O Estado de São Paulo (2020-06-08)

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O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 8 DE JUNHO DE 2020 NotaseInformações A


M


ais uma vitória sinistra foi al-
cançada pelo presidente Jair
Bolsonaro, em seu esforço pa-
ra transformar o Brasil em pá-
ria internacional. Ele poderá
continuar aplaudindo, seguin-
do e imitando seu grande guru, o presidente Do-
nald Trump, mas terá de abandonar a ambição
de um acordo comercial com os Estados Uni-
dos, pelo menos enquanto houver maioria de-
mocrata na Câmara dos Representantes. A bus-
ca de qualquer parceria econômica mais estrei-
ta com “o Brasil do presidente Jair Bolsonaro”
será rejeitada, informaram 24 deputados demo-
cratas da Comissão de Orçamento e Tributos
da Câmara. A declaração foi expressa em carta
dirigida ao chefe do Escritório do Representan-
te Comercial dos Estados Unidos (USTR), em-
baixador Robert Lighthizer. O embaixador ha-
via anunciado em maio, depois de uma conver-
sa com o chanceler brasileiro Ernesto Araújo, a
intenção de intensificar a cooperação econômi-
ca entre os dois países.
Na mesma data da carta, 3 de junho, o Parla-
mento holandês aprovou moção contrária ao
acordo comercial entre União Europeia e Mer-


cosul, assinado em 2019 e ainda pendente de
ratificação pelos países participantes. A devas-
tação da Amazônia foi o principal argumento a
favor da moção. Mas também houve referên-
cia a riscos para os povos indígenas. Políticos
citados pela imprensa europeia,
nas discussões sobre o acordo
entre os dois blocos, têm apon-
tado o governo Bolsonaro como
inimigo do meio ambiente e
dos direitos humanos.
Ameaças ao meio ambiente,
aos direitos humanos e à demo-
cracia são listadas extensamen-
te na carta enviada ao principal
negociador comercial dos Esta-
dos Unidos, o embaixador Ligh-
thizer. O presidente Jair Bolso-
naro, segundo os deputados,
tem uma longa e persistente his-
tória de “declarações depreciativas sobre mu-
lheres, populações indígenas e pessoas identifi-
cadas por gênero ou orientação sexual, além
de outros grupos”. O governo Bolsonaro, conti-
nua o texto, “demonstrou seu completo me-
nosprezo por direitos humanos básicos, pela

necessidade de proteger a floresta amazônica e
pelos direitos e dignidade dos trabalhadores”.
O Brasil sob Bolsonaro, acrescentam os de-
putados, não estará preparado, de forma crí-
vel, para assumir os novos padrões de direi-
tos trabalhistas e de proteção
ambiental estabelecidos no
Acordo Estados Unidos-Méxi-
co-Canadá. Negociar qualquer
acordo comercial com o Brasil
será perda de tempo, sustentam
os autores da carta.
Mencionando detalhes da ges-
tão Bolsonaro, o texto cita nú-
meros do Instituto Nacional de
Pesquisa Espacial (Inpe) sobre
aumento das queimadas na Ama-
zônia. Esses dados, poderiam
ter lembrado os autores da car-
ta, foram postos em dúvida pelo
presidente Bolsonaro, no início de uma polê-
mica encerrada com a demissão do diretor do
instituto, o físico Ricardo Galvão, respeitado
internacionalmente.
Há um claro componente protecionista na
atitude dos democratas. Eles acabam atribuin-

do aos produtores brasileiros “uma história de
emprego de práticas desleais de comércio”. A
acusação é vaga e a intenção de impedir uma
concorrência maior aos produtores america-
nos é evidente. Além disso, os autores da carta
confundem a atividade ilegal e ambientalmen-
te danosa realizada na Amazônia com a produ-
ção agrícola eficiente e competitiva – a mais
importante – nas áreas tradicionais.
O protecionismo é novamente favorecido,
portanto, pelas atitudes e políticas do presiden-
te Bolsonaro e de seus piores ministros. Nos Es-
tados Unidos, assim como na Europa, os defen-
sores de barreiras contra produtos brasileiros
dispõem de amplo cardápio de argumentos –
ambientalistas, políticos e relativos a direitos
humanos – fornecido pelo presidente do Brasil.
Detalhe importante, na Europa, como nos Esta-
dos Unidos, os críticos frequentemente se refe-
rem ao “Brasil do presidente Jair Bolsonaro”.
Essa expressão é usada pelos deputados demo-
cratas. O parentesco ideológico do presidente
brasileiro com seu líder americano pouco vale-
rá diante da oposição desse grupo. Os Estados
Unidos são muito mais que Donald Trump. Bol-
sonaro parece ignorar também isso.

O


presidente Jair
Bolsonaro já de-
clarou que está
“lutando contra
o sistema, con-
tra o esta-
blishment”. Como parte dessa
guerra particular, o chefe de Es-
tado tudo faz para desprestigiar
justamente o Estado que deve-
ria chefiar. Sempre que pode,
trata de caracterizar a estrutura
administrativa como pouco con-
fiável, quando não francamente
hostil a ele. Para o presidente,
até mesmo algumas das pessoas
próximas no seu governo são
suspeitas de conspiração – há al-
gum tempo, chegou a desabafar:
“Já levei facada no pescoço den-
tro do meu gabinete”.
Assim, Bolsonaro busca cons-
truir para si um “Estado” parale-
lo, distante dos controles institu-
cionais. O próprio presidente
confirmou essa intenção ao
mencionar, na infame reunião
ministerial de 22 de abril, que
dispõe de um “sistema de infor-
mações” pessoal. “Sistemas de
informações, o meu funciona. O
meu particular funciona. Os que
têm oficialmente desinfor-
mam”, declarou o presidente.
Esse sistema pessoal, como
mostrou reportagem do Esta-
do, é composto por amigos e co-
nhecidos do presidente. No mês
passado, ele chegou a dizer que
“graças a Deus tenho amigos po-
liciais civis e policiais militares
no Rio de Janeiro”, pois por
meio desses contatos ficou sa-
bendo que algo “estava sendo ar-
mado para cima de mim”, citan-
do a “possibilidade de busca e
apreensão na casa de filhos
meus, onde provas seriam plan-
tadas”. É esse o tipo de informa-
ção que Bolsonaro considera im-


portante para o desempenho de
suas funções, e não as que os sis-
temas formais lhe oferecem. E
os cerca de 10 mil contatos do
presidente em seu celular, todos
certamente ávidos para lhe pare-
cer úteis, tratam de alimentar
suas paranoias com teorias da
conspiração – que Bolsonaro le-
va muito mais a sério que a reali-
dade reportada por funcionários
de carreira nos órgãos estatais.
Como bom demagogo, Bolso-
naro encaminha as mensagens
que recebe desse sistema pes-
soal para que assessores tomem
providências. Desse modo, sub-
mete o Estado, cuja estrutura é
legalmente impessoal, aos capri-
chos de bolsonaristas com aces-

so ao WhatsApp presidencial.
Órgãos da administração públi-
ca perdem precioso tempo – e
recursos públicos – com delírios
dos sabujos de Bolsonaro.
Espanta que o ministro do Ga-
binete de Segurança Institucio-
nal (GSI), Augusto Heleno, su-
porte esse comportamento do
presidente. Afinal, como respon-
sável formal por fornecer as in-
formações necessárias para que
o presidente governe, o minis-
tro Heleno deveria ser o primei-
ro a envergonhar-se diante do fa-
to, agora público, de que o presi-
dente prefere se informar com
amigos pelo WhatsApp do que
pelos relatórios do GSI. Do mes-
mo modo, a Agência Brasileira
de Inteligência (Abin), vincula-
da ao GSI, foi olimpicamente ig-
norada por Bolsonaro quando

lhe encaminhou relatórios aler-
tando sobre a necessidade de
isolamento social para enfren-
tar a pandemia de covid-19. Bol-
sonaro preferiu, em vez disso,
acreditar em palpites sobre dro-
gas miraculosas contra o vírus.
Se serve de consolo para o mi-
nistro Augusto Heleno, vários
outros órgãos de Estado já fo-
ram menosprezados – quando
não hostilizados – por Bolsona-
ro. Basta lembrar, por exemplo,
que Bolsonaro chamou de “men-
tirosos” os dados sobre desmata-
mento produzidos pelo Institu-
to Nacional de Pesquisas Espa-
ciais. Mais recentemente, pres-
sionou o Ministério da Justiça e
a Polícia Federal a lhe darem in-
formações às quais ele legalmen-
te não pode ter acesso, e vem es-
nobando as diretrizes do Minis-
tério da Saúde para enfrentar a
pandemia, promovendo aglome-
rações em comícios.
Nos casos citados, os respon-
sáveis pelos órgãos ou se demiti-
ram ou foram afastados. Já o mi-
nistro Augusto Heleno, a despei-
to das humilhações, segue firme
no cargo – mesmo depois que o
GSI, falhando em sua missão
precípua, deixou de informar ao
presidente sobre a folha corrida
do indicado para presidir o Ban-
co do Nordeste, que teve de ser
exonerado um dia depois de no-
meado pois sobre ele pairam
suspeitas de irregularidades.
É para evitar esse tipo de vexa-
me, entre outras razões, que o
Estado precisa de um sistema de
informações robusto e profissio-
nal. Mas, por melhor que seja es-
se sistema, não é possível fazer
milagres quando o presidente da
República trabalha com afinco
para desmoralizá-lo e o chefe do
GSI se conforma com a situação.

D


e janeiro de 2019
para cá, houve
mudanças signi-
ficativas no mo-
do como os bra-
sileiros veem o
presidente Jair Bolsonaro e o
seu governo. Por exemplo, hoje
muitos eleitores se sentem pro-
fundamente frustrados com Bol-
sonaro. Os motivos são varia-
dos: ações destemperadas, con-
flitos desnecessários, ineficiên-
cia na promoção da retomada
da economia, prevalência de in-
teresses familiares, o modo co-
mo tem lidado com a pandemia
do novo coronavírus, demissões
de alguns ministros de Estado –
especialmente, Luiz Henrique
Mandetta e Sérgio Moro – e tan-
tas outras atitudes que destoam
da imagem que muitos tinham
de Jair Bolsonaro quando depo-
sitaram seu voto nas eleições de


  1. Ao mesmo tempo, é de re-
    conhecer que, para alguns – um
    grupo nitidamente minoritário
    –, nada do que Jair Bolsonaro
    fez ao longo desses 18 meses foi
    razão para diminuir a confiança
    e o apreço que a ele dedicam.
    Diante desse cenário, com
    avaliações tão contrastantes, há,
    no entanto, um fato inegável.
    Desde o início do ano passado
    até agora, houve um claro declí-
    nio da esperança em relação ao
    governo e ao País. Utiliza-se
    aqui o termo esperança em seu
    sentido mais básico, tal como re-
    gistram os dicionários: o senti-
    mento de quem vê como possí-
    vel a realização daquilo que de-
    seja, a confiança de que se reali-
    zará aquilo que se deseja. Tives-
    se ou não fundamento, fosse ou
    não razoável, o fato é que, após
    as eleições de 2018, boa parte da
    população tinha a esperança de


que a situação social e econômi-
ca do País iria melhorar. Havia
expectativa de que o novo gover-
no promovesse os ajustes para
recolocar o Brasil nos trilhos,
afastando-o da nefasta trajetó-
ria imposta pelo PT.
Para muitos, a esperança de
um novo patamar de competên-
cia e moralidade materializou-se
no momento em que Sérgio Mo-
ro, símbolo máximo da Opera-
ção Lava Jato, deixou a magistra-
tura para incorporar-se à equipe
do presidente eleito Jair Bolsona-
ro. Ele não abandonava apenas
uma carreira no Judiciário de 22
anos, com tudo o que isso envol-
ve. O discurso era ainda mais po-
deroso. Sérgio Moro saía do car-

go com o qual havia, de alguma
forma, mudado a história do
País para assumir, com total car-
ta branca do presidente da Repú-
blica, uma missão ainda mais re-
levante no combate à corrupção
e à criminalidade – ou seja, uma
missão de reconstrução da vida
pública no País. O céu era o limi-
te. Essa disposição é hoje triste-
mente contrastada pelo clima
que imperou na entrevista em
que Sérgio Moro anunciou os
motivos de sua demissão do Mi-
nistério da Justiça e Segurança
Pública. As palavras do ex-juiz
da Lava Jato descortinaram um
panorama completamente dife-
rente dos sonhos e aspirações
nutridos na campanha eleitoral
de 2018 e no início de 2019. O
presidente Bolsonaro foi apre-
sentado como alguém empenha-

do obsessivamente em levar
adiante seu desejo de interferir
na Polícia Federal e, muito espe-
cialmente, na superintendência
do órgão no Rio de Janeiro, com
efeitos diretos sobre a investiga-
ção de seus familiares e amigos.
Foi enorme a decepção de quem
ainda acreditava no presidente.
Mas o declínio da esperança
não se deu apenas pela saída de
Sérgio Moro do governo. Ao
contrário do que prometeu na
campanha, o presidente Bolso-
naro aproximou-se do Centrão
e entregou-lhe cargos importan-
tes, com verbas igualmente im-
portantes. A agenda de refor-
mas foi completamente esqueci-
da. Na realidade, os sinais dados
pelo Palácio do Planalto foram
em sentido oposto à austerida-
de com a coisa pública, com con-
cessões a setores do funcionalis-
mo, medidas populistas, inten-
tos de ampliação de programas
assistencialistas por interesse
eleitoreiro e ralo compromisso
com o equilíbrio fiscal.
O regime presidencialista con-
fere ao chefe do Executivo fede-
ral uma inequívoca tarefa de lide-
rança. O presidente da Repúbli-
ca não apenas desempenha atri-
buições burocráticas. Além do
dever de definir prioridades e
traçar propostas e políticas que
realizem essas prioridades, ele
tem a missão de apresentar um
futuro possível ao País. Cabe-lhe
fortalecer a confiança da popula-
ção na realização de um saudá-
vel panorama de desenvolvimen-
to econômico e social. No entan-
to, Jair Bolsonaro não apenas
descumpre essa missão, como
consegue diariamente minar
qualquer resquício de esperança
de que possa haver, até o final
de seu mandato, dias melhores.

Brasil manchado também nos EUA


ANTONIO CARLOS PEREIRA / DIRETOR DE OPINIÃO

Bolsonaro consegue
diariamente minar
qualquer resquício de
esperança

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Notas & Informações


A desmoralização do Estado


Órgãos da administração
pública perdem tempo e
recursos com delírios
dos sabujos de Bolsonaro

O declínio da esperança


lDesgoverno Bolsonaro
Brincar de ditadura
Disse, com razão, o eminente
ministro do Supremo Tribunal
Federal Gilmar Mendes: “Va-
mos parar de brincar de ditadu-
ra”. Mas uma das insatisfações
do povo com o Estado brasilei-
ro e suas instituições elitistas,
que enfraquecem a defesa do
Estado Democrático de Direito
ante o bolsonarismo, está justa-
mente no combate à corrupção,
combalido pela proibição da
prisão de corruptos em segun-
da instância pelo próprio STF.
Tema cooptado com hipocrisia,
mas com maestria, pelo bolso-
narismo, hoje o combate à cor-
rupção serve de justificativa in-
devida para o embate antidemo-
crático dos camisas pardas,
quando miram os corruptos de
esquerda, nunca os do Centrão
e os filhos do presidente. Se há
muito tivéssemos parado de
brincar de ter um corrupto favo-
rito nos tribunais, talvez ne-
nhum messias da vida se tives-
se aproveitado dessa temática
para ganhar as urnas.
JOSÉ EDUARDO ZAMBON ELIAS
[email protected]
MARÍLIA


Antes que seja tarde
O ministro Gilmar Mendes
mencionou que se continuarem
a inércia e o silêncio dos brasi-
leiros perante o comportamen-
to autoritário e antidemocráti-
co do sr. Jair Bolsonaro, poderá
ser tarde para recuperarmos a
plena democracia. Está mais do
que na hora de tomarmos uma
atitude mais severa e clara con-
tra as atitudes ditatoriais do pre-
sidente. Ridículo, por exemplo,
querer escamotear os dados
reais da pandemia de covid-19.
Não é isso que vai reduzir a gra-
vidade da situação. Manipular
dados sempre foi ato de regi-
mes totalitários, ditatoriais.
HEITOR PORTUGAL P. DE ARAUJO
[email protected]
SÃO PAULO

Cavaleiro do apocalipse
Por coerência, espera-se que o
primeiro mandatário da Nação
seja uma pessoa sensata e cen-
trada, merecedora de respeito,
mas comprovadamente esse
não é o caso do sr. Jair Bolsona-
ro. O País vivendo uma crise
sem precedentes, necessitando
de urgentes atitudes e providên-
cias nas áreas da saúde e da eco-

nomia, e o sr. Bolsonaro e asse-
clas perdendo precioso tempo
dedicando-se à negação, mani-
pulação e ocultação de notícias
sobre a pandemia, como fize-
ram seus soezes ídolos à época
da “redentora”, quando em si-
tuação similar no caso da epide-
mia de meningite. O Messias,
que deveria trazer paz e espe-
rança, na realidade é um cavalei-
ro do apocalipse travestido.
LAURO BECKER
[email protected]
INDAIATUBA

Projetos de poder
O editorial Democracia defensiva
(7/6, A3) nos leva a reflexões.
Diferentemente da citada Ale-
manha, pós-guerra e atual, não
temos partidos. Estes não pas-
sam de aglomerados de pessoas
que se unem para mamar nos
Fundos Partidário e eleitoral,
assaltando nossos bolsos, inde-
vidamente, para manter essas
organizações privadas. E pior,
em seus subterrâneos se abri-
gam indivíduos que não convi-
daríamos à nossa casa, mas são
eleitos e assumem funções pú-
blicas, eternizando sobrenomes
no Executivo e no Legislativo.

E o Judiciário se esvai em be-
nesses, confirmadas pelos tribu-
nais superiores. No desânimo
geral, vemos que nos últimos 17
anos a função de governar e a
de legislar se tornaram projetos
de poder, camuflados por uma
inócua polarização nas ruas e
no âmbito familiar, habilmente
pavimentados por conspurca-
dos falsos líderes. Devemos sair
às ruas, sim, mas por uma razão
uníssona: a imediata realização
de reformas administrativa, po-
lítica e eleitoral.
HONYLDO ROBERTO PEREIRA PINTO
[email protected]
RIBEIRÃO PRETO

Caminhos e descaminhos
O editorial deste domingo veio
na linha e no espírito esperados
de uma imprensa voltada para
o bem da Nação. Responder
com belicosidade ao comporta-
mento tosco e agressivo do
atual mandatário do País não
nos trará benefícios, só alimen-
tará as intenções autoritárias
vigentes. Ao mostrar caminhos
e denunciar descaminhos, o Es-
tado será muito mais efetivo na
defesa da nossa capenga demo-
cracia. Parabéns.

CARLOS BOER
[email protected]
LONDRINA (PR)

Tristeza e vergonha
Fiquei muito triste com a atitu-
de de representantes de nossas
TVs católicas. Para mim não foi
surpresa. Fiquei envergonhado
ao ver padre Jonas “ungindo”
Bolsonaro. Fiquei envergonha-
do com a imagem de Nossa Se-
nhora de Fátima sendo levada
ao curralzinho onde Bolsonaro
diariamente fala ao seu gado. E
fiquei envergonhado por ver
essa atitude dos ditos católicos
conservadores. Que pena, que
pena... Uma Igreja que tem tan-
tos mártires torturados, desapa-
recidos, mortos pela ditadura,
agora vai ao presidente de pires
na mão para pedir ajuda em tro-
ca de bênçãos e apoios. É o fim
do mundo. Botaram mordaça
na Igreja profética.
FRANCISCO PAES DE BARROS
[email protected]
SÃO PAULO

Simonia
A ala conservadora da Igreja
Católica, incluída a tal Rede Vi-
da de Televisão, deveria enver-

gonhar-se de, em troca de ver-
bas, dar apoio a um presidente
da República que se diz cristão,
mas é defensor da ditadura mili-
tar que o Brasil sofreu, admira-
dor do torturador coronel Bri-
lhante Ustra, participa de atos
políticos em defesa de uma in-
tervenção militar no País e quer
armar a população brasileira.
Um autoritário que manda jor-
nalista calar a boca, usa pala-
vras de baixo calão com subor-
dinados, menospreza os demais
Poderes da República e parece
não estar nem um pouco preo-
cupado com tantas vidas de bra-
sileiros e brasileiras que, infeliz-
mente, se foram por causa da
covid-19, etc., etc. Assim como
alguns políticos, parece que os
interesses de certos represen-
tantes da Igreja também estão
acima de qualquer coerência.
JOSÉ ANTONIO FERIEL LOPEZ
[email protected]
SÃO PAULO

A que ponto chegamos
Preciso ir ao médico, urgente:
ontem tive saudades da Dilma!
ABELARDO VILLAS-BÔAS
[email protected]
SÃO PAULO
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