Valor Econômico (2020-06-09)

(Antfer) #1

JornalValor--- Página 4 da edição"09/06/20201a CADB" ---- Impressa por cgbarbosaàs 08/06/2020@20:19:


B4|Valor|Te rça-feira, 9 dejunhode 2020

Empresas|Indústria


IMPACTOSDO


CORONAVÍRUS


ConstruçãoIncorporadoradeorigemespanholapostergoupartedosprojetospara


Grupo Lar mantém sua meta de

entrar em São Paulo neste ano

Carlini,presidentedoGrupoLarBrasil,dizquecontroladoresespanhóisapostamnaestratégiadediversificação

DIVULGAÇÃO

Chiara Quintão
DeSãoPaulo

OGrupoLar, de origem espa-
nhola,estámantendoseuplanode
começar a incorporarempreendi-
mentos residenciais dos padrões
médio e médio-alto, na cidade de
SãoPaulo,apartirde2020,masde-
cidiu, em função da pandemiade
covid-19,postergarpara o próxi-
mo anoparte dos lançamentos
previstos. Além de deixar para
2021 ametadeserumaincorpora-
doraque apresenta, anualmente,
ValorGeraldeVendas(VGV)de
R$500milhõesaR$700milhões,a
empresatemrevisadoprojetospa-
ra se adequar às novas necessida-
desdoconsumidorquevieramà
tonacomoisolamentosocial.
Antesda crise,a intençãoera
dar início, nestemês,aos lança-
mentos no maiormercado imo-
biliáriodo país. Comarevisãoda
estratégia, um projetoserá apre-
sentadoem outubroe outro,em
novembro,chegandoao totalde
R$150milhõesaR$200milhões.
Segundoopresidente do Grupo
Lar Brasil, Guilherme Carlini, os
controladores espanhóis apostam
na estratégia de diversificaçãoe
acreditamque ocrescimentodo
segmento residencial ocorreráa
partir dos mercadosemergentes.
O grupo está presente também na
Polônia, no México eno Peru. “Nos
pioresanos da última crise do Bra-
sil, foram lançadas evendidas
mil unidades na cidade de São
Paulo.Issoémaisdoqueéfeitoem
um ano bom em Madri, Varsóvia e
naCidadedoMéxico”, compara.
De acordocom Carlini, há cons-

tantetroca de informações entre
todasas operações do Grupo Lar e
não somente com amatriz. A in-
tenção é que e esse intercâmbio
cultural e adiversidadedo grupo
estejamrepresentadonos empre-
endimentos e que os produtos de-
senvolvidos sejam “viáveis para
qualquer capitaldo mundo”. É ne-
cessário que as unidades tenham
plantasflexíveis parapermitir di-
ferentes usos. “Imóveissão ativos
de longoprazo. Um apartamento
de dois dormitórios precisa poder
se transformar em unidadedeum
dormitório se o filho for viver em
outrolugar”, afirmaoexecutivo.
Segundoo presidentedo Gru-
po Lar Brasil,o incorporadortem
de ser um “pensador urbano”
conscientenãosódanecessidade
da moradiaatualdo comprador,
masda possibilidadede haver
“váriasvidasnoproduto”.
Commaispessoastrabalhan-
do em casa por causada pande-
mia de coronavírus,aincorpora-
dora estárevisando seusprojetos
paraque as áreasinternaspos-
samserutilizadastantoparamo-
radiae quantopara trabalhoeas
externas possibilitem recebi-
mentode produtos sem contato
físico. “A flexibilidadenos ajuda
a pensare desenvolverprodutos
paraanovarealidade”, diz.Oexe-
cutivoressaltaque “SãoPaulo é
umacidadeabertaaonovo”.
A incorporadora desenvolve
projetoscomunidadesde dois
dormitórioscomaté 40 metros
quadrados e apartamentos de
dois ou três dormitóriosapartir
de60metrosquadrados.
OGrupoLar Brasil tem banco
de terrenos que correspondeao
VGV potencial de quase R$ 1,5 bi-
lhão —metade na capital paulista
emetadeno interior do estado.A
empresa atua comoincorporado-

Moura


Dubeux dá


prioridade


a seu caixa


MarinaFa lcão
DoRecife

Maiorincorporadorado Nor-
deste,a MouraDubeuxestá prio-
rizandoapreservaçãodo seu cai-
xacomvendadeestoqueseredu-
ção de despesas, enquantoanali-
sa oambiente de negócios para
voltarafazerlançamentos.Ao
Valor, o presidenteda compa-
nhia,DiegoVillar, disseque so-
menteno próximoano a deman-
da do setorimobiliáriodevevol-
taraosníveisdoanopassado.
Para Villar, o mercado imobi-
liáriodispõehoje de crédito eta-
xas ejuros atrativas,mas arecu-
peraçãodo setor, no pós-pande-
miadecovid-19,vaidependerdo
tamanhodo impactoda crise so-
bre oemprego. “Temos um gran-
de déficithabitacional e um se-
tor com demandareprimidade
duascrises,mas éprecisoainda
umaretomada da confiançado
consumidor”, disseoexecutivo.
A MouraDubeuxanunciou,
ontem,que retomouatividades
nos canteirosde obraem Per-
nambucoe no Ceará—estados
que concentram 70% do negócio
da empresaeonde os canteiros
estavamparalisadosdesdeofi-
nal de marçopor contada pan-
demia.Nos outrosdois estados
em que a incorporadora atua —
Bahiae Alagoas —não houvepa-
ralisaçãodas obras.
Todas os 21 canteiros da incor-
poradorajáestão funcionando,
mas em Pernambuco,sede da
MouraDubeux, aretomada ain-
da não éde 100%.Até omomen-
to, o governodo Estadosó auto-
rizoua voltadas atividades na
construçãocivil com 50% da ca-
pacidade.“Nãotemosaindaada-
ta cravada de retomada total,
mas estamosconfiantesde que
será aindana primeira quinzena
dejunho”,afirmouoexecutivo.
A paralisaçãodas obrasdeve
terforteimpactosobreobalanço
do segundo trimestre da compa-
nhia,já que acontabilizaçãode
receitasnosegmentodeconstru-
çãoéfeitaproporcionalmenteao
avançodas obras. “Apesar de não
termostido quebrade carteirae
de ter dinheiroentrandona em-
presa,o impactona receitase
concentra no segundotrimes-
tre”,disseoexecutivo.
Do lado positivo,Villar ressal-
tou que não houve incremento
significativodos distratos, pois a
incorporadoraoptoupor rene-
gociação e parcelamentos das
intercaladas de algunsclientes
previstaspara junho.
Para retomar as atividadesem
Pernambuco,aMouraDubeux
adotouumasériede cuidados
comos trabalhadores comose-
gregaçãono horáriode chegada,
controlede acessoaos vestiários
erefeitórios,alémda afastamen-
to do grupode riscodas ativida-
des,deacordocomoexecutivo.
SegundoVillar, a empresa não
demitiufuncionáriosduranteos
mesesde paralisaçãodas ativida-
des e não pretendefazerajustes
no quadro de pessoal. “Estamos
mantendoo foco na retomada”,
disse. Aincorporadoracaptou
R$ 1,25 bilhãoem oferta pública
inicialdeações(IPO)noiníciodo
ano.Villar diz que acompanhia
estáem uma posiçãoconfortável
de caixaenão pretendeacessar,
porora,omercadodedívida.
Alémdeincorporaçãoimobiliá-
ria,acompanhiaatuaemadminis-
traçãodeobrasecondomínios.

Petrobras reduzem31%perdas comfurtode combustíveis


AndréRamalho
DoRio

APetrobras conseguiureduzir
em 31% as perdasde óleo brutoe
derivadospor furtosnos dutos
da companhia em 2019, após
lançar o Programa Integradode
Proteção de Dutos(Pró-Dutos),
em junhode 2019.Aestatal in-
formou aindaque vem manten-
do atendênciade reduçãodos
volumesperdidosao longode


  1. No primeiro semestre,
    houveuma reduçãode maisde
    30% na médiamensalde perdas


emrelaçãoa2019.
Ao todo, 7,4 milhões de litros
deixaramde ser perdidosemra-
zão dos crimes, no ano passado. O
número de ocorrênciasde furtos
tem se mantido elevado nos dutos
da Transpetro, subsidiária da Pe-
trobras que operaa infraestrutu-
ra, embora tenhahavidouma
quedade 22% entre2018 e
nos casos, de 261 para203.Em
2020, o númeroacumulado até
maioéde 101 ocorrências.Oob-
jetivoda estatal é reduzir em 75%
a incidência desse crimeaté o fim
de 2021 eeliminar as derivações

clandestinas“num futuro breve”,
por meiode ações integradas com
Estados e governofederal.
A petroleira destacouque, para
reduzir os casos, instalou maisde
uma centena de sistemas de moni-
toramento ao longo da malhade
dutosparaaperfeiçoarapercep-
ção e localização de furtos. Além
disso, em abril, acompanhia ini-
ciou aoperação de uma novarota
de transporte por dutos de gás li-
quefeito de petróleo (GLP),produ-
to altamente inflamável que dei-
xou de ser transportado por áreas
densamentepovoadas na Região

Metropolitana de São Paulo para
percorrer o trajetopela periferia
donúcleourbano.
A realidade brasileiraainda está
distante daquelavivenciada em
paísesonde ofurto de combustí-
veis é maiscrítico, comoNigéria e
México, mas preocupa pela escala-
da das ocorrências nos últimos
anos, sobretudo desde2017, e pe-
losriscosassociadosaocrime.
A técnicautilizadapelos crimi-
nosos,para ofurto éoda trepana-
ção—instalaçãodeumaderivação
clandestina na tubulação perfura-
da sem que haja a necessidadede

fechar o abastecimentodo produ-
to e que envolve um alto risco de
vazamentodeprodutosaltamente
inflamáveis. Em maiode 2019, por
exemplo,morreu, em Duquede
Caxias (RJ), Ana Cristina Pacheco
Luciano, menina de nove anos de
idade que teve 80%do corpoquei-
madoao cair em uma poça de ga-
solina depois de um vazamento
oriundo de uma tentativa de rou-
bo de combustível. Investigadores
têm se dedicado aapuraraté que
pontogruposmilicianos da Baixa-
da Fluminense estão envolvidos
nofurtoemoleodutosnaregião.

Curta


CSNrenegociadívida
A CompanhiaSiderúrgicaNa-
cional(CSN)concluiuontemas
negociaçõesde reperfilamento
de dívidascom a CaixaEconô-
micaFederal(CEF),no montan-
te aproximadode R$ 300 mi-
lhões,cujosvencimentos ocorre-
riamentrejunho e setembro. Se-
gundoa empresa,o montante
negociado terá seu novovenci-
mentode principal distribuído
entre 2021 e 2024,sujeitoao
cumprimentode certascondi-
ções pré-acordadas.

MSD entra na corrida para


tratamento contra a covid


AnaPaulaMachado
DeSãoPaulo

A farmacêutica americana
MSDentrana corrida parauma
solução paraa pandemiade co-
vid-19. A empresatem três fren-
tes de pesquisasendoduasvaci-
naseummedicamentoantiviral.
Adiretoraexecutivadacom-
panhia no Brasil, MárciaAbadi,
explicouque uma das iniciativas
paraa produçãode umavacina
está sendorealizada em colabo-
raçãocom aIAVI, organizaçãode
pesquisa científicasem fins lu-
crativos. Já a outraé um acordo
deparceriacomaRidgebackBio-
therapeutics LP,uma empresade
biotecnologia de capital fecha-
do,para acelerar os estudosso-
bre o EIDD-2801, um candidato
antiviraldisponívelporviaoral.
“Esse medicamento poderá
bloqueara reprodução do vírus
em um estágiomais precoceda
doença. O esforçoque se tem fei-
to é enorme em termosde cola-
boraçãoentreas empresas.Por
isso a OMS(OrganizaçãoMun-
dial da Saúde) estáenvolvida
nessasiniciativas e promovendo
parceira na área de saúdecomo
nunca vimos na vida.”
Alémdessas parcerias parao
desenvolvimentodeumantiviral

euma vacina,aMSD também
anunciouaaquisiçãoda empre-
sa ThemisBioscience, que se con-
centraemvacinaseterapiasimu-
nológicas para doençasinfeccio-
sas e câncerecom quemestá de-
senvolvendooutropossível imu-
nizante contra onovo coronaví-
rus, usandoumacepaenfraque-
cidadovírusdosarampo.
“Ainda não definimos em quais
países os estudosclínicos serão
realizados.Mas, acreditamos que
as vacinasjá irãoparaensaiosem
humanos nos próximos meses”,
disse. Segundo ela, a companhia
aumentouos investimentosnessa
área paraencontrar umasolução
viávelparaapandemia.
“O que temospor enquantoé
anunciode estudosclínicosdes-
sasiniciativasequedevemcome-
çar nesseano.Noantiviraljá te-
mos aindicaçãode que éseguro
o que vamosfazeré a comprova-
ção de que éeficazcomos en-
saios.As três as iniciativas terãoo
iníciodos testesem humanoses-
teano”, disseaexecutiva.
De2019a2023,aMSDdevein-
vestirUS$ 19 bilhõesem pesqui-
sa e desenvolvimento. “As pes-
quisasclínicasemoncologia,va-
cina eanti-infecciosos não para-
ram por causados esforçospara
encontrarumasoluçãoparaaco-

vid-19. Estamos adicionando
uma via a maisentendendo a ur-
gênciamundial”,afirmou.
De acordocoma companhia,
desdeos primeiros dias da pande-
mia, aMSD está envolvida em pes-
quisaspróprias e em discussões
com outras academias, contri-
buindo coma nossa experiência
científica, e buscando encontrar
soluçõescontraanovadoença.
“Devido à necessidade urgente,
esses esforços se tornaramuma
das prioridades da companhia,e
estamos investindo adequada-
mente. A MSDpossui grande ex-
pertise e recursospara avançarem
diversos programasde desenvol-
vimento contra ocoronavírus”, in-
formou a companhia.
Apesar da urgênciamundial, a
companhia informouque as pes-
quisasem outras áreas não para-
ram,principalmenteestudosde
tratamentosparaoncologia,novas
vacinas e áreas que necessitem
atenção contínua em saúde. “As
pessoas não se preocupam com
outrasdoenças.E isso podecausar
problemasdesaúdepúblicanofu-
turo.Além das vacinas para covid,
estamos preparando o lançamen-
to de vacinas pneumocócica, que
podem ser usadas no público
adulto e em crianças,diminuindo
MárciaAbadi,diretora daMSD, dizqueostestes devem serfeitosesteano aincidênciadegravesdoenças.”

DIVULGAÇÃO

ra pura,sem construçãoprópria.
Parte dos recursos paradesenvol-
vimentodeprojetos vem da Espa-
nha, eoutra parcela será origina-
da de parcerias, em fase de fecha-
mento, com fundos locais.
Presenteno Brasildesde2010,
o GrupoLar começoua operar
em Jundiaí(SP) e, no ano passa-
do,lançouum empreendimento
emCampinas(SP).Nopaís,os
lançamentosrealizados, desde
então, somamR$ 750 milhões,
comquase2milunidades.
Comapiora da economia, em

2015,aincorporadoradecidiufi-
car em compasso de esperano
país.Em 2018,começoua se or-
ganizarpara entrarna cidadede
São Paulo ecrescer. Foiquando
contratouparaseu conselhode
administração, no país, Odair
Senra,entãoconselheiroda Gafi-
sa, eFábioNogueira,fundador
da BrazilianFinance& Real Esta-
te(BFRE).Emmarçodoanopas-
sado, Carlini,ex-diretorexecuti-
vo de incorporação da Gafisa,as-
sumiuadireçãogeralda empre-
sa, no país,e umavagano cole-

giado.Osespanhóistêmdoisdos
cincoassentosdoconselho.
No ano passado, oGrupo Lar
tinhasob gestão3,8 bilhõesde
eurosde ativos,sendometadena
Europaemetadenas Américas.
Do total,osegmento residencial
respondepor 55%,eorestante
está distribuídoem imóveis para
varejoelogística. OBrasilcon-
centra8%dototaldeativose21%
do segmentoresidencial.A ex-
pectativaéque opaís detenha,
futuramente, fatia próxima a
50%dosativosresidenciais.

By_Lu*Ch@QuE

By_Lu*Ch@Qu£

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