O Estado de São Paulo (2020-06-10)

(Antfer) #1

| São Paulo, 10 de junho de 2020 4


Este material é produzido pelo Media Lab Estadão.

EMBAIXADOR DA MOBILIDADE


Motorista de aplicativo,


esta conversa é com você


C


om as restrições de mobilidade

impostas pela covid-19, as loca-

ções de carros para motoristas

que usam Uber, 99 e Cabify recuaram

em aproximadamente 80% em todo o

Brasil. Mas existe, em contrapartida,

um movimento das locadoras para

ssio- auxiliar a retomada desses profi

nais do volante entre seus principais

clientes de aluguel de automóveis.

Alguns reflexos importantes, em

virtude das medidas de afastamento

social para o combate à covid-19, já

foram sentidos pelas locadoras. En-

tre eles está exatamente a redução da

demanda por parte dos motoristas

que usam os aplicativos de transporte

para trabalhar, assim como a queda

na oferta de carros 0-km face à para-

lisação da produção das montadoras.

FACILIDADE PARA TER UM CARRO

Mesmo assim, o aluguel segue como a

ciente opção para que caz e efimais efi

os motoristas de aplicativos não per-

cam tempo nem dinheiro em diversas

situações, tais como licenciamento,

emplacamento, IPVA, busca e aquisi-

Para ler e

compartilhar

esta matéria no

digital, acesse:

é presidente do Conselho NacionalPaulo Miguel Junior

da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla)

NA LOCAÇÃO, O MOTORISTA


TAMBÉM NÃO PRECISA GASTAR


QUANTIA ELEVADA DE UMA


VEZ PARA DAR ENTRADA OU


COMPRAR O CARRO À VISTA.


ção de peças de reposição e com paga-

mentos de mecânicos. Quando usam

carros alugados, essas e outras despe-

cam na conta da locadora. sas já fi

Na locação, o motorista também

não precisa gastar quantia elevada de

uma vez para dar entrada ou comprar

o carro à vista, na comparação com

o dinheiro necessário para alugar. E,

ainda, escapa da depreciação que esse

automóvel sofrerá lá na frente, no mo-

mento de ser vendido como seminovo.

A VOLTA DO NOVO NORMAL

Trata-se de ter rapidamente disponí-

vel um veículo em perfeitas condições

para trabalhar, sem ter de arcar com o

prejuízo no momento de passar esse

carro adiante. E se o carro alugado

quebrar? Nesse caso, existe o veículo

reserva incluído nos contratos de loca-

ção, o que garante a continuidade do

seu trabalho no caso de acidente, pane

mecânica ou mesmo pane elétrica.

É verdade que, com a paralisação

provocada pela pandemia, teremos

uma projeção de aumento na idade

média da frota alugada. Hoje, essa ida-

de média dos carros das locadoras gira

em torno de 15 meses, mas pode al-

cançar a faixa de 18 a 20 meses em um

período relativamente curto. Mesmo

assim, são automóveis que permane-

cerão dentro de um tempo de uso que

assegura o conforto e a sua segurança.

Mesmo antes da eclosão da co-

vid-19, a locação de automóveis já

havia atingido a marca de aproxima-

damente 200 mil motoristas de apli-

cativos atendidos em todo o País. Em

breve, quando os riscos à saúde pública

estiverem minimizados, a circulação

de pessoas deixar de ser restrita e a nor-

malidade do mercado for estabelecida,

são as locadoras que estarão lado a lado

com os motoristas de aplicativos.

Nossa parceria é fato positivo e con-

sumado para a mobilidade e para todas

as famílias que dependem do rendimen-

to desse serviço de transporte de passa-

geiros. São nos momentos de retração

que surgem os verdadeiros parceiros, já

que os benefícios de um relacionamento

de longo prazo ganham ainda mais sig-

cado em dias difíceis. Juntos com os nifi

motoristas, vamos superar essa crise.

Foto: Leandro Cagiano | Divulgação

O QUE ACONTECE NO MUNDO


Por Summit Mobilidade

D


e maior poluidora do mundo a

referência em pesquisa de energia

limpa e desenvolvimento de tec-

nologia sustentável: a trajetória recente

da China mostra que o país não só tem

driblado bem seus problemas de polui-

ção como também ganhou expertise

em sustentabilidade. Embora esse seja

o que cabe a qualquer local, é um desafi

fácil entender por que a nação asiática

precisou enfrentar a questão da mobili-

dade de forma urgente.

A cidade de Shenzhen exemplifi-

ca bem o compromisso em retomar o

modelo de desenvolvimento, melhorar

a qualidade de vida nas cidades e ven-

der outra imagem para o restante do

mundo. Em apenas dez anos, a cidade,

que era menor e mais poluída que São

Paulo, tornou elétrica toda sua frota de

Por que a China é referência


em mobilidade sustentável?


ônibus e táxis. A qualidade do ar, a di-

minuição no consumo de combustível e

a melhoria nas ilhas térmicas já podem

ser percebidas por lá.

BIKES COMPARTILHADAS

Para tratar de locomoção chinesa, faz

sentido começar pelas bicicletas. Assim

como na Holanda, esse é um sistema de

mobilidade bastante tradicional, embo-

culte sua ra o tamanho das cidades difi

utilização como alternativa exclusiva.

Em razão disso, a China tem dado aten-

ção às bikes compartilhadas, alugadas

via aplicativos. É possível somar esse

modal nos trajetos e contar com ele

para chegar até um ponto de ônibus ou

metrô ou após descer dele. Além disso,

como as bicicletas chinesas são elétricas,

a solução se encaixa em deslocamentos

maiores, uma vez que atingem até 25

quilômetros e não cansam o usuário.

Outra medida importante que segue

ganhando adesão massiva é o carro elé-

trico, que tem ampliado seu mercado

tanto em táxis quanto em veículos par-

ticulares. Isso ocorre graças à isenção

de impostos e aos investimentos no de-

senvolvimento de novas tecnologias, o

que permite uma demanda maior pelos

nal. serviços e o barateamento do custo fi

MENOS POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA

Mas os principais ganhos vêm dos veícu-

los maiores: ônibus. Embora boa parte

das cidades chinesas tenha metrôs mo-

vidos a eletricidade e que não impactam

cial, esse é um mo-a malha viária superfi

dal com alto custo de implantação, por

isso é frequente que os ônibus de trân-

sito rápido (BRT) sejam preferidos. O

modelo já é adotado em Pequim, capital

do país, e em Guangzhou, que ganhou

o Prêmio de Transporte Sustentável e o

Prêmio Lighthouse da Organização das

Nações Unidas (ONU).

car O plano passa, agora, por eletrifi

os BRTs. A tendência é que toneladas de

dióxido de carbono deixem de ser emi-

tidas, o que vai melhorar a qualidade do

ar e a saúde da população e diminuirá

gastos com combustíveis fósseis, tornan-

do o transporte coletivo menos suscetí-

vel às contínuas crises do petróleo.

Por décadas, a China teve crescimen-

to excepcional e um modelo produtivo

pouco atento à questão ambiental. Pa-

radoxalmente, foi o desenvolvimento

econômico promovido por essa dinâmi-

ca que permitiu ao país fazer os investi-

mentos necessários para iniciar a subs-

tituição de uma economia agressiva em

termos ambientais, sociais e econômicos

por uma economia capaz de empregar

saídas mais sustentáveis.

Fontes: BBC, ONU, Diálogo Chino

Observar a dinâmica da mobilidade no país asiático pode ensinar várias lições sobre


como avançar no transporte urbano de forma mais limpa, funcional e econômica


Para ler esta

matéria na

íntegra, acesse:

Inscreva-se no

Summit Mobilidade

2020, que será

realizado em

12 de agosto:


summitmobilidade.

estadao.com.br

Entre a tradição

e a modernidade,

a China tem

ganhado destaque

em soluções de

mobilidade urbana,

como o uso de bikes

compartilhadas

e ônibus elétricos

Fotos: Shutterstock

%HermesFileInfo:E-5:20200610:
Free download pdf