Valor Econômico (2020-06-05)

(Antfer) #1

JornalValor--- Página 7 da edição"05/06/20201a CADA" ---- Impressa por ccassianoàs 04/06/2020@20:54:3 0


Sexta-feira, 5 dejunhode (^2020) | Valor|A
Política
Rui Costa pede autocrítica aos que
apoiaram “serpente do fascismo”
CristianeAgostinee MaluDelgado
DeSãoPaulo
Umadas vozesmaismodera-
das dentrodo PT,ogovernador
da Bahia,Rui Costa,discorda da
crítica feitapeloex-presidente
Luiz InácioLula da Silva aarticu-
lações de gruposda sociedade ci-
vil em tornode manifestos em
defesa da democraciae contrao
governodopresidenteJairBolso-
naro. O governador, no entanto,
diz que, na verdade,o ex-presi-
denteestá cobrando aautocríti-
ca de quemapoiouBolsonaro e
“alimentou o fascismo” coma
eleiçãodopresidente.
“LulaeoutraspessoasdoPTes-
tão expressando:‘não cobravam
a nossa autocrítica, peloserros
que eventualmente o PT tenha
cometido? Por que essaspessoas
não fazemautocrítica por terem
apoiadoou ter alimentado a ser-
pentedo fascismo?’”, afirmouo
governador da Bahia,ao partici-
parde“li ve” doValorontem.
Comumamplolequedealian-
ças em seu segundomandato,
Rui Costadefendeo “diálogo” eo
“entendimento” entrediferentes
segmentos sociaispara superara
crise no país,ediz apoiar“todos
os manifestos”einiciativasem
defesa da democracia.Afirma,
porém,queex-eleitoresdeBolso-
naro,queagoraaderiramamovi-
mentoscontraoautoritarismoe
contra o governo, precisamdei-
xar claroque se arrependeram
doapoiodadoaopresidente.
“Soudefensor do amplodiálo-
go,mas é preciso ser explícito para
as pessoas. As pessoas que apoia-
ramopresidenteda República
apoiaram o conteúdo [do discurso
de Bolsonaro]”,diz. “Massou a fa-
vor, sim, de oPT participarde to-
dos [manifestos]. Éummovimen-
to da sociedadebrasileira, não é
um movimento de um partido ou
deoutro”, ponderou.
Mesmo com as ameaças de Bol-
sonaro a instituições como o Su-
premoTribunal FederaleoCon-
gresso,esemuma articulaçãona-
cionalparacombatera pandemia
de covid-19, que já matoumais
32,5mil pessoasno país, Costa
afasta a possibilidade de impea-
chment de Bolsonaro no curto
prazo.Segundoogovernador,fal-
ta a pressão das ruas contra ogo-
verno. Sem isso,observa, oafasta-
mentodo presidentepodeservis-
tocomoum“golpedeEstado”.
“Nãohá cenáriono curtopra-
zo parao processode impeach-
ment”, afirmaCosta.“O Congres-
so está funcionandovirtualmen-
te. Alguémconsegueimaginar
um impeachmentvirtualmente,
sem protestode rua? Só se fosse
golpede Estado”, diz. O petista
avalia que aindanão há apoio
políticosuficientepara o impea-
chment edescartaapossibilida-
de de rupturainstitucional por
partedo presidente, Pondera,no
entanto, que a pressãopopular
nas ruas tendeafazer com que o
Congressomudede opiniãoem
relaçãoa permanênciade Bolso-
naronocargo.
Ogovernador enfatizouque
não recomenda protestos nas
ruasnestemomento:seria,se-
gundoele, “arriscara vida”eaj u-
dar aespalharaindamaisanovo
coronavírus.
A Bahiaregistrou 23.463 casos
de covid-19e 790 óbitosaté on-
tem,emonitora14,2milpessoas.
No Brasil,ao menos595.110ca-
sose33.038morreram.
Costaavalia que a flexibilização
das medidasde distanciamento
social “in evitavelmente” resultará
no aumento de mortespor covid-



  1. Depois de maisde dois meses
    dequarentena,diz,háuma“exaus-
    tão” socialeeconômica,masosris-
    cos da liberação dos comérciose
    serviçossãoenormes.
    O Estado adotou regras de dis-
    tanciamentosocialdiferentespa-
    ra as regiões. As mais restritivas
    estãonosuldaBahia,ondehouve
    maiorcrescimentodecasos.Até
    de junho, haverá toque dereco-
    lher entre18h e 5h nos municí-
    pios dessa região. Fora desse ho-
    rário, apenas serviços essenciais
    poderãofuncionar. No fim de
    maio, ogoverno antecipou as co-
    memoraçõesde SãoJoão (24 de
    junho)edaIndependênciadaBa-
    hia (2 de julho) para tentar au-


mentarataxa de isolamento so-
cial. As aulas estão suspensasaté
21dejunhoemtodooEstado.
O petistaculpao governofe-
deralpor não ter tomadomedi-
das enérgicase diz que era possí-
vel ter controlado o númerode
casosno país em 30 dias. “Foram
maisde 60 dias [de isolamento
social]e não conseguimosse-
querisolaro vírusem algumas
regiõesdopaís.”
Apesar de afirmar que não há
outro caminhoneste momento
que não seja a quarentena para re-
duziras mortes eelevação de ca-
sos, Costaadmite que gradual-
mente as medidas mais restritivas
serão abandonadas, pelo contexto
psicológico e econômico.“Em ne-
nhumlugar consegue segurar o
ano todo, [deixar] seis meses todo
mundotrancado em casa.Passa-
mos de 60 dias, logo chegaremosa
90 dias”, disse. “Nenhumpaís con-
segueficar com tanta restrição por
tantotempo.”
Ao comentar sobre o diálogo
com ogoverno federal, ogoverna-
dordizquenãohouvemudançase
que opadrãoé “o mesmo”, de falta
de coordenação nas ações para
combater a pandemia. Ele faz uma
ressalva ao Ministérioda Saúde e
diz ter recebido mais apoio da Pas-
ta.Nestasemana,oEstadorecebeu
60 respiradores enviados pelomi-
nistério. Até então, ogovernoha-
via enviadoapenasno começoda
pandemia 40 respiradores. “Há
um movimento positivo[do mi-
nistério] de ajudar com equipa-
mentos”,diz. “Masalógicado go-

vernofederalnãomudounada.”
Costa critica a decisãodo presi-
dentede manter o transporteinte-
restadual sem controle ediz que
passageiros têm espalhado onovo
coronavírus pelo Estado.Ogover-
nador pediuajuda ao ministério
parapressionaraANTTamudaras
regrase impedir o deslocamento
de passageiros. “Se disserque o
presidenteestá liberandotrans-
portepara levar adoença parao
país inteiro ninguém acredita.”Pa-
ra o petista, é comose alguém esti-
vessepegandobrasa eespalhando
fogo por toda afloresta, em vez de
apagarosfocosdeincêndio.“A flo-
restatodavaipegarfogo”.
Na avaliaçãodo governador, o
país vai convivercom a covid-
duranteoanotodoeelecreditao
problema ao governo federal.
“Estamos contaminando mais
gentee tendomaismortesdo
quenecessário”, afirma.
Costadiz que se não houver
umavacina paraa covid-19não
haverá carnaval em 2021na Bahia
nem outros grandeseventos. “Não
vejo comonenhumaautoridade
pública autorizar eventode massa
se não houver vacina”, afirma.
“Umacoisaéter aglomeração em
passeata. Outra é opoderpúblico
autorizarum evento.Não épossí-
vel imaginar que poderpúblico
autorizegrandeseventos.”
O governador cobroua parti-
cipaçãodo Brasilem projetosde
pesquisaparaaelaboraçãodeva-
cinasecriticouapolíticaexterna.
“A imagem do Brasilnão está no
chão,estánosubsolo.”

Um governomilitar


Cláudio Gonçalves
Couto

J


ásetornou
praticamenteum
lugarcomum
chamaraatenção
paraaimensa
presençamilitarnogovernode
JairBolsonaro.Sãocercadetrês
milmilitaresalocadosnosmais
diversoscargosda
administraçãofederal,sejaem
nívelministerial,sejanoaltoe
médioescalões,comomostrou
umrecentelevantamentofeito
pelosite“Poder360’.Isso
representouumaumentode
43%emrelaçãoaoquehaviaem
2018,comcercade1,6mil
cedidospeloExército,quase
700pelaMarinhaemaisde
pelaAeronáutica.
Essesnúmerosnãoincluem
reservistas,comoéocaso,por
exemplo,dogeneralAugusto
Heleno, ministro-chefedo
GabinetedeSegurança
Institucional(GSI).Seforem
contabilizadososreservistas,
bemcomoosoriundosdas
PolíciasMilitaresestaduais,os
númerossãoaindamaiores.
Se em governosanteriores
muitose falouem
“ap arelhamento”partidárioda
máquina governamental, sem,
porém, que os números
demonstrassemalgo de
efetivamentediferentedo
usual—como o demonstraram
os estudosa respeito feitos
pelo cientista políticoSérgio
Praça—agora há realmente
uma novidade. Postos de livre
nomeação, normalmente
ocupadospor civis,pois se
constituemem atividadesde
natureza civil, são distribuídos
para militares,com suas
correspondentes bonificações
remuneratórias. Ou seja, ao
convocarpara postoscivis
gentefardada,o governo
Bolsonarolhes assegura
ganhoseconômicosimediatos
e palpáveis.

Masnãosetrataapenasde
cooptaçãodosquartéiscombase
emprêmiossalariaisdecorrentes
docomissionamento—que,
aliás,sefazemacompanhar
daquelesgeradospelasrecentes
reestruturaçõesdacarreira,
camufladas(emborasemmuito
sucesso,apesardaexpertise
militarcomcamuflagens)nas
reformasprevidenciárias.
Trata-setambémdo
empoderamentopolíticode
militaresemposiçõesquepouco
ounadatêmavercomsua
formaçãoeexperiência
profissionais,aopontodeo
Brasilterhojemaisgenteda
casernaaboletadonogovernodo
queaditadurachavistana
Venezuelaoua(saudosapara
alguns)ditaduramilitarno
Brasil.
Hácasosemqueissoproduz
atémesmooximoros
(contradiçõesnostermos)—
comoaalocaçãodeumgeneral
deExércitonaCasaCivil—ou
contradiçõesdefinalidade—
comooempregodeoutro
generaldeExércitono
MinistériodaDefesa—criado,
justamente,paradesmilitarizar
ogovernoeassegurarcomando
paisanosobreasForças
Armadas.SeochefedaCasa
Civil,aomenos,éreformado,o
chefedosmilitares,entreum
voodehelicópteroeoutro,
seguenaativa.Ouseja,os
militarescomandamasi
próprios,assimcomoa
“RevoluçãoVitoriosa”de
selegitimavaasimesa,segundo
oAtoInstitucionalno1.
Masacoisanãoparaporaí.
Hámilitaresnoutrosoito
ministérios(númerocomque
inicialmentecontaram,quando

começouomandatodooutrora
defenestradocapitão
insubordinado):ojá
mencionadoGSI,Minase
Energia,SecretariadeGoverno,
CiênciaeTecnologia,
Infraestrutura,Controladoria
GeraldaUnião,SecretariaGeral
(acargodeumPM)e,pasme-se,
aSaúde.
Senenhumministromédico
agradaaopresidenteemsualuta
inglóriapelacloroquinaecontra
oisolamentosocial,coloque-se
umobedientegeneralpara
apeteceraocapitão;faça-seo
protocolodacloroquina;
nomeie-semaisumapencade
militaresparacargos
responsáveispormedidas
sanitárias.Pauparatodaobra,os
militares,maisdoquenunca,
podemtercreditadosna(ou
debitadosda)suaconta
reputacionalosresultadosda
políticadesaúdedessegoverno.
Atomarpelaconduçãoquedáao
assuntoocapitão,osfardados
brasileiroscorremoriscode
colher,emtemposde
democracia,odesprestígioque
seuscolegasargentinos
colheramnamalfadadaaventura
dasMalvinas,emtemposde
ditadura—foiumfimdefeira
vexatório.
Mashámais.Se,retomadasas
atividadespolíticaspresenciais,
oritmoalucinadodecondução
políticadeBolsonaro,bem
comoseusenroscoscoma
PolíciaFederaleasmilícias
cariocasfavorecerem
movimentosemproldeseu
impeachment,cabeapreciar
comoatuariaquempuderlhe
substituir.Comobemobservou
emsuacolunaMariaCristina
Fernandes,ogeneralHamilton
Mourãofazquestão,em
repetidosartigos,demostrar
que(apesardedominarmelhor
oidiomaetermenos
complicaçõesfamiliares)não
têmumavisãodapolítica
fundamentalmentedistinta
daqueladeseucabeçade
chapa.
Aformacomomaiseste
militardogovernoenxerga
opositores,movimentosderua
não-alinhados,demaispoderes
doEstado,governos
subnacionaiseimprensa,deixa
claroquenolugardeBolsonaro
elenãoteriamotivaçãopara
conferiraogovernoum
coloridodistinto,quiçáumtom
maismoderado.E,
considerandocomoos
fardadoseseuscolegasde
pijamatêmcerradofileirasna
defesadosparesnogoverno,é
poucoprovávelqueum
eventualpresidenteMourão
fossedesmilitarizaracondução
daadministraçãofederal.
Talvezlhefalteocarismado
“mi to”,mastambémaMaduro
faltaocarismadeChávez.
Sobtalaspecto, éinegávelo
engenhodoardilconfessode
Bolsonaroesuaprole,
indicandooloquazgeneral
paraaVice-Presidência.Como
apontouàépocadaescolhao
filho03,Eduardo,Mourãoé
“facanacaveira”eporisso
funcionacomoumhedge
contraeventuaistentativasde
impeachment.Restasaberse
funcionacomoumesteio
tambémcontraapossível
cassaçãodachapapelo
TribunalSuperiorEleitoral,a
dependerdoquerevelaro
inquéritodas“fakenews”esuas
conexõescomofinanciamento
doempresariadosimpáticoà
difusãodasnarrativas
bolsonaristasdesdea
campanhaeleitoral.
Nessecaso,aproteçãopode
virmenosdafaltadealternativa
geradapeloradicalismodovice
emaisdosinteressesfardados
aboletadosnogoverno,bem
comodosbeneficiáriosdas
generosasreformulaçõesde
carreirapromovidaspelaatual
administração.E,lembre-se,
dissonãoficamdeforaPolícias
Militaresestaduais,menosleais
aseusgovernadoresdoqueao
bolsonarismo,como
demonstraramosmotinsdo
CearáeasPMsdeSãoPauloe
Rionofimdesemana.

CláudioGonçalvesCoutoé cientista
político,professordaFGV-SPe colunista
convidadodo“Valor”. CésarFelíciovolta
a escrever napróximasemana
[email protected]

Atualgoverno
nãoé sófamilista:
é militar

IMPACTOSDO


CORONAVÍRUS


Torcidas e atletas reforçam protesto


Rafael Rosas,CristianKlein,
Gabriel Vasconcelos
e CristianeAgostine
DoRioe deSãoPaulo

O protesto de torcidas de fute-
bolnodomingoemSãoPauloeno
Rio de Janeiro deu início a um mo-
vimentoemquepersonalidadesli-
gadasaoesporte começaram ase
engajar em manifestações em de-
fesa da democracia. Em um meio
poucoafeito adeclaraçõespolíti-
cas, ex-atletas comoAna Moser,
WalterCasagrande,Raí,FabieGus-
tavo Kuerten lançaram o“Esporte
pelaDemocracia”, que já conta
com adesão de mais de 60 pessoas,
entreatletas, ex-atletasjornalistas
e outros. No Rio, torcidasligadas a
timesde futebol planejamdois
eventosdomingo,umamarchaaté
o Maracanãe um protesto na ave-
nidaPresidenteVargas.
O eventono Maracanã foi con-
vocado por LeonardoRibeiro,ex-
presidente da Torcida Jovem, que
planeja um “ab raço” ao estádio na
tardede domingo.Outro evento,
previsto o mesmo horário, éorga-
nizado por torcedores de Flamen-
go, Botafogo, Vasco, Fluminensee
América. Nesse caso, oobjetivo é

uma caminhada da estátuade
Zumbi, que fica na Presidente Var-
gas na altura do Sambódromo, até
aigrejadaCandelária.
A existênciade duasconvoca-
ções distintaslança dúvidas sobre
a unidade entrediferentes torci-
das no Rio. OValorprocurouo
grupoFlamengoAntifascista,que
respondeuaquestionamentos en-
viadospeloTwitter. Ele afirma que
não participada organizaçãodos
atos, mas pondera que “as ruas são
tomadas por mobilizações espon-
tâneas”.“Somosagentes públicos
—inclusive das forças de seguran-
ça—somosprofissionaisdasaúde,
profissionais autônomos e libe-
rais”, acrescentou,afirmando que
está abertoao diálogo com todas
as torcidas, masponderou que
“nemtodas as ações das mesmas
terão anossaparticipaçãoe/ou
apoio”,por questões logísticas,
ideológicasouprioridades.
Atletas em atividade ou aposen-
tados de várias modalidades tam-
bém começaram a se organizar es-
ta semana. Medalhistaolímpica, a
ex-jogadora de vôleiAna Moser
afirmou, em entrevista ao podcast
LadoBdoRio,que“ficoumuitodi-
fícil” não se manifestar. “As coisas

estão ficando mais decisivas, a
genteestá em um momento críti-
co”, diz em relação a atos de apoia-
doresde Bolsonaroque falamem
intervenção militar e fechamento
doLegislativoeJudiciário.“A gente
brincoumuito com anossa demo-
cracia etem queser responsável
pelo que faz. Cobroisso de muita
genteque ajudou alevar acoisa ao
pontoquechegouhoje”, disse.
Aex-jogadoradevôleiFabidisse
no podcast que oapoio dos atletas
cresce, emboraoesporteseja am-
biente marcado pelo individualis-
mo eoreceio de se comprometer
em um mundoditado comercial-
mentepelasinterações em redes
sociais. “As pessoas [atletas]pen-
sam muitoem capitalizar,eaca-
bamnãotendomuitoaquestãoda
causa maior, que éacidadania. No
início, agente tinha receioque as
pessoas não aderissem,mas elas
estãovindo”, disse.
A ex-jogadora etécnicade vôlei
de praiaIsabel Salgado, 59 anos,
afirma que já passava da hora de
haver uma mobilização contra ar-
bitrariedades do bolsonarismo.
“Nossas instituições estãosendo
ameaçadas,vemosdeclaraçõesfre-
quentessobreav olta do AI-5, com

aconivênciadogoverno.Éassusta-
dor que haja manifestações de
ruas, ainda que não muitoexpres-
sivas, mas comsímbolos que re-
metemaonazismo.Éinadmissível.
Tenho vergonha”, diz Isabel, para
quem o manifesto quebra uma
tradição na área.“O esporte tem
tradição de não se envolverna po-
líticaeisso,evidentemente,nosin-
comoda.Quandoseenvolveépara
se posicionarcom a situação,afa -
vordequemestánogoverno.”
As duasfilhas de Isabel, Maria
Clara e Carol, e o filho Pedro, todos
jogadores de vôleide praia, enga-
jaram-senomanifesto.“Acoisaga-
nhou dimensãode umaonda.A
internettemessepoder. Masainda
assimvemosalgunsquetêmmedo
de perder patrocínio e seguido-
res”,afirmaCarol.
Em São Paulo,movimentos po-
pulares eestudantes devemen-
grossar amanifestaçãomarcada
para domingo, na avenida Paulis-
ta. A frente Povo Sem Medo, que
reúnemovimentoscomooMTST,
secundaristas e torcedores de dife-
rentes timesdevem ir às ruas con-
tra o governo. Organizadores pe-
demque os manifestantes evitem
confrontocombolsonaristas.

Rui Costa:“Soua favor, sim,deo PTparticipardetodos[manifestos].Nãoé movimento deumpartidooudeoutro”

CLAUDIO BELLI/VALOR

Vai Corinthianssssssss

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