O Estado de São Paulo (2020-06-17)

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O ESTADO DE S. PAULO QUARTA-FEIRA, 17 DE JUNHO DE 2020 Metrópole A


De Olho


no Mercado


Imobiliário


na Pandemia


Álvaro Coelho da Fonseca , presidente da
Coelho da Fonseca, Stefan Neuding , vice-
presidente da Stan Incorporadora, e Arthur
Casas, arquiteto fundador do Studio Arthur
Casas, são os convidados para a live “De Olho
no Mercado Imobiliário na Pandemia”.

quinta-feira
18 de junho,
às 19h

Realização

TRANSMISSÃO
AO VIVO
assista em:

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APRESENTA


Arthur Casas,
arquiteto fundador
do Studio Arthur
Casas

Stefan Neuding ,
vice-presidente
da Stan
Incorporadora

Álvaro Coelho
da Fonseca ,
presidente da
Coelho da Fonseca

É AMANHÃ


Apresentação João Faria

Sandy Oliveira
Vinícius Valfré / BRASÍLIA


Em novo recorde, o Brasil re-
gistrou 37.278 novos casos de
covid-19 nas últimas 24 ho-
ras. No mesmo período, o
País relatou 1.338 óbitos de-
correntes da doença. No to-
tal, há 45.456 vítimas, segun-
do dados do levantamento
realizado por
Estadão , G1, O
Globo, Extra, Folha e UOL
junto às secretarias esta-
duais de Saúde. O Brasil ain-
da ficou em último lugar em
uma pesquisa que mediu, em
53 países, como a população
avalia a reação dos respecti-
vos governos à pandemia.


Ontem, o Brasil atingiu a mar-
ca de 928.834 diagnósticos da
doença. No dia 31 de maio, o
País alcançou a marca de 500
mil casos de covid-19 e em me-
nos de 17 dias foram mais de 411
mil novas infecções. O balanço
de óbitos e casos é resultado da
parceria entre os jornalistas
dos seis meios de comunicação,
uma iniciativa inédita e uma res-
posta à decisão do governo Jair
Bolsonaro de restringir o aces-
so a dados sobre a pandemia –
mesmo após o recuo do gover-
no, o consórcio se mantém.
O Estado de São Paulo, que
desde o início é o epicentro da
doença, voltou a registrar um re-
corde do número de mortes por

coronavírus em um intervalo
de 24 horas. Foram 8.825 novos
casos de contaminação e 365
mortes, elevando o total para
181.460 e 10.767 respectivamen-
te. A elevação do número de óbi-
tos acontece em um momento
de flexibilização da quarente-
na. O Rio vem na sequência,
com 7.967 óbitos por covid-19 e
83.343 casos.
Em números absolutos, o Bra-
sil é, desde sexta-feira, o segun-
do país no mundo com mais
mortes por covid-19, atrás ape-
nas dos Estados Unidos, de
acordo com os números da Uni-
versidade Johns Hopkins atuali-
zados até 20 horas desta terça.
A Organização Pan-Americana

de Saúde (Opas), braço da Orga-
nização Mundial da Saúde
(OMS) nas Américas, disse nes-
ta terça-feira que não observa
desaceleração no Brasil e aler-
tou que a pandemia pode se es-
tender por um longo período na
região, caso as medidas de con-
tenção do vírus não sejam adota-
das ou intensificadas.

Pesquisa internacional. Para
apenas 34% dos brasileiros é
boa a resposta apresentada pe-
lo País, enquanto a média glo-
bal de satisfação ficou em 70%.
Esses resultados integram o
Índice de Percepção da Demo-
cracia - 2020, um amplo estudo
anual realizado pela empresa
alemã Dalia Research em parce-
ria com a Fundação Aliança pa-
ra as Democracias, uma organi-
zação sem fins lucrativos com
sede na Dinamarca.
A reação mais bem avaliada
foi a da China, onde 95% da po-
pulação consideram boas as res-
postas governamentais. A pes-
quisa não apontou grandes dis-
crepâncias nos níveis de satisfa-

ção manifestados por habitan-
tes de países democráticos e
não democráticos.
Outro ponto da pesquisa foi
medir a avaliação das pessoas
sobre o nível das medidas de res-
trição de circulação baixadas pe-
los governos. Para 60% dos en-
trevistados, o governo brasilei-
ro não faz o suficiente. As medi-
das estão no grau adequado pa-
ra outros 24%, enquanto 11%
acham que o governo exagera.
Ao todo, 124 mil pessoas res-
ponderam às questões apresen-
tadas de maneira diversificada
pela empresa por meio de sites
e aplicativos, entre 20 de abril e
3 de junho – entre 1 mil e 3,2 mil
pessoas de cada país.

Paola Carvalho / BOA VISTA
ESPECIAL PARA O ESTADO


A dona de casa Ana Késsia de
Lima, de 30 anos, começou a
sentir dores no peito após ser
diagnosticada com a covid-
no dia 11 de junho. Ela buscou
atendimento no Hospital Geral
de Roraima (HGR), em Boa Vis-
ta. Classificada como situação
de pouca urgência, Ana aguar-
dou duas horas pelo atendimen-


to. O profissional de saúde in-
formou que a falta de oxigênio
podia ser tratada em casa e a li-
berou. Mas o marido a levou pa-
ra uma clínica da rede privada.
Mesmo sem comorbidades,
houve piora e a dona de casa pre-
cisou ser entubada e internada
em Unidade de Terapia Intensi-
va (UTI). O custo do tratamen-
to pode chegar a mais de R$ 400
mil. “Ela está na ventilação me-
cânica. O custo é muito alto.
Buscamos vaga no HGR e não
conseguimos. Estou desespera-
do. Muitos amigos me ajuda-
ram, mas o custo é extremamen-
te alto e a minha família não
tem condições de pagar. A esti-
mativa do médico é entre 14 e 21
dias de internação ao custo de

R$ 15 mil a R$ 20 mil diários”,
disse o marido Alexandre Ma-
ciel. “Não sei mais o que fazer.”
A falta de leitos na rede públi-
ca de saúde motivou o governo
de Roraima a buscar uma parce-
ria com o governo do Amazonas
para transferir pacientes com
quadro de saúde grave para o
Estado vizinho. A medida foi
anunciada pelo governador An-
tonio Denarium (sem partido).
A Secretaria Estadual de Saúde
de Roraima informou que está
definindo ajustes finais para a
formalização do termo de coo-
peração entre os Estados.

Balanço. Na rede pública esta-
dual, são 30 pacientes interna-
dos na UTI do Hospital Geral
de Roraima, resultando em
100% de ocupação. Outros 40
estão na unidade semi-intensi-
va e 155, em acompanhamento
clínico. O Estado registrou
6.935 infectados e 216 mortes.

Leonardo Augusto
ESPECIAL PARA O ESTADO
BELO HORIZONTE


A ocupação de leitos de Unida-
de de Terapia Intensiva (UTI)
específicos para o tratamento
de covid-19 mais do que dobrou
na rede hospitalar do Sistema
Único de Saúde (SUS) em Belo
Horizonte desde o início da rea-
bertura do comércio da cidade,
em 25 de maio. Segundo dados
da prefeitura, a utilização dos
leitos reservados para pacien-
tes com a doença passou de
40%, em 22 de maio, para 82%,
conforme relatório mais recen-
te, divulgado na noite de segun-
da-feira, 15, referente ao dia 14.
A elevação nos porcentuais
obrigou a prefeitura a imple-
mentar plano de contingencia-
mento para abertura de mais lei-
tos. O número de casos da doen-
ça, assim como o porcentual de
ocupação em UTIs para covid-
19, superou o seu dobro no pe-
ríodo na capital.
A rede pública de atendimen-
to na capital mineira também
registrou alta expressiva na ocu-
pação de leitos de enfermaria es-
pecíficos para infectados pelo
novo coronavírus, passando de
34% para 63% no período. Belo
Horizonte tem 246 leitos de
UTI e 688 de enfermaria reser-
vados para covid-19. A taxa de
ocupação total de UTIs e leitos
de enfermaria na cidade é de
80% e 70%, respectivamente.
Ao todo, são 966 vagas de tera-
pia intensiva na capital e 4.
leitos na enfermaria.
O aumento na ocupação de
UTIs é um dos critérios utiliza-
dos pela prefeitura de Belo Hori-


zonte para a reabertura do co-
mércio da cidade.
A Secretaria Municipal de
Saúde afirma que, pelos núme-
ros de ocupação de leitos, acio-
nou os hospitais da cidade para
negociar a abertura de vagas
previstas no plano de contin-
gência. Com a estratégia, segun-
do a prefeitura, estão previstos
para os próximos 30 dias 92 no-
vos leitos de UTI.

Reabertura. No início da rea-
bertura do comércio, Belo Hori-
zonte tinha 1.402 casos de co-
vid-19 e 42 mortos. Ontem,
eram 3.412 casos, alta superior a
143%, e 76 mortos. A doença
avança também no interior de
Minas Gerais. No último dia 11,
o governo estadual foi obrigado
a recuar e anunciou o fechamen-
to de salões de beleza, livrarias
e papelarias que estavam autori-
zadas a funcionar desde 27 de
maio em cidades da Região Cen-
tral do Estado.
O infectologista Dirceu Gre-
co, professor emérito da Facul-
dade de Medicina da Universi-
dade Federal de Minas Gerais
(UFMG), afirma que a reabertu-
ra da atividade econômica con-
tribuiu de maneira expressiva
para o aumento dos casos da co-
vid-19, sobretudo em cidades
de maior porte.
“Enquanto nada estava aber-
to, os trabalhadores, que mui-

tas vezes vivem nas cidades
próximas aos grandes centros,
ficavam em casa. Ao retomar
suas atividades, e com a circula-
ção do vírus, principalmente
nos meios de transporte, o nú-
mero de casos subiu”, avaliou.
Minas Gerais, que registra bai-
xos níveis de testagem, e, por
isso, pode ter números bem su-
periores aos oficiais, tem, atual-
mente, 22.024 casos confirma-
dos de covid-19. O número de
mortos é de 502. “Registramos
nos últimos 15, 20 dias aumento
nos óbitos e casos de covid-19.
Não é hora de relaxar”, afirmou
o governador Romeu Zema (No-
vo), na tarde de ontem. Ele
anunciou a compra de 500 respi-
radores. Zema confirmou que
vai abrir 79 leitos de UTI no inte-
rior. O Estado tem 2.964 vagas
de terapia intensiva.
O governador disse que não
pretende, no momento, abrir o
hospital de campanha com ca-
pacidade para aproximadamen-
te 800 vagas, construído no Ex-
pominas, centro de exposições
da capital. “Não é o momento
ainda de iniciar. Estamos am-
pliando o número de leitos de
unidades de terapia intensiva”,
disse Zema, se referindo aos in-
vestimentos nos hospitais da re-
de pública. “Mas o hospital de
campanha está apto a funcio-
nar tão logo seja necessário.”

Belo Horizonte tem


explosão de casos ao


reabrir comércio


PANDEMIA DO CORONAVÍRUS


l No mundo

Sem leito, paciente paga


R$ 20 mil por dia em RR


Recuperados relatam rotina de dor e fadiga. Pág. A12 }


País registra 1.338 mortes em 24 horas


116 mil óbitos
têm os Estados Unidos, que lide-
ram no mundo em mortes, con-
forme levantamento da Universi-
dade Johns Hopkins.

Número de infectados em um dia bateu recorde: 37.278; pesquisa aponta que País fica entre os piores avaliados em resposta à pandemia


Estado negocia transferir


internados para o


Amazonas; principal
hospital em Boa Vista


está lotado


ADÃO DE SOUZA/PREFEITURA BELO HORIZONTE-15/6/

l Consequência

Em menos de um mês,


ocupação de leitos de


UTI para tratamento de


infectados por covid-


subiu de 40% para 82%


“Enquanto nada estava
aberto, os trabalhadores
ficavam em casa.
Ao retomar suas
atividades, e com a
circulação do vírus,
principalmente nos
meios de transporte,
o número de casos subiu.”
Dirceu Greco
INFECTOLOGISTA E PROFESSOR DA
FACULDADE DE MEDICINA DA UFMG

Comércio.
Ocupação de
leitos é um
dos critérios
para a
reabertura
na cidade
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