,2 -2,
Formação Brutade CapitalFixo (%) 3,02,2 3,9 -2,6 -12,1-13,
Investimento (% do PIB) 15,5 15,4 15,2 14,615,5 17,
Fonte: IBGEe BancoCentral. Elaboração:Valor Data. * Preçosde mercado.** BancoCentral. (1) 1º trimde 2020, nos últimos
12 meses

Maisinformações:valor.globo.com/valor-data/, ibge.gov.br e fipe.org.br

AtividadeEconômica
Indicadores agregados
mai/20abr/20 mar/20 fev/20jan/20dez/19 nov/19 out/19 set/19 ago/
Indústria
Produçãofísicaindustrial(IBGE - %) *
Total--18,8-9,00,6 1,3 -1,0 -1,6 1,0 0,3 1,
Indústriade transformação --23,0-9,9-0,5 1,9 -0,9 -1,81,4 0,80,
Bensde capital --41,5 -15,5 0,9 12,4 -11,9 -1,0 -0,3 -0,4 -0,
Bensintermediários --14,8-3,70,9 0,7 0,1 -1,6 -0,1 0,2 1,
Bensde consumo--26,1-14,6-0,4 0,8 -2,0-2,1 1,7 1,3 -0,
Faturamento real dessazonalizado (CNI- %) ---4,80,2 2,1 -1,8-0,6 1,5 0,6 0,
Horas trabalhadasna produção (CNI- %) ---1,80,2 0,7 -0,80,1 -0,2 -0,2 0,
Vendasreais (FIRJAN - %) ** ------20,2-4,5 -9,3-15,5 -27,
Comércio
Receitanominalde vendasno varejo - Brasil (IBGE - %) *(2) ---1,0 0,6 -0,6 0,4 0,9 0,6 0,9 -0,
Volumede vendasno varejo - Brasil (IBGE- %) *(2) ---2,5 0,5 -1,4 -0,3 0,3 0,2 0,7 0,
Consultasao usecheque(ACSP- %) (1) ** --69,0-23,61,6 6,1 9,17,63,72,4 1,
Consultasao sistemade proteção ao crédito (ACSP- %) (1) ** --56,5 -30,4 2,80,7 0,1 4,0 0,6 2,2 0,
Mercado de trabalho
Taxa de desocupação(Pnad/IBGE- em %) -12,6 12,2 11,6 11,211,0 11,2 11,6 11,811,
Indicador Coincidente de Desemprego - (FGV/IBRE)(3)* -5,9 0,6 -0,6 -2,8-0,83,10,1 -0,6 0,
Emprego industrial*(CNI- %) ---0,7 -0,1 0,1 -0,1 -0,2 0,0 -0,2 0,
Indicador Antecedente de Emprego - (FGV/IBRE)(3)* --42,9 -9,4-0,3 2,4 1,5 2,6 -1,3 0,3 -0,
Balançacomercial (US$milhões)
Exportações17.94018.31218.807 15.70214.54018.15517. 59619.576 20.29018.
Importações 13.39211.61114.519 13.25516.176 12.555 14.16 917.02916.49615.
Saldo 4.548 6.7014.288 2.447-1.6365.5993.427 2.547 3.793 3.
Fontes:IBGE,CNI,FGV, FIRJAN, ACSP, SECEX/MDIC. Elaboração:Valor Data. (1) Na capitalSP. (2) Nova sériecomíndicebase 2014 = 100. (3) Var. em pts. * Metodologiacomajuste sazonal.
** Variaçãoem 12 meses.

Inflação
Variaçãono período(em %)
Acumulado em Número índice
mai/20abr/20 2020 2019 12 meses mai/20abr/20 dez/19 mai/
IBGE
IPCA --0,31 0,22 4,31 2,40-5.331,91 5.320,25 5.213,
INPC --0,23 0,31 4,482,46-5.466,72 5.449,84 5.343,
IPCA-15-0,59-0,01 0,35 3,911,965.225,165.256,17 5.207,14 5.124,
IPCA-E--0,953,913,67 --5.207,14 5.124,
FGV
IGP-DI-0,05 1,80 7,70 6,10 -764,66751,12 723,
Núcleodo IPC-DI -0,24 1,20 3,23 3,04----
IPA-DI-0,11 2,28 9,63 7,72 -845,85 827,01789,
IPA-Agro -1,62 6,69 17,31 17,92-1.190,351.115,73986,
IPA-Ind.--0,450,71 7,134,32 -709,95704,95690,
IPC-DI--0,18 0,74 4,11 2,60 -595,13 590,78 581,
INCC-DI-0,22 1,19 4,154,06 -786,07 776,84 755,
IGP-M0,28 0,80 2,79 7,306,51 780,28 778,10 759,11 732,
IPA-M0,59 1,12 3,83 9,088,60 878,46873,32 846,04 808,
IPC-M-0,60 0,13 0,373,791,65 581,98585,52 579,81 572,
INCC-M0,21 0,18 1,374,13 4,14 786,13 784,52 775,49 754,
IGP-100,07 1,13 2,966,39 6,07 790,08 789,50767,39744,
IPA-100,25 1,52 3,947,70 7,83 894,62892,39860,74 829,
IPC-10-0,51 0,33 0,72 3,681,85 585,67 588,70 581,46575,
INCC-100,19 0,291,434,11 4,11776,07774,60 765,14 745,
FIPE
IPC -0,24 -0,30 -0,05 4,402,38 526,09527,36526,36513,
DIEESE
ICV--0,76 3,093,07 --416,3 44 09,
Obs.:IPCA-E no 1º trimestre = 0,95%, IGP-M 2ª préviade mai/20 = 0,01%e IPC-FIPE3ª quadrissemanamai/20 = -0,38%
Fontes:FGV, IBGE,FIPEe DIEESE. Elaboração:Valor Data

ImpostodeRendaPessoaFísica
Pagamento das quotas - 2020
No prazo legal
QuotaVencimento Valor da quota Valor dos juros Valor total
(Campo 7 do DARF) (Campo9 do DARF) (Campo 10 do DARF)
1ª ou única 30/06/2020 -Campo 7
2ª 31/07/2020 1,00%
3ª 31/08/ 2020 -+
4ª 30/09/2020 Valor da declaração -Campo 8
5ª 30/10/2020 -
6ª 30/11/2020 -+
7ª 30/12/2020 -Campo 9
8ª 29/01/2021-
Pagamento comatraso
Multa(campo 08) - sobre o valor do campo7 aplicar 0,33% por dia de atraso, a partir do primeiro dia apóso vencimento até
o limitede 20%; Juros (campo 09) - aplicaros juros equivalentesà taxa Selic acumuladamensalmente, calculadosa partir
de julho/20 até omês anteriorao do pagamento ede1%nomês de pagamento; Total (campo10)-informarasomados
valores dos campos7, 8 e 9. Fonte:ReceitaFederal do Brasil.Elaboração:Valor Data.

Dívida e necessidadesdefinanciamento
Valores em R$ bilhões- no setor público
Dívidalíquidado setor público abr/20 mar/20 abr/
Valor%do PIBValor%do PIBValor%do PIB
Dívidalíquidatotal 3.845,352,70 3.797,451,74 3.769,753,
(-) Ajuste patrimonial+ privatização 26,50,36 28,4 0,39 27,90,
(-) Ajuste metodológicos/ dívida* -953,4-13,07 -887,4-12,09 -484,7 -6,
Dívidafiscallíquida 4.772,2 65,404.656,4 63,454.226,560,
Divisãoentre dívidainternae externa
Dívidainternalíquida 4.913,167,33 4.798,3 65,38 4.531,164,
Dívidaexterna líquida -1.067,8-14,63 -1.000,9 -13,64-761,4 -10,
Divisãoentre as esferas do governo
Governo Federal e Banco Central2.815,338,58 2.783,337,93 2.835,9 40,
Governos Estaduais 882,9 12,10 870,4 11,86 798,711,
Governos Municipais 84,5 1,16 82,6 1,13 73,41,
EmpresasEstatais 62,6 0,86 61,0 0,83 61,7 0,
Necessidadesde financiamento do setor público abr/20 mar/20 abr/
Fluxos acumulados em 12 meses Valor%do PIBValor%do PIBValor%do PIB
Total nominal 545,7 7,48457,96,24 485,1 6,
Governo Federal** 461,9 6,33 380,4 5,18506,1 7,
BancoCentral 49,10,67 44,10,60 -70,0-1,
Governo regional 40,3 0,55 39,10,53 49,7 0,
Total primário 164,4 2,25 63,50,87 95,61,
Governo Federal -50,2 -0,69 -128,7 -1,75-86,6 -1,
BancoCentral 0,80,01 0,7 0,01 0,6 0,
Governo regional -8,1 -0,11 -10,7 -0,15 -10,8-0,
Fonte:BancoCentral. Elaboração:Valor Data. * Interna e externa.**IncluiINSS.Obs.:SemPetrobras e Eletrobras

Resultadofiscaldogovernocentral
Valores em R$ bilhõesa preçosde abril*
DiscriminaçãoJaneiro-abrilVar. abrilVar.
2020 2019 %2 020 2019 %


  1. Receita total 501,1 552,1 -9,24 100, 81 48,1-31,
    ReceitaAdm. Pela RFB*** 323,6352,3 -8,14 63,090,0 -30,
    ArrecadaçaoLíquidapara o RGPS 119,9 133,5-10,18 22,834,9 -34,
    ReceitasNão Adm. Pela RFB 57,666,3 -13,22 15,0 23,2-35,

  2. Transferênciasa Estadose Municípios 93,596,0-2,60 18,7 20,4 -8,

  3. Receita líquida total (1-2) 407,5456,1 -10,64 82,2 127,7-35,

  4. DespesaTotal503,2 458,89,68175,1121,0 44,
    Benefícios Precidenciários 205,8200,82,50 56,2 48,815,
    Pessoale Encargos Sociais 100,0 104,6 -4,4324,524,7-0,
    Outras DespesasObrigatórias 123,382,4 49,63 73,127,3167,
    Despesas Poder Exec. Sujeitasà Prog. Financeira74,070,9 4,4021,3 20,25,

  5. ResultadoPrimáriodo Gov. Central (3-4) -95,6-2,7 3.498,18-92,9 6,7-1.490,
    Tesouro Nacional e BancoCentral -9,864,6 -115,11 -59,520,6-388,5 8
    PrevidênciaSocial(RGPS) -85,9 -67,227,69 -33,4-13,9139,
    Dívidalíquida do Tesouro Nacional abr/20 mar/20 abr/
    Valor%do PIB Valor%do PIB Valor%do PIB**
    Dívidalíquidado Tesouro Nacional 3.301,945,25 3.194,4 43,532.833,940,
    Dívidalíquida interna 3.085,742,29 2.987,140,70 2.679,338,
    Dívidalíquida externa 216,3 2,96207,32,83 154,6 2,
    Fonte:Secretariado Tesouro Nacional. Elaboração: Valor Data



  • Deflator: IPCA ** PIB em valor corrente, acumuladoem 12 meses*** SomandoIncentivos fiscais


Pela primeira vez, Mercosul vai realizar cúpula virtual


Daniel Rittner
De Brasília

De forma inédita,os presiden-
tes do Mercosulvão fazervir-
tualmenteareuniãode cúpula
semestral do bloco.
O encontro ocorreriaprova-
velmenteemEncarnación,noPa-
raguai, país que exercea presi-
dênciarotativa do gruponesta
primeira metadede 2020.Por
causada pandemiade covid-19,

foi substituída por uma telecon-
ferência,em2dejulho.
Mais umavez,obrasileiro Jair
Bolsonaro e o argentinoAlberto
Fernández não terão a oportuni-
dadede se conhecer pessoalmen-
te,apósseguidosataquesdeladoa
lado.Em fevereiro,durante visita
ao Itamaraty, ochancelerFelipe
Solá foi recebido pelocolega Er-
nestoAraújo.Osdoisselaramapaz
etentaramorganizarumencontro
dos presidentes no dia 1ode mar-

ço,emMontevidéu, na posse do
uruguaioLuisLacallePou.
Adata, entretanto,coincidiu
comaaberturadoanolegislativo
na Argentinae Fernándezdeci-
diu abortara ida. Depois, opresi-
denteargentinoparticipoude
uma reuniãovirtualdo Grupode
Puebla,organizaçãode lideran-
ças políticas de esquerda na
América Latina,que incluios pe-
tistasLuiz InácioLula da Silvae
DilmaRousseff.Adivulgaçãodo

encontro esfriou novamenteas
relaçõesBrasília-BuenosAires.
Comapandemia,ogovernoar-
gentino tomouumadecisão po-
lêmica. Decidiu sair de todasas
negociaçõesdo Mercosul para
acordoscomerciais com parcei-
ros externos. ACasa Rosada se
comprometeuapenasahonraros
termos do anunciado tratado de
livre comércio com aUnião Euro-
peia ecom oEFTA (Suíça,Norue-
ga, Islândia e Liechtenstein). Ou-

trasconversas—comodiscussões
com Coreia do Sul,Cingapura,
Canadá e Líbano —não teriam
maisaparticipaçãodovizinho.
Diante da repercussão negativa
naprópriaArgentinaedaconvicção
doBrasildeseguiradiantenasnego-
ciaçõescomerciais,mesmosemase-
gunda maioreconomia do Merco-
sul, a Casa Rosadarecuoue agorafa-
la em acordos com “velocidadesdi-
ferentes”. Ou seja,cada integrante
do blocosul-americano poderiaeli-

minartarifasdeimportaçãoeoutras
restriçõesàsuamaneira.
Há mais uma pendência nos de-
batesdo Mercosul. O Brasil quer
uma revisão ampla da Tarifa Exter-
na Comum (TEC),adotada em
conjuntopelos quatro países para
produtosimportados de fora do
bloco, eaArgentina de Fernández
também resiste. Com o advento da
pandemia, adiscussão perdeu tra-
ção efoi para osegundosemestre,
sobapresidênciadoUruguai.

ComércioexteriorSemdólares,paísvizinhoretémentradasháummês


Quase 10 mil carros brasileiros


“entopem” portos argentinos


Lavigne:problema tambémenvolve outros produtos, comocalçadose têxteis

DIVULGAÇÃO

Marli Olmos
De São Paulo

Alémdaqueda da demandano
mercado interno, provocada pela
pandemia, aindústria automobi-
lística tem outro problemapara
resolverna Argentina,principal
destino de suasexportações. Há
praticamente um mês nenhum
carro fabricadono Brasilentrou
no mercado vizinho. Em torno de
10milveículos,amaioriadoBrasil,
estãoparadosnos portosargenti-
nos, segundo fontes,à espera de
um documento que o governo usa
para monitorar a entradade pro-
dutosimportados.Ademoraocor-
re em razão da escassez de dólares,
que se agrava nummomento em
que o país está em plenanegocia-
çãocomcredoresexternos.
Aautorização à entrada de pro-
dutosimportadosno mercadoar-
gentinoéfeitapelochamadoSimi,
sigla de sistemaintegral de moni-
toramento de importações. O Simi
foi criado no governo de Mauricio
Macri,em2016,parasubstituirou-
tro maisrígido, aDjai (declaração

jurada de autorização à importa-
ção),que,duranteagestãodeCris-
tina Kirchnertransformou-se no
pesadelo dos importadores. Na
época, um já excessivo controle
governamental dificultava ainda
maisaentradadeprodutosestran-
geiros cadavez que as reservas
caiam —uma situação bastante
frequentenopaísvizinho.
Inicialmente, onovo monitora-
mentoacaboucom as dificuldades,
pois aliberação das importaçõesera
quaseautomática.Masagora,diante
das dificuldades enfrentadaspelo
paísquevoltouaentrarem“default”
ao interrompero pagamento de
parcelasdadívidaexterna,osistema
transformou-se numcontrolemais
rígido, que dificulta a liberação de
dólares pelo BancoCentral da Ar-
gentina,paraimportadores.
“Voltamosa algo parecidoao
que era antes (no tempodas
Djais)”, afirmaPablo Lavigne,di-
retordaregiãodaAméricaLatina
daAbeceb,umadasmaiorescon-
sultoriasde BuenosAires.Lavig-
ne foi um dos criadoresdo Simi
enquantoocupava o cargode
subsecretáriode Comércio Exte-
riordogovernoMacri.
Segundoele, oproblema envol-
veoutrosprodutos,comocalçados
e itensda indústria têxtil. São pro-

dutospara os quais o governo não
fornecelicençaautomáticaporen-
tender que há similares nacionais.
Isso envolve, segundooconsultor,
15%dasimportaçõesargentinas.
No casodos veículos,porém,
afirmaLavigne,otipo de modelo
exportado pelo Brasil não é omes-
mo fabricadona Argentina.Ain-
dústriaautomobilística trabalha
há anoscom um sistema de com-
plementaridade. Modelos com-
pactossão produzidos no Brasile
os médios e picapes, na Argentina.
Praticamente todas as grandes
marcas têm fábricas nos dois lados
da fronteira ehá29 anosutilizam
um acordobilateral específico do
setorpara intercâmbiode veículos
semImpostodeImportação.
Os carrosque estãoparados
em quatroportosargentinos,se-
gundofontesdaindústria,foram
produzidosantesde as monta-
dorassuspenderemaprodução
em razãoda pandemia.Os con-
tratosde exportaçãoeimporta-
ção como paísvizinho costu-
mamser fechadoscomquatro
mesesdeantecedência.
Aurgência da indústriapara
que os veículos sejam liberados é
porque o mercado argentino não
está tão paralisadoquanto o brasi-
leiro. Aaltaeaescassez do dólar

voltaram a estimular um antigo
costume do consumidor argenti-
no: comprar automóveis como
forma de se proteger da alta infla-
çãoedadesvalorizaçãodopeso.
O dólar está cotadoem torno
de 70 pesos no câmbio oficial e
passa de 120 pesos no paralelo.
“Comprar produtos importados
é uma formade a pessoa se dola-
rizar”, afirma Lavigne. Nasreu-
niõescomasempresas,ogoverno
tem pedidopaciência, segundo
fontes da indústria.Garante aes-
se eoutros setores que depois do
desfecho das negociações com os
credores tudo voltará ao normal.
“Digamosque podemos traba-
lhar com 50% de chancede isso
realmenteacontecere50%denão
sersolucionado”, afirmaLavigne.
Fonte de uma empresano Bra-
sil diz que osetor está extrema-
mente preocupadoporque,além
dos veículosointercâmbioen-
volvepeças.Há, ainda,apreocu-
paçãodeogovernoargentinoin-
sistirquealiberaçãodosveículos
não éurgente,já que aArgentina
tem sua própriaindústria.“Masé
precisoentender adinâmicade
um modelosustentável no setor,
de complementaridadede pro-
dutos”,diz outrafontede empre-
sa na Argentina. Segundoessa

fonte,jáháfaltadecarrosbásicos
naquelemercado.
O costumede comprar carros
por quem economizaem dólares e
nãoperdedinheiromesmoemcri-
ses fez com que o estragoda pan-
demia no mercado argentino não
fosse tão grande. As montadoras
esperavamvendasem torno de 16
mil a 18 mil veículos em maio. Mas
ototalchegoua22mil.
Para Lavigne, asituação pode

provocar impacto no comérciobi-
lateral.Mais da metade dosveícu-
los exportados pelo Brasil vai para
omercadoargentino.Jáomercado
brasileiro absorve 70% dos veícu-
losexportadospelaArgentina.
A AssociaçãoNacionaldos Fa-
bricantesde VeículosAutomoto-
res (Anfavea) não se pronunciou.
Mas oassuntotendea ser um dos
temasna entrevistacoletivaque
aentidadeconcederáhoje.

Vai Corinthianssssssss

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