O Estado de São Paulo (2020-06-20)

(Antfer) #1

H6 Especial SÁBADO, 20 DE JUNHO DE 2020 O ESTADO DE S. PAULO


Igor Macário


A Range Rover, marca de luxo
da Land Rover, está completan-
do 50 anos. A história da Land
Rover começou nos anos 1940,
com o rústico e utilitário Serie 1.
Nos anos 1970, a fabricante in-
glesa começou a ganhar os con-
tornos atuais com o primeiro
Range Rover. O modelo foi lan-
çado no dia 17 de junho de 1970,
e introduziu nos jipes soluções
como suspensão e cabines mais
confortáveis. O conceito era
inédito nesse tipo de carro.
O desenvolvimento começou
em 1967 com a “100-inch Sta-
tion Wagon”, em referência às
100 polegadas (2,58 metros) de
distância entre os eixos da pe-
rua. O protótipo foi um estudo
da inglesa Rover que pretendia
instalar carrocerias de peruas
em chassis de utilitários.
Em 1969, os
protótipos uti-
lizavam a no-
menclatura
Velar para es-
conder que se
tratavam de
modelos da
Rover. Segun-
do informações da marca, os em-
blemas eram feitos juntando as
letras dos nomes Rover e Alvis.
O anagrama acabou dando no-
me ao SUV médio da marca lan-
çado 47 anos depois, em 2017.
O primeiro Range Rover ti-
nha motor V8. O 3.5, de origem
Buick, era produzido pela Rover
sob licença da General Motors e
tinha 160 cv de potência. Além
do “vê-oitão”, o Range Rover
Classic era muito confortável e
fez sucesso logo no lançamento
e passou a atrair uma nova clien-
tela para a marca. Nessa primei-
ra fase, o modelo tinha carroce-
ria de duas portas.
Embora tenha sido projetado
para ser um utilitário mais con-
fortável, o modelo também co-
meçou a fazer muito sucesso en-
tre o público urbano e abastado.
No lançamento, o carro custava
cerca de £ 2 mil em 1970, o equi-


valente a R$ 210 mil em conver-
são direta e atualizada.

Requinte. Com o tempo, a pri-
meira série do Range Rover foi
ganhando mais luxo e requinte,
além de versões com quatro por-
tas. Câmbio automático e ban-
cos de veludo (posteriormente
substituídos por couro) tam-
bém foram agregados ao carro.
Ao mesmo tempo que ocupa-
va cada vez mais garagens de ca-
sas requintadas por todo o mun-
do, outro capítulo da história do
modelo vinha sendo escrita. O
luxuoso Range Rover manteve,
por conceito, as mesmas capaci-
dades para fora de estrada dos
rústicos Land Rover. Isso tor-
nou o SUV perfeito para provas
de rali de longa duração.
O Range Rover se consagrou
ao vencer o primeiro rali Paris-
Dakar, em 1979. O modelo con-
quistou novamente a prova, cu-
jo trajeto tinha 10 mil quilôme-
tros, em 1981. E faturou cente-
nas de compe-
tições do tipo
ao longo dos
anos 1980.
A primeira
geração foi
produzida por
25 anos, até


  1. No ano
    seguinte, a marca revelou o no-
    vo modelo – o primeiro a usar
    motor BMW. Como a Rover pas-
    sou ao comando da alemã em
    1994, a segunda geração do Ran-
    ge Rover ganhou motor 2.5 a die-
    sel da empresa bávara.
    O modelo foi ficando mais so-
    fisticado e ganhou controles ele-
    trônicos de suspensão e tração.
    O Range Rover foi o primeiro
    modelo da marca a ter navega-
    dor por GPS. Ficou em produ-
    ção até 2000.


Tecnológico. A terceira gera-
ção, de 2001, tem uma história
curiosa. Foi desenvolvida pela
BMW e, por isso, o projeto pre-
via o compartilhamento de vá-
rios componentes com o sedã
alemão Série 7. Dois anos antes
do lançamento do SUV, contu-
do, o Grupo Rover foi vendido
pela BMW e dissolvido. A Land

Rover foi parar nas mãos da
Ford, que mudou o projeto.
O Range Rover estreou com
motores e sistemas eletrônicos
da BMW, além de um pacote de
equipamentos e soluções bem
mais modernos que o do SUV
anterior. Em vez dos sistemas
do Série 7, recebeu arquitetura
do Série 5 da geração E39 (pro-
duzida até 2004).
Em 2005, o Range Rover rece-
beu uma ampla atualização,
além de mais conteúdo criado
pela Ford. O motor V8 alemão
de 4,4 litros foi trocado por ou-
tro 4.4 da Jaguar, que já fazia par-
te do Grupo Ford.
Havia ainda um outro V8, de
4,2 litros com supercharged.
Posteriormente, um 5.0 com ou
sem compressor foi incorpora-
do à lista de opções da gama.
Na terceira geração o SUV ti-
nha sistema multimídia e com-
partilhava sistemas com o Dis-
covery 3, outro ícone moderno
da Land Rover. Um poderoso
V8 a diesel de 4,4 litros também
estava disponível para o carro.

Requinte. A terceira geração
foi a primeira a exalar o luxo dos
modelos atuais da marca. Ainda
assim, mantinha a boa capacida-
de dos demais SUVs da marca
para encarar o fora de estrada.
Em 2007, a introdução do sis-
tema de tração Terrain Respon-
se tornava a condução off-road
“acessível” também a motoris-
tas sem experiência em trilhas.
Na prática, isso ampliou o públi-
co alvo do SUV apelo do SUV.
No ano seguinte a Ford ven-
deu a Land Rover, juntamente
com a Jaguar, para o grupo Tata.
O grupo indiano formou a Ja-
guar Land Rover e desde então
as duas empresas vêm operan-
do em total simbiose.
A atual (e quarta) geração do
Range Rover foi revelada duran-

te o Salão de Paris de 2012. Além
de maior, o SUV ficou mais lu-
xuoso que o anterior.
Entre os destaques estava a
estrutura totalmente feita de
alumínio. Com isso o novo mo-
delo ficou até 420 quilos mais
leve que o antecessor. O SUV
também ganhou uma versão
com entre-eixos alongado.
Na configuração de topo
SVAutobiography, que era re-
cheada de sistemas eletrônicos,
o modelo ainda mantinha mo-
tor V8 produzido pela Ford que
gerava 550 cv de potência. Essa
opção chegou a ser vendida no
Brasil e tinha preço sugerido de
mais de R$ 1,1 milhão.
O modelo também foi eletrifi-
cado. A versão híbrida foi equi-
pada com um pequeno 2.0 a ga-
solina em conjunto com um mo-
tor elétrico. O quatro-cilindros
de dois litros é o menor motor
da história da Range Rover.

Carro virou linha. O Range Ro-
ver se tornou tão importante pa-
ra a Land Rover que virou mar-
ca. Ainda em 2004, o primeiro
modelo da nova divisão foi o
Range Rover Sport. Em 2011,
surgiu o Evoque, SUV que logo
se transformou em sucesso
mundial de vendas e ficou mar-
cado como um divisor de águas
para a companhia. O carro teve
versões de duas e quatro portas
e até uma conversível.
Em 2017, o Velar se juntou à
gama, como um SUV mais espa-
çoso que o Evoque, mas menos
“grandalhão” que o Sport.
Para celebrar os 50 anos do
primeiro Range Rover, a Land
Rover lançou uma edição espe-
cial de seu SUV de topo. Serão
1.970 unidades, com cores e re-
ferências ao pioneiro.
A edição está disponível com
todos os motores da gama. Há
inclusive variante híbrida.

JornaldoCarro


O PRIMEIRO RANGE


ROVER CUSTAVA £ 2 MIL,


VALOR EQUIVALENTE A


UNS R$ 210 MIL HOJE


Eliana Silva de Souza


Ao estilo Agatha Christie, o fil-
me Entre Facas e Segredos é
uma divertida opção para es-
ses dias, ou noite, em quaren-
tena e está na Amazon Prime.
Sob a direção de Rian John-
son, trama é guiada por uma
morte misteriosa. Momentos
após comemorar 85 anos de vi-
da, o famoso e rico escritor de
romances policiais Harlan
Thrombey, interpretado por
Christopher Plummer, é en-
contrado morto dentro de sua
casa. A princípio, tudo leva a
crer que se trata de suicídio,
mas entra em cena um investi-
gador de renome, Benoit
Blanc, vivido por Daniel Craig,
que estará atento aos míni-
mos detalhes, logo desconfian-
do que, na verdade, o que acon-
teceu foi um assassinato.


A tarefa para desvendar o ca-
so não será muito fácil, pois se
trata de uma família cheia de
conflitos, com personalida-
des problemáticas, o que faz
com que cada um deles seja
um suspeito.
Mas tem uma personagem
que desperta a curiosidade de
Benoit, a enfermeira que cui-
dava de Harlan, Marta (Ana de
Armas). A jovem era muito
próxima do escritor e, além de
sua cuidadora, tornou-se uma
verdadeira amiga. Mas algo ne-
la chama muito a atenção do
detetive, e ele contará com ela
para tentar elucidar o enigma.
Também integram o elenco,
Toni Collette, Jamie Lee Cur-
tis e Chris Evans.

Sem intervalo


TRILHA


DE LUXO


LAND ROVER RANGE ROVER


SURGIU HÁ 50 ANOS


Peixe Grande e Suas
Histórias Maravilhosas
(EUA, 2004.) Dir. de Tim Burton, com
Ewan McGregor, Albert Finney, Billy
Crudup, Jessica Lange, Helena Bonham
Carter.

Luiz Carlos Merten

Tim Burton já foi grande di-
retor, mas, com o tempo, o
cenógrafo predominou so-
bre o autor e o visual de seus
filmes se tornou fim, em vez
de meio. Esse ainda é um
grande Tim Burton. O filho
que sempre ouviu, descon-
fiado, as histórias exagera-
das que o pai contava e ago-
ra, finalmente, entende o re-
cado por trás delas.
GLOBO, 13H55. COL., 125 MIN.

História*


Sofisticação. SUV unia motor V8, alumínio e muito requinte

Dualidade. Modelo vai bem no off-road e no asfalto

Pioneiro. SUV se
destacava pelo
bom acabamento

FOTOS: RANGE ROVER/DIVULGAÇÃO

‘Entre Facas e


Segredos’


tem mistério e


bom humor


Música na veia
Festival que integra a agenda de
música em São Paulo, o João
Rock seguiu o caminho de outros
e, a princípio, adiou sua edição
2020 para 12 de setembro. Adap-
tando-se ao momento, evento
que ocorre anualmente em Ribei-
rão Preto, cidade do interior pau-
lista, terá neste sábado, 20, a
partir das 16h, seu primeiro even-
to virtual, o João Rock e Você e
contará com apresentação de
Alceu Valença, Poesia Acústica,
Humberto Gessinger, Raimun-
dos, Marcelo D2 e CPM22. O pú-
blico poderá acompanhar a trans-
missão pelo canal do João Rock


Terceiro sinal
O povo de teatro tem se desdo-
brado para chegar ao seu públi-
co, realizando diversos tipos de
apresentações nas redes sociais.
É o caso do ator Marat Descar-
tes, que estreia nesse palco vir-
tual com o espetáculo documen-
tal Peça, que tem direção de Ja-
naina Leite e colaboração de Nu-
no Ramos. Peça poderá ver vista,
deste sábado, 20, e até o dia 31,
sempre às 21h, no endereço: you-
tube.com/user/corporastreado.

Para ver e rever
No quesito música clássica, o
destaque é a ópera O Barbeiro
de Sevilha, de Rossini, que pode
ser conferida no YouTube do Tea-
tro Municipal de São Paulo. Espe-
táculo com a Orquestra Sinfôni-
ca Municipal e o Coro Lírico foi
apresentado em 2019, com dire-
ção musical e regência do maes-
tro Roberto Minczuk e a direção
cênica de Cleber Papa. Cenários
e figurinos são de José de An-
chieta, o que seria um de seus
últimos trabalhos (1948-2019).
O acesso é gratuito e sem neces-
sidade de cadastro, com a opção
de legenda em português, com
direito a baixar um livro com in-
formações sobre a ópera.

Bom de prato
A gastronomia também tem vez
nesse mundo da internet, como
é o caso do Festival Fartura, que
pode ser conferido até domingo,
21, em seu site oficial – fartura-
brasil.com.br. Com vasta progra-
mação, que inclui música, teatro,
conteúdo infantil, vídeos e, culiná-
ria brasileira, evento virtual terá
ainda a exibição do curta O Mes-
tre da Farinha, de Leandro Miran-
da e Luiza Fecarotta.

DESTAQUE
COLUMBIA PICTURES DO BRASIL

Romance da
Empregada
(Brasil, 1988.) Dir. e roteiro de Bruno Bar-
reto, com Betty Faria, Brandão Filho, Da-
niel Filho, Cristina Pereira.

A história de Fausta, a doméstica
que tem de aguentar a tirania da
patroa e do marido bêbado. Seu
encontro com o aposentado traz a
possibilidade de ser tratada como
gente. Para muitos críticos, o me-
lhor filme do diretor e a melhor
interpretação de Betty. Não só de-
la – Brandão Filho, Daniel, Cristina.
C. BRASIL, 9H40. COL., 90 MIN.

Filmes na TV


Serpico
(EUA, 1973.) Dir. de Sidney Lumet, roteiro de
Waldo Salt e Norman Wexler, trilha de Mikis
Theodorakis, com Al Pacino, John Randolph,
Cornelia Sharpe, F. Murray Abraham.

O jovem Pacino é excepcional como
policial idealista que enfrenta a cor-
rupção no departamento e termina
solitário. Baseado numa história
real, candidatou o ator a todos os
prêmios do ano, mas ele ganhou só
o Globo de Ouro de ator de drama.
Lumet e Pacino fariam a seguir
Um Dia de Cão, ainda melhor.
TCM, 23H55. COLORIDO, 130 MIN.

SUV inglês fez tanto sucesso em ralis


e garagens que virou marca requintada


Sucesso. Divisor de águas, Evoque foi lançado em 2004
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