%HermesFileInfo:B-1:20200624:B1 QUARTA-FEIRA, 24 DE JUNHO DE 2020 INCLUI CLASSIFICADOS O ESTADO DE S. PAULO
E&N
Consenso entre governo e Congresso
deve garantir marco de saneamento
ECONOMIA & NEGÓCIOS
Congresso. Levantamento indica maioria de votos para aprovação, hoje no Senado, de projeto que abre a possibilidade de participação
de empresas privadas no setor; Ministério da Economia aposta em novos investimentos para reativar a economia e gerar empregos
‘Novo’ saneamento gera
R$ 80 bilhões por ano
Pág. B
Adriana Fernandes
Amanda Pupo
Daniel Weterman / BRASÍLIA
A estimativa do governo de
que o novo marco legal do sa-
neamento básico pode gerar
cerca de 1 milhão de empregos
nos próximos cinco anos trans-
formou o setor em uma das
principais apostas para estimu-
lar a retomada da economia
após a crise e conseguiu um fei-
to raro nos dias atuais: colocar
o Executivo, o Legislativo e o
setor privado do mesmo lado.
Há consenso sobre a urgência
de mudar a realidade do sanea-
mento. Por isso, a expectativa
é que o Senado aprove hoje pro-
jeto de lei que redefine o setor.
Levantamento ao qual o Esta-
dão/Broadcast teve acesso mos-
tra que a proposta tem 48 sena-
dores favoráveis e outros seis
possivelmente favoráveis, se-
gundo mapeamento feito pela
BMJ Consultores para a Asso-
ciação Brasileira das Concessio-
nárias Privadas de Serviços Pú-
blicos de Água e Esgoto (Ab-
con). Para que o projeto seja
aprovado, é necessária maioria
de votos. Se os 81 senadores par-
ticiparem da votação, a propos-
ta precisará de, no mínimo, 41
votos. O mapeamento indica 17
senadores contrários e dez par-
lamentares indecisos. Se não
houver alterações, o projeto se-
gue para sanção presidencial.
Considerado o setor mais
atrasado da infraestrutura, o sa-
neamento precisa de algo em
torno de R$ 500 bilhões para
universalizar seus serviços. O
segmento, que sempre foi negli-
genciado pelo setor público, ho-
je é visto como uma das princi-
pais portas de saída da crise.
O projeto abre espaço para a
iniciativa privada atuar na explo-
ração do setor e institui um regi-
me de licitações. A votação é vis-
ta pela equipe do ministro da
Economia, Paulo Guedes, como
a “ponta de lança” para enfren-
tar o estrago causado pela covid-
- Também existe a previsão de
ganhos com o combate de doen-
ças e aumento de produtividade
(mais informações na pág. B3).
Ao Estadão, o secretário de
Desenvolvimento da Infraestru-
tura, Diogo Mac Cord de Faria,
disse que o potencial econômi-
co é três vezes superior aos inves-
timentos previstos, capaz de ga-
rantir empregos nos próximos
14 anos até a universalização do
saneamento – meta fixada para - No diagnóstico do gover-
no, o projeto pode aquecer a ati-
vidade dos municípios. “Esse
aquecimento econômico regio-
nal em termos de dinheiro injeta-
do e geração de empregos é fun-
damental”, disse Mac Cord.
A secretária especial do Pro-
grama de Parceria de Investi-
mento, Martha Seillier, calcula
que o potencial de emprego po-
deria ser ainda maior. Segundo
ela, para cada R$ 1 bilhão investi-
do, o número de empregos pode
chegar a 60 mil. Envolvido nas
últimas negociações para barrar
resistências, o relator do projeto
no Senado, senador Tasso Jereis-
sati (PSDB-CE), disse que está
otimista na aprovação. “Tenho
tentado convencer que o proble-
ma maior é adiar o projeto.”
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