%HermesFileInfo:A-2:20200609:
A2 Espaçoaberto TERÇA-FEIRA, 9 DE JUNHO DE 2020 O ESTADO DE S. PAULO
Os desenhos do projeto do
Parque Augusta foram encami-
nhados pelo escritório de ar-
quitetura Kruchin, responsá-
vel pelo planejamento arquite-
tônico e restauração do local,
à Prefeitura de São Paulo e ao
Ministério Público (MP-SP).
O portão principal será o da
Rua Caio Prado, enquanto os
demais ficarão na Rua Augus-
ta. O projeto integra uma série
de propostas da gestão Covas
para a região central, que in-
cluem o Parque Minhocão, o
Vale do Anhangabaú, o PIU Se-
tor Central e a área dos calça-
dões do triângulo histórico.
http://www.estadao.com.br/e/augusta
D
estravando a Agenda da
Bioeconomia na Amazô-
nia foi tema do encon-
tro live organizado pelo Insti-
tuto Escolhas e pelo Instituto
de Relações Internacionais e
Comércio Exterior (Irice), na
semana passada. Tivemos a
oportunidade de tratar da
questão da bioeconomia e da
proteção da Floresta Amazôni-
ca como fator de projeção do
Brasil no cenário internacio-
nal. Questões mais que nunca
atuais e relevantes em vista da
percepção externa do País ex-
tremamente negativa.
É indubitável que o meio am-
biente entrou definitivamente
na agenda global e um dos fo-
cos principais é a preservação
da Floresta Amazônica. As ima-
gens relacionadas a desmata-
mento, queimadas e garimpo
ilegal na Amazônia em 2019 ga-
nharam repercussão mundial.
A retórica e algumas medidas
e políticas governamentais
contribuíram para a escalada
da opinião pública internacio-
nal contra o Brasil, agravada
agora pela maneira como é vis-
ta a condução das políticas em
relação à pandemia e à con-
frontação política interna.
As preocupações com a pre-
servação do meio ambiente e
com a mudança do clima pas-
saram a ter um impacto que
vai além das sanções políticas,
como no passado. Agora, com
a entrada em cena da figura do
consumidor e com a inclusão
de políticas ambientais nas ne-
gociações de acordos comer-
ciais, as consequências são eco-
nômicas e comerciais. Atraem
restrições às exportações, boi-
cotes e a inclusão de cláusulas
específicas de desenvolvimen-
to sustentável nos acordos co-
merciais, como ocorreu nas
negociações do Mercosul com
a União Europeia (UE). E Par-
lamentos europeus já estão vo-
tando moções contra o acor-
do com o Mercosul. O plano
de recuperação da UE, depois
da covid-19, inclui uma políti-
ca industrial e uma política
ambiental (Green Deal), que
preveem punição a empresas
que importarem produtos pro-
venientes de áreas de desmata-
mento florestal.
Desde a conferência sobre
meio ambiente realizada no
Rio em 1992 o Brasil se tornara
um ator relevante, com grande
influência nas discussões e na
implementação de políticas de
meio ambiente e mudança de
clima, como resultado do tra-
balho coordenado do Itama-
raty e do Ministério do Meio
Ambiente. O cenário atual mu-
dou e o Brasil perdeu voz e a
posição de visibilidade no
mundo que ocupou nessa área
nos últimos quase 30 anos.
O que fazer para transfor-
mar a percepção negativa do
Brasil no exterior e evitar con-
sequências contrárias aos inte-
resses concretos do setor do
agronegócio, o mais visado e
prejudicado pela crescente im-
portância que as exportações
de produtos primários adquiri-
ram no comércio exterior bra-
sileiro? Nos primeiros cinco
meses de 2020 mais de 65%
das exportações brasileiras fo-
ram de commodities.
Restabelecer a credibilidade
externa com o reconhecimen-
to dos erros cometidos, recu-
perar a narrativa com resulta-
dos concretos de medidas e
políticas adotadas e voltar a
participar ativamente das dis-
cussões nos fóruns internacio-
nais sobre a agenda de meio
ambiente e mudança de clima
são algumas das atitudes a to-
mar para que Brasil possa re-
verter essa percepção externa.
Vão na direção correta as re-
centes medidas do governo re-
lacionadas ao restabelecimen-
to em novas bases do Conse-
lho da Amazônia, sob a coorde-
nação do vice-presidente Ha-
milton Mourão, a abertura de
negociações com a Noruega e
a Alemanha para a volta da go-
vernança e do funcionamento
original do Fundo Amazônia e
a decisão de enviar o Exército
para apoio ao Ibama e ao ICM-
bio no combate a ações ilegais
de desmatamento, queimadas
e garimpo ilegal na região. O
Ministério da Economia está
estudando um plano para o de-
senvolvimento econômico da
região com o objetivo de discu-
tir o regime de incentivos fis-
cais da União, inclusive no con-
texto da reforma tributária. A
proposta de associar a Zona
Franca de Manaus à biodiversi-
dade da Floresta Amazônica
poderia inicialmente comple-
mentar as atividades indus-
triais hoje existentes.
De parte da sociedade civil,
foi encaminhada ao governo,
via presidência do Conselho
da Amazônia, proposta do Ins-
tituto Escolhas e do Irice de
um plano integrado da bioeco-
nomia na Amazônia visando a
utilizar os recursos naturais e
humanos da região para esti-
mular a economia e o empre-
go. O plano abre a possibilida-
de concreta de uma política
consistente em curto, médio e
longo prazos, com apoio de
empresas nacionais e estran-
geiras, além de governos e ins-
tituições financeiras interna-
cionais. Estudo da OCDE mos-
tra que até 2030 a contribui-
ção da biotecnologia pode su-
bir a mais de US$ 1 trilhão, dis-
tribuído entre os setores de
saúde, produção primária e in-
dustrial. Por outro lado, a ini-
ciativa da diplomacia ambien-
tal que o Irice está desenvol-
vendo vai produzir um levan-
tamento objetivo e transparen-
te dos compromissos assumi-
dos pelo Brasil em todos os
acordos incluídos no capítulo
de desenvolvimento sustentá-
vel do acordo Mercosul-
União Europeia e o grau de
cumprimento deles.
A defesa do interesse nacio-
nal aconselha, como defende
o vice-presidente Mourão,
uma narrativa transparente
com a apresentação de resulta-
dos concretos e uma mudança
de postura, com o abandono
da atitude defensiva e com po-
líticas e medidas para a defesa
da Floresta Amazônica, acima
de ideologias e partidos.
]
PRESIDENTE DO IRICE
Neymar está entre os que
tiveram dados usados para
pedir o benefício.
http://www.estadao.com.br/e/auxilio
CIDADE DE SÃO PAULO
Desenhos detalham o Parque Augusta
Governadora de Tóquio diz
que ainda há incertezas so-
bre os Jogos e que é preciso
melhorar o atendimento e a
testagem no país.
http://www.estadao.com.br/e/olimpiada
l“A comunicação é importante. Nunca deixem ninguém calar suas vo-
zes, nós precisamos da boa informação da imprensa. Muito obrigada!”
VILMA MACHADO
l“Típico do povinho atacar a iniciativa da imprensa. Realmente tem mui-
ta gente que engatinha (ou ainda é embrião) no quesito democracia.”
RENATA GASPAR
l“Se esses jornais fossem imparciais, seria muito bom, mas o gover-
no tem que ter transparência também. Estamos totalmente à deriva.”
SAULO SILVESTRE
l“Jornalista bom informa a notícia como ela acontece; já jornalistas
tendenciosos dão a notícia conforme ideologias das empresas.”
FLAVIO FONSECA
INTERAÇÕES
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
PRESIDENTE: ROBERTO CRISSIUMA MESQUITA
MEMBROS
FERNANDO C. MESQUITA
FERNÃO LARA MESQUITA
FRANCISCO MESQUITA NETO
GETULIO LUIZ DE ALENCAR
JÚLIO CÉSAR MESQUITA
Craque argentino sofreu le-
são, mas já treina com cole-
gas do Barcelona. Campeo-
nato Espanhol vai ser reto-
mado nos próximos dias.
http://www.estadao.com.br/e/messi
Espaço Aberto
C
om os caronas da rebe-
lião pela morte de
George Floyd “que-
brando tudo”, cá estava eu ter-
ça passada exortando o Brasil
a imitar os Estados Unidos.
“Mas eles estão piores que
nós”, “aquilo está um pande-
mônio”, “quem precisa de um
Bolsonaro se já tem um Do-
nald Trump?” são algumas
das reações que colhi.
A cena e o ato são hedion-
dos. Tinham mais é de pôr os
Estados Unidos em peso nas
ruas. E há uma eleição no hori-
zonte. Na luta pelo poder, lá
ou onde for, nada se perde, tu-
do se transforma. É o que mo-
ve as manifestações-carona.
Mas o que explica que elas “vi-
ralizassem” por tantos países?
Existem uns Estados Uni-
dos da América como os olhos
dos que nascem e morrem abu-
sados pelo Estado os vêm, e
existem os Estados Unidos da
América. É gente que manda
no seu governo, escolhe suas
leis, aprova as obras públicas
que quer, escorraça seus la-
drões e decide que impostos
quer pagar, tudo no voto que
pode ser sacado e disparado
por qualquer cidadão e a qual-
quer momento. É gente que vi-
ve esse sonho de toda a huma-
nidade. São estes que podem
gritar e gritaram esse “não ou-
se meter o joelho no nosso pes-
coço!”. Mas são estes também,
os nunca pisados, que as privi-
legiaturas, mundo afora, preci-
sam provar que não existem.
O alvo dos movimentos que
tentam cavalgar a indignação
autêntica para dar George
Floyd como “prova” de que a
democracia real não existe por-
que enquanto ela existir o so-
nho não acaba e as privilegiatu-
ras não podem dormir em paz.
A exacerbação que vai por aí
responde ao efeito pendular.
Não se rompe impunemente
uma hegemonia centenária
em torno da qual se estrutu-
rou uma rede multitrilionária
e globalizada de “direitos ad-
quiridos” criada e sustentada
pelo monopólio do diktat com-
portamental e do discurso po-
lítico com acesso aos centros
de decisão agora ameaçados
de disrupção pela internet.
Em 2016 a Universidade de
Oxford elegeu “pós-verdade”
como a palavra do ano e defi-
niu a expressão como “um
substantivo que se relaciona ou
denota circunstâncias nas quais
fatos objetivos têm menos in-
fluência em moldar a opinião pú-
blica do que apelos à emoção e a
crenças pessoais”. A eleição do
alvo – bem precisa nessa defi-
nição – aponta para uma “ante-
verdade” que é essencial para
se entender a “pós”. Sim, é de
mentira que se trata, mas do
uso dela com o objetivo espe-
cífico de minar a democracia,
o único sistema de constitui-
ção do poder do Estado em
que a “opinião pública” é o fa-
tor determinante.
A paulatina conversão da lu-
ta contra a “democracia bur-
guesa” de uma disputa entre
verdades concorrentes para a
destruição do próprio concei-
to de verdade inclui o reconhe-
cimento da relação indissolú-
vel entre democracia e verda-
de. Admitir que onde está
bem plantada ela só pode ser
destruída por dentro, a partir
de uma deliberação da maio-
ria contra si mesma, e que só
uma trapaça (a sistematização
“orgânica” da censura e da
mentira propostas por Anto-
nio Gramsci) pode produzir
esse efeito, homenageia a su-
perioridade moral que seus
inimigos sempre negaram a es-
sa democracia em que o povo
manda no Estado.
É onde se agarra a nossa pri-
vilegiatura. É triste ver provec-
tos senhores e venerandas ins-
tituições perderem a compos-
tura e se desnudarem em pú-
blico em apopléticas tempes-
tades de adjetivos diante das
cópias da direita, nuas e cruas,
desprovidas da graxa dialética
dos originais burilados ao lon-
go de um século de poder pela
esquerda para enganar os trou-
xas, agora que elas ameaçam
seus privilégios.
O problema é velho como a
humanidade: defender-se con-
tra a mentira é uma tarefa pa-
ra cada indivíduo porque a al-
ternativa é dar a alguém o pa-
pel de fiscal da verdade, “solu-
ção” que conduz diretamente
às fogueiras da Inquisição. Fi-
quemos, pois, com os clássi-
cos nesse assunto: “Se todos os
homens menos um partilhassem
da mesma opinião, e apenas
uma única pessoa fosse de opi-
nião contrária, a humanidade
não teria mais legitimidade para
silenciar esta única pessoa do
que ela, se poder tivesse, para si-
lenciar toda a humanidade”
(John Stuart Mill).
Com a correria para inven-
tar uma legislação contra fake
news para depor Bolsonaro a
qualquer custo, o STF e cia.
ameaçam expor novamente a
Nação ao risco que lhe impôs
ao devolver chefões do PCC
às ruas para conseguir soltar
Lula. Com a diferença nada
desprezível da exclusão da to-
lerância com a roubalheira
perpetrada contra a lei, mas
mantendo a defesa intransi-
gente do “direito” de uma pri-
vilegiatura de roubar o povo
com a lei, o que temos hoje
no Brasil é uma guerra da alta
nobreza dessa privilegiatura –
o Judiciário e a elite dos “servi-
dores” que se apropriaram do
Estado – contra a baixa nobre-
za da mesma privilegiatura –
as polícias e os militares re-
cém-saídos de 35 anos de os-
tracismo que têm aberto a fila
dos “fura reformas” de estima-
ção de Jair Bolsonaro – pelo
comando da exploração vil do
resto de nós.
Esqueçam o século 20. Só
há uma atitude decente, só há
um “lado certo da História”
da luta da humanidade contra
a opressão. O que se abriu lá
atras, no século 17. “Tirem (vo-
cês todos, os indemissíveis
que exigem aumento até nas
pandemias) o joelho do nosso
pescoço! O Brasil não conse-
gue mais respirar!”
]
JORNALISTA, ESCREVE
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PUBLICADO DESDE 1875
LUIZ CARLOS MESQUITA (1952-1970)
JOSÉ VIEIRA DE CARVALHO MESQUITA (1947-1988)
JULIO DE MESQUITA NETO (1948-1996)
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vitória contra a covid
Técnico diz que Messi
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Fernão Lara Mesquita
Tema do dia
Celebração de atos a distân-
cia já é permitida pela CVM
e tende a crescer.
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Tirem o joelho
do nosso pescoço!
Fazer lei contra
‘fake news’ para atingir
Bolsonaro repete soltar
o PCC para soltar Lula
A Amazônia em
tempos de globalização
Em ambiente e clima,
o Brasil perdeu a voz e a
visibilidade no mundo
que teve desde a Rio-
AMÉRICO DE CAMPOS (1875-1884)
FRANCISCO RANGEL PESTANA (1875-1890)
JULIO MESQUITA (1885-1927)
JULIO DE MESQUITA FILHO (1915-1969)
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