O Estado de São Paulo (2020-06-13)

(Antfer) #1

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O ESTADO DE S. PAULO SÁBADO, 13 DE JUNHO DE 2020 Economia B3


ALERTA: SITES FALSOS


Considerando o crescente surgimento de sites falsos de venda de veículos por leilões públicos, lesando compradores
de boa-fé, vimos a público esclarecer e alertar que a SODRÉ SANTORO, por seus leiloeiros oficiais:


CUIDADO: sites falsos são criados diariamente e alguns, de alguma forma, fazem referência à SODRÉ SANTORO
com o intuito de apropriarem-se da credibilidade de quem está há mais de 41 anos no mercado de leilões, como
por exemplo: “gruposantoroleilões.com”, “sodreleilões.com”, “santoroleilões.com”, “sodrefreitasleilões.com”,
além de outros como “globalauctionleilões.com”, que trata de uma empresa organizadora de leilões.
Observe que em todos esses casos não é utilizada a extensão “.br”. Todavia, mais recentemente surgiu o site
“leiloessodresantoro.com.br” que, inclusive, tenta copiar o layout de nosso site.

NÃO SE DEIXE ENGANAR:


  • A SODRÉ SANTORO somente realiza a venda de veículos por meio de leilão público. Não há venda
    “direta”, nem por atuação de intermediários;

  • Todos os nossos leilões de veículos são transmitidos “ao vivo” pela internet, por som e imagem e
    apregoados pelo leiloeiro, inclusive no atual período de pandemia pela COVID-19;

  • Em nenhuma hipótese recebemos pagamentos por meio de depósitos em conta corrente. Os
    pagamentos dos lotes e comissão do leiloeiro são feitos por meio de boleto bancário, cujo favorecido
    é exclusivamente o leiloeiro;

  • Não realizamos atendimento via “WhatsApp”. Nossos canais de comunicação estão relacionados em
    nosso site.


Seja cauteloso e evite prejuízos. A SODRÉ SANTORO, por seus leiloeiros, já vem tomando as medidas necessárias
para conter a proliferação desses sites falsos de leilão.

SODRÉ SANTORO - Bons negócios você encontra somente em
WWW.SODRESANTORO.COM.BR

Luiz Fernando de Abreu Sodré Santoro, Jucesp 192; José Eduardo de Abreu Sodré Santoro, Jucesp 195;
Moacir de Santi, Jucesp 315; Flavio Cunha Sodré Santoro, Jucesp 581; Otavio Lauro Sodré Santoro, Jucesp 607;
Mariana Lauro Sodré Santoro Batochio, Jucesp 641; Carolina Lauro Sodré Santoro, Jucesp 758.

A escalada dos calotes por con-
ta da crise gerada pela pande-
mia deve fazer com que os gran-
des bancos, participantes já co-
nhecidos do mercado de NPL –
crédito em situação de inadim-
plência, na sigla em inglês – de-
sovem volumes ainda maiores.
O impacto imediato, porém, foi
de paralisação. O Santander
Brasil, por exemplo, recolheu
uma carteira de empréstimos
vencidos da ordem de R$ 2,5 bi-
lhões que já tinha colocado à
venda, de acordo com três fon-
tes, na condição de anonimato.
Foram mantidas apenas nego-
ciações que já estavam em anda-
mento, como no caso de opera-
ções feitas pelo Bradesco e Itaú
Unibanco no primeiro trimes-
tre. Também há espaço para


vendas de ativos que estão des-
colados do assunto covid-19.
Neste momento, o gaúcho Agi-
bank e ainda o Digio, de Brades-
co e Banco do Brasil, negociam
operações com valor somado
de cerca de R$ 700 milhões.
Os próximos meses, contu-
do, devem ser de poucos negó-
cios para o mercado distressed,
que investe em ativos proble-
máticos, de acordo com executi-
vos ouvidos pelo Estadão/Broad-
cast. A retomada do mercado de
venda de carteiras deve ocor-
rer, contudo, mais para o fim do
ano, quando as instituições fi-
nanceiras terão mais clareza

dos estragos da crise. Agora, os
créditos começam a ficar ina-
dimplentes para depois de al-
guns meses serem empacota-
dos e oferecidos ao mercado.
“Os bancos terão de abrir es-
paço na gestão de créditos ven-
cidos para operações mais no-
vas, com maior chance de recu-
peração”, avalia um especialis-
ta neste mercado, que prefere
não ter seu nome revelado.
Segundo essa fonte, outros re-
flexos da crise como a diminui-
ção dos índices de capital e dos
níveis de rentabilidade tam-
bém devem estimular os ban-
cos a venderem um maior volu-
me de créditos vencidos e não
pagos.
É aí que os investidores que
compram essas carteiras en-
tram. “A atuação dos investido-
res distressed, focados em ativos
com dificuldade, vai ser comple-
mentar à das plataformas de co-
brança e recuperação dos ban-
cos”, diz o sócio da plataforma
de investimentos alternativos
Jive, Guilherme Ferreira.

Por ora, o que pode aparecer
no mercado – a despeito da para-
lisação por conta da pandemia –
são transações que envolvem
os chamados single names, ou se-
ja, créditos de uma única empre-
sa. Neste mercado, com foco ex-
clusivo em créditos corporati-

vos, são esperados instituições
tradicionais como Itaú, Brades-
co e Banco do Brasil. “Há muita
procura. Estamos abertos a ne-
gociação, mas depende do pre-
ço”, diz o diretor de um grande
banco.
O fator preço foi o que afas-

tou os bancos das mesas de ne-
gociações. Com a deterioração
do cenário econômico, a recupe-
ração do crédito ficou mais di-
fícil e isso conta no prêmio que
os investidores estão dispostos
a pagar pelo ativo. Ferreira, da
Jive, diz que a gestora, especiali-
zada em NPL, suspendeu as
ofertas não vinculantes que ti-
nha feito por conta da pande-
mia para rever suas premissas.
Do lado da venda de créditos
pessoa física, transações que já
estavam encaminhadas antes
da pandemia devem ser concluí-
das. É o caso do Digio e do Agi-
bank, que haviam acessado o
mercado no ano passado. Em
ambos os casos, os emprésti-
mos ofertados não têm relação
com a covid-19.
De acordo com o presidente
do Digio, Carlos Neves, o banco
tem vendido carteiras por con-
ta da sua mudança de estraté-
gia, com foco no digital. “Não
tem nada a ver com a covid-19.
São carteiras que foram origina-
das no mundo físico, mas a gen-
te tem intenção de estruturar
nossa operação 100% no digi-
tal”, justifica, em entrevista ao
Estadão/Broadcast. /A.B.

Aline Bronzati


A pandemia do novo corona-
vírus vai ser o primeiro gran-
de teste das áreas de recupe-
ração de créditos vencidos
nos grandes bancos de varejo
no Brasil. Desde a Operação
Lava Jato, os pesos-pesados
do setor financeiro se volta-
ram a essas operações, deixa-
das de lado por anos. Enquan-
to o Itaú Unibanco aprovei-
tou a crise do BTG Pactual pa-
ra arrematar a Recovery, o
Santander comprou a gesto-
ra Ipanema, atual Return.
Mais recentemente, o Brades-
co adquiriu o controle da
RCB Investimentos.
Com o aumento da inadim-
plência esperado por causa da
pandemia, as áreas de cobrança
estruturadas nos últimos anos
a partir de aquisições serão co-
locadas à prova. “Todas essas
empresas já viveram períodos
turbulentos, mas, agora, pela
primeira vez em uma grande cri-
se, estão incorporadas aos ban-
cos”, explica o sócio da platafor-
ma de investimentos alternati-
vos Jive, Guilherme Ferreira.
A situação de fragilidade eco-
nômica causada pelas medidas
de isolamento social já começa
a se refletir na recuperação do
crédito, que ficou mais difícil. E
deve piorar mais, conforme exe-
cutivos ouvidos pelo Esta-
dão/Broadcast.
As carências concedidas pa-
ra as dívidas em dia em meio à
pandemia, nas palavras de um
vice-presidente de um grande
banco, somente “achatam” a
curva da inadimplência que vai
elevar a quantidade de em-
préstimos vencidos. “Nesse
momento, as áreas de recupera-
ção de crédito têm um papel su-
per importante, principalmen-
te, nos créditos com atraso lon-
go. São uma extensão do braço
de cobrança dos bancos”, diz o
presidente da Recovery, Wag-
ner Sanches.


Prazos. Ao “atacar” o bolso
dos brasileiros de forma genera-
lizada, a crise gerada pela pan-
demia dificultou a recuperação
de crédito em abril e fez a Reco-
very flexibilizar as condições
de pagamento aos devedores.
Além de aumentar a carência,
que passou de 30 para 60 dias,
os descontos foram ampliados,
segundo Sanches. Se antes iam,
no máximo, a 85% da dívida, na


pandemia, a redução foi até
95% nos casos mais graves.
Pensando no cenário pós-co-
vid, o Itaú Unibanco decidiu re-
forçar sua estrutura e anunciou
essa semana a criação de uma
nova diretoria executiva que
vai focar e consolidar as áreas
de crédito e cobrança, até então
segmentadas no banco. A estru-
tura ficará sob o comando de
Marcos Magalhães, até então
responsável pela Rede, de ma-
quininhas. “A pandemia nos
trouxe o desafio de readequar
as nossas prioridades”, diz o di-

retor-geral de Varejo do Itaú,
Márcio Schettini.
O Bradesco tem avançado no
trabalho de recuperação de
crédito com apoio da RCB In-
vestimentos. Ao que tudo indi-
ca, o banco deve exercer sua op-
ção de compra, já prevista em
contrato – mas que ainda deve
levar alguns anos, para arrema-
tar os outros 35% do negócio,
de acordo com duas fontes, na
condição de anonimato. Procu-
rado, o banco não comenta.
Na contramão dos competi-
dores privados, o Banco do Bra-

sil segue em busca de um sócio
para o seu negócio de cobrança
e recuperação de crédito. Cria-
da há mais de dez anos, a Ativos
foi inserida na agenda de desin-
vestimentos da gestão atual, co-
mandada por Rubem Novaes,
na esteira da desova de patrimô-
nio público no governo Bolsona-
ro. A pandemia, contudo, atrapa-

lhou o cronograma e paralisou
os processos em andamento.
Os bancos reforçaram suas
estruturas de cobrança depois
da última crise, quando o crédi-
to minguou e os empréstimos
em atraso passaram a ser olha-
dos com mais atenção. Depois
de bater o pico na Lava Jato,
em 2016, o estoque de dívidas
em aberto nas mãos dos cinco
maiores bancos brasileiros vol-
tou a subir no ano passado, que-
brando a trajetória de dois
anos de queda. O volume era
de mais de R$ 90 bilhões ao fim
de 2019, considerando em-
préstimos vencidos e não pa-
gos há mais de 90 dias a 180
dias, conforme mostram os ba-
lanços consolidados dessas ins-
tituições.
Diante de tamanho estoque,
os bancos brasileiros começa-
ram, então, a colocar em práti-
ca uma visão já madura nos mer-
cados externos, de que a recupe-
ração faz parte do ciclo do crédi-
to e, portanto, dos negócios des-
sas instituições. “Em algum mo-
mento, as estruturas têm de
conversar. Nem todo o crédito
concedido vai dar certo. A co-
brança e recuperação ajuda a re-
troalimentar o processo”, resu-
me o vice-presidente de um
grande banco.

PANDEMIA DO CORONAVÍRUS


lDifícil recuperação

Mercado de venda de dívidas vencidas deve sofrer paralisia


lCorrendo atrás

Volume total de


endividamento


deve crescer


Pandemia acelera locação de caminhões. Pág. B4}


SANTANDER - 13/7/2019

Aposta é que mesmo


instituições acostumadas


à volatilidade devem


esperar para avaliar


melhor ‘estrago’ da crise


“A atuação dos investidores
distressed, focados em ativos
com dificuldade, vai ser
complementar à das
plataformas de cobrança e
recuperação dos bancos.”
Guilherme Ferreira
SÓCIO DA JIVE

Espera. Santander recolheu carteira de dívida posta à venda

R$ 90 bi
era o estoque de dívidas em
poder dos bancos em 2019,
considerados empréstimos
com atrasos de pagamento
entre 90 e 180 dias

● Estoque de dívidas em atraso nos grandes bancos*

EM ALTA

INFOGRÁFICO/ESTADÃO

* CRÉDITOS INADIMPLIDOS (NPL, NA SIGLA EM INGLÊS) ENTRE 90 E 180 DIAS
FONTE: BALANÇOS DAS INSTITUIÇÕES

EM BILHÕES DE REAIS

2014 2015 2016 2017 2018 2019

70,149 88,965 99,120 99,240 81,944 90,415

17,351

7,624

21,525

7,823 8,734 11,133 11,989 11,937

20,346 18,603
18,470 21,201

15,488 24,105

20,419 15,892
15,141 15,054

15,929 19,434

28,324 23,168 18,660 19,963

13,758 16,079 21,297 23,444 17,685 22,259

BB BRADESCO CEF ITAÚ SANTANDER

TOTAL

Crise da covid vai


testar as áreas de


cobrança de bancos


Instituições adquiriram empresas de recuperação de crédito após


a Lava Jato e devem ter muito trabalho após o pico da pandemia


A inadimplência que virá a rebo-
que da turbulência econômica
gerada pela pandemia do coro-
navírus deve fazer com que os
estoques de empréstimos ina-
dimplidos cresçam ao longo de
2020, de acordo com fontes do
mercado financeiro.
Para se ter uma ideia, somen-
te considerados operações com
atrasos acima de 180 dias, execu-
tivos do setor ouvidos pelo Esta-
dão/Broadcast estimam um volu-
me existente entre R$ 500 bi-
lhões e R$ 700 bilhões, incluin-
do aquelas operações que estão
há anos em discussão na Justi-
ça. Boa parte dessas dívidas já
foi excluída dos balanços dos
bancos – movimento que é cha-
mado de “write-off” no jargão
do mercado.
Como atingiu a todos os seto-
res, de forma generalizada, o
Produto Interno Bruto (PIB)
brasileiro podendo encolher de
6% a 9, neste ano, dependendo
da extensão do problema sanitá-
rio. A partir desse cenário deso-
lador, a expectativa de institui-
ções financeiras é de que a onda
de calotes que está a caminho
possa ser maior do que a vista
em crises anteriores.

Balanço parcial. Uma amostra
do que está por vir veio nos ba-
lanços jdo primeiro trimestre.
Os cinco maiores bancos eleva-
ram o gasto com provisões para
devedores duvidosos, as chama-
das PDDs, em 45% frente aos
três meses anteriores, para
mais de R$ 30 bilhões. / A.B.
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