O Estado de São Paulo (2020-06-16)

(Antfer) #1

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O ESTADO DE S. PAULO TERÇA-FEIRA, 16 DE JUNHO DE 2020 Economia B


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Douglas Gavras
Na avaliação de economistas
ouvidos pelo ‘Estadão’, a for-
ma descoordenada como o
Brasil vem lidando com a pan-
demia faz com que as medi-
das de distanciamento du-
rem mais e sejam menos efeti-
vas do que as soluções encon-
tradas por outros países, o
que vai prejudicar a recupera-
ção da economia brasileira.
Eles ressaltam que, embora
políticas importantes como a
implementação do auxílio
emergencial de até R$ 1.200 pa-
ra desempregados e informais
tenham sido acertadas, a falta
de organização levou uma mul-
tidão de brasileiros de baixa ren-
da a se aglomerar nas agências
da Caixa Econômica Federal,
prejudicando o isolamento.
Outras medidas, como as li-
nhas de crédito, sobretudo para
as empresas médias e menores,
não chegaram na ponta. Uma
pesquisa da Fundação Getulio
Vargas (FGV) e do Serviço Bra-
sileiro de Apoio às Micro e Pe-
quenas Empresas (Sebrae)
apontava que até o mês passa-
do, 38% dos empresários solici-
taram crédito. Desses, só 14%
receberam e 86% aguardavam
ou tiveram o pedido negado.
O balanço é que, na contra-
mão de outros países, o gover-
no federal coleciona uma série
de erros. Nos últimos meses, o
presidente Jair Bolsonaro che-
gou a subestimar a gravidade da
covid-19 e insistiu no isolamen-
to vertical. O governo alterou o
protocolo para a hidroxicloro-
quina e tentou mexer na divul-
gação do número de mortes.
O ex-presidente do Banco Na-
cional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES)
Luiz Carlos Mendonça de Bar-
ros lembra que o mundo inteiro
terá o grande desafio de se recu-
perar após o baque de 2020. “A
Alemanha, pela primeira vez na
história recente, vai reduzir o
imposto sobre o consumo, dar
um bônus de US$ 300 para as
famílias de baixa renda, socor-
rer empresas. É o caminho.”
Ele avalia que o governo brasi-
leiro precisa fazer um novo pa-
cote fiscal para acelerar a recu-
peração a partir do ano que
vem. “O problema aqui é que o
governo é uma bagunça. Mas é
preciso acenar com um projeto
de reconstrução para depois da
quarentena, dar esperança,
mostrar à sociedade que algo es-
tá sendo planejado.”
“Estamos há mais de 90 dias
sem sair de casa e a curva está
subindo. Na Espanha, foram 45
dias de lockdown total e eles co-
meçaram a reabrir em maio. Ou-
tros países que reabriram, co-
mo Portugal, chegaram a tran-
car fronteiras”, compara José
Luis Oreiro, professor da Uni-
versidade de Brasília (UnB).
Ele concorda que os sinais tro-
cados do governo vão atrapa-
lhar a recuperação, mas diz que
o País poderá se reerguer, desde
que a política econômica não
crie obstáculos para a volta da
demanda. “Se voltarmos a dis-
cutir austeridade fiscal, será ou-
tra década perdida. É preciso
uma política contracíclica.”
Já Marcel Balassiano, do Ins-
tituto Brasileiro de Economia
(Ibre), da FGV, defende que o
País volte a fazer reformas, para
crescer e gerar empregos sem
descuidar das contas públicas.
“Agora não há o que fazer, a dívi-
da vai subir. Mas depois, as re-
formas devem voltar à mesa.”
PANDEMIA DO CORONAVÍRUS
A crise da covid-19 será pior pa-
ra os brasileiros também quan-
do se compara com um outro
momento recente que abalou a
economia mundial: a crise de



  1. Se agora a expectativa é
    que 90% dos países analisados
    pelo Fundo Monetário Interna-
    cional (FMI) atravessem o ba-
    que melhor do que o Brasil, logo
    após 2008 eles eram pouco
    mais de um terço (35%).
    Naquela ocasião, o crédito
    fácil e a disseminação de investi-
    mentos “podres” fez estourar a
    pior crise mundial desde 1929.
    Um marco foi a falência do ban-
    co de investimentos Lehman
    Brothers, mas quem mais so-
    freu foi o trabalhador america-
    no, que empobreceu e viu o mer-
    cado imobiliário ruir.
    “Em poucos meses, o merca-


do de ações perdeu quase US$
10 trilhões. Quando o quarto
maior banco de investimentos


  • depois do Goldman Sachs, do
    Morgan Stanley e do Merrill
    Lynch – afundou, o crédito eva-
    porou e não havia nada que im-
    pedisse seus similares de seguir
    o mesmo caminho”, contou o
    jornalista Matthew A. Winkler,
    em artigo publicado no Esta-
    dão em 2018, quando a quebra
    do banco completou dez anos.
    Na época, o então presidente
    Luiz Inácio Lula da Silva disse
    que a crise tomava o mundo co-
    mo um tsunami, mas seria senti-
    da como uma marolinha no Bra-
    sil. O País respondeu com uma
    política de expansão do crédito
    e foi beneficiado pelo “boom
    das commodities”. A recessão
    viria na década seguinte.
    O Produto Interno Bruto
    (PIB) brasileiro ficou estagna-
    do em -0,1% em 2009 e cresceu
    7,5% no ano seguinte – uma alta
    de 3,6% no biênio 2009/2010. Is-
    so é bem acima da queda de
    1,3%, esperada para o biênio de
    2020 e 2021, na crise atual.


Mar revolto. Marcel Balassia-
no, do Instituto Brasileiro de
Economia, da Fundação Getu-
lio Vargas (Ibre/FGV), concor-
da que a crise de 2008 foi amor-
tecida no Brasil pelas commodi-
ties, enquanto outros emergen-

tes que dependiam da exporta-
ção de manufaturados, como o
México, sentiram o baque mais
profundamente.
“Agora, a incerteza é maior pa-
ra todos. Os países que estão
reabrindo suas economias, co-

mo a China e grande parte da
Europa, vão ser um espelho do
que vai acontecer no resto do
mundo nos próximos meses.
Mas tudo ainda é muito incerto
e os mercados temem uma se-
gunda onda de contágio.”

Para o economista da Univer-
sidade de Brasília (UnB) José
Luis Oreiro, o Brasil parece des-
colado da realidade internacio-
nal. “Isso se percebe desde o iní-
cio da crise atual, quando o mi-
nistro (da Economia) Paulo
Guedes queria continuar com a
discussão de austeridade fiscal,
durante um cenário totalmente
diferente, de pandemia.” Ao
comparar com os efeitos da cri-
se de 2008, ele avalia que a crise
atual será catastrófica do ponto
de vista do agravamento da desi-
gualdade de renda.
Pesquisadora do Peterson
Institute, nos Estados Unidos,
e colunista do Estadão, a econo-
mista Monica de Bolle já alerta-
va desde o início da pandemia
no Brasil que o País parecia não
compreender a gravidade da cri-
se e que as respostas do gover-
no eram lentas e insuficientes.
“Em uma crise tradicional, a
gente conhece as políticas eco-
nômicas necessárias para com-
batê-la. Em 2008, a resposta foi
dar estímulo monetário e fis-
cal.” Ela lembra que isso serviu
para apagar o incêndio na épo-
ca, mas na crise atual, que tem
origem fora da economia, o de-
safio é muito maior. / D.G.

lSem direção


Na avaliação de economistas, governo falha


ao dar sinais trocados no combate à covid-


PIB deve cair


6,51%, prevê


pesquisa Focus


Condução


oscilante


deve afetar


recuperação


Filas. Aglomerações na Caixa prejudicaram o isolamento

hALEX SILVA/ESTADÃO

BNDES aprova crédito de R$ 1,5 bi para a Embraer. Pág. B7 }

‘Marolinha’ brasileira de 2008 agora vai virar ‘ressaca’


ANDREW WINNING/REUTERS

●Como os países vão passar pela crise do coronavírus

MAIS QUE UMA GRIPEZINHA

Média da previsão de PIB em 2020 e 2021
EM PORCENTAGEM

China
Paraguai
Colômbia
Chile
Estados Unidos
Argentina

Alemanha
Brasil
Itália
Venezuela

5,
1,
0,
0,
-0,
-0,

-1,
-1,
-2,
-10,

0

FONTES: FMI E FOCUS, COM CÁLCULOS DO IBRE INFOGRÁFICO/ESTADÃO

Fabrício de Castro / BRASÍLIA

Os economistas do mercado fi-
nanceiro cortaram novamente
suas projeções para o PIB em


  1. A expectativa para a ativi-
    dade econômica este ano pas-
    sou de retração 6,48% para que-
    da de 6,51%. Para 2021, foi manti-
    da a projeção de crescimento
    do PIB de 3,50%.
    As projeções fazem parte do
    boletim de mercado conhecido
    como relatório Focus, divulga-
    do ontem Banco Central (BC).
    Os dados foram levantados na
    semana passada em pesquisa
    com mais de 100 instituições fi-
    nanceiras.
    No fim de maio, o IBGE infor-
    mou que o PIB recuou 1,5% no
    primeiro trimestre de 2020, an-
    te o quarto trimestre de 2019. O
    resultado do período ainda não
    foi totalmente afetado pelas me-
    didas de isolamento social para
    contar o avanço do coronaví-
    rus, que fecharam comércio e
    fábricas e derrubaram o consu-
    mo a partir da segunda metade
    de março.
    No dia 13 de maio, o governo
    brasileiro passou a estimar que-
    da de 4,7% para o PIB de 2020,
    tendo como base a perspectiva
    de que as medidas de distancia-
    mento social terminariam no
    fim do mês passado, o que não
    aconteceu.
    O Banco Mundial prevê uma
    queda de 5% no PIB brasileiro e
    o Fundo Monetário Internacio-
    nal (FMI) estima um tombo de
    5,3% em 2020.


Na crise internacional de


12 anos atrás, pouco


mais de um terço dos


países teve recuperação


melhor que a do Brasil


“O problema do Brasil é que
o governo é uma bagunça.
Mas é preciso acenar com
um projeto de reconstrução
para o pós-quarentena e dar
esperança à sociedade.”
Luiz Carlos Mendonça de Barros
EX-PRESIDENTE DO BNDES


Falência. Quebra do Lehman Brothers em 2008 empobreceu os trabalhadores americanos
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