O Estado de São Paulo (2020-06-19)

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O ESTADO DE S. PAULO SEXTA-FEIRA, 19 DE JUNHO DE 2020 Especial H7


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sobre decoração para:
meuprojetonocasa@
estadao.com

casa


l Pergunta
Bom dia! Somos um casal de
idosos e mudamos faz pouco
tempo de uma casa para um
apartamento. O apartamento
tem uma suíte e dois quartos.
Nós usamos um dos quartos
como escritório e o segundo
foi planejado como quarto de
hóspedes. Nesta situação de
pandemia, e o fato de perten-
cermos a um grupo de risco,
nos fez mudar de ideia em rela-
ção ao uso do quarto de hóspe-
des, porque hoje precisamos
mais de uma pequena sala de
ginástica para colocar uma bi-
cicleta ergométrica e de uma
estante para colocar pequenos
pesos e fitas elásticas, além de
guardar o colchonete. Para tan-
to, gostaríamos de contar com
um ambiente alegre e aconche-
gante, porque o quarto tem
uma janela bem grande, com
uma vista maravilhosa para a
Represa de Guarapiranga e,
nos domingos ensolarados, po-
demos até ver o colorido das
velas dos barcos. Espero que
vocês possam nos ajudar com
algumas ideias legais. Muito
obrigada!
Manfred e Inge Straub,
São Paulo


l Resposta:
Manfred e Inge, que privilégio
fazer ginástica com uma vista


como a de vocês! Por isso esse
foi o ponto de partida do nosso
projeto, no qual o objetivo ini-
cial foi “enquadrar” a paisa-
gem. Para isso, desenhamos
uma moldura de madeira natu-
ral, que abriga uma estante pa-
ra os pesos, com uma pequena
elevação para apoiar os colcho-

netes e outra lateral, com prate-
leiras, para apoio de garrafi-
nhas de água, toalhas e outros
itens que vocês possam preci-
sar.
Além da moldura, optamos
por uma textura tipo cimento
queimado puxado para o tom
cru como revestimento, que su-

gere aconchego e pode ser apli-
cada no piso, paredes e teto.
No mais, pensamos em deixar
bastante espaço livre para que
vocês possam realizar os exer-
cícios juntos. Esperamos que
gostem e desfrutem de uma
boa malhação, com toda segu-
rança. Abração!

] DANIELA CIANCIARUSO, DESIG-
NER DE INTERIORES (ESTUDIOGLIK-
DEINTERIORES.COM.BR)

Em tempos de pandemia,
casal de idosos quer


transformar quarto de


hóspedes em academia


doméstica para dois


Marcelo Lima


Pensando em aquecer a casa pa-
ra o inverno que bate à porta?
Em busca de uma forma rápida
e eficaz de atualizar a decora-
ção? Pois então, considere seria-
mente a ideia de adquirir um ta-
pete. Como o sofá ou a cama,
trata-se de um componente ca-
paz de fazer a diferença em qual-
quer ambiente e, tanto quanto
eles, costuma ter vida longa e
alto valor agregado. Por tudo is-
so, e pra fazer valer seu investi-
mento, ele deve ser escolhido
com atenção e critério.
Beleza conta pontos, claro.
Mas este é apenas um dos fato-
res que você deve observar an-
tes da compra. É essencial aten-
tar para alguns aspectos práti-
cos. O primeiro deles diz respei-
to a quem vai conviver com a pe-
ça. O tapete será usado na casa
de alguém com mobilidade redu-
zida, o que vai exigir que ele seja
fixado no chão para evitar trope-
ços? Ou irá compor o quarto das
crianças, o que demandaria um
modelo mais resistente?
“A funcionalidade deve
orientar qualquer decisão. Em
primeiro lugar, é preciso se per-
guntar: onde pretendo colocar
o meu tapete? Só a partir daí é
possível definir o modelo ideal
em termos de estilo, beleza e
conforto”, afirma Francesca Al-
zatti, proprietária e designer da
By Kamy (bykamy.com.br).
Segundo ela, é preciso consi-
derar também o piso sobre o
qual o tapete será colocado. De-
terminados modelos, como os
kilims, por serem mais finos, po-
dem deslizar com maior facili-
dade, o que exige que sejam as-
sentados sobre uma manta anti-
derrapante. Já os tapetes com
pelos, mais pesados, em geral
não precisam de antiderrapan-
te, assim como os de náilon que
são menos deslizantes.
Consideradas essas variá-
veis, porém, valorize o seu gos-
to pessoal. “Pode até parecer cli-
chê, mas você tem de gostar
muito do seu tapete. Ele vai du-
rar décadas, por isso é funda-
mental que você se sinta repre-
sentado na peça”, defende a ar-
quiteta Juliana Muchon (@ju-
muchonarquitetura).
Sob este ponto de vista, com
base na procedência, idade, téc-
nica de tecelagem e material, a


variedade de opções é imensa.
Desde os mais antigos, vistos co-
mo obras de arte, aos mais
atuais, que flertam com o de-
sign contemporâneo. A esco-
lha, claro, deve levar em conta o
seu orçamento, mas também as
características de cada ambien-
te. Para obter os melhores resul-
tados, confira o nosso roteiro:

Liso ou estampado? Para mui-
tos designers de interiores, os ta-
petes são considerados como te-
las expostas no chão. Trata-se de
uma comparação que dá bem a
medida do peso que eles podem
assumir na decoração. A rigor,
não existem regras para definir
cores ou padrões. Mas, de manei-
ra geral, modelos mais vibrantes
costumam acompanhar ambien-
tes com paredes e mobiliário em
tons mais tranquilos, como o cin-
za ou o bege. E vice-versa. Já os
estampados mais ousados são in-
dicados para espaços mais neu-
tros e com poucos móveis.

Tamanho. Investir em um tape-
te grande ou pequeno demais
pode arruinar por completo o
visual de um ambiente. Duas re-
gras simples devem ser conside-
radas: primeiro, quanto maior a
sala, maior o tapete. Depois, se
ao menos duas das pernas do so-
fá ou poltrona podem estar con-
tidas, com folga, dentro do mo-
delo escolhido, preservando

uma distância entre as laterais
do móvel e as bordas do tapete.
Da mesma forma, sob uma a me-
sa de jantar, não esqueça que o
tamanho deve ser suficiente pa-
ra acomodar as cadeiras quan-
do empurradas para trás.

Formato. Se a área a ser reco-
berta for quadrada, opte por um
tapete quadrado. Se for retangu-
lar, também acompanhe o for-
mato. Modelos redondos de-
vem ser usados com parcimô-
nia. “Qualquer coisa que você
colocar sobre ele vai se desta-
car. Ele acaba se tornando um
ponto focal”, alerta Francesca.
Já no quarto, peças tipo passa-
deiras ou ovais, ao pé da cama,
são as mais recomendadas.

Materiais. A escolha deve con-
siderar a dinâmica de cada am-
biente. Em áreas de grande circu-
lação, considere peças feitas de
matérias-primas mais resisten-
tes como o sisal ou a juta. Se vo-
cê for decorar uma área mais cal-
ma, pode optar por tapetes mais
felpudos, de preferência em fi-
bras naturais como a lã e o algo-
dão. Já as sintéticas, sobretudo o
náilon e o vinil, são de fácil manu-
tenção, ideais para quartos de
crianças, por exemplo.

Limpeza. Vai depender das
condições e da matéria-prima
de cada peça. Em modelos mais
antigos e valiosos, a lavagem
profissional periódica é alta-
mente recomendável, em mui-
tos casos, para não danificar a
peça definitivamente. Ainda as-
sim, é possível conseguir bons
resultados utilizando produtos
domésticos de baixo custo, es-
pecialmente no caso de man-
chas localizadas. Uma solução
caseira, feita a partir da mistura
de meio litro de água fria com
um 1/4 de litro de detergente
líquido, aplicada com uma esco-
va macia, por exemplo, pode
dar bons resultados. Já a aplica-
ção de uma solução à base de
vinagre, com um borrifador, po-
de neutralizar a acidez da urina
de animais de estimação e elimi-
nar odores. Por fim, para fazer
uma lavagem caseira, e a seco,
misture partes iguais de amido
de milho e bicarbonato de sódio
e polvilhe o pó por todo o tape-
te. Aguarde 30 minutos e remo-
va o pó com o aspirador.

PARA MALHAR JUNTOS


TAPETE


Peça de decoração aquece e pode fazer maravilhas no ambiente.


Mas é preciso levar em consideração o piso e a funcionalidade


Moldura. A
vista
privilegiada
do quarto foi
ponto de
partida do
projeto, com
estantes
para
guardar o
material
necessário;
abaixo, a
designer
Daniela
Cianciaruso

MÁGICO

Meu projeto no casa*


Estampado. Sob base neutra

GISELE RAMPAZZO

Redondos. Para dar destaque a áreas específicas

CACA BRATKE

FOTOS: ESTÚDIO GLIK

Dimensões. Tamanho do sofá e espaço entre as laterais do móvel e as bordas do tapete devem ser considerados

KADU LOPES

MARCO ANTONIO
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