Valor Econômico (2020-06-20, 21 e 22)

(Antfer) #1

JornalValor--- Página 4 da edição"22/06/20201a CADA" ---- Impressa por LGerardi às 21/06/2020@21:01:


A4| Valor|Sábado,domingoe segunda-feira, 20, 21 e 22 de junhode 2020

Brasil


IMPACTOSDO


CORONAVÍRUS


PauloTa fner,pesquisadordaFipe:é imperativo retomaro crescimento commaisjustiçasocial,o quenãosignificamais gastos, mascortar privilégios

URBANOERBISTE
Contas públicasParaPauloTafner,

flexibilizartetoseriasuicídiocoletivo


‘País terá


déficit por


mais de


uma década’


LeilaSouzaLima
São Paulo

Aumentoda tributaçãoéuma
saídamuito provável para se ten-
tar calibrar aenormepressãodas
despesas extras geradas pela
pandemiada covid-19nas con-
tas públicasapartirdesteano,
avaliaoeconomistaPauloTafner,
pesquisadorda Fundação Insti-
tuto de Pesquisas Econômicas
(Fipe-USP).Mas, ao fazer isso,
comprime-seopotencialdecres-
cimento, adverte ele, um dos
principais especialistas em Previ-
dênciadopaís.SegundoTafner,o
paísseveránumambientededé-
ficit primáriopor maisde uma
década—enormefrustraçãopa-
ra os que já apostavam,antesda
crise, numa retomada maisforte
doatividade.ParaTafner,adívida
bruta,que fechou 2019 em 76%
do PIB, deve alcançarentre95% e
97%doPIBaofimde2020.
Na visão de Tafner, contudo,a
solução pactuada pelos três pode-
res deveriavir pelo consenso de se
fazercortesnos gastoseretomar a
pauta de reformas,incluindo até
umarediscussão sobre Previdên-
cia. Contrário a qualquer flexibili-
zaçãonotetodegastos,eleclassifi-
ca essa possibilidade como“suicí-
dio coletivo”: “Quer aumentar gas-
to? Aumenta carga tributária”, diz
ele. A seguir, os principais trechos
daentrevista.

Valor:Comoosenhorvê oau-
mentodo déficitprimárioe da dívi-
da bruta,que pode chegarpertode
100%doPIBnesteano?
PauloTa fner:A gente já estava
numasituação de bastante fragili-
dade.Com a pandemia, não pode-
ria ser diferente. Tivemos expan-
são de gastosacentuada. Minha
previsão é que nãochegue a 100%,
chega perto. Em tornode 95% a

com as reformas. O Judiciáriotam-
bém precisa bloquear essa judiciali-
zação exagerada. Isso não significa
ferirautonomiadospoderes.Nãohá
sentido em medidas tomadaspelo
Congresso, dentro dos trâmites nor-
mais,serematrasadasporjuiz.
Valor:Mas nós estamosnum ce-
náriopolíticoconturbado.
Ta fner:Sim,mastemosqueimpe-
dir o naufrágioeconômico. Tendo a
acreditar,embora existamcasosex-
cepcionais, que as pessoas fazemtu-
do,menossuicídio.Forçaspolíticase
lideranças empresariais precisam
sentaràmesaedefinirprioridades.E
comimperativo importante: reto-
mar o crescimentocom mais justiça
social, oque não significamais gas-
tos,mascortarprivilégios.
Valor:Há quemdefendamudan-
ças do teto de gastos,para aumen-
tarinvestimentos,porexemplo.
Ta fner: Sou absolutamente
contramexernoteto,temqueser
cumprido. Aquele que propõe
romperoteto de gastosestá dan-
do o passopara suicídiocoletivo.
Há um limite,edentrodesseli-
mitetemosque nos tornarefi-
cientes. Queraumentar gasto?
Aumentacargatributária.
Valor:Qual seria oefeito de uma
mudançanotetohoje?
Ta fner:Instabilidadenos merca-
dos.Vãopensarque,seogovernoes-
tá flexibilizando o teto, ali na frente,
vaiflexibilizarpagamentodadívida.
Ou seja, começa a ficar maiscaroto-
mar emprestado. Se um sujeito está
te devendoe pedemaispara com-
prar um carro, vocêvai concluir que
opróximopassoéumcalote.Eopaís
étão primitivonessa discussãoque
ainda tem quem proponha não pa-
garadívida.
Valor:O senhoracha necessário

97% do PIB, oque émuito alto. O
maisgrave é que vamosconviver,
por conta disso, com déficit [pri-
mário] por maisde uma década, o
que fragiliza o país,earetomada
maisforte do crescimento. Mas
contra apandemia, não há oque
fazer. É preciso que Executivo e Le-
gislativo entendamque éhora de
discutir seriamenteas reformas,
para retornar à trajetória de redu-
ção da dívida, edodéficit primá-
rio. Aemergência da covidégrave
eimportante.Mas aestrutura fis-
caldopaístambémé.

aumentar impostosparacobriro
rombofiscaldapandemia?
Ta fner:Se a classe política en-
tender que o caminho é nãocortar
gastos, teremos novo aumento de
impostos.Vai subiraí maisdois,
trêspontosdoPIB.Otetodegastos
é importante, porque disparagati-
lhos. Se a gentenão escolher esse
caminho,vaiterqueaumentarim-
posto; e ao fazerisso, você reduz o
PIBpotencial.
Valor:Oque o senhorachado
auxílioemergencialdeR$600?
Ta fner:Achoque havia neces-
sidadede garantirrendana pan-
demia.Sobreovalor,achoexage-
rado.R$600 por mês por indiví-
duo não époucacoisa.Em mui-
tas cidades,já se sabe que houve
aumentoda rendadisponível,o
auxílionão era para isso. Era pre-
ferívelquefosseumvalormenor,
comperspectivadeopagamento
seestenderpormaistempo.
Valor:Equantoàsfraudes?
Ta fner:Isso foi em decorrência
da emergência da situação. O go-
verno não teve condiçõesimedia-
tas de cruzar todas as basesde da-
dosnahoradaconcessão. Temque
aprimorar, mas quemfraudou sa-
biaqueestavafraudando.Temque
haver responsabilização, com de-
voluçãododinheiro.
Valor:Há discussãosobreum
programade transferência de ren-
da mais amploque o BolsaFamília.
Osr.éfavorável?
Ta fner:Sou a favor,ea discussão
mais forte é em tornode um bene-
fício voltadopara criançasejo-
vens.Achoquefazsentido,porque
oBrasil, por diversasrazões, aban-
donousuas crianças e seus jovens.
A gente investe em criançamuito
menosqueinveste em idoso.Parti-

cipo de um grupoque estátraba-
lhando nisso.Na prática, podeser
universal, com deduçãode impos-
to de renda.Para os maispobres,
seria transferênciadireta. Mastem
que criar cortando benefícios não
eficientesefocados,fazerescolhas.
Valor:O senhortem ideia de for-
matoparaesseprograma?
Ta fner:Seria melhorumbenefí-
cio prioritariamente para domicí-
lios em que há ausênciapaterna. Já
sabemosque,emmédia,sãoosmais
pobres.Earegranúmero1équenão
podeteraumentodedespesa, corta-
seoquenãoéeficiente.Etemqueter
custoefetivo,com ganhode capital
humano, redução de pobreza, ga-
nhodemobilidadesocial.

Valor:Porquederrota?
Ta fner:Primeiramente, nosso
sistemade repartição éinsusten-
tável. Perdemos a oportunidade,
por exemplo, de fazer acapitali-
zação brasileira, híbrida, com ga-
rantia de rendamínima. Estava
na proposta Arminio-Tafner[em
parceriacom o ex-presidente do
BC Arminio Fraga]. Você estimula
aformação de poupançaereduz
ocustodo trabalho. Aalíquota
previdenciária para manter osis-
temahojeé32%.Numsiste ma
equilibrado, cai para 16%. Isso
significaestímuloaoemprego.
Valor:Eosegundoponto?
Ta fner:Não estabelecemos re-
grasuniversaisparatodootraba-
lhador. O jovemque entrano
mercadosaberiaque éindiferen-
teserpelosetorpúblicooupriva-
do.Com acapitalização,recebe-
ria de aposentadoriao que pou-
passe.Mudaocálculoeadecisão,
quepodeserporsermaisfeliz.
Valor:O senhorachaentãoque
teremos que fazer em brevenova re-
forma?Emqueprazo?
Ta fner:Agentecontrolouo
déficitpor 20 e poucosanos,mas
ele voltaa crescer.No próximo
governo, temosque fazeressa
propostaecomeçaradiscutirjá.
Valor:Em sua visão,quais os im-
pactosda paradabruscana econo-
miaemrazãodapandemia?
Ta fner:Oimpactonão ého-
mogêneo.Émuitomaisprofun-
do, duradouroe severoparaos
segmentosde rendamaisbaixae
informais. Meu desejoé que eco-
nomiascomoEUA, Chinae da
União Europeiase recuperemrá-
pido,eoBrasilvolteacrescerjun-
to. Mas tudodependeráde como
aeconomiamundialseajustará.

Estudoapontaoportunidades


de recuperaráreas emMariana


Daniela Chiaretti
De São Paulo

A Fundação Renova, criada para
reparar o desastre socioambiental
do rompimentoda barragemde
Fundão,daSamarco,encomendou
um estudo de oportunidades, cus-
tos e ganhos da recuperação de
áreas degradadas na regiãomais
atingida em 2015pela lama de
Mariana,emMinasGerais.
Com técnicas de restauração
florestal e práticas sustentáveis
agrícolas, 77,2 mil hectares de
áreas perdidas poderiamser recu-
peradasegerarumvaloradiciona-
do de R$ 23,5 milhõesao ano, no
longo prazo, distribuídos entre oi-
tomunicípiosmaisafetados.
Além disso, oesforço resultaria
emreduçãode281,2miltoneladas
deemissõesdegases-estufa.
Essassão as grandeslinhas do
relatóriode oportunidades de res-
tauração,de 108 páginas, enco-
mendado ao instituto WRI-Brasil.
Foiaplicada ametodologiaglobal
Roam,de avaliaçãode recupera-
ção de áreas degradadas, ouvindo
as comunidades locais das regiões
mais afetadas da baciado Gualaxo
doNorte,afluentedorioDoce.
Existem maisde mil proprieda-
des rurais ao longo da calha do rio
Doce. Ofoco inicial foi na região
que concentra 230 proprietários.

“Começamos ondeoimpacto foi
maisintenso”, diz VitorHermeto
Coutinho Campos, especialista do
Programa de Uso Sustentável da
Terra da Renova e líder do projeto.
Ainiciativabuscou“integrarapro-
duçãoeaconservação,reinventan-
dooterritório”, comoelediz.
A ideia é aumentar o valor eco-
nômico da atividadeagropecuá-
ria, tradicionalna região,com prá-
ticas sustentáveisedebaixaemis-
são de carbono, adicionandoren-
da comprodutos madeireiros e
não-madeireiros.Há ainda benefí-
cios indiretos, comomelhoria da
qualidadedaágua,soloeclima,ci-
ta Mariana Oliveira, pesquisadora
derestauraçãodoWRIBrasil.
Depois do desastre, os produto-
resperderamsuaterraparaalama,
principalmenteáreas próximas ao
rio,onde oboi costumava pastare
tomarágua,diz CoutinhoCam-
pos. A recuperaçãotinha que res-
peitarasnormasdoCódigoFlores-
tal,com plantiode mataciliar e
áreasde preservação ambiental
(APPs). Odesafioestá em adequar
oprodutoràlegislaçãoeaumentar
suarendacomnovaspráticas.
Aregiãotemhistóricodedegra-
daçãocom séculos de exploração
deouroepecuáriadebaixaprodu-
tividade, diz Rafael Feltran-Barbie-
ri, economistado WRI Brasil. “Não
bastarecuperar, porque isso está

na lei. Oprodutor precisa produ-
zir. Já havia degradação secular do
uso extensivo do solo”, segue.“De-
pois da desgraça, é possível fazer
algoquenãosórepareodano,mas
dênovaperspectivaàspessoas.”
A pecuária extensiva, alémda
renda limitada, “dependecada vez
maisde insumose tem externali-
dades associadas comoo assorea-
mentodo rio, os custos de trata-
mentode água, a falta de resiliên-
cia da propriedades”, lembra Cou-
tinhoCampos,daRenova.
Os bois foramcolocados em
áreas menores e se faz rodízio das
áreas, para aumentar a produtivi-
dade. Um dos proprietários está
conseguindoaumentara renda
com plantio de abacate. Há poten-
cial para sistemasagroflorestais,
silvicultura com espéciesnativas e
pastagens ecológicas. Um exem-
plo éadiversificação de árvores
nativas como candeia, guapuruvu
e jequitibá, e utilizá-las,no futuro,
paraproduçãodeóleosemadeira.
“O contexto dessaregiãoé de
muitoconflito,umaagendamuito
delicada”, diz Mariana, líder do
projeto pelo WRI.Avocação da re-
gião é florestal e leiteira. A iniciati-
va querconstruir casosde negó-
ciosecadeiasde produtos, am-
pliandoacomercialização.Oestu-
doestásendolevadoàsprefeituras
paraincentivarpolíticaspúblicas.

Clubede Engenhariavê conflito


de interesseemnovoministério


RodrigoCarro
Do Rio

A recriação do Ministériodas
Comunicações, desmembradoda
pastada Ciência eTecnologiana
semana passada, foi umadecisão
acertada, mas que gera “conflito
claro de interesses”, na opinião do
presidente do Clube de Engenha-
ria, Pedro Celestino. Isso porque —
argumentaoengenheiro civil —
entreas atribuições do novomi-
nistério estão tanto afiscalização
deconcessõesderádioeTVcomoa
distribuição de verbas publicitá-
riasparaestesmesmosveículos.
Anova estrutura incorporaaSe-
cretariaEspecial de Comunicação
Social(Secom), alémde áreasvol-
tadaspara questões de telecomu-
nicações e radiodifusão, como já
aconteceu no passado. “É um erro
conceitual: aestrutura que fiscali-
za as concessões éamesmaque
distribui a verbapublicitária para
os veículos de comunicação que
ela mesmafiscaliza”, argumentao
presidente do clube fundado em
1880,noRiodeJaneiro.
Ele considera irrelevante a apa-
rente proximidade entre o novo
ministro das Comunicações, Fábio
Faria, e o donodo Sistema Brasilei-
ro de Televisão (SBT). “Foi veicula-
do pela mídiaque ele é genrodo
Silvio Santos. Isso é ‘peanuts’ [in-

significante]”, opina ele. “O minis-
tro é homemda radiodifusão, vem
de família que opera várias rádios
no Rio Grande do Norte.”Oconfli-
to de interesses apontado por Ce-
lestinoderivadaformacomoomi-
nistério foi estruturado, e não da
escolha de Faria para comandar a
pasta,frisaoengenheiro.
Celestinoconsideraqueare-
criação da pasta das Comunica-
çõesrefleteopesodastelecomuni-
caçõesnão só na economiamas
também no cotidiano da popula-
ção,conforme evidenciou aqua-
rentena.“Há mudanças no padrão
de comportamento [trazidas pela
pandemia] que vieram paraficar,
comoo‘homeoffice’”, afirma.
Aadoçãodo trabalhoem casa
de formaduradouravai exigir
das empresasinvestimentosadi-
cionais em segurançadigitale
em tecnologia da informação.
Para fazerfrentea essasmudan-
ças, as operadorasde telecomu-
nicaçõesterãode investirpesa-
damente no períodopós-pande-
mia,acreditaCelestino. Não só
do pontode vistada infraestru-
turamasdaofertadeserviços.
Celestino lembra que oMinisté-
rio das Comunicações foi criado
originalmente pelos militares na
década de 1960, combasenoen-
tendimento de que as telecomuni-
caçõeseramfundamentais para a

economia brasileira. Esse entendi-
mentovoltouaganhar força —na
suavisão—apartirdapandemia.
AdisputaatualentreChinaeEs-
tados Unidos é vistapor ele como
um conflito econômicono qual o
Brasilse envolveu“indevidamen-
te”. Numa das frentesda rixa, os
americanos tentamevitarque Bra-
sil permita à Huawei fornecer
equipamentos aos vencedoresdo
leilão de frequências do 5G.“Te-
mos que escolher oque é melhor
para o Brasil.Não podemos condi-
cionar decisões estratégicasainte-
ressesexternos”,defende.
Para ele, oBrasil está obviamen-
te atrasado em relação à tecnolo-
gia de quinta geração. O leilão de
frequências a serem utilizadas no
5Gdeveseradiadopara2021devi-
do àpandemia. Pelo tamanho do
mercadointerno,opaísdeveriaes-
timularaexpansão de parque in-
dustrial voltado para as telecomu-
nicações, diz o engenheiro, para
quem o Brasil involuiu se compa-
rado à posição produtiva que deti-
nhanasdécadasde1970e1980.
Questionadosobrecomoessali-
nha de pensamento se insere no
cenário da globalização, ele desta-
ca que—aofalar sobre recupera-
çãodacapacidadeprodutivainter-
na—serefere“àindústriaaquiins-
talada”.“Seja ela de capitalbrasi-
leiro,sejadeestrangeiro”, conclui.


Vãopensarque,
se o governo
está
flexibilizando
teto, vai
flexibilizar
pagamento da
dívida”


A reformada
Previdência
conteveo
déficit.Masfoi
umavitóriado
passadoe a
derrota do
futuro”

Valor:Mas o senhorvê risco de
descontrole, ou apiora fiscaléres-
trita a 2020?Temos em perspectiva
enormepressãoporgastos.
Ta fner:É óbvioque nestemo-
mento de pandemia combinado
com calendárioeleitoral, há pres-
são por aumentode gastos. Apesar
da enorme renovaçãoparlamen-
tar, vemosacontinuidade de um
apetitevorazporconsumirrecurso
orçamentário,enã ohá mais recur-
soorçamentário.Aoaumentardes-
pesa, agente vai ter que aumentar
cargatributária, e isso comprimeo
potencialde crescimentodo país.
Aí vamos entrarnumaarmadilha
perigosa, um país de dimensões
continentais,com população nu-
merosa, condenadopor umaou
duasdécadasàestagnação.
Valor:Ocenáriovislumbradope-
laáreaeconômicaparaospróximos
anoséalgohojeforadacurva?
Ta fner:Nãoéqueseperdeutodaa
probabilidadederetomada,mastu-
do ficoumais difícil. É crucialandar

Valor:Qual a importância da re-
formadaPrevidênciaparaasusten-
tabilidadedascontaspúblicas?
Ta fner:Areformafoiumavitó-
ria importante,contevea trajetó-
ria do déficit.Atacoutambémal-
gunsprivilégios.Foimais severa
como servidorpúblicodo que
comotrabalhadorda iniciativa
privada.Ajustounossaidadede
aposentadoriaao padrãointer-
nacionaleao padrãodemográfi-
co brasileiro. Mas foi uma vitória
dopassadoederrotadofuturo.

By_Lu*Ch@Qu£

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